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Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 31 AULA 08 Salve, salve!!! Reta final... vamossimbora!!! ESAF – MPOG – ANALISTA PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO – 2010 Texto para as questões 46 e 47. A experiência da modernidade é algo que só pode ser pensado a partir de alguns conceitos fundamentais. Um deles é o conceito de civilização. Tal conceito, a exemplo dos que constituem a base da estrutura da experiência ocidental, é algo tornado possível apenas por meio de seu contraponto, qual seja, o conceito de barbárie. Assim como a ideia de civilização implica a ideia de barbárie, a experiência da modernidade (que não deve ser pensada como algo que já aconteceu, mas como algo que deve estar sempre acontecendo, um porvir) implica a experiência da violência que a tornou possível – a violência fundadora da modernidade. O processo civilizatório se constitui a partir da conquista de territórios e posições ocupados pela barbárie. Tal processo se dá de forma contínua, num movimento insistente que está sendo sempre recomeçado. Pensando em termos de experiência moderna, todas as grandes conquistas ou invasões das terras alheias tiveram como justificativa a ocupação dos espaços da barbárie. (Adaptado de Ruberval Ferreira, Guerra na língua: mídia, poder e terrorismo. 2007, p. 79-80) 46- Assinale a opção incorreta a respeito do uso das estruturas linguísticas no texto. a) A flexão de masculino no termo “pensado” (ℓ.1) indica que o pronome relativo “que” retoma, nas relações de coesão, o pronome “algo” e não o substantivo “experiência”. b) O uso da voz passiva em “ser pensada” (ℓ.7) indica que o verbo pensar está empregado como pensar em, e a oração na voz ativa correspondente deve ser escrita como pensar na experiência da modernidade. c) O sinal de travessão, na linha 9, exerce função semelhante ao sinal de dois pontos, que é a de introduzir uma explicação ou uma especificação para a ideia anterior. d) As estruturas sintáticas do texto permitem o deslocamento do pronome átono em “se constitui” (ℓ.10) e “se dá” (ℓ.12) para depois do verbo, Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 31 escrevendo-se, respectivamente, constitui-se e dá-se, sem que com isso se prejudique a correção ou a coerência do texto. e) Embora a substituição de “está sendo” (ℓ.12 e 13) por é respeite a correção gramatical e a coerência do texto, a opção pelo uso da forma durativa enfatiza a ideia de continuidade do processo civilizatório. 47- A partir das ideias do texto, julgue como verdadeiras (V) ou falsas (F) as inferências abaixo, em seguida, assinale a opção correta. ( ) A conquista dos espaços ocupados pela barbárie constitui uma das manifestações da violência que está na origem da modernidade. ( ) A experiência ocidental estrutura-se por meio de conceitos em contraponto, ilustrados no contraponto entre civilização e barbárie. ( ) O processo civilizatório constitui um movimento de constante recomeço porque espaços de violência devem ser ocupados. ( ) A ausência da oposição no conceito de modernidade tornaria injustificável a ocupação de espaços de violência pelo processo civilizatório. A sequência correta é a) V, V, V, F b) V, V, F, V c) V, V, F, F d) F, V, F, V e) F, F, V, V Texto para as questões 48 e 49. O desenvolvimento é um processo complexo, que deriva de uma gama de fatores – entre os quais se realça a educação – e precisa de tempo para enraizar-se. É obra construída pela contribuição sistemática de vários governos. Depende da produtividade, que se nutre da ciência, das inovações e, assim, dos avanços da tecnologia. Na verdade, a humanidade somente começou seu desenvolvimento depois da Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, na Inglaterra. A estagnação da renda per capita havia sido a característica da história. A Revolução desarmou a Armadilha Malthusiana e deu início à Grande Divergência. A Armadilha deve seu nome ao demógrafo Thomas Malthus, para quem o potencial de crescimento era limitado pela oferta de alimentos. A evolução da renda per capita dependia das taxas de natalidade e mortalidade. A renda per capita da Inglaterra começou a crescer descolada da demografia, graças ao aumento da produtividade na agricultura e da exploração do potencial agrícola da América. (Adaptado de Maílson da Nóbrega, Lula e o mistério do desenvolvimento. VEJA, 26 de agosto, 2009, p.74) Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 31 48- A partir da argumentação do texto, infere-se que a) a Grande Divergência falhou em suas previsões, porque se baseou apenas na evolução histórica da renda per capita. b) as previsões de Malthus sobre o processo do desenvolvimento foram confirmadas apenas nos países que não exploravam a agricultura. c) a educação, associada ao desempenho dos governos, mostrou a falsidade das previsões de Thomas Malthus. d) a contribuição da ciência para os avanços da tecnologia pode reverter previsões quanto ao processo de desenvolvimento. e) a Revolução Industrial, ao mostrar o potencial ilimitado de desenvolvimento da humanidade, tornou-se prioridade de governo. 49- Provoca-se erro gramatical ou incoerência na argumentação do texto ao a) substituir os dois travessões da linha 2 por vírgulas. b) deixar subentendido o sujeito da oração, retirando o pronome se antes de “realça” (ℓ.2). c) iniciar o terceiro período sintático pelo termo Esse processo, escrevendo “Depende” (ℓ.4) com letra inicial minúscula. d) substituir “havia sido” (ℓ.8) por fora. e) ligar os dois últimos períodos sintáticos pela conjunção porquanto, escrevendo o artigo em “A renda” com letra minúscula. Texto para as questões 50 e 51. Durante muito tempo, fazer ciência significou poder quantificar os dados da realidade, garantir a generalidade e a objetividade do conhecimento. No afã da universalidade do saber científico, do cognoscível como representação do real, excluía-se o sujeito do conhecimento, sua subjetividade, seus condicionamentos histórico-sociais. Na base desta perspectiva está a crença de que o mundo está aí, pronto para ser apreendido por uma consciência cognoscente. O cientificismo não leva em conta que tanto o processo de percepção como o do pensamento têm seus próprios mecanismos de produção. Hoje, ignorá-los significa negar conquistas relevantes da psicologia contemporânea. Os objetos da percepção e os objetos do pensamento não nos são dados da mesma maneira, nem tampouco se pode pensar na correspondência entre a realidade e sua representação, mesmo porque nem tudo que existe é representável. (Adaptado de Nilda Teves, Imaginário social, identidade e memória. In: Lúcia Ferreira & Evelyn Orrico (org.), Linguagem, identidade e memória social, 2002, p. 53-54) 50- Assinale a opção correta a respeito das estruturas linguísticas do texto. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 31 a) No desenvolvimento do texto, a expressão “desta perspectiva” (ℓ.6) aponta para uma concepção de fazer ciência que se opõe à quantificação dos “dados da realidade” (ℓ.2). b) De acordo com as normas gramaticais da língua portuguesa, é opcional o uso da preposição de antes do pronome relativo “que” (ℓ.6); mas seu usoressalta as relações de coesão entre “crença” (ℓ.6) e “do saber científico” (ℓ.3), “do cognoscível” (ℓ.3 e 4). c) A vírgula depois de “aí” (ℓ.6) indica que a oração iniciada por “pronto” constitui uma explicação, um esclarecimento sobre a afirmação de que o “mundo está aí”. d) Na linha 9, a flexão de plural no verbo ter, indicada pelo uso do acento circunflexo em “têm”, estabelece a concordância com o termo posposto, “seus próprios mecanismos”. e) Na articulação da progressão das ideias no texto, o pronome átono em “ignorá-los” (ℓ.9) retoma “condicionamentos histórico-sociais” (ℓ.5); por isso está flexionado no plural. 51- Assinale que alteração proposta para estruturas sintáticas do texto preserva sua correção gramatical e coerência argumentativa. a) A troca de posição entre “fazer ciência” e “quantificar os dados da realidade”, nas linhas 1 e 2: quantificar os dados da realidade significou poder fazer ciência. b) A troca de posição entre “do saber científico” e “do cognoscível”, nas linhas 3 e 4: do cognoscível, do saber científico como representação do real. c) A troca de posição entre “do pensamento” e “de percepção”, na linha 8: tanto o processo do pensamento como o de percepção. d) O deslocamento do pronome átono “nos” para depois de “dados”, na linha 11, usando-se ênclise: não são dados-nos da mesma maneira. e) O deslocamento de “nem” (ℓ.13) para depois de “existe” (ℓ.13): porque tudo que existe nem é representável. 