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Ecoturismo Isadora Quevedo Leandro Issa Michelle Fonseca Vladimir de Sales "Ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações" (EMBRATUR e Ministério do Meio Ambiente) O termo “ecoturismo” começou a ser utilizado no início da década de 1980. Ele surgiu como um conceito de atividade diferente, onde o turista também é responsável pelo ambiente e sociedade que visita, tendo como missão promover um maior contato do homem com a natureza e com seus habitantes para sensibilizá-lo e conscientizá- lo quanto à importância da preservação e da conservação do meio ambiente e das tradições culturais, por meio de práticas e atitudes sustentáveis. A atividade aparece também como alternativa de apoio ao desenvolvimento sustentável a atividades que trazem maior impacto ao meio ambiente, além de promover a capacidade de obtenção de renda para as comunidades localizadas em áreas conservadas e de preservação ambiental. O Ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações envolvidas. A primeira iniciativa de ordenar a atividade ocorreu em 1987 com a criação da Comissão Técnica Nacional, constituída por técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Embratur, afim de monitorar o projeto, devido as práticas que eram realizadas na época não terem a finalidade sustentável. Entretanto, esforços governamentais ou privados não foram suficientes para ultrapassar as barreiras, que ainda permanecem nos dias de hoje, onde a teoria da atividade ecoturísca não se assemelha a pratica, principalmente em relação aos modelos nacionais.(Manual MPE, EcoBrasil) Ainda há a ausência de consenso sobre o segmento correto dos conceitos ecoturísticos(até mesmo internacionalmente) e de critérios, regulamentações e incentivos que orientem empresários, investidores e o próprio governo no estímulo e no uso do potencial dos patrimônios naturais e culturais, ao mesmo tempo em que promovam a sua conservação.(Manual MPE, EcoBrasil) Isso faz com que o ecoturismo no Brasil se caracterize por ser uma atividade ainda confusa, desordenada, e impulsionada, basicamente, pela oportunidade mercadológica, deixando, a rigor, de gerar os benefícios socioeconômicos e ambientais esperados e comprometendo, não raro, o conceito e a imagem do produto ecoturístico brasileiro nos mercados interno e externo.(Manual MPE, EcoBrasil) Deve-se destacar que aquilo que se entende ou se define como ecoturismo ou “turismo ecológico” é, na realidade, uma coletânea de princípios e acaba sendo utilizado de forma generalizada e inescrupulosa como forma de promover viagens, e isso o transforma em segmento turístico, assim como o turismo rural, esportivo etc.(Manual MPE, EcoBrasil) Apesar das várias definições utilizadas para o termo ecoturismo, 3 conceitos básicos são essenciais para essa atividade: Desenvolvimento sustentável; Educação ambiental; Envolvimento das comunidades locais; São objetivos do Ecoturismo a preservação da biodiversidade e dos “habitats” naturais; a conservação do contexto natural, cultural e construído; o esclarecimento sobre o uso ilegal dos recursos naturais, bem como sobre o abuso na sua exploração; e a integração das áreas naturais protegidas, com os objetivos de conservação nos planos e programas de desenvolvimento locais e regionais (OMT, 2002). Princípios do Ecoturismo O Ecoturismo surge no Brasil como uma proposta de contemplação e conservação da natureza. Os debates sobre a necessidade de conservação do meio ambiente por meio de técnicas sustentáveis atingem a atividade turística e inserem uma nova maneira de vivenciar e usufruir as paisagens rurais, as áreas florestadas, as regiões costeiras, entre outros ecossistemas que são vistos como possíveis para um modelo de turismo mais responsável. O Brasil, sendo um dos países com maior biodiversidade , qualificado por seus biomas (Amazônia, Mata Atlântica, Campos Sulinos, Caatinga, Cerrado, Pantanal e Zona Costeira e Marítima) e seus diversos ecossistemas , apresenta um cenário rico para esse segmento. Tal cenário aporta recursos que possibilitam o desenvolvimento de várias práticas turísticas, explicitando aptidão especial para o Ecoturismo. Esse segmento pode proporcionar experiências enriquecedoras e contribui para a conservação dos ecossistemas, ao mesmo tempo em que estabelece uma situação de