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NOTAS DE AULA – POLÍTICA
SROUR, R. H. Poder, cultura e ética nas organizações. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
Características, exigências e necessidades das coletividades:
As relações sociais que articulam os agentes coletivos constituem o objeto de estudos das ciências sociais.
As práticas sociais são conjuntos planejados de atividades que implicam intervenções na realidade. Pautam-se por normas e valores. São socialmente controladas e desenvolvidas de maneira estruturada. Constituem a dinâmica da vida social.
Toda coletividade abriga diferenças sociais e requer mediações para manter a convivência (condição para viabilizar a vida social).
As coletividades necessitam de padrões culturais (princípios, valores, crenças, normas morais) e normas jurídicas e suas respectivas sanções para que as ações tenham pautas comuns.
As coletividades necessitam de gestão e atividades diretivas (processos de controle, de articulação, de arbitragem e de deliberação orientados para fins coletivos), que remetem à política.
A política trata das atividades de controle, de articulação, de arbitragem e de deliberação, orientando-se pela busca de fins coletivos, estabelecendo regras comuns, a fim de tornar a vida social possível. Tem como princípio a produção de bens públicos, minimizando os choques entre os múltiplos interesses.
Neste contexto, a liberdade corresponde à autonomia que os agentes sociais exercem nos limites de sua responsabilização social.
Nas coletividades, ocorre o processo de cooperação, ou seja, a ação coordenada e simultânea de vários agentes sociais que produz sinergia → unidade de ação e de direção.
Política e polarizações sociais (dimensão política do processo decisório)
Toda relação social configura uma polarização de interesses e de disposições.
O terreno político é o campo onde se medem forças e se digladiam interesses.
O processo político representa disputa de interesses (subordinação a duas forças: legitimação [apoio] da tomada de decisão e resistências [oposição] que objetivam impedir a ação). 
Os agentes sociais medem forças e tecem alianças para alcançar os objetivos: relação poder (o chefe manda) e contrapoder (o subalterno pode oferecer resistências).
A disputa econômica e a disputa política se processam num espaço em que existem interesses diferentes ou divergentes. Exemplo: gestores buscam conquistar apoios de seus pares, superiores, subordinados ou contrapartes para enfrentar concorrentes.
Todo processo político representa disputa de interesses e corresponde a uma produção, ou seja, na entrada, estão os pleitos, as demandas e as reivindicações; na saída, estão as decisões que afetam os interesses envolvidos.
Todo processo decisório consiste em escolher um caminho. As decisões, mesmo tomadas com base em critérios técnicos, não são neutras, pois se apóiam em interesses individuais, corporativos ou coletivos.
NOTAS DE AULA – FILOSOFIA POLÍTICA MODERNA: MAQUIAVEL (1469 – 1527)
MAQUIAVEL, N. O príncipe. 8. ed. São Paulo: Martin Claret, 2009.
MARCONDES, D. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. 10. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.
REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: do Humanismo a Kant. São Paulo: Paulinas, 1990. (Coleção Filosofia, vol. 2).
Maquiavel (1469 – 1527)
Autor de um dos clássicos da teoria política: O príncipe 
Desenvolveu análise histórica de diferentes situações nas quais os governantes conquistaram ou perderam o poder. 
Retratou a questão da conquista e da manutenção do poder por meio de manipulações de todos os tipos. A técnica se distancia da ética.
Enfoque empírico e pragmático: análise de fatos históricos e foco nos objetivos a serem atingidos. 
Analisou o poder como fato político, independente de questões morais.
Estudou a política como ciência autônoma, livre da religião e da ética. 
A investigação política afastou-se do pensamento especulativo, ético e religioso, assumindo caráter autônomo, ou seja, a política pela política.
O critério decisivo em sua análise é a eficácia do poder.
Defende o realismo político: mostrar as coisas como são e não como deveriam ser (a verdade efetiva das coisas).
A principal qualidade do príncipe é a virtude (coragem, habilidade, persistência).
Defende que o governante deve ser implacável em seu objetivo de exercer o poder.
O príncipe deve fazer escolhas funcionais para o governo eficaz do Estado.
O príncipe deve agir conforme as circunstâncias. Para manter-se no poder, poderá usar métodos desumanos e usar de má fé. Focar nas aparências (parecer ser). “Os fins justificam os meios.” 
O príncipe deve agir certo, no momento certo. 
As medidas cruéis devem ser praticadas de uma só vez. Os benefícios devem ser graduais, para serem constantemente lembrados.