52- A partir do artigo “Olhando o futuro”, de José Márcio Camargo, publicado em IstoÉ 2077, de 2/9/2009 foram construídos pares de fragmentos que compõem as opções abaixo. Assinale a opção em que a transformação dos períodos sintáticos em apenas um período, no segundo termo de cada par, resulta em incoerência ou erro gramatical. a) A economia mundial começa a dar sinais de recuperação. São sinais ainda tênues que podem estar sugerindo que a economia chegou ao fundo do poço. Mas muitos dos problemas que originaram a crise continuam preocupando. A economia mundial começa a dar sinais de recuperação, embora são sinais ainda tênues, que podem estar sugerindo que a economia chegou ao fundo do poço, porém muitos dos problemas que originaram a crise continuam preocupando. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 31 b) O colapso do final de 2008 e início de 2009 adicionou novas mazelas. Houve redução do comércio internacional, aumento da taxa de desemprego e queda dos rendimentos reais ao redor do mundo. O colapso do final de 2008 e início de 2009 adicionou novas mazelas, como redução do comércio internacional, aumento da taxa de desemprego e queda dos rendimentos reais ao redor do mundo. c) A pergunta é quanto da retomada da economia depende dos estímulos fiscais e quanto é sustentável sem eles. Por quanto tempo os bancos centrais e os governos ainda poderão manter estes estímulos sem gerar pressões inflacionárias? Pergunta-se quanto da retomada da economia depende dos estímulos fiscais e quanto é sustentável sem eles e, ainda, por quanto tempo os bancos centrais e os governos poderão manter estes estímulos sem gerar pressões inflacionárias. d) Ainda que a pior crise pareça estar para trás, os possíveis cenários para os próximos meses são variados, com enorme incerteza. Não podemos descartar cenários de estagnação, assim como cenários mais otimistas, com crescimento forte. Ainda que a pior crise pareça estar para trás, os possíveis cenários para os próximos meses são variados, com enorme incerteza, pois não podemos descartar cenários de estagnação, assim como cenários mais otimistas, com crescimento forte. e) O cenário mais provável parece ser de crescimento relativamente baixo, devido à baixa oferta e demanda de crédito, ao aumento do desemprego e à queda da renda real. Isso deverá reduzir a taxa de crescimento do consumo nos próximos anos. O cenário mais provável parece ser de crescimento relativamente pequeno, devido à baixa oferta e demanda de crédito, ao aumento do desemprego e à queda da renda real, o que deverá reduzir a taxa de crescimento do consumo nos próximos anos. 53- Assinale a opção correta a respeito do uso das estruturas linguísticas no texto. Os economistas brasileiros se concentram, no exame das causas da crise, na proposta de meios e modos de contorná-la. Com isso, não levam em conta dois pontos. O primeiro é que as medidas contra a crise, que vêm sendo adotadas tanto em países subdesenvolvidos como desenvolvidos, são fundamentalmente corretas. O segundo ponto é que a crise atual, como todas as anteriores, acabará, mais cedo ou mais tarde, Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 31 por ser corrigida. E, quando isso ocorrer, se voltará às fórmulas neoliberais apenas com regulamentação mais estrita da atividade bancária. (Adaptado de João Paulo Magalhães, O que fazer depois da crise. Correio Braziliense, 12 de setembro, 2009) a) Seriam preservadas a correção gramatical e a coerência do texto ao usar o pronome em “contorná-la” (ℓ.2) antes do verbo, escrevendo: modos de a contornar. b) Para evitar as três ocorrências consecutivas de “que” (ℓ.3 e 5), a retirada dessa conjunção antes de “a crise atual” (ℓ.6) manteria a correção gramatical e a coerência do texto. c) Na linha 4, o acento circunflexo em “vêm” indica que a concordância se faz com “medidas”, mas estaria igualmente correto e coerente com a argumentação escrever o verbo sem acento, optando, então, pela concordância com “crise”. d) O pronome em “quando isso” (ℓ.7) resume e retoma, em relações de coesão, o mesmo referente do pronome em “Com isso” (ℓ.2), ou seja, o exame da crise feito pelos economistas. e) Seriam respeitadas as regras gramaticais e as relações entre os argumentos ao empregar o verbo em “se voltará” (ℓ.7) no plural, escrevendo voltarão-se. Leia o seguinte texto para responder às questões 54 e 55. O efeito da supervalorização cambial sobre a indústria atinge muito mais fortemente os níveis da produção e do emprego que os demais setores. Essa é uma situação que precisa ser repensada. É claro que não se trata de um problema simples, que se resolva com providências rápidas, pois exige medidas que às vezes podem ser classificadas como heterodoxas. Mas tem de ser enfrentado com coragem e inteligência. Não pode ser deixado ao sabor dos ventos, pois os custos virão no seu devido tempo, como nossa trajetória econômica bem mostra. Também não podemos deixar nos envolver por uma falácia que diz que qualquer desvalorização resulta em diminuição do bem-estar da sociedade brasileira. É verdade que, quando a taxa de câmbio desvaloriza, há uma redução do salário real. É preciso acrescentar, no entanto, que se reduz o salário real e se aumenta o nível geral do desemprego. (Adaptado de Antonio Delfim Neto, Fábrica de desemprego. CartaCapital, 16 de setembro de 2009) 54- Avalie os seguintes itens para um período sintático que dê continuidade coerente e gramaticalmente correta ao texto. I. Desse modo, o bem-estar da sociedade brasileira está a merce dos ventos que conduzirão à essas providências rápidas. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 31 II. Assim, tratam-se de aspectos multifacetados, com influências recíprocas em nível de exigirem enfrentamento complexo e inteligente. III. O resultado final desse enfrentamento, portanto, é provavelmentepositivo para a sociedade e, mais particularmente, para o setor de trabalho. a) Apenas I é adequado. b) Apenas II é adequado. c) Apenas III é adequado. d) Apenas I e II são adequados. e) Apenas II e III são adequados. 55- Assinale a opção incorreta a respeito do uso das estruturas linguísticas no texto. a) Por se estabelecer, na estrutura sintática, uma relação de comparação, seriam preservadas a correção gramatical e a coerência do texto ao inserir do antes de “que os demais setores” (ℓ.2 e 3). b) Nas relações de coesão, a ideia explicitada na primeira oração do texto é várias vezes retomada: apontada pelo pronome “Essa” (ℓ.3), resumida por “situação” (ℓ.3), referida pelo pronome “que” (ℓ.3) e substituída pelo termo “problema” (ℓ.4). c) A opção pelo uso do modo subjuntivo em “resolva” (ℓ.4) indica que se trata de uma hipótese ou possibilidade, pois a estrutura sintática estaria igualmente correta com o uso do modo indicativo, resolve. d) Com o objetivo de evitar a repetição de dois vocábulos de escrita e som semelhantes, seriam respeitadas as regras gramaticais e as relações entre os argumentos substituindo-se “que diz que” (ℓ.9) por ao dizer que. e) No desenvolvimento das ideias do texto, além de ligar duas orações pela adição, o valor semântico da conjunção “e” (ℓ.13) é o de estabelecer uma relação de causa e consequência. 56- A preocupação com a herança que deixaremos as (1) gerações futuras está cada vez mais em voga. Ao longo da nossa história, crescemos em número e modificamos quase todo o planeta. Graças aos avanços científicos, tomamos consciência de que nossa sobrevivência na Terra está fortemente ligada a (2) sobrevivência das outras espécies e que nossos atos, relacionados a (3) alterações no planeta, podem colocar em risco nossa própria sobrevivência. Contudo, aliado ao desenvolvimento científico, temos o crescimento econômico que nem sempre esteve preocupado com questões ambientais. O que se almeja é o desenvolvimento sustentável, que é aquele viável economicamente, justo socialmente e correto ambientalmente, levando em consideração não só as (4) nossas necessidades atuais, mas também as (5) das gerações futuras, tanto nas comunidades em que vivemos quanto no planeta como um todo. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 31 (Adaptado de A. P. FOLTZ, A Crise Ambiental e o Desenvolvimento Sustentável: o crescimento econômico e o meio ambiente. Disponível em http://www.iuspedia.com.br.22 jan. 2008) Para que o texto acima respeite as regras gramaticais do padrão culto da Língua Portuguesa, é obrigatória a inserção do sinal indicativo de crase em a) 1, 2 e 3 b) 1 e 2 c) 1, 3 e 5 d) 2 e 4 e) 3, 4 e 5 57- Assinale a opção que completa corretamente a sequência de lacunas no texto abaixo. Se hoje ___(1)___ é mais fácil, pelo menos para boa parte da humanidade, livrar-nos da fome e dos leões, se nos é mais fácil debelarmos boa parte das doenças que ____(2)___ a humanidade no decorrer da história, a contrapartida parece ser que não ___(3)___ fugir do desemprego, e, quando sim, não do trabalho desvairado, do temor da absolescência, do esgotamento nervoso, do estresse, da depressão. Cabe perguntar: é a tecnologia a responsável ___(4)___ mudança de nossa visão de mundo, ou é a nossa visão de mundo que conduz ___(5)___ mudanças tecnológicas? A pergunta é oportuna porque nos leva a questionar se não temos o poder de mudar o rumo de nossas vidas, de modificar nossa própria visão de mundo, e ___ (6)___ modificar o próprio mundo. (Filosofia, ciência & vida, ano III, n. 27, p. 32, com adaptações) a) nos / tem assolado / consigamos / pela / as / em b) para nós / assolam / consigamos / pela / à / em c) lhes / tem assolado / conseguimos / com a / as / em d) nos / assolaram / conseguimos / pela / a / de e) para nós / assolam / conseguíssemos / com a / à / de 58- Assinale a opção em que as duas possibilidades propostas para o preenchimento das lacunas do texto resultam em um texto coerente e gramaticalmente correto. O desempenho econômico de uma nação não está necessariamente atrelado a seu desenvolvimento sustentável. Um país pode crescer vertiginosamente, ___(a)___ performance econômica invejável, porém ___(b)___ custas da degradação de seu patrimônio. Por isso, especialistas discutem uma nova maneira de se calcular o PIB, ___(c)___ Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 31 em conta os índices de sustentatibilidade e a preservação dos recursos naturais. A ideia, totalmente inovadora, vai ao encontro ____(d)___ algumas necessidades básicas a serem cumpridas para viabilizar o crescimento sustentável, principalmente nos países em desenvolvimento. Apesar ___(e)___ crise financeira que assombra as economias mundiais, os emergentes passam por um momento de crescimento, e investimentos em infra-estrutura básica tornam-se primordiais para assegurar a sustentatibilidade. (Adaptado de João Geraldo Ferreira, Crescimento acelerado, garantia do desenvolvimento sustentável? Correio Braziliense, 7 de setembro de 2009) a) e apresentar / apresentando b) a / às c) o que leve / levando d) de / com e) da / de a 59- Numere em que ordem os trechos abaixo, adaptados do ensaio Lula e o mistério do desenvolvimento, de Maílson da Nóbrega (publicado em VEJA, de 26 de agosto, 2009), dão continuidade à oração inicial, numerada como (1), de modo a formar um parágrafo coeso e coerente. (1) Mudanças culturais estão na origem do sucesso dos atuais países ricos. ( ) De fato, as lutas mortais dos gladiadores, entre si e com as feras, divertiam os romanos; execuções públicas eram populares na Inglaterra até o século XVIII. ( ) Por isso, a alfabetização disseminada e habilidades aritméticas, antes irrelevantes, adquiriram importância para a Revolução Industrial. ( ) Esses instintos foram substituídos por hábitos fundamentais para o desenvolvimento: trabalho, racionalidade e valorização da educação. ( ) Elas os fizeram abandonar instintos primitivos de violência, impaciência e preguiça. ( ) Como consequência dessas mudanças, a classe média cresceu; valores como poupança, negociação e disposição para o trabalho se firmaram nas sociedades bem-sucedidas. A sequência obtida é a) (1) (2) (4) (5) (6) (2) b) (1) (3) (2) (6) (4) (6) c) (1) (4) (2) (6) (5) (3) d) (1) (3) (5) (4) (2) (6) e) (1) (2) (6) (4) (3) (5) Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 31 60- Os fragmentos abaixo constituem sequencialmente um texto e foram adaptados de Afonso C. M. dos Santos, Linguagem, memória e história: o enunciado nacional (publicado em: Ferreira, L. & Orrico, E., Linguagem, identidade e memória social, p. 2-25). Assinale a opção que apresenta o trecho transcrito com erros gramaticais. a) O termo fantasme é, importado da psicanálise, para expressar a inquietação que os professores deveriam apresentar no momento exato de decidir sobre a direção do seu trabalho. Desta forma o professor desviaria-se do lugar de onde sempre é esperado. b) Poderíamos conceber o nosso fantasme – a nação – como um fenômeno dotado de historicidade e cuja compreensão é central para a história. Por outro lado, podemos considerá-lo como um artefato cultural vinculado à história do próprio conhecimento histórico. c) Construído pela via do imaginário, esse artefatoprecisou da história para se legitimar e fazer crer que a identidade dos países estava assentada em um passado frequentemente anterior à própria existência do Estado. d) É preciso observar que toda interpretação dos fenômenos históricos pela História introduz uma transcendência da duração vivida em um tempo construído, o tempo da história, para realizarmos a reconstrução ideal. e) Na verdade, não podemos deixar de enfrentar nossos fantasmas, identificando o teatro das ilusões das construções historiográficas. Talvez porque nossa tarefa mais contemporânea seja, exatamente, discutir a natureza do conhecimento histórico. GABARITO COMENTADO Texto para as questões 46 e 47. A experiência da modernidade é algo que só pode ser pensado a partir de alguns conceitos fundamentais. Um deles é o conceito de civilização. Tal conceito, a exemplo dos que constituem a base da estrutura da experiência ocidental, é algo tornado possível apenas por meio de seu contraponto, qual seja, o conceito de barbárie. Assim como a ideia de civilização implica a ideia de barbárie, a experiência da modernidade (que não deve ser pensada como algo que já aconteceu, mas como algo que deve estar sempre acontecendo, um porvir) implica a experiência da violência que a tornou possível – a violência fundadora da modernidade. O processo civilizatório se constitui a partir da conquista de territórios e posições ocupados pela barbárie. Tal processo se dá de forma contínua, num movimento insistente que está sendo sempre recomeçado. Pensando em termos de experiência Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 31 moderna, todas as grandes conquistas ou invasões das terras alheias tiveram como justificativa a ocupação dos espaços da barbárie. (Adaptado de Ruberval Ferreira, Guerra na língua: mídia, poder e terrorismo. 2007, p. 79-80) 46- Assinale a opção incorreta a respeito do uso das estruturas linguísticas no texto. a) A flexão de masculino no termo “pensado” (ℓ.1) indica que o pronome relativo “que” retoma, nas relações de coesão, o pronome “algo” e não o substantivo “experiência”. b) O uso da voz passiva em “ser pensada” (ℓ.7) indica que o verbo pensar está empregado como pensar em, e a oração na voz ativa correspondente deve ser escrita como pensar na experiência da modernidade. c) O sinal de travessão, na linha 9, exerce função semelhante ao sinal de dois pontos, que é a de introduzir uma explicação ou uma especificação para a ideia anterior. d) As estruturas sintáticas do texto permitem o deslocamento do pronome átono em “se constitui” (ℓ.10) e “se dá” (ℓ.12) para depois do verbo, escrevendo-se, respectivamente, constitui-se e dá-se, sem que com isso se prejudique a correção ou a coerência do texto. e) Embora a substituição de “está sendo” (ℓ.12 e 13) por é respeite a correção gramatical e a coerência do texto, a opção pelo uso da forma durativa enfatiza a ideia de continuidade do processo civilizatório. COMENTÁRIO: Questão híbrida: a) coesão/concordância, b) voz verbal, c) pontuação, d) colocação pronominal, e) emprego de tempos e modos verbais. a) Perfeita a afirmação da banca. Em “A experiência da modernidade é algo que só pode ser pensado a partir de alguns conceitos fundamentais”, se substituíssemos o “que” por “algo”, teríamos ainda mais certeza da afirmação da banca. Veja: “Algo só pode ser pensado a partir de...”. b) A afirmação da banca não procede, porque verbo transitivo indireto (pensar em), segundo a gramática tradicional, não pode ser passado para a voz passiva, logo “ser pensada” (voz passiva analítica) não tem como forma correspondente na voz ativa “pensar em”. Veja o contexto de novo, reescrito: “A modernidade não pode ser pensada” (agora na voz ativa: “Não podem pensar a modernidade”. Note que o verbo “pensar” é transitivo direto, e não exige a preposição “em”. Eis o gabarito! c) Perfeita a afirmação da banca. Veja o trecho, reescrito: “... implica a experiência da violência que a tornou possível: a violência fundadora da Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 31 modernidade”. Note que “a violência fundadora da modernidade” explica “a violência que a tornou possível” e os dois-pontos (ou o travessão) introduzem tal explicação. d) Perfeita a afirmação da banca. Segundo as regras de colocação pronominal, o pronome pode vir antes ou depois do verbo se houver um sujeito explícito sem palavra atrativa, logo tanto faz: “O processo civilizatório se constitui (ou constitui-se)... Tal processo se dá (ou dá-se) de forma contínua...”