ganhos para todos os interessados: se a base de recursos é protegida, os benefícios econômicos associados ao seu uso serão sustentáveis. Incorpora os recursos naturais ao mercado turístico, ampliando as oportunidades de gerar postos de trabalho, receitas, impostos e inclusão social e, acima de tudo, promover a proteção desse imensurável patrimônio natural. Segundo diversas instituições e operadores especializados, esse tipo de turismo vem apresentando um crescimento contínuo no mundo e o Brasil, com tamanha exuberância, apresenta-se como potencial destino de grande competitividade internacional. Considerando os aspectos peculiares que o caracterizam e lhe conferem identidade – os recursos naturais –, o Ecoturismo exige referenciais teóricos e práticos e suporte legal que orientem processos e ações para seu desenvolvimento, sob os princípios da sustentabilidade. Usar os recursos de forma sustentável: A conservação e o uso sustentável dos recursos (naturais, sociais e culturais) são cruciais, e garante os negócios a longo prazo. Reduzir o consumo exagerado e o desperdício: A redução do consumo exagerado e do desperdício evita o custo da recuperação do meio ambiente, danificando ao longo do tempo, e contribui para a boa qualidade do turismo. Manter a diversidade: Manter e promover a diversidade natural, social e cultural é essencial para o turismo sustentável de longo prazo, e cria uma base resiliente para a indústria do turismo. Integrar o turismo ao planejamento: O empreendedorismo turístico integrado num contexto de planejamento estratégico, nacional e local, e submetido aos EIAs (Estudos de Impacto Ambiental) aumenta a viabilidade a longo prazo do turismo. Apoiar as economias locais: O turismo que apoia uma ampla série de atividades econômicas locais e que leva em conta os custos/valores ambientais, protege essas economias e evita danos ao meio ambiente. Envolver as comunidades locais: O envolvimento total das comunidades locais no setor do turismo não só traz benefícios a elas e ao meio ambiente em geral, mas também melhora a qualidade da experiência do turismo. Consultar investidores e o público: As consultas a investidores, comunidades locais, organizadores e instituições são essenciais se todos quiserem trabalhar juntos e conciliar interesses potencialmente conflitantes. Treinar equipes: O treinamento de equipes que integram o turismo sustentável, além do recrutamento de pessoal local em todos os níveis, melhora a qualidade do produto do turismo. Fazer o marketing: O marketing que fornece informações completas e responsáveis, aumenta o respeito dos turistas pelo ambiente natural, social e cultural das áreas de destino, e aumenta a satisfação dos clientes. Realizar pesquisas: a pesquisa contínua e o monitoramento pela indústria do turismo, coletando e analisando dados, é essencial para a resolução de problemas, além de trazer benefícios às localidadesde destino, à indústria do turismo e a seus consumidores (NOGUEIRA et al., 2008). Importância do Ecoturismo O Ecoturismo vem registrando uma boa taxa de crescimento, estando intrinsecamente ligado à distribuição de renda, o ecoturismo permite que haja maior divisão de recursos e atividades econômicas, devido ao fato de pessoas com grande poder aquisitivo se deslocarem de centros urbanos para locais menos desenvolvidos, estimulando, assim, o surgimento e o crescimento de outras atividades. As instituições brasileiras voltadas para a organização e execução das atividades ecoturísticas foram se estruturando a partir de um outro histórico e possuem hoje um caráter empresarial. Sendo assim, funcionam dentro da lógica do mercado e priorizam os aspectos voltados à prestação de serviços e ao retorno econômico em detrimento das prioridades conservacionistas. Ao contrário de algumas ONGs que trabalham com ecoturismo e inclusive vêm ganhando prêmios por suas iniciativas no setor, as empresas têm muito raramente dedicado atenção especial aum trabalho educativo elaborado a partir de pressupostos inovadores. Costumam supor que o simples contato com a natureza já é algo suficientemente excepcional para garantir uma mudança de comportamento dos indivíduos. As prioridades de conservação da natureza e das culturas locais não vêm sendo minimamente atendidas pelo vertiginoso crescimento dessa atividade. Na experiência prática, o