Necessidade de distinguir as ações de Maquiavel de suas análises a partir das observações da política.
NOTAS DE AULA – FILOSOFIA POLÍTICA MODERNA (LIBERALISMO E TEORIA CONTRATUALISTA)
LUKESI, C.C.; PASSOS, E. S. Introdução à filosofia: aprendendo a pensar. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2004.
MARCONDES, D. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. 10. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.
 
Filosofia moderna 
Período de conflitos intelectuais, intenso movimento artístico e muitas crises.
Características do período moderno: dissolução da ordem feudal; desestruturação da ideia cristã de mundo; contestação da autoridade moral e teológica da Igreja pela Reforma Protestante; contestação do poder temporal da Igreja; combate à monarquia absolutista e ao Estado centralizado; questionamento da autoridade tradicional.
Ênfase no paradigma antropocêntrico e na imanência, opondo-se ao paradigma teocêntrico e à transcendência, predominantes na filosofia medieval.
Domínio da razão (consolidação da razão humana como luz natural para organizar o saber científico).
Fundamentação da nova ciência baseada em explicações experimentais, combatendo a especulação metafísica.
Desenvolvimento de teorias políticas sobre o novo modo de ordenar a sociedade (passagem do poder absoluto à tripartição: poderes Executivo, Legislativo e Judiciário).
 Liberalismo político
Princípios do liberalismo político: existência de direitos naturais ao ser humano, valorização da livre iniciativa e liberdade individual.
Problema central do liberalismo e da teoria política moderna: conciliar liberdades e direitos individuais (direitos naturais do ser humano) com as exigências da vida social (definição de interesses comuns essenciais à vida social).
Filosofia política moderna (teóricos do liberalismo e da teoria do contrato social): discussão sobre novo modelo de ordem social e organização política, legitimação do exercício do poder.
Influências do pensamento liberal e da teoria do contrato social: democracia representativa, sistema parlamentar, estabelecimento de constituições e cartas de direitos civis.
NOTAS DE AULA – TEORIA CONTRATUALISTA: THOMAS HOBBES (1588 – 1679)
HOBBES, T. Leviatã ou matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1979. (Coleção Os pensadores).
MARCONDES, D. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. 10. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.
Thomas Hobbes (1588 – 1679)
Influenciou as discussões sobre as relações entre indivíduo e Estado. Autor da obra clássica “Leviatã”.
“O homem é o lobo do próprio homem” e “guerra de todos contra todos”: ideias fundamentais como síntese do pensamento político de Hobbes. Tem concepção negativa sobre a natureza humana: o homem é naturalmente agressivo. O ser humano não é naturalmente altruísta. É naturalmente egoísta, tendo inclinação para o desejo de poder.
Estado de natureza: estado de guerra de todos contra todos. Representa como o homem se comportaria, considerando a natureza humana, caso não houvesse a obrigação de cumprir leise respeitar os contratos estabelecidos pela sociedade. Estado de luta incessante de uns contra os outros. No estado de natureza, os indivíduos se destruiriam mutuamente.
Todos os homens são naturalmente iguais – igualdade baseada no desejo de auto-conservação. Para se auto-preservar, o ser humano recorre à violência (estado de natureza). O ser humano precisa sair do estado de natureza para se auto-conservar.
A entrada do indivíduo na sociedade se dá quando a preservação da vida está ameaçada. Não existe cooperação natural, mas artificial. O poder soberano existe para impedir o estado de natureza e permitir a convivência entre os homens. 
Base para a constituição e funcionamento da sociedade: os indivíduos devem ceder uma parte de seus direitos a um soberano – estabelecimento do contrato social – para instituir a sociedade civil e evitar a guerra de todos contra todos. O estado tem como objetivo garantir a sobrevivência dos indivíduos. O poder passa a ser exercido por um soberano (assembleia, parlamento ou rei).
A sociedade civil torna-se essencial para que a vida seja viável. O pacto social introduz o ser humano em uma ordem moral. O contrato social é uma mútua transferência de direito. O contrato pressupõe a renúncia de cada indivíduo a seu direito a tudo para transferi-lo a um soberano.
Rejeita as teorias tradicionais da origem divina dos reis. Defende o exercício absoluto do poder para ser eficaz. O poder absoluto resulta do contrato social e deve ser exercido conforme este contrato. O pacto social conduz necessariamente ao absolutismo. Todos devem se submeter à vontade única de um homem ou de uma assembleia determinada. Defende a concentração de todos os poderes nas mãos do soberano. Os pactos sem espada não passam de palavras.
