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Prof. Giuliano Menezes OS: 0639/9/11-Felipe 1 TRIBUTÁRIO DIREITO Direito Tributário Prof. Giuliano Menezes Módulo 2 OS: 0639/9/11‐Felipe Prof. Giuliano Menezes OS: 0639/9/11-Felipe 2 TRIBUTÁRIO DIREITO OAB – 1ª FASE Direito Tributário – Módulo 2 LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR (art 150. CF) Princípios Constitucionais Tributários A CF atribui aos entes competência tributária, cada um recebe uma parte da competência tributária. A competência tributária é a 1ª forma de limitação do poder de tributar. Ex. IPVA ‐ imposto exclusivo do Estado. No entanto, não é a única forma de limitação. Os princípios tributários também limitam o poder de tributar. Referidos princípios (alguns previstos no art. 150 da Constituição Federal) condicionam o poder de tributar. Princípio da Legalidade (art. 150, I CF). A essência da CF é dar poder e ao mesmo tempo limitar o poder. O tributo só pode ser criado/majorado por lei específica. Não pode ser criado por decreto ou portaria. Quem o aprova são os nossos representantes. A competência tributária só é outorgada a entes políticos federativos porque só eles são dotados de poder legislativo O que adiantaria entregar a competência tributária sem poder para legislar? Somente os entes políticos podem criar tributos, por ser dotados de poder legislativo. “Exceções ao Principio da Legalidade” (art.153,p1º CF) – Mitigações – A lei do I.R alíquota fixa em 15, 20, 27,5% mas em alguns impostos a alíquota não é fixada, ou seja, tem um patamar mínimo e máximo a ser cobrado, por exemplo, a alíquota pode variar de 0% até 100% e um decreto fixa o valor da alíquota dentro do intervalo legal. A lei prevê o intervalo e o decreto fixa o valor. São os seguintes impostos: II (imposto de importação), IE (exportação), IPI (produtos industrializados), IOF (operações financeiras) (art. 153, § 1º, CF). São impostos sem alíquotas fixas por lei e sim pelo Poder Executivo através de decreto. O Poder Executivo fixa a alíquota no intervalo que a lei autorizar, razão pela qual existe imposto sem alíquota fixa (para isso as leis tem que verificar as funções dos tributos). Funções dos tributos: ‐ Fiscal: A sua função principal é arrecadar. O Estado através dos impostos tem objetivo de arrecadação. ‐Extrafiscal: Objetivo central é intervir na economia, estimulando ou desestimulando determinados comportamentos dos contribuintes. Ex. o governo diminuiu a cobrança do IPI sobre automóveis aumentando quase que imediatamente o consumo interno, tendo como resultado o aumento do consumo em 2009 maior do que o ano de 2008. O poder público é o tutor da economia. Essa é a razão pelo qual esses impostos tem que ter alíquotas flexíveis para ter respostas imediata (II,IE,IPI,IOF). Ex. Imposto sobre Importação alíquota alta para valorizar o consumo dos bens nacionais. Instrumento de política econômica (função extra‐ fiscal), flexibilidade dentro da limitação da lei – o executivo é quem define. ‐ Parafiscais Função do Código Tributário Nacional No art. 146, II CF – Lei complementar – regular as limitações constitucionais ao poder de tributar. – Regula os princípios tributários (dentre outras matérias). O CTN seria uma Lei complementar que esclareceria os princípios. O CTN regulamenta o poder de tributar (dentre outras matérias). O CTN no Art. 97 esclarece a CF, regula as limitações ao poder de tributar, esclarece os princípios. É importante ressaltar que o Código Tributário Nacional foi elaborado como lei ordinária e recepcionado pela nova ordem constitucional como lei complementar (cuida‐se do fenômeno da Recepção Constitucional) Existe hierarquia entre lei complementar e lei Ordinária?Uma lei complementar poderá ocasionalmente ser revogada por lei ordinária? O STF sempre teve uma posição contrária a este posicionamento. O STF entende que não há hierarquia o que há é uma RESERVA DE MATÉRIA. Prof. Giuliano Menezes OS: 0639/9/11-Felipe 3 TRIBUTÁRIO DIREITO Princípio da Anterioridade Princípio da Anterioridade: Como regra geral, a criação ou majoração de um tributo fica postergada para o exercício financeiro seguinte. No Brasil, o ano fiscal coincide com o ano civil, ou seja, se o governo aumentar um tributo