potencial transformador que o contato direto com a natureza pode proporcionar tem sido desperdiçado (In Lindberg & Hawkins, 1996). De acordo com a OMT, em 2004, o crescimento do segmento de ecoturismo foi 3 vezes maior que o do setor turístico como um todo. Além disso, pesquisas mostram que os empreendimentos voltados para esse segmento contribuem mais para o desenvolvimento local. Enquanto 80% do dinheiro arrecadado com a venda de pacotes tradicionais vão para empresas multinacionais (companhias aéreas, cadeias hoteleiras, etc.). As pousadas ecológicas contratam mão de obra e compram insumos da localidade deixando, em alguns casos, até 95% de sua receita na economia local (United Nations Environment Programme). Planejamento e gestão Quando se pensa em utilização do Ecoturismo como meio de obtenção de renda, é sempre necessário seguir alguns princípios. Primeiramente é preciso pensar nos atrativos do local, ou seja, aqueles elementos que vão despertar o interesse para que as pessoas viagem até determinado local. Existem 3 atrativos considerados principais, são eles: Naturais: elementos da natureza que despertam o interesse devido a sua beleza, a possibilidade recreativa e sua inspiração emocional. Exemplo desses são os penhascos, rios, praias, lagoas, dunas, espécies de flora e fauna, florestas, entre outros. Culturais: são todos os elementos que mostram a forma de viver de um população, como as crenças populares, o artesanato, culinária, festas tradicionais, músicas e danças, etc. Históricos: tudo aquilo que representa a história da região (ruínas, conjuntos arquitetônicos de época, arquitetura religiosa, esculturas, pinturas, sítios históricos, etc). O Ecoturismo tem uma grande importância econômica, esta prática tem movimentado, desde 2009, de acordo com Associação Brasileira de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta), cerca de 5,4 milhões de turistas. Ele é o segmento que mais cresce no mundo, com taxas entre 15% e 25% ao ano, segundo a Organização Mundial do Turismo(OMT). Privilegiado pela extensão territorial e variedade de biomas, o Brasil oferece inúmeras opções de lazer em cenários naturais que contemplam as cinco regiões do país. Segundo o Fórum Econômico Mundial, o Brasil é apontado como o primeiro do ranking em belezas naturais, entre 140 países. Um levantamento do Ministério do Turismo (MTur) com turistas estrangeiros revelou que metade dos 46,8% de visitantes internacionais que vêm ao Brasil por motivos de lazer, está em busca de atividades junto à natureza. Outro estudo do Mtur, em parceria com a Associação Brasileira de Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta), de 2010, mostra ainda a importância do setor, com o registro de cerca de duas mil empresas operando neste segmento de turismo no Brasil e gerando entre 11 a 18 mil empregos. Agregação de atratividade A incorporação de atividades, serviços e valores é importantíssima para tornar o local mais atrativo. Produtos diferenciados acabam se tornando desejados por serem mais competitivos, dando assim um maior valor a este. Isso faz com que o turista note que seu investimento na viagem valeu a pena devido a toda a identidade peculiar do local, podendo assim também estimular a ampliação da permanência no destino. São meios de agregar a atratividade: Promover o conhecimento – por meio das informações corretas, aprender sobre a dinâmica dos ecossistemas, o significado e a significação dos elementos da natureza, podendo assim desfrutar corretamente os recursos. Incentivo à pesquisa e promoção de conhecimento – Incentivar e patrocinar pesquisas e publicações direcionadas à região é estratégia para agregar atratividade ao produto oferecido, pois além de produzir informações exatas e atuais, esse meio serve para oferecer ao turista a possibilidade de acompanhar um projeto de pesquisa ou até de receber recursos para instituições voltadas às questões ambientais. Responsabilidade social – promover iniciativas de turismo que favoreçam o desenvolvimento local e a inclusão social nas comunidades menos favorecidas. Nas áreas ecoturísticas com notável índice de pobreza, podem ser desenvolvidos projetos pelas operadoras ou mesmo pelos turistas, de proteção da natureza, narração de histórias, artes, educação ambiental, promovendo dessa forma a qualidade de vida dessas populações. Valorização