É contratualista, mas não é liberal.
NOTAS DE AULA – TEORIA CONTRATUALISTA: JOHN LOCKE (1632 – 1704) 
LOCKE, J. Carta acerca da tolerância; segundo tratado sobre o governo; ensaio acerca do entendimento humano. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1978. (Coleção Os pensadores).
MARCONDES, D. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. 10. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.
John Locke (1632 – 1704) 
Paralelismo entre suas teses sociais e políticas e sua teoria do conhecimento empirista (o conhecimento se origina da experiência sensível): não existem ideias inatas no espírito humano, nem poder que possa ser considerado inato e de origem divina, como queriam os teóricos do absolutismo. O poder político nasce de um pacto entre os homens. Antes desse acordo, os homens viveriam em estado natural. 
É otimista em relação à natureza humana e ao convívio entre as pessoas, bem como se contrapõe à ideia de um soberano absoluto, divergindo de Hobbes (defensor do absolutismo). Opõe-se aos defensores dos direitos divinos dos reis. Princípio básico da existência da sociedade: entendimento racional entre os indivíduos. 
Origem da sociedade: a sociedade resulta de uma reunião de indivíduos, visando garantir suas vidas, sua liberdade e sua propriedade (direitos naturais do ser humano), ou seja, aquilo que pertence a cada um. 
Inconvenientes do Estado de natureza: possível inclinação do ser humano beneficiar-se a si mesmo e aos amigos, colocando em risco o uso da propriedade e a conservação da liberdade e da igualdade.
Contrato social: acordo firmado entre cidadãos livres para evitar as ameaças aos direitos naturais. Os indivíduos empregam sua força coletiva, renunciando a executá-las individualmente. 
Objetivo do pacto social: preservação da vida, da liberdade e da propriedade e reprimir as violações de tais direitos. Não há renúncia dos cidadãos em favor de um soberano.
Sociedade política formada pelo pacto social: aprovação de leis por mútuo consentimento e aplicação por juízes imparciais, visando à harmonia ente os indivíduos.
Compromisso do governo: preservar os direitos naturais do ser humano. Os cidadãos livres delegam o poder a uma assembleia ou a um soberano para exercer essa função em nome da união voluntária e consentida entre os indivíduos. 
Legitimidade do poder: consentimento dos indivíduos que o constituíram, e que podem retirá-lo daqueles que não governam no interesse da maioria ou que ameaçam a liberdade e os direitos dos indivíduos. O poder dos governantes é outorgado pelos participantes do pacto e revogável. Justifica o direito de resistência e insurreição em razão do abuso do poder por parte das autoridades.
O contrato social limita o poder político. O soberano é o agente e executor da soberania do povo. O povo estabelece os poderes legislativo, executivo e judiciário.
NOTAS DE AULA – TEORIA CONTRATUALISTA: JEAN-JACQUES ROUSSEAU (1712 – 1778) 
MARCONDES, D. Textos básicos de filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. 4. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.
ROUSSEAU, J. J. Do contrato social. 3. ed. São Paulo: Martin Claret, 2009.
Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778) 
Exerceu grande influência na filosofia, na filosofia política, nas artes e na literatura. Inspirou teóricos do liberalismo e de movimentos revolucionários do século XVIII.
Tema central de sua obra filosófica: natureza humana e sua relação com a vida social.
Enfatizou a experiência pessoal, os sentimentos e a individualidade, a liberdade e a bondade naturais do ser humano.
Criticou a organização da sociedade e o abuso da técnica e os artifícios que afastam o ser humano da vida natural.
Defendeu uma natureza humana originária caracterizada pela liberdade, pelo instinto de sobrevivência e pelo sentimento de piedade. 
A visão do “bom selvagem”, que encarna as virtudes naturais, serve como fundamento de crítica ao indivíduo civilizado.
Concepção do ser humano no estado natural (primitivo): manso e piedoso, incapaz de fazer mal a alguém. Os selvagens parecem confirmar que o gênero humano fora criado com o objetivo de permanecer assim para sempre. Os progressos da sociedade conduziram à deterioração da espécie humana.
Máxima de Rousseau: “O homem nasce bom e a sociedade o corrompe.” 
Contrato social: forma de sociedade para defender com toda força comum a pessoa e os bens de cada sócio, e pela qual, unindo-se cada um a todos, obedeça a si mesmo e fique tão livre quanto antes.