. e) Perfeita a afirmação da banca. De fato, o uso do gerúndio enfatiza a ideia de duração do processo verbal, logo “está sendo”, apesar de poder ser substituído por “é”, cumpre o papel de enfatizar a ideia de continuidade do processo civilizatório. GABARITO: B. 47- A partir das ideias do texto, julgue como verdadeiras (V) ou falsas (F) as inferências abaixo, em seguida, assinale a opção correta. ( ) A conquista dos espaços ocupados pela barbárie constitui uma das manifestações da violência que está na origem da modernidade. ( ) A experiência ocidental estrutura-se por meio de conceitos em contraponto, ilustrados no contraponto entre civilização e barbárie. ( ) O processo civilizatório constitui um movimento de constante recomeço porque espaços de violência devem ser ocupados. ( ) A ausência da oposição no conceito de modernidade tornaria injustificável a ocupação de espaços de violência pelo processo civilizatório. A sequência correta é a) V, V, V, F b) V, V, F, V c) V, V, F, F d) F, V, F, V e) F, F, V, V COMENTÁRIO: Questão de interpretação. O que a ESAF chama de inferência, não é nada mais, nada menos que “procure no texto a resposta... e você vai encontrar”. As duas primeiras frases estão corretas e encontram respaldo no texto. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 31 A primeira é corroborada mais especificamente neste trecho (início do segundo parágrafo): “Assim como a ideia de civilização implica a ideia de barbárie, a experiência da modernidade (que não deve ser pensada como algo que já aconteceu, mas como algo que deve estar sempre acontecendo, um porvir) implica a experiência da violência que a tornou possível – a violência fundadora da modernidade.” A segunda já encontra respaldo neste trecho (primeiro parágrafo): “A experiência da modernidade é algo que só pode ser pensado a partir de alguns conceitos fundamentais. Um deles é o conceito de civilização. Tal conceito, a exemplo dos que constituem a base da estrutura da experiência ocidental, é algo tornado possível apenas por meio de seu contraponto, qual seja, o conceito de barbárie.” As duas últimas frases não estão corretas e não encontram respaldo no texto. Sobre a terceira frase: apesar de o texto afirmar que o processo civilizatório constitui um movimento de constante recomeço (Tal processo se dá de forma contínua, num movimento insistente que está sendo sempre recomeçado), o erro está na explicação disso (porque espaços de violência devem ser ocupados). Volte ao texto. Você vai perceber que a ocupação dos espaços da barbárie é a justificativa das “grandes conquistas ou invasões das terras alheias” (fim do texto), não é a justificativa do constante recomeço do processo civilizatório. Espero que você não tenhamarcada a opção A. Sobre a quarta frase: absurda a afirmação de que há “ausência da oposição no conceito de modernidade”, afinal, o tempo todo, o texto argumenta que o conceito de modernidade é atribuído ao contraponto civilização/barbárie. Além disso, a quarta frase é desmentida integralmente pelo próprio texto, o qual afirma que a violência é fundadora da modernidade e que o processo civilizatório se constitui a partir da conquista de territórios e posições ocupados pela barbárie (veja o primeiro e o segundo período do segundo parágrafo). GABARITO: C. Texto para as questões 48 e 49. O desenvolvimento é um processo complexo, que deriva de uma gama de fatores – entre os quais se realça a educação – e precisa de tempo para enraizar-se. É obra construída pela contribuição sistemática de vários governos. Depende da produtividade, que se nutre da ciência, das inovações e, assim, dos avanços da tecnologia. Na verdade, a humanidade somente começou seu desenvolvimento depois da Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, na Inglaterra. A estagnação da renda per capita havia sido a característica da história. A Revolução desarmou a Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 31 Armadilha Malthusiana e deu início à Grande Divergência. A Armadilha deve seu nome ao demógrafo Thomas Malthus, para quem o potencial de crescimento era limitado pela oferta de alimentos. A evolução da renda per capita dependia das taxas de natalidade e mortalidade. A renda per capita da Inglaterra começou a crescer descolada da demografia, graças ao aumento da produtividade na agricultura e da exploração do potencial agrícola da América. (Adaptado de Maílson da Nóbrega, Lula e o mistério do desenvolvimento. VEJA, 26 de agosto, 2009, p.74) 48- A partir da argumentação do texto, infere-se que a) a Grande Divergência falhou em suas previsões, porque se baseou apenas na evolução histórica da renda per capita. b) as previsões de Malthus sobre o processo do desenvolvimento foram confirmadas apenas nos países que não exploravam a agricultura. c) a educação, associada ao desempenho dos governos, mostrou a falsidade das previsões de Thomas Malthus. d) a contribuição da ciência para os avanços da tecnologia pode reverter previsões quanto ao processo de desenvolvimento. e) a Revolução Industrial, ao mostrar o potencial ilimitado de desenvolvimento da humanidade, tornou-se prioridade de governo. COMENTÁRIO: Questão de interpretação. a) Não foi a Grande Divergência que falhou. Mas sim o demógrafo Thomas Malthus, que dizia que o potencial de crescimento era limitado pela oferta de alimentos. b) O último período do texto desmente a afirmação desta alternativa. c) Novamente a afirmação da banca não procede, pois o que de fato desarmou a Armadilha Malthusiana foi a Revolução Industrial. d) Perfeita a afirmação da banca. O próprio texto diz: ”O desenvolvimento é um processo complexo... Depende da produtividade, que se nutre da ciência, das inovações e, assim, dos avanços da tecnologia”. Um exemplo disso é que “A renda per capita da Inglaterra começou a crescer descolada da demografia, graças ao aumento da produtividade na agricultura e da exploração do potencial agrícola da América.” e) Viagem total de orégano... a afirmação não encontra respaldo algum no texto, pois nada se fala sobre um suposto potencial ilimitado do desenvolvimento da humanidade tampouco de referência à prioridade de governo. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 31 GABARITO: D. 49- Provoca-se erro gramatical ou incoerência na argumentação do texto ao a) substituir os dois travessões da linha 2 por vírgulas. b) deixar subentendido o sujeito da oração, retirando o pronome se antes de “realça” (ℓ.2). c) iniciar o terceiro período sintático pelo termo Esse processo, escrevendo “Depende” (ℓ.4) com letra inicial minúscula. d) substituir “havia sido” (ℓ.8) por fora. e) ligar os dois últimos períodos sintáticos pela conjunção porquanto, escrevendo o artigo em “A renda” com letra minúscula. COMENTÁRIO: Questão híbrida: a) pontuação, b) sintaxe, c) coesão, d) correspondência entre tempo composto e tempo simples, e) coesão. a) A oração subordinada adjetiva explicativa pode vir entre travessões ou entre vírgulas, logo a afirmação da banca procede. b) A afirmação da banca procede. Veja o contexto de novo: “O desenvolvimento é um processo complexo, que deriva de uma gama de fatores – entre os quais (se) realça a educação – e precisa de tempo para enraizar-se”. Sem o “se”, apassivador, o sujeito oculto de “realçar” passará a ter como referente “desenvolvimento” (ou “processo”, como preferir): “O desenvolvimento é um processo complexo, que deriva de uma gama de fatores – entre os quais (o desenvolvimento/o processo) realça a educação – e precisa de tempo para enraizar-se”. Não há erro nem incoerência nessa mudança. c) A afirmação da banca está perfeita. A palavra “processo” retoma toda a ideia anterior, logo o período pode ser iniciado por “Esse processo depende...”, mantendo a coesão textual. d) Na ESAF, isso cai muito! A substituição do pretérito mais-que-perfeito composto pelo tempo simples é muito comum: “A estagnação da renda per capita havia sido/fora a característica da história”. e) Entre os dois últimos períodos, há uma relação de oposição, não de explicação, por isso a conjunção explicativa “porquanto” não poderia conectar tais períodos. Veja como ficaria a reescritura ideal: “A evolução da renda per capita dependia das taxas de natalidade e mortalidade, no entanto/não obstante a renda per capita da Inglaterra começou a crescer descolada da demografia, graças ao aumento da produtividade na agricultura e da exploração do potencial agrícola da América”. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 31 GABARITO: E. Texto para as questões 50 e 51. Durante muito tempo, fazer ciência significou poder quantificar os dados da realidade, garantir a generalidade e a objetividade do conhecimento. No afã da universalidade do saber científico, do cognoscível como representação do real, excluía-se o sujeito do conhecimento, sua subjetividade, seus condicionamentos histórico-sociais. Na base desta perspectiva está a crença de que o mundo está aí, pronto para ser apreendido por uma consciência cognoscente. O cientificismo não leva em conta que tanto o processo de percepção como o do pensamento têm seus próprios mecanismos de produção. Hoje, ignorá-los significa negar conquistas relevantes da psicologia contemporânea. Os objetos da percepção e os objetos do pensamento não nos são dados da mesma maneira, nem tampouco se pode pensar na correspondência entre a realidade e sua representação, mesmo porque nem tudo que existe é representável. (Adaptado de Nilda Teves, Imaginário social, identidade e memória. In: Lúcia Ferreira & Evelyn Orrico (org.), Linguagem, identidade e memória social, 2002, p. 53-54) 50- Assinale a opção correta a respeito das estruturas linguísticas do texto. a) No desenvolvimento do texto, a expressão “desta perspectiva” (ℓ.6) aponta para uma concepção de fazer ciência que se opõe à quantificação dos “dados da realidade” (ℓ.2). b) De acordo com as normas gramaticais da língua portuguesa, é opcional o uso da preposição de antes do pronome relativo “que” (ℓ.6); mas seu uso ressaltaas relações de coesão entre “crença” (ℓ.6) e “do saber científico” (ℓ.3), “do cognoscível” (ℓ.3 e 4). c) A vírgula depois de “aí” (ℓ.6) indica que a oração iniciada por “pronto” constitui uma explicação, um esclarecimento sobre a afirmação de que o “mundo está aí”. d) Na linha 9, a flexão de plural no verbo ter, indicada pelo uso do acento circunflexo em “têm”, estabelece a concordância com o termo posposto, “seus próprios mecanismos”. e) Na articulação da progressão das ideias no texto, o pronome átono em “ignorá-los” (ℓ.9) retoma “condicionamentos histórico-sociais” (ℓ.5); por isso está flexionado no plural. COMENTÁRIO: Questão híbrida: a) coerência, b) regência e coesão, c) pontuação, d) concordância, e) coesão e concordância. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 31 a) Afirmação incorreta. A expressão “desta perspectiva” retoma o período anterior, isto é, fazer ciência significa poder quantificar os dados da realidade. b) Afirmação incorreta. O “que” não é um pronome relativo, mas uma conjunção integrante. A preposição deve ser utilizada pela regência do nome “crença”, que exige um complemento nominal: “Na base desta perspectiva está a crença de que o mundo está aí”. Segundo a maior parte dos gramáticos, tal preposição iniciando oração subordinada substantiva é obrigatória, e, pelo visto, a ESAF também considera assim. As demais afirmações da alternativa não procedem. c) Perfeita a afirmação da banca. O trecho “pronto para ser apreendido por uma consciência cognoscente” de fato apresenta um esclarecimento acerca da expressão “o mundo está aí”. É como se disséssemos: “Na base desta perspectiva está a crença de que o mundo está aí, ou seja, o mundo está pronto para ser apreendido por uma consciência cognoscente”. Safo? d) Afirmação incorreta. A forma verbal “têm” concorda com o sujeito composto “tanto o processo de percepção como o do pensamento”. Já o termo “seus próprios mecanismos de produção” é o objeto direto. Como sabemos, verbo não concorda com objeto, mas sim com sujeito. e) Afirmação incorreta. O pronome “-los” retoma “mecanismos de produção”: “O cientificismo não leva em conta que tanto o processo de percepção como o do pensamento têm seus próprios mecanismos de produção. Hoje, ignorar os mecanismos de produção significa negar conquistas relevantes da psicologia contemporânea.” GABARITO: C. 51- Assinale que alteração proposta para estruturas sintáticas do texto preserva sua correção gramatical e coerência argumentativa. a) A troca de posição entre “fazer ciência” e “quantificar os dados da realidade”, nas linhas 1 e 2: quantificar os dados da realidade significou poder fazer ciência. b) A troca de posição entre “do saber científico” e “do cognoscível”, nas linhas 3 e 4: do cognoscível, do saber científico como representação do real. c) A troca de posição entre “do pensamento” e “de percepção”, na linha 8: tanto o processo do pensamento como o de percepção. d) O deslocamento do pronome átono “nos” para depois de “dados”, na linha 11, usando-se ênclise: não são dados-nos da mesma maneira. e) O deslocamento de “nem” (ℓ.13) para depois de “existe” (ℓ.13): porque tudo que existe nem é representável. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 31 COMENTÁRIO: Questão de reescritura. a) Para começar, note que “fazer ciência” significa “1) poder quantificar os dados da realidade, 2) garantir a generalidade e 3) a objetividade do conhecimento”. A simples troca de posição já mudaria a perspectiva da frase, provocando incoerência, pois 1, 2 e 3 dependem de “fazer ciência”, e não o oposto. b) Na verdade a expressão inteira é “do cognoscível como representação do real”. A reescritura proposta pela banca exclui a parte sublinhada, atribuindo-a ao “saber científico”, o que altera o sentido original do texto. c) Veja que as duas formas não se alteram, pois são termos paralelos não especificados por um adjunto: “O cientificismo não leva em conta que tanto o processo de percepção como o do pensamento têm seus próprios mecanismos de produção / O cientificismo não leva em conta que tanto o processo do pensamento como o de percepção têm seus próprios mecanismos de produção”. Sendo assim, não há incorreção, incoerência ou mudança de sentido na argumentação. d) Não pode haver ênclise ao verbo no particípio. Nunca!!! e) O vocábulo “nem”, no texto original, nega o pronome indefinido “tudo”. Com seu a mudança de posição, há mudança de sentido, pois “nem” (= não) passa a negar “é representável”. GABARITO: C. 52- A partir do artigo “Olhando o futuro”, de José Márcio Camargo, publicado em IstoÉ 2077, de 2/9/2009 foram construídos pares de fragmentos que compõem as opções abaixo. Assinale a opção em que a transformação dos períodos sintáticos em apenas um período, no segundo termo de cada par, resulta em incoerência ou erro gramatical. a) A economia mundial começa a dar sinais de recuperação. São sinais ainda tênues que podem estar sugerindo que a economia chegou ao fundo do poço. Mas muitos dos problemas que originaram a crise continuam preocupando. A economia mundial começa a dar sinais de recuperação, embora são sinais ainda tênues, que podem estar sugerindo que a economia chegou ao fundo do poço, porém muitos dos problemas que originaram a crise continuam preocupando. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 31 b) O colapso do final de 2008 e início de 2009 adicionou novas mazelas. Houve redução do comércio internacional, aumento da taxa de desemprego e queda dos rendimentos reais ao redor do mundo. O colapso do final de 2008 e início de 2009 adicionou novas mazelas, como redução do comércio internacional, aumento da taxa de desemprego e queda dos rendimentos reais ao redor do mundo. c) A pergunta é quanto da retomada da economia depende dos estímulos fiscais e quanto é sustentável sem eles. Por quanto tempo os bancos centrais e os governos ainda poderão manter estes estímulos sem gerar pressões inflacionárias? Pergunta-se quanto da retomada da economia depende dos estímulos fiscais e quanto é sustentável sem eles e, ainda, por quanto tempo os bancos centrais e os governos poderão manter estes estímulos sem gerar pressões inflacionárias. d) Ainda que a pior crise pareça estar para trás, os possíveis cenários para os próximos meses são variados, com enorme incerteza. Não podemos descartar cenários de estagnação, assim como cenários mais otimistas, com crescimento forte. Ainda que a pior crise pareça estar para trás, os possíveis cenários para os próximos meses são variados, com enorme incerteza, pois não podemos descartar cenários de estagnação, assim como cenários mais otimistas, com crescimento forte. e) O cenário mais provável parece ser de crescimento relativamente baixo, devido à baixa oferta e demanda de crédito, ao aumento do desemprego e à queda da renda real. Isso deverá reduzir a taxa de crescimento do consumo nos próximos