da cultura local – conhecimento e ajuda na preservação das artes, artesanato, gastronomia típica, sítios históricos, danças, músicas, folclore, museus. A história, os costumes, o cotidiano da comunidade são, também, fontes de aprendizado e experiência cultural para o turista, proporcionando o intercâmbio entre a comunidade e o turista. Para que isso ocorra de forma autêntica para o turista e com o devido respeito à cultura local, pressupõe que a comunidade deve participar do processo de planejamento do segmento, assinalando os aspectos importantes e significativos no seu cotidiano, na sua história. Integração de atividades e segmentos – Usar os recursos com motivações e segmentos distintos, sendo assim possível promover diferentes práticas, tais como caminhadas, passeios a cavalo, de bicicleta, de canoa, mergulho, arvorismo, que podem fazer parte tanto do Turismo Rural, como do Ecoturismo, do Turismo de Aventura, do Turismo Náutico e outros segmentos. Alguns fatores são importantes no planejamento do projeto para se trabalhar com o Ecoturismo sem perder o foco e os conceitos que foram citados acima, fatores esses: Inclusão dos aspectos da biodiversidade nos planos de uso de território; Participação de redes de trabalho em áreas protegidas, com o objetivo de trocar experiências e conhecimentos sobre a gestão de recursos naturais e do turismo; Práticas de reflorestamento, conservação do solo, reabilitação de áreas naturais,“habitats” e espécies animais afetadas; Controle e/ou erradicação de espécies estranhas ao ambiente; Programas de pesquisa sobre flora, fauna e “habitats”; Utilização de novas tecnologias e técnicas na gestão de áreas naturais (uso do Sistema de Informação Geográfica e de modernas técnicas de conservação deflorestas, do solo e da água); Diversificação da oferta de ecoturismo, por meio da criação de roteiros e programas que incluam aspectos da cultura e do modo de vida no campo, com o objetivode aliviar o impacto nas áreas frágeis e de maior visitação; Garantia de que o ensino de práticas ambientais e de conservação para a equipe de trabalho em áreas protegidas seja estendido às comunidades; As rendas obtidas com o ecoturismo acarretam melhorias na região através de: Oportunidades de negócios e de empregos diretos ou indiretos; Desenvolvimento da infra-estrutura; Melhoria das condições sociais, por meio da introdução de serviços de saúde e educação; Aumento do valor da terra; Treinamento para a população local; Incentivo à produção local e compra dos produtos locais por parte dos operadores de ecoturismo; Possibilidade dos membros da comunidade que participam do desenvolvimento e da gestão de instalações e áreas de ecoturismo tornarem-se proprietários, formando a base para a criação de pequenas empresas; Criação de fundos de desenvolvimento comunitário, para os quais parte darenda produzida pelo turismo é direcionada, a fim de ser utilizada em infraestruturae serviços sociais; Programas de apoio ao Ecoturismo PROECOTUR O PROECOTUR Amazônia é um programa de planejamento e investimentos, criados pelo governo federal com o objetivo de desenvolver o ecoturismo na região amazônica brasileira. Esse programa tem como propósito criar uma estrutura apropriada e implementar as condições necessárias para que os 9 estados da Amazônia legal (acre, Amapá, Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima e parte dos estados de Mato Grosso, Tocantins e Maranhão) possam administrar e gerenciar de forma correta as áreas selecionadas para o ecoturismo de forma responsável e adequada. Este programa dividiu-se em duas fases: Fase de pré investimento: Iniciou-se em 2000 , com o objetivo de verificar a viabilidade técnica, ambiental, social e ecônomica do ecoturismo na Amazônia. Fase de investimento:Teve como objetivo suprir os pré-requisitos essenciais para a implantação com sucesso de uma próxima fase. Estes pré-requisitos envolvem um planejamento cuidadoso nas áreas de ecoturismo selecionadas, avaliação da demanda do mercado, estabelecimento de uma base normativa, treinamentos básicos necessários, assistência técnica e investimentos necessários nos locais priorizados. A partir de 2004, foi criado o Programa de Apoio ao Ecoturismo e à Sustentabilidade Ambiental do Turismo (também chamado de PROECOTUR), ampliando neste, as ações do PROECOTUR Amazônia e assumindo