Pacto social: cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder sob a direção suprema da vontade geral, e recebemos enquanto corpo cada membro como parte indivisível do todo.
Procurou propor um Estado legítimo, próximo da vontade geral e distante da corrupção.
A soberania do poder deve estar nas mãos do povo (lócus da soberania = povo), por meio do corpo político dos cidadãos. O governante tem que ser visto como representante da soberania popular.
A cidadania deve preservar as condições para que, na coletividade, a individualidade (sinônimo de regra da consciência para se viver bem em comunidade) seja respeitada.
NOTAS DE AULA – CAPITALISMO EXCLUDENTE E CAPITALISMO SOCIAL
SROUR, R. H. Poder, cultura e ética nas organizações. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
Capitalismo excludente
Organização do trabalho: estilo taylorista-fordista – separação de funções (gestores com as funções de concepção e controle / trabalhadores com a função de execução de tarefas parceladas).
Nível de qualificação dos trabalhadores: desqualificados ou semi-qualificados (extração da força física), com preparo resumido a treinamentos sumários ou ao senso comum. Devido à falta de preparação técnica, tornam-se descartáveis.
Nível de qualificação dos gestores: saber técnico monopolizado pelos gestores e pelo staff de especialistas.
Âncoras do capitalismo excludente: relações autoritárias de poder, prevalência da hierarquia e da autoridade política, matriz autoritária de pensamento, intolerância para com os subalternos, discriminação dos diferentes, defesa de sociedades elitistas, preferência por regimes de exceção, cupulismo político e culto aos grandes homens.
Lógica do capitalismoexcludente: exclusão social e maximização do lucro; concepção da natureza como fonte inesgotável de recursos; desenvolvimento de práticas predatórias quanto ao uso dos recursos naturais e superexploração da mão de obra; conservação do exército de reserva (trabalhadores desempregados) para pressionar os salários, que transforma os trabalhadores em desempregados crônicos ou ocasionais, ou frequentadores da economia informal.
Acentuação do abismo social: concentração de riquezas nas mãos dos bem-sucedidos; pauperização relativa dos trabalhadores (empobrecimento, perda do poder aquisitivo, disparidade entre crescimento econômico, necessidades pessoais e sociais e poder de compra do trabalhador).
Capitalismo social
Fatores decisivos para a definição do capitalismo social: fortalecimento da sociedade civil, organizada e ativa; economia aberta e policiada pela mídia; alianças estratégicas entre empresários; consolidação do capital intelectual (gestores profissionais); conquista de espaços democráticos e gestão participativa nas empresas.
Lógica do capitalismo social (segunda metade do século XX): lógica do lucro e da responsabilidade social (otimização do lucro e produção de excedentes em limites socialmente compatíveis; função econômica e função ética da responsabilidade social das empresas).
Benefícios para shareholders e stakeholders: os mecanismos de apropriação dos excedentes econômicos beneficiam os shareholders (acionistas) e os stakeholders (contrapartes do ambiente empresarial ou todos aqueles que têm interesse na preservação e na vitalidade da empresa).
Caráter associativista do capitalismo social: atendimento das expectativas e demandas dos proprietários, gestores, trabalhadores, clientes, fornecedores, prestadores de serviços, fontes de financiamentos, comunidade, sindicatos, autoridades, associações e entidades da sociedade civil; parceria efetiva entre empresas, clientes e fornecedores (geração de produtos e serviços de qualidade, durabilidade, confiabilidade e preços competitivos); desenvolvimento de projetos que beneficiem a comunidade; investimentos em pesquisa tecnológica (inovação de processos e produtos) visando à satisfação dos clientes e usuários; conservação do meio ambiente através de intervenções não-predatórias (consciência da vulnerabilidade do planeta) e de medidas que evitem externalidades negativas; desenvolvimento profissional dos trabalhadores e participação deles em decisões técnicas, investimento em segurança do trabalho, em melhoria das condições de trabalho e em benefícios sociais; desenvolvimento de políticas de não-discriminação.
Pressão social e responsabilidade social: a responsabilidade social não é fruto do altruísmo (bondade, amor ao próximo) empresarial. É resultado do processo político de pressões exercido por contrapartes organizadas – entidades da sociedade civil organizada (associações de moradores, partidos políticos, sindicatos, meios de comunicação social etc.): cidadania organizada. 
Dimensão estratégica da responsabilidade social: o uso das ações de responsabilidade social em estratégias de marketing gera retorno financeiro para as empresas.