em fevereiro de 2009, em regra só poderá ser cobrado no exercício financeiro de 2010. Anterioridade X Anualidade: A anualidade não se aplica no Brasil. Anterioridade refere‐se a cobrança de tributo a partir do exercício seguinte, valendo de forma indefinida, só deixando de valer quando revogada por outra lei. A anualidade – significa que a majoração/criação terá que ser ratificada todo ano para poder cobrar no ano seguinte, como se exigisse do Executivo que justifique todo ano a cobrança. Não se aplica a anualidade no Brasil no campo tributário. Quando se fala em principio da Anterioridade, postergando a cobrança do tributo para o ano seguinte, não significa que tenha que esperar 1 ano inteiro, por exemplo, aumento em dezembro/09, cobra‐se em jan/10 (inicio do exercício fiscal seguinte). O principio da anterioridade também é chamado de princípio da não surpresa: Para que o contribuinte não seja surpreendido na cobrança de novos impostos. ART. 150, III “b”– Fica vedada a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Os princípios tributários existem para nos proteger (proteção para o contribuinte), mas se o Governo reduz ou extingue o tributo e coloca no corpo da lei “esta lei entra em vigor após a publicação” tem efeito imediato – não há que se falar em principio da anterioridade em caso de redução ou extinção. Princípio da Anterioridade Genérica (art. 150,III, “b”, CF) Posterga a eficácia para o ano seguinte (Art. 150, III “B” CF) – Regra Geral Princípio Anterioridade Mitigada (nonagesimal ) (Art.195,§ 6º e Art 150,III “C”‐ CF) ** Contribuições sociais para a seguridade social (Art. 195, § 6º) – A cobrança desse tipo de tributo terá eficácia conforme preceito do art. 195, p.6º quando determina que a exigibilidade só poderá ocorrer após decorridos 90 dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b. A Anterioridade Mitigada era restrita às contribuições sociais para a seguridade social. No entanto, a EC. Nº 42/03 estendeu referida imunidade também para os tributos em geral (Art. 150, III, “C”, CF) Exceções ao princípio da Anterioridade (Art. 150, §1º CF) A extrafiscalidade flexibiliza o principio da anterioridade Art. 150, § 1º Na verdade o art.150, § 1º diz que existem algumas espécies tributárias que não estão sujeitas ao principio da anterioridade mitigada e nem genérica, são eles: Art. 148,I – empréstimo compulsório (guerra), Art. 150, I,II,V (I.Importação, II. Exportação, V.operações financeiras), Art. 154 II( imposto da guerra) – Essas espécies nãoestão sujeitas, nem ao Princípio da Anterioridade Genérica, nem ao Princípio da Anterioridade Mitigada – Publica‐se hoje e a cobrança amanhã. Existem outras que não seguem a mitigada aplicando‐se somente a genérica. Exemplo: Imposto de Renda Art 153,III – IR – ainda é possível o aumento no final do ano e a cobrança no exercício seguinte com menos de 90 dias. Também não se aplica a mitigada (nonagesimal) a base de cálculo dos impostos previstos nos artigos 155 III (IPVA), 156 I (IPTU). Não se aplica a anterioridade Genérica ao IPI‐ só segue a mitigada – art. 153, IV CF (se aumentar o teto) ** Os que não estão ressalvados seguem os dois princípios. O ITR segue os dois, o ITBI segue os dois (genérica e mitigada‐ aplicando o mais benéfico). Principio da Irretroatividade (Art 150,III “a”, CF) É uma conseqüência lógica do principio da anterioridade. Talvez não fosse necessário o Prof. Giuliano Menezes OS: 0639/9/11-Felipe 4 TRIBUTÁRIO DIREITO constituinte expressá‐lo. Ex. Jan/08 alíquota IR ‐ 27,5% e o Governo em Jun/08 aumenta para 28% ‐ esta nova alíquota só será cobrada em Jan/09 (genérica‐IR), pelo principio da anterioridade os fatos futuros poderão ser protegidos (período de jun/o8 e dez/08) – não serão alcançados. E devido ao principio da irretroatividade não pode alcançar fatos passados – segurança jurídica. Ex. Atividades estimuladas por tributação baixa e não seria justo cobrar os passados (art.150, III “a”) O principio da irretroatividade não tem Exceções – até mesmo os extrafiscais que são cobrados imediatamente (I. importação, I. exportação) não podem retroagir. ‐ ANOTAÇÕES ‐ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________
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