o desafio de estruturar o desenvolvimento desse segmento em todo o país, dando especial ênfase às áreas protegidas e seu entorno, onde se concentram os principais destinos ecoturísticos nacionais. O PROECOTUR tem como príncipio buscar o envolvimento das comunidades anfitriãs em todas as etapas das atividades turísticas e o investimento na capacidade dessas comunidades para esta participação. Polos do ecoturismo: Os pólos são as zonas prioritárias nas quais o poder público implantará projetos e normas visando à atração de empreendimentos ecoturísticos particulares. Não são necessariamente definidos geograficamente podendo consistir de corredores turísticos ou de grupos de atrativos complementares unidos por um roteiro turístico. Seu planejamento visa maximizar a competitividade da região como destino de ecoturismo internacional; minimizar a concorrência entre estados, mediante a identificação de nichos de mercado diferenciados para cada estado; maximizar a viabilidade econômica e minimizar os riscos financeiros dos empreendimentos de ecoturismo a serem implantados em cada pólo.A proposta do PROECOTUR é integrar os pólos de ecoturismo por meio de roteiros com atrativos complementares, dotando-os de toda infra-estrutura e serviços públicos e privados para atendimento aos visitantes. Pólo ecoturístico do Acre: conta com os atrativos da floresta de terra firme e o movimento dos seringueiros em defesa das reservas extrativistas. Polo ecoturístico do Amapá: atrai turistas à Linha do Equador e ao fenômeno da pororoca, como são chamadas as ondas que resultam do avanço das águas do Oceano Atlântico sobre os rios. Pólo ecoturístico do Amazonas: se posiciona como porta de entrada para o ecoturismo e oferece ecolodges e serviços de padrão internacional. Pólo ecoturístico do Maranhão: promove a Floresta dos Guarás, com aves, manguezais e pesca artesanal. Pólo ecoturístico do Mato Grosso: destaca as áreas para observação de pássaros e a transição entre cerrado e floresta. Pólo ecoturístico do Pará: oferece roteiros partindo de Santarém para as águas verdes do rio Tapajós e as praias com areias brancas de Alter do Chão. Pólo ecoturístico de Rondônia: investe no Vale do Guaporé, onde se associam os ecossistemas do cerrado, do pantanal e da floresta. Pólo ecoturístico de Roraima: apresenta grande diversidade de atrativos que vão de pinturas rupestres a paisagens com montanhas tropicais e savanas abertas. Pólo ecoturístico de Tocantins:há a região do Cantão, a bacia do rio Araguaia e a Ilha do Bananal (maior ilha fluvial do mundo), além do Jalapão (região árida com dunas peculiares), nascentes, rios e cachoeiras com águas cristalinas. Principais destinos ecoturísticos pelo mundo Quênia - desenvolveu um modelo de valoração sobre a atração turística dos animais do Parque Nacional Amboseli; Ruanda – tem como principal local o Parque Nacional dos Volcans, cuja atração principal são os gorilas; Estados Unidos –30% dos visitantes são americanos, que viajam com o objetivo de observar e fotografar a fauna; Costa Rica–Apesar de ser um país de território pequeno ( um pouco maior que o do Estado do Espírito Santo), recebe mais de 260 mil ecoturistas por ano, faturando cerca de US$ 600 milhões, com essa modalidade de turismo; (GAZETA MERCANTIL apud LASKOSKI, 2006, p. 17). Peru–É o maior concorrente do Brasil, na disputa pelo mercado de ecoturistas, devido a sua boa infra-estrutura, confortáveis hotéis de selva, parques administrados por pessoal bem treinado, ingressos com custos reduzidos, e tarifas aéreas também baratas, situação esta radicalmente oposta à do Brasil (GAZETA MERCANTIL apud LASKOSKI, 2006, p. 17). Dificuldades: Apesar de ser um país de imensa riqueza em termos ambientais e culturais, esse patrimônio não tem sido utilizado de maneira sustentável (SINAY, 2002, p.32). Em muitos lugares, quando a atividade começa a gerar lucro, as pessoas esquecem que o gerador dessa renda é o local em si, e que se ele não for conservado os benefícios deixaram de surgir. Segundo (PELLEGRINI, 1993 apud CALHEIROS e BINFARÉ, o problema se agrava com a ausência de uma demarcação territorial apropriada por parte do governo, o que possibilita ocupações ilegais, queimadas perigosas e apropriação de recursos, sem que haja uma fiscalização adequada. Como consequência do uso inapropriado dos recursos