anos. O cenário mais provável parece ser de crescimento relativamente pequeno, devido à baixa oferta e demanda de crédito, ao aumento do desemprego e à queda da renda real, o que deverá reduzir a taxa de crescimento do consumo nos próximos anos. COMENTÁRIO: Questão de reescritura. O gabarito é a letra A, pois apresenta incorreção gramatical no uso do indicativo após a conjunçãoconcessiva “embora”, que “força” o verbo a ficar no subjuntivo; além disso, segundo o texto original, a oração adjetiva que se refere a “sinais ainda tênues” é restritiva, não explicativa, portanto a vírgula após “tênues” deve ser dispensada para manter a ideia de restrição: Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 31 A economia mundial começa a dar sinais de recuperação, embora sejam sinais ainda tênues que podem estar sugerindo que a economia chegou ao fundo do poço, porém muitos dos problemas que originaram a crise continuam preocupando. As demais opções apresentam reescrituras corretas: b) A relação de explicação/esclarecimento entre os períodos se mantém com o uso da preposição acidental “como”, que inicia um aposto explicativo: O colapso do final de 2008 e início de 2009 adicionou novas mazelas, como redução do comércio internacional, aumento da taxa de desemprego e queda dos rendimentos reais ao redor do mundo. c) A ideia de interrogação se mantém em ambas as frases, só que, dessa vez, em uma delas, a interrogação se dá de forma indireta, sem ponto de interrogação. A expressão “e, ainda,” em nada atrapalha a noção temporal da frase. Observe as mudanças: Pergunta-se quanto da retomada da economia depende dos estímulos fiscais e quanto é sustentável sem eles e, ainda, por quanto tempo os bancos centrais e os governos poderão manter estes estímulos sem gerar pressões inflacionárias. d) Houve apenas a transformação de dois períodos em um só. Como entre eles havia uma relação de explicação, foi utilizada a conjunção “pois” para ligá-los: Ainda que a pior crise pareça estar para trás, os possíveis cenários para os próximos meses são variados, com enorme incerteza, pois não podemos descartar cenários de estagnação, assim como cenários mais otimistas, com crescimento forte. e) A troca do pronome demonstrativo “Isso” pelo pronome demonstrativo “o”, retomando toda a ideia anterior, seguido do pronome relativo “que” antecedido de vírgula, não altera nada na correção e na coerência. Veja: O cenário mais provável parece ser de crescimento relativamente pequeno, devido à baixa oferta e demanda de crédito, ao aumento do desemprego e à queda da renda real, o que deverá reduzir a taxa de crescimento do consumo nos próximos anos. GABARITO: A. 53- Assinale a opção correta a respeito do uso das estruturas linguísticas no texto. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 31 Os economistas brasileiros se concentram, no exame das causas da crise, na proposta de meios e modos de contorná-la. Com isso, não levam em conta dois pontos. O primeiro é que as medidas contra a crise, que vêm sendo adotadas tanto em países subdesenvolvidos como desenvolvidos, são fundamentalmente corretas. O segundo ponto é que a crise atual, como todas as anteriores, acabará, mais cedo ou mais tarde, por ser corrigida. E, quando isso ocorrer, se voltará às fórmulas neoliberais apenas com regulamentação mais estrita da atividade bancária. (Adaptado de João Paulo Magalhães, O que fazer depois da crise. Correio Braziliense, 12 de setembro, 2009) a) Seriam preservadas a correção gramatical e a coerência do texto ao usar o pronome em “contorná-la” (ℓ.2) antes do verbo, escrevendo: modos de a contornar. b) Para evitar as três ocorrências consecutivas de “que” (ℓ.3 e 5), a retirada dessa conjunção antes de “a crise atual” (ℓ.6) manteria a correção gramatical e a coerência do texto. c) Na linha 4, o acento circunflexo em “vêm” indica que a concordância se faz com “medidas”, mas estaria igualmente correto e coerente com a argumentação escrever o verbo sem acento, optando, então, pela concordância com “crise”. d) O pronome em “quando isso” (ℓ.7) resume e retoma, em relações de coesão, o mesmo referente do pronome em “Com isso” (ℓ.2), ou seja, o exame da crise feito pelos economistas. e) Seriam respeitadas as regras gramaticais e as relações entre os argumentos ao empregar o verbo em “se voltará” (ℓ.7) no plural, escrevendo voltarão-se. COMENTÁRIO: Questão híbrida: a) colocação pronominal, b) coesão e sintaxe, c) concordância, d) coesão, e) concordância. a) Eis o gabarito! Após preposição, exceto “a”, o pronome oblíquo pode ficar antes ou depois do verbo no infinitivo, desde que não haja palavra atrativa, é claro. Trata-se de um caso facultativo. Veja isto: http://www.euvoupassar.com.br/?go=artigos&a=J8- VlCGygzyq9jpOAG4X0jlLdNo9oogeRuc71cmCDWE~ b) O “que”, conjunção integrante, não pode ser retirado, pois inicia uma oração subordinada substantiva predicativa. A frase ficaria mal estruturada sem a conjunção “que”. c) A forma verbal “vêm” da locução verbal “vêm sendo adotadas” concorda com o antecedente do pronome relativo “que”, a saber: Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 31 “medidas”. Se o verbo ficar no singular (tem), para concordar com “crise”, o sentido vai mudar absurdamente, gerando grande incoerência, pois “crise” não é adotada por país algum. d) “Com isso” retoma o primeiro período do texto (Os economistas brasileiros se concentram, no exame das causas da crise, na proposta de meios e modos de contorná-la). Já “quando isso” retoma o seu período anterior (O segundo ponto é que a crise atual, como todas as anteriores, acabará, mais cedo ou mais tarde, por ser corrigida). Logo o pronome demonstrativo “isso” retoma diferentes referentes. e) O verbo está no futuro do presente, logo só vale a mesóclise: “voltar- se-á”. Quanto à concordância, o verbo intransitivo “voltar” deve continuar na 3ª pessoa do singular, uma vez que o “se” é partícula de indeterminação do sujeito. GABARITO: A. Leia o seguinte texto para responder às questões 54 e 55. O efeito da supervalorização cambial sobre a indústria atinge muito mais fortemente os níveis da produção e do emprego que os demais setores. Essa é uma situação que precisa ser repensada. É claro que não se trata de um problema simples, que se resolva com providências rápidas, pois exige medidas que às vezes podem ser classificadas como heterodoxas. Mas tem de ser enfrentado com coragem e inteligência. Não pode ser deixado ao sabor dos ventos, pois os custos virão no seu devido tempo, como nossa trajetória econômica bem mostra. Também não podemos deixar nos envolver por uma falácia que diz que qualquer desvalorização resulta em diminuição do bem-estar da sociedade brasileira. É verdade que, quando a taxa de câmbio desvaloriza, há uma redução do salário real. É preciso acrescentar, no entanto, que se reduz o salário real e se aumenta o nível geral do desemprego. (Adaptado de Antonio Delfim Neto, Fábrica de desemprego. CartaCapital, 16 de setembro de 2009) 54- Avalie os seguintes itens para um período sintático que dê continuidade coerente e gramaticalmente correta ao texto. I. Desse modo, o bem-estar da sociedade brasileira está a merce dos ventos que conduzirão à essas providências rápidas. II. Assim, tratam-se de aspectos multifacetados, com influências recíprocas em nível de exigirem enfrentamento complexo e inteligente. III. O resultado final desse enfrentamento, portanto, é provavelmente positivo para a sociedade e, mais particularmente, para o setor de trabalho. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestanawww.estrategiaconcursos.com.br 23 de 31 a) Apenas I é adequado. b) Apenas II é adequado. c) Apenas III é adequado. d) Apenas I e II são adequados. e) Apenas II e III são adequados. COMENTÁRIO: Questão de continuidade textual, com correção, coesão e coerência. I: Erro de acentuação: mercê (oxítona terminada em -e, acento obrigatório). Erro de crase: “à mercê de” (locução prepositiva com núcleo feminino, crase obrigatória) e “a essas providências” (não há crase antes de pronome demonstrativo este(a/s), isto, esse(a/s), isso). II: O verbo tratar é transitivo indireto, por isso o “se” é índice de indeterminação do sujeito. Assim, deve ficar flexionado na 3ª pessoa do singular “trata-se”. III: O desfecho do texto original mostra que há uma redução do salário real e um aumento do nível geral do desemprego, sendo isso, logicamente, um dado negativo para a sociedade e para o setor do trabalho, mas a frase III afirma que é positivo, o que gera um contrassenso, uma contradição. Logo, todas as frases que dão continuidade estão incorretas. GABARITO PRELIMINAR: C. GABARITO OFICIAL: ANULADA. 