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Períodos de REPOUSO na Jornada de Trabalho

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Períodos de Repouso na Jornada de Trabalho
Há três tipos básicos de intervalo para repouso na jornada de trabalho: intrajornada, interjornada e intersemanal. Importante ressaltar que intervalo para descanso é norma de saúde pública – direito fundamental do trabalhador – de modo que, regra geral, a flexibilização é inválida e, praticamente, não há espaço para renúncia.
Intervalo intrajornada é o lapso temporal no transcorrer da própria jornada, isto é, dentre o início e término da prestação de serviços; ex. intervalo para refeição, intervalo para trabalho em digitação, etc. Observe-se o disposto no artigo 71 da CLT:
Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.
§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.
§ 2º - Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho. 
§ 3º - O limite mínimo de 1 (uma) hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho quando, ouvida a Secretaria de Segurança e Higiene do Trabalho, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios e quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares.
§ 4º - Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o período correspondente com um acréscimo de no mínimo 50% (cinqüenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.
Conforme Súmula 118, do TST, intervalos não previstos em lei, concedidos por iniciativa do empregador, representam tempo à disposição, nos termos do artigo 4º, da CLT, remunerados como horas extras se acrescidos ao final da jornada. Por exemplo, empregador concede 3h de intervalo, obrigando o empregado laborar das 9 até as 20:00h, para completar 8h diárias; nesse caso terá de pagar 2h extras diárias; in verbis:
Súmula 118  - Jornada de trabalho. Horas extras (RA 12/1981, DJ 19.03.1981)
Os intervalos concedidos pelo empregador na jornada de trabalho, não previstos em lei, representam tempo à disposição da empresa, remunerados como serviço extraordinário, se acrescidos ao final da jornada.
Destaque-se, todavia, que, essa regra não se aplica havendo negociação coletiva em contrário, que, por sinal, também só será válida se respeitado direito fundamental à saúde e à segurança do trabalhador, pelo que, como dissemos, o espaço para alteração é praticamente nulo. Tanto que a Orientação Jurisprudencial n. 342 da SDI-I, do TST, veda expressamente redução do intervalo; in verbis:
OJ 342 - Intervalo intrajornada para repouso e alimentação. Não concessão ou redução. Previsão em norma coletiva. Validade. (DJ 22.06.2004)
É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a supressão ou redução do intervalo intrajornada porque este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/88), infenso à negociação coletiva.
Conforme previsto no art. 71, § 4º, da CLT, se o intervalo para repouso e alimentação não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o período correspondente com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. 
Para a jurisprudência dominante – OJ n. 307, do TST –, não importa se o intervalo foi concedido parcialmente, de maneira que o pagamento pelo labor, durante o período de repouso, é relativo ao total do período correspondente; exemplo: empregado tem jornada contratual de 8h – portanto, tem direito a 1h de descanso intrajornada – e labora 30m, diariamente, nesse período de descanso; não receberá somente 30m de hora extra, mas, sim, 1h (art. 71, caput, da CLT); in verbis:
307 - Intervalo intrajornada (para repouso e alimentação). Não concessão ou concessão parcial. Lei nº 8.923/94. 
Após a edição da Lei nº 8.923/1994, a não-concessão total ou parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, implica o pagamento total do período correspondente, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT).
Não há dúvida de que o entendimento jurisprudencial dominante pretende proteger direito à higidez do obreiro, impondo sanção significativa ao empregador que o desrespeita. Estamos vivendo em pleno Século XXI, mas, infelizmente, alguns maus empregadores, ainda com a mentalidade do Século XIX,  desrespeitam direitos que visam preservar a sociedade como um todo, eis que a função subjacente aos direitos humanos fundamentais é defender o coletivo; o descanso do trabalhador preserva-lhe não só o corpo, mas, a mente, que, neste mundo de tecnologia, é fácil e rapidamente abalada pelos malefícios da sociedade contemporânea, notadamente o estresse.
Diverge a jurisprudência sobre a natureza jurídica do labor no período de repouso para alimentação e descanso, conforme estudaremos em artigo específico.
Espécies de intervalo intrajornada (1):
Comuns 
Não remunerados:
- 1h até 2h, no trabalho contínuo superior a 6h (art. 71, §§ 2º e 3, da CLT), podendo ser reduzido pelo MT;
- 15m, no trabalho de 4 a 6h (art. 71, § 2º, da CLT);
- intervalo para repouso e alimentação, conforme usos e costumes da Região (art. 5º, da Lei 5.889/73)
Especiais:
Remunerados: artigos 72, 229, 253, 298, da CLT, e Súmula 118, TST;
Não remunerados: artigos 384 e 413, parágrafo único, CLT;
(1) DELGADO:860
Intervalo interjornada é o lapso temporal entre duas jornadas de trabalho. O período de repouso comum é de 11h, conforme previsto no artigo 66 da CLT:
Art. 66. Entre duas jornadas de trabalho haverá um período mínimo de onze horas consecutivas para descanso.
Obs.: há intervalos especiais para algumas categorias, como, por exemplo, ferroviários, jornalistas, aeroviários e outros.
Desrespeito ao intervalo interjornada pode ensejar pagamento de horas extras, a teor da Súmula 110 do TST:
110 -  Jornada de trabalho. Intervalo 
No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24 horas, com prejuízo do intervalo mínimo de 11 horas consecutivas para descanso entre jornadas, devem ser remuneradas como extraordinárias, inclusive com o respectivo adicional.
Espécies de intervalo interjornada: (2)
Comuns:
11h consecutivas – art. 66 da CLT – não remunerado;
24h consecutivas – art. 67 da CLT – remunerado;
Especiais:
17h – art. 229 da CLT – não remunerado;
12h – art. 235, caput e § 2º, CLT – não remunerado.
(2) idem, 866.
Intervalo intersemanal é o DSR – descanso semanal remunerado, cujo período é de 24h, nos termos e condições do artigo 67 da CLT (afora o previsto na Lei 605/49):
Art. 67 - Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte.
Parágrafo único - Nos serviços que exijam trabalho aos domingos, com exceção quanto aos elencos teatrais, será estabelecida escala de revezamento, mensalmente organizada e constando de quadro sujeito à fiscalização
Releva destacar que, especialmente para efeito de hora extra, a soma dos intervalos interjornada e intersemanal, totaliza 35h → 11+24 = 35h
Ambos os intervalos não se compensam nem se deduzem no final de semana, de modo que, ultrapassando o total de 35h, será o excedente considerado como hora extra (Súmula 110, do TST).
Referências bibliográficas:
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho, 8ª ed., – São Paulo : LTr, 2009

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