Novo posicionamento frente ao conhecimento: valorização do trabalho mental e da crescente qualificação técnica; o saber tornou-se fator de diferenciação do trabalho e de co-responsabilidade dos trabalhadores nos processos técnicos; trabalhadores digitais se tornam colaboradores profissionais em equipes multifuncionais, exercem micropoderes, ocupam vários ofícios e preocupam-se com a qualificação contínua.
Poder compensatório dos usuários e consumidores: transformação dos usuários e consumidores em cidadãos ativos, com grande capacidade de negociação; uso da mídia e demais entidades da sociedade civil para exercer pressão e contrapressão (ampliação das formas participativas de cidadania).
Problemas no capitalismo social (desafios do mundo contemporâneo): efeitos devastadores do desemprego tecnológico (robotização e automação dos processos produtivos); processo de globalização e exclusão de países “lentos”; desemprego e marginalização.
NOTAS DE AULA – RESPONSABILIDADE SOCIAL
QUELHAS, O. L. G.; ALLEDI FILHO, C.; MEIRIÑO, M. J. Responsabilidade social, ética e sustentabilidade na engenharia de produção. In: BATALHA, M. O. (Org.). Introdução à engenharia de produção. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 273 – 303.
Importância do mapeamento dos stakeholders (impactados pelo seu processo; partes interessadas, ou seja, qualquer indivíduo ou grupo que possa afetar a empresa por meio de suas opiniões ou ações, ou ser por ela afetado; todas as partes envolvidas, todos os intervenientes na produção da empresa e todos aqueles sobre os quais ela tem de alguma forma uma repercussão):
Identificar os que são impactados pelo processo de produção, suas expectativas e impactos, e relacionar meios e ações destinados a reduzir ou eliminar quaisquer impactos negativos e maximizar impactos positivos. 
Crescente percepção e exigência da sociedade em relação à responsabilidade social das organizações.
Gerenciar processos de maneira equilibrada, minimizando custos sociais e ambientais.
Alinhar a atuação profissional ao novo panorama socioeconômico e tecnológico, que requer comprometimento com questões de ordem ética, de responsabilidade social, ambientais etc.
Responsabilidade social: 
Filosofia e prática empresarial voltadas para a viabilização de ações que levem a empresa ou instituição a comprometer-se com a comunidade em que se insere. 
Forma de gestão definida pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais (INSTITUTO ETHOS, 2008). 
Ações da organização para maximizar impactos positivos e minimizar os negativos sobre os stakeholders (clientes, comunidade, fornecedores e governo). 
Estratégia para aumentar o lucro e potencializar o desenvolvimento da organização por meio de soluções socialmente corretas, ambientalmente sustentáveis e economicamente viáveis (ASHLEY, 2002).
Desenvolvimento sustentável:
Conceito clássico apresentado em 1987 pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, da ONU: “A humanidade tem condições de promover um desenvolvimento sustentável que satisfaça às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem suas próprias necessidades”.
NOTAS DE AULA – TAYLORISMO-FORDISMO E PÓS-FORDISMO
GIDDENS, A. Sociologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.
 
Sociedade industrial: desaparecimento dos ofícios tradicionais com habilidades adquiridas em longo período de aprendizagem, típicos da sociedade tradicional, na qual imperava processo de produção realizado totalmente por uma pessoa; produção artesanal em pequena escala feita em casa, com trabalho familiar coletivo; processos de produção em maior escala; separação trabalho e casa (fábrica como foco do desenvolvimento industrial); fábrica (foco do desenvolvimento industrial; espaço de concentração de máquinas e equipamentos, com produção em massa de mercadorias; especialização dos operários em uma tarefa; pagamento de salário aos operários; presença de supervisores (gerentes) preocupados em implementar técnicas focadas na produtividade e na disciplina dos trabalhadores.
Taylorismo 
Gerenciamento científico: abordagem de Frederick Winslow Taylor, que envolvia o estudo detalhado dos processos gerenciais a fim de dividi-los em operações simples que pudessem ser cronometradas e organizadas com precisão. Impactou a organização da produção e a tecnologia industriais.
Objetivo do gerenciamento científico: maximizar o output industrial, aumentando o nível de produtividade dos trabalhadores.
Práticas propostas pelo Taylorismo: monitoramentocontínuo das atividades dos trabalhadores pela gerência, visando assegurar a conclusão rápida e precisa do trabalho de acordo com especificações exatas transmitidas pelos superiores; desenvolvimento de sistema de pagamento de incentivos para estimular a eficiência do trabalho.