55- Assinale a opção incorreta a respeito do uso das estruturas linguísticas no texto. a) Por se estabelecer, na estrutura sintática, uma relação de comparação, seriam preservadas a correção gramatical e a coerência do texto ao inserir do antes de “que os demais setores” (ℓ.2 e 3). b) Nas relações de coesão, a ideia explicitada na primeira oração do texto é várias vezes retomada: apontada pelo pronome “Essa” (ℓ.3), resumida por “situação” (ℓ.3), referida pelo pronome “que” (ℓ.3) e substituída pelo termo “problema” (ℓ.4). c) A opção pelo uso do modo subjuntivo em “resolva” (ℓ.4) indica que se trata de uma hipótese ou possibilidade, pois a estrutura sintática estaria igualmente correta com o uso do modo indicativo, resolve. d) Com o objetivo de evitar a repetição de dois vocábulos de escrita e som semelhantes, seriam respeitadas as regras gramaticais e as relações entre os argumentos substituindo-se “que diz que” (ℓ.9) por ao dizer que. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 31 e) No desenvolvimento das ideias do texto, além de ligar duas orações pela adição, o valor semântico da conjunção “e” (ℓ.13) é o de estabelecer uma relação de causa e consequência. COMENTÁRIO: Questão híbrida: a) sintaxe, b) coesão, c) emprego de tempos e modos verbais, d) reescritura, e) conjunção/semântica. a) Em “O efeito da supervalorização cambial sobre a indústria atinge muito mais fortemente os níveis da produção e do emprego que os demais setores”, o uso de “do” é facultativo antes da conjunção comparativa “que” (do que os demais setores), portanto a afirmação da banca procede. b) Reveja todo o contexto: “O efeito da supervalorização cambial sobre a indústria atinge muito mais fortemente os níveis da produção e do emprego que os demais setores. Essa é uma situação que precisa ser repensada. É claro que não se trata de um problema simples, que se resolva com providências rápidas, pois exige medidas que às vezes podem ser classificadas como heterodoxas. “Essa”, como pronome demonstrativo anafórico, retoma todo o período anterior. Por sua vez, o substantivo “situação” (também anafórico) faz referência igualmente a todo o período anterior. O pronome relativo “que”, naturalmente anafórico, retoma o substantivo “situação”. Por fim, o substantivo “problema”, anafórico como os demais, retoma, por sinonímia contextual, a palavra “situação”. Todos esses elementos, portanto, colaboram com a coesão e a coerência textuais. c) Independentemente de o subjuntivo indicar hipótese (resolva) e o indicativo exprimir certeza (resolve), não há com isso incorreções gramaticais tampouco incoerência. Logo, uma forma pode substituir outra no contexto em que se encontra. d) Não há desvio de regra gramatical alguma tampouco incoerência entre os argumentos com a substituição de uma expressão por outra, logo a afirmação da banca procede. e) Apesar de o “e” poder introduzir uma ideia de consequência, o contexto da frase não nos permite afirmar isso. Reveja a frase: “É preciso acrescentar, no entanto, que 1) se reduz o salário real e 2) se aumenta o nível geral do desemprego”. Isto é: “É preciso acrescentar, no entanto, duas coisas: 1) se reduz o salário real e 2) se aumenta o nível geral do desemprego”. Percebe que a relação é tão somente de adição? Não há uma relação de causa e consequência entre as orações 1 e 2. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 31 Diferentemente do caso abaixo, em que o “e” introduz uma ideia com valor consecutivo: “O governo brasileiro aumentou ainda mais os impostos, e a população saiu em protesto às ruas.” Causa: O governo brasileiro aumentou ainda mais os impostos Consequência: a população saiu em protesto às ruas Safo?! GABARITO: E. 56- A preocupação com a herança que deixaremos as (1) gerações futuras está cada vez mais em voga. Ao longo da nossa história, crescemos em número e modificamos quase todo o planeta. Graças aos avanços científicos, tomamos consciência de que nossa sobrevivência na Terra está fortemente ligada a (2) sobrevivência das outras espécies e que nossos atos, relacionados a (3) alterações no planeta, podem colocar em risco nossa própria sobrevivência. Contudo, aliado ao desenvolvimento científico, temos o crescimento econômico que nem sempre esteve preocupado com questões ambientais. O que se almeja é o desenvolvimento sustentável, que é aquele viável economicamente, justo socialmente e correto ambientalmente, levando em consideração não só as (4) nossas necessidades atuais, mas também as (5) das gerações futuras, tanto nas comunidades em que vivemos quanto no planeta como um todo. (Adaptado de A. P. FOLTZ, A Crise Ambiental e o Desenvolvimento Sustentável: o crescimento econômico e o meio ambiente. Disponível em http://www.iuspedia.com.br.22 jan. 2008) Para que o texto acima respeite as regras gramaticais do padrão culto da Língua Portuguesa, é obrigatória a inserção do sinal indicativo de crase em a) 1, 2 e 3 b) 1 e 2 c) 1, 3 e 5 d) 2 e 4 e) 3, 4 e 5 COMENTÁRIO: Questão de crase e regência. Observe a regência dos verbos e dos nomes. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 31 “A preocupação com a herança que deixaremos as (1) gerações futuras...” Quem deixa... deixa algo A alguém (A + AS = ÀS gerações futuras). “... nossa sobrevivência na Terra está fortemente ligada a (2) sobrevivência das outras espécies...” ligada A + A sobrevivência = À sobrevivência. “... e que nossos atos, relacionados a (3) alterações...” Não há crase antes de palavra pluralizada com sentido genérico. O “a” é só uma preposição exigida por “relacionados”. “... não só as (4) nossas necessidades atuais, mas também as (5) das gerações futuras...” Meros artigos definidos. Não há termo algum anterior exigindo preposição “a”, a fim de haver possibilidade de crase. GABARITO: B. 57- Assinale a opção que completa corretamente a sequência de lacunas no texto abaixo. Se hoje ___(1)___ é mais fácil, pelo menos para boa parte da humanidade, livrar-nos da fome e dos leões, se nos é mais fácil debelarmos boa parte das doenças que ____(2)___ a humanidade nodecorrer da história, a contrapartida parece ser que não ___(3)___ fugir do desemprego, e, quando sim, não do trabalho desvairado, do temor da absolescência, do esgotamento nervoso, do estresse, da depressão. Cabe perguntar: é a tecnologia a responsável ___(4)___ mudança de nossa visão de mundo, ou é a nossa visão de mundo que conduz ___(5)___ mudanças tecnológicas? A pergunta é oportuna porque nos leva a questionar se não temos o poder de mudar o rumo de nossas vidas, de modificar nossa própria visão de mundo, e ___ (6)___ modificar o próprio mundo. (Filosofia, ciência & vida, ano III, n. 27, p. 32, com adaptações) a) nos / tem assolado / consigamos / pela / as / em b) para nós / assolam / consigamos / pela / à / em c) lhes / tem assolado / conseguimos / com a / as / em d) nos / assolaram / conseguimos / pela / a / de e) para nós / assolam / conseguíssemos / com a / à / de COMENTÁRIO: Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 31 Questão de preenchimento de lacunas, em que se testa sua capacidade de correção gramatical, coesão e coerência. Note que, para marcar a primeira lacuna, é preciso perceber que o autor se coloca na 1ª pessoa do plural, incluindo o leitor. Portanto, o uso da 3ª pessoa (lhes (letra C)) estaria equivocado. Perceber isso é bom, pois já eliminamos a letra C. No entanto, na primeira lacuna, o uso dos pronomes oblíquos “nos” (átono) ou “para nós” (tônico) está correto. Sendo assim, estamos ainda entre as opções A, B, D e E (não ajudou muito ainda... rs...). Segunda lacuna: A letra A já está eliminada, pois a forma verbal “tem assolado” deveria estar no plural (têm assolado), para concordar com o antecedente do pronome relativo “que”, a saber: “doenças”. Note que as demais opções apresentam o verbo “assolar” corretamente no plural. O que muda nas demais opções é que, em B e em E, o verbo está no presente do indicativo (assolam); em D, no pretérito perfeito do indicativo (assolaram). Pelo contexto de passado (devido à expressão “no decorrer da história”), creio que a opção D está em vantagem... mas o presente do indicativo também pode fazer as vezes de pretérito perfeito do indicativo, logo... ainda estamos entre B, D e E. Terceira lacuna: Levando em conta a correlação verbal e o sentido do contexto, o verbo que preenche a lacuna só pode estar no presente, logo a opção E cai por terra! Veja: “... a contrapartida parece ser que não conseguíssemos fugir do desemprego...”???? O ideal seria: “... a contrapartida parece ser que não consigamos/conseguimos fugir do desemprego...”