naturais, o país tem em seu território o 2º bioma florestal mais devastado do mundo, a Mata Atlântica, que é tão, ou mais, rica que a Amazônia em diversidade de espécies (WWF, 1999apud SINAY, 2002, p. 32). A leitura da tendência hegemônica defende a geração de emprego, renda e estímulo ao desenvolvimento econômico em vários níveis (local, regional, estadual,nacional) pelo turismo (BENI, 2000; ANSARAH, 2001), no entanto, o que ocorre é a substituição de ocupações tradicionais por subempregos, nos quais as pessoas da localidade passam a exercer funções em outras atividades como caseiros, ou empregados da construção civil, de órgãos públicos ou serviços relacionados ao comércio(LUCHIARI, 2001, p. 67). Se por um lado o intercâmbio de ideias, costumes e estilos de vida entre visitantes e visitados pode ser proveitoso durante uma atividade ecoturística, por outro essa experiência pode converter-se em perda de valorestradicionais em consequência da homogeneização das culturas (SERRANO, 2001). Impactos sociais e econômicos negativos que podem ser causados por um turismo mal planejado: Impactos sociais: Destruição dos padrões tradicionais de emprego; Turismo pode criar mercado para prostituição e drogas; Introdução de padrões morais que criam inveja, indolência, violência e crime; Geração de tensões entre visitantes e moradores; Diminuição da qualidade de vida tradicional; Mudança de hábitos; Disseminação de doenças; Fonte: Middleton e Hawkins (1998) apud Niefer (2002, p. 18). Impactos econômicos: Inflação dos preços locais (bens e terrenos); Desemprego durante a baixa estação; Evasão de lucros e/ou divisas; Distribuição desigual de renda; Dependência de indústria turística; Cargos de níveis mais altos geralmente são ocupados por não nativos; Fonte: Middleton e Hawkins (1998) apud Niefer (2002, p. 18). Assim, as vantagens e desvantagens decorrentes do uso de um determinado recurso natural, para exploração turística, devem ser racionalmente ponderadas, visando-se a otimização da harmonia entre os aspectos econômicos, sociais e ambientais (MARTINS, 2002, p. 05). Atividades de Ecoturismo O ecoturismo é caracterizado basicamente por serem atividades que tem como pressuposto a observação e conservação da natureza, porém este termo é amplamente usada para designar atividades que estão relacionadas a segmentos turísticos específicos, sendo muitas vezes confundidos com práticas esportivas. As atividades do segmento ecoturismo como oferta turística correspondem à complementaridade das atividades tradicionalmente ditas turísticas (hospedagem, transporte, alimentação, recreação, entretenimento, operação, agenciamento, recepção, guiamento, condução e outras) e das práticas que as geram, ou seja, as atividades de experienciação da natureza e que dão consistência ao segmento, tidas como tipicamente ecoturísticas. Ao serem contempladas no âmbito desse segmento, quaisquer dessas atividades devem considerar: • Aspectos construtivos das instalações em relação ao porte, ao estilo arquitetônico e aos materiais utilizados, técnicas e procedimentos adotados. • Meios e vias de transporte de baixa potencialidade de degradação e poluição e adequados ao ambiente. • Serviços e produtos harmonizados aos princípios da qualidade, da sustentabilidade e da cultura local. As atividades tipicamente ecoturísticas devem ocorrer estrita e necessariamente seguindo premissas conservacionistas. Podem realizar-se concomitantemente ou em conjunto com outras, de formas e por meios diversos, e devem ser estruturadas e ofertadas de acordo com normas e certificações de qualidade e de segurança de padrões reconhecidos internacionalmente. De modo geral, as atividades ecoturísticas buscam atender às motivações específicas por meio de atividades passíveis de serem praticadas com outras finalidades, configurando outros segmentos. Porém, o que caracteriza o segmento são as atividades resumidas em observação e contemplação da natureza que podem ocorrer de diversas formas e meios. A caminhada em trilha é a atividade ecoturística mais simples e intensa. Algumas outras atividades ecoturísticas são: Arvorismo:é travessia de um percurso suspenso entre plataformas montadas na copas das árvores. Esse percurso é preparado de maneira estratégica, utilizando cabos de aço e cordas, com o objetivo maior de aumentar o desafio e a adrenalina dos aventureiros. Podem ser necessárias tirolesas ou outras formas de superar os obstáculos que podem ser naturais ou não.; Montanhismo:atividade de caminhada ou escalada praticada em ambiente de montanha; Rafting: descida de rios com corredeiras em botes infláveis; Observação da fauna: Observação do comportamento de diversos animais (aves, mamíferos, peixes, cetáceos, insetos, répteis e anfíbios); Observação da flora: Observação e compreensão da diversidade da flora; sua distribuição e as paisagens que compõem o bioma. Compreensão dos usos tradicionais das plantas pelas comunidades (medicamentos, cosméticos, ornamentais); Observação de formações geológicas: Caminhada em diversas áreas com características geológicas distintas que ofereçam condições para discussão da origem dos ambientes, sua a idade e outros fatores; Visitas a cavernas: Exploração de cavidades subterrâneas; Observação astronômica: Observação de estrelas, astros, eclipses, queda de meteoros em locais preferencialmente com reduzida influência de iluminação artificial; Mergulho livre: Mergulho no mar, rios, lagos ou cavernas; Melhores destinos para Ecoturismo no Brasil 1 – Bonito – É considerado por muitos como o melhor destino do ecoturismo do Brasil. Destaca-se pelos rios cristalinos, nos quais os turistas podem nadar e ficar flutuando na companhia de cardumes de peixes de praticamente todas as cores! Além do contato com a água, existem as atividades nos circuitos de aventura, onde é possível fazer caminhadas, trilhas, passeios de bicicleta, botes e outros atrativos. Não se esqueça de passar na Lagoa Azul. 2 – Fernando de Noronha – Essa ilha é um paraíso em terras brasileiras. Considerado um dos lugares mais lindos do planeta, com certeza, é a perfeição do litoral brasileiro. São muitos atrativos além da praia, como observação de golfinhos, natação em corais, passeios de buggy e atividades de mergulho. Também é possível fazer trilhas surpreendentes na ilha. 3 – Foz do Iguaçu – Consideradas patrimônio mundial da humanidade, as 275 quedas d’água que formam as Cataratas estão posicionadas na fronteira do Brasil e Argentina. Turistas de todas as partes do mundo visitam a região para conhecer as quedas, sempre em passeios com guias. Além de conhecer esse espetáculo da natureza, os turistas podem aproveitar para dar um pulinho na Argentina. 4 – Chapada Diamantina – Localizada no Parque Nacional da Chapada Diamantina, possui belezas naturais muito características deste ponto do país, como a Cachoeira da Fumaça e o Poço Encantado. Os principais atrativos são grutas, cachoeiras, cavernas, trekking, trilhas dos antigos garimpeiros do local e esportes de aventura. 5 – Brotas – Em Brotas, a adrenalina é um componente garantido para os aventureiros. As famílias também aproveitam muito bem o local, que oferece aos ecoturistas grande diversidade de cachoeiras e trilhas, além de inúmeras atividades monitoradas como cavalgadas, passeios de quadriciclo, canoagem, rafting e tirolesa. É uma ótima opção para os moradores de São Paulo e possui ótima infraestrutura de hotéis e restaurantes. 6 – Pantanal – O local possui uma das maiores concentrações de pássaros do Brasil, com mais de 650 espécies catalogadas. Além disso, é um ótimo refúgio para pescarias e safáris fotográficos, inclusive com passeios noturnos para visitar os animais. 7 – Caravelas – Este local na Bahia é um ponto de ecoturismo imperdível para os apaixonados por natureza, mergulho e corais. Quem gosta de observar a vida marinha e de passeios de barco, vai poder curtir momentos inesquecíveis no Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, dono da maior concentração de corais do sul do Oceano Atlântico. Bibliografia: abides.org.br/proecotur-programa-de-apoio-ao-ecoturismo-e-a- sustentabilidade-ambiental-do-turismo/ www.mma.gov.br/port/sca/proeco/turverde.html www.mma.gov.br/port/sca/proeco/index1.html www.mma.gov.br/estruturas/sedr_proecotur/_publicacao/140_publicacao04 022009113510.pdf www.sober.org.br/palestra/9/453.pdf www.turismo.gov.br/sites/default/turismo/o_ministerio/publicacoes/download s_publicacoes/Ecoturismo_Versxo_Final_IMPRESSxO_.pdf Cartilha: Ecoturismo: Orientações básicas www.alemdeeconomia.com.br/blog/?p=13494revistaecoturismo.com.br/turismo-sustentabilidade/turismo/ecoturismo/
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