. Não obstante perceba que o contexto sugere que o cenário não mudou ao longo do tempo, por isso a ideia de certeza cabe melhor no contexto (“conseguimos” é presente do indicativo; “consigamos”, do subjuntivo), em que a forma subjuntiva seria uma “forçação de barra”. Eu, Pestana, pararia aqui, ficando com “conseguimos”, mas... vamos supor que você não estivesse convencido ainda... só parece que a opção D é a melhor mesmo... mas calma... estamos entre B e D ainda... Quarta lacuna: B e D empataram, afinal, ambas as opções apresentam “pela”, a fim de preencher a lacuna. Quinta lacuna: A hora da verdade! Veja que o contexto não pode apresentar crase, como indica a opção B: “... nossa visão de mundo que conduz a mudanças tecnológicas...”. Não há crase antes de palavra pluralizada com sentido genérico, logo a opção D é o gabarito! Ufa!!!!! Deu trabalho, hein! GABARITO: D. Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 31 58- Assinale a opção em que as duas possibilidades propostas para o preenchimento das lacunas do texto resultam em um texto coerente e gramaticalmente correto. O desempenho econômico de uma nação não está necessariamente atrelado a seu desenvolvimento sustentável. Um país pode crescer vertiginosamente, ___(a)___ performance econômica invejável, porém ___(b)___ custas da degradação de seu patrimônio. Por isso, especialistas discutem uma nova maneira de se calcular o PIB, ___(c)___ em conta os índices de sustentatibilidade e a preservação dos recursos naturais. A ideia, totalmente inovadora, vai ao encontro ____(d)___ algumas necessidades básicas a serem cumpridas para viabilizar o crescimento sustentável, principalmente nos países em desenvolvimento. Apesar ___(e)___ crise financeira que assombra as economias mundiais, os emergentes passam por um momento de crescimento, e investimentos em infra-estrutura básica tornam-se primordiais para assegurar a sustentatibilidade. (Adaptado de João Geraldo Ferreira, Crescimento acelerado, garantia do desenvolvimento sustentável? Correio Braziliense, 7 de setembro de 2009) a) e apresentar / apresentando b) a / às c) o que leve / levando d) de / com e) da / de a COMENTÁRIO: Questão de preenchimento de lacunas, em que se testa sua capacidade de correção gramatical, coesão e coerência. a) Como o contexto é de adição, tanto se pode usar a forma desenvolvida “e apresentar” como a forma reduzida de gerúndio “apresentando”. Veja: “Um país pode crescer vertiginosamente, e apresentar/apresentando performance econômica invejável”. Quanto à vírgula antes da conjunção “e”, saiba que a única justificativa que procede é a de que ela pode ser usada por motivo de ênfase para destacar o conteúdo da oração que ela introduz. Portanto, eis o gabarito! b) Só existe a locução prepositiva “à custa de” ou “às custas de”, mas não “a custas de”. c) Com o uso de “levando”, há ambiguidade, pois se trata dos “especialistas” ou do “PIB”? Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 31 d) A expressão correta é “ao encontro de”. e) Só poderia ser “de a”, se o substantivo “crise” tivesse função de sujeito (Apesar de a crise assombrar as economias...). Como não é o caso, a contração “da” é obrigatória no contexto. GABARITO: A. 59- Numere em que ordem os trechos abaixo, adaptados do ensaio Lula e o mistério do desenvolvimento, de Maílson da Nóbrega (publicado em VEJA, de 26 de agosto, 2009), dão continuidade à oração inicial, numerada como (1), de modo a formar um parágrafo coeso e coerente. (1) Mudanças culturais estão na origem do sucesso dos atuais países ricos. ( ) De fato, as lutas mortais dos gladiadores, entre si e com as feras, divertiam os romanos; execuções públicas eram populares na Inglaterra até o século XVIII. ( ) Por isso, a alfabetização disseminada e habilidades aritméticas, antes irrelevantes, adquiriram importância para a Revolução Industrial. ( ) Esses instintos foram substituídos por hábitos fundamentais para o desenvolvimento: trabalho, racionalidade e valorização da educação. ( ) Elas os fizeram abandonar instintos primitivos de violência, impaciência e preguiça. ( ) Como consequência dessas mudanças, a classe média cresceu; valores como poupança, negociação e disposição para o trabalho se firmaram nas sociedades bem-sucedidas. A sequência obtida é a) (1) (2) (4) (5) (6) (2) b) (1) (3) (2) (6) (4) (6) c) (1) (4) (2) (6) (5) (3) d) (1) (3) (5) (4) (2) (6) e) (1) (2) (6) (4) (3) (5) COMENTÁRIO: Questão de ordenação textual. Observe que as partes do texto destacadas estão interligadas, numa progressão argumentativa, por isso esta ordem é a única correta: (1) Mudanças culturais estão na origem do sucesso dos atuais países ricos. Observe que a únicafrase que constitui progressão correta é esta: Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 31 (2) Elas (mudanças culturais) os (atuais países ricos) fizeram abandonar instintos primitivos de violência, impaciência e preguiça. Note que aqui já eliminamos todas as demais opções que poderiam servir de segunda frase. Sendo assim, o gabarito é a D. Mole, mole! Veja a sequência completa: (1) Mudanças culturais estão na origem do sucesso dos atuais países ricos. (2) Elas (mudanças culturais) os (atuais países ricos) fizeram abandonar instintos primitivos de violência, impaciência e preguiça. (3) De fato, as lutas mortais dos gladiadores, entre si e com as feras, divertiam os romanos; execuções públicas eram populares na Inglaterra até o século XVIII. (4) Esses instintos foram substituídos por hábitos fundamentais para o desenvolvimento: trabalho, racionalidade e valorização da educação. (5) Por isso, a alfabetização disseminada e habilidades aritméticas, antes irrelevantes, adquiriram importância para a Revolução Industrial. (6) Como consequência dessas mudanças, a classe média cresceu; valores como poupança, negociação e disposição para o trabalho se firmaram nas sociedades bem- sucedidas. GABARITO: D. 60- Os fragmentos abaixo constituem sequencialmente um texto e foram adaptados de Afonso C. M. dos Santos, Linguagem, memória e história: o enunciado nacional (publicado em: Ferreira, L. & Orrico, E., Linguagem, identidade e memória social, p. 2-25). Assinale a opção que apresenta o trecho transcrito com erros gramaticais. a) O termo fantasme é, importado da psicanálise, para expressar a inquietação que os professores deveriam apresentar no momento exato de decidir sobre a direção do seu trabalho. Desta forma o professor desviaria-se do lugar de onde sempre é esperado. b) Poderíamos conceber o nosso fantasme – a nação – como um fenômeno dotado de historicidade e cuja compreensão é central para a história. Por outro lado, podemos considerá-lo como um artefato cultural vinculado à história do próprio conhecimento histórico. c) Construído pela via do imaginário, esse artefato precisou da história para se legitimar e fazer crer que a identidade dos países estava assentada em um passado frequentemente anterior à própria existência do Estado. d) É preciso observar que toda interpretação dos fenômenos históricos pela História introduz uma transcendência da duração vivida em um tempo construído, o tempo da história, para realizarmos a reconstrução ideal. e) Na verdade, não podemos deixar de enfrentar nossos fantasmas, identificando o teatro das ilusões das construções historiográficas. Talvez Língua Portuguesa Provas Comentadas da ESAF Prof. Fernando Pestana – Aula 08 Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 31 porque nossa tarefa mais contemporânea seja, exatamente, discutir a natureza do conhecimento histórico. COMENTÁRIO: Questão de reconhecimento de frases corretas e incorretas. Eis o trecho errado (já corrigido): “O termo fantasme é (não há vírgula entre o verbo auxiliar e o principal) importado da psicanálise, para expressar a inquietação que os professores deveriam apresentar no momento exato de decidir (o verbo transitivo direto “decidir” não exige a preposição ‘sobre’) a direção do seu trabalho. Desta forma o professor desviar-se-ia/se desviaria (verbo no futuro do pretérito nunca exige ênclise, mas mesóclise ou próclise) do lugar de onde sempre é esperado”. As demais opções obviamente estão corretas. Caso tenha percebido algum possível erro em alguma opção, envie um e-mail, não hesite: fernandopest@yahoo.com.br. GABARITO: A. ---------------------------------------------------------------------------------- Depois da aula 09, prepare-se para a aula “Mister M”!!! Você vai entender exatamente o que estou falando quando chegar a aula 10... e vai ficar feliz da vida... aguarde e confie! ☺ Abs! Pest
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