Fordismo
Fordismo: termo que designa o sistema de produção em massa atrelado ao desenvolvimento dos mercados em massa, com base na linha de montagem (especialização de cada empregado em uma tarefa), desenvolvido pelo industrial Henry Ford, que projetou sua primeira fábrica de automóveis em 1908 para fabricar apenas o Ford modelo T. Foca o uso de máquinas e ferramentas projetadas para a velocidade, a precisão e a simplificação da operação.
Limitações do taylorismo-fordismo: estabelecimento de sistemas rígidos de produção e sistema de baixa confiança (desgaste dos empregados gerado pela vigilância extrema exercida pelos supervisores, pela repetição monótona das atividades e pela falta de participação dos empregados nas decisões e nos processos; alto nível de insatisfação dos trabalhadores e de absenteísmo). Opõe-se aos sistemas de alta confiança (resultado da participação efetiva dos empregados).
Pós-fordismo: 
Sociedade Pós-industrial, Era da Informação ou Economia do Conhecimento: Economia na qual as ideias, as informações e as formas de conhecimento sustentam a inovação e o crescimento econômico. É aquela em que grande parte da mão-de-obra está envolvida no planejamento, no desenvolvimento, na tecnologia, no marketing, na venda e na manutenção dos bens materiais. Predomínio do fluxo de informações e opiniões e dos poderosos potenciais da ciência e da tecnologia. Os empregados da economia do conhecimento podem ser denominados trabalhadores do conhecimento.
Início da década de 1970: experiências em empresas da Europa ocidental, dos Estados Unidos e do Japão para superar os sistemas de baixa confiança, caracterizados por práticas limitantes, padronização, rotinização; mudanças nos padrões globais de consumo (passagem dos mercados de massa, com mercadorias padronizadas – linha de produção, para mercados de nicho, com exigência de mercadorias inovadoras, de alta qualidade e de acordo com demandas específicas).
Pós-fordismo: nova era de produção capitalista na qual a flexibilidade e a inovação são maximizadas a fim de satisfazer as demandas que o mercado tem de produtos diversos, que atendam ao gosto dos clientes; conjunto de transformações sobrepostas que estejam ocorrendo no domínio do trabalho e da vida econômica e em toda a sociedade.
Características do pós-fordismo:
Produção flexível: equipes de empregados altamente profissionalizados, utilizando técnicas de produção inovadoras e novas tecnologias; produção de mercadorias individualizadas; atendimento a segmentos específicos; diversificação da linha de produtos.
Produção em grupo: descentralização do trabalho em equipes não-hierárquicas; colaboração de grupos de trabalhadores no processo de produção; aumento da motivação; diversificação das atividades.
Trabalho em equipe: atividades realizadas por equipes colaborativas como meio de aumentar a eficiência e a solução dos problemas; trabalho em ambiente de mudanças; realização de reuniões dos colaboradores e consultores externos.
Habilidades múltiplas: abandono das habilidades especializadas; promoção de mão-de-obra com habilidades múltiplas; execução de conjunto cada vez mais amplo de responsabilidades; capacidade de adaptação e aquisição de novas habilidades.
Treinamento no emprego: relacionado às habilidades múltiplas; treinamento e retreinamento contínuos dos empregados; investimento na qualificação dos empregados; estratégia importante para acompanhar as rápidas mudanças.
NOTAS DE AULA – EMPREENDEDORISMO SOCIAL
MELO NETO; F. P.; FRÓES, C. Empreendedorismo social: a transição para a sociedade sustentável. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.
Empreendedorismo social: 
Negócio do social – gestão do empreendedorismo social (foco de atuação na sociedade civil, envolvendo comunidade, governo e setor privado); empresarização do social visando à geração de novos negócios que garantem sustentabilidade global e desenvolvimento da comunidade.
Social do negócio – gestão empreendedora do social (empresas aplicando excelência de gestão no desenvolvimento de ações sociais para promover impacto social significativo nas comunidades-alvo de suas ações cidadãs); investimento das empresas no social.
Metas do empreendedorismo social: 
Fomentar ações empreendedoras de cunho social e novas estratégias de inserção social e de sustentabilidade para tornar a comunidade auto-sustentável, desenvolvendo-a politicamente, socialmente, culturalmente, economicamente, eticamente e ambientalmente.
Fortalecimento da comunidade para que desenvolva seus próprios negócios, alicerçada nos valores da cidadania.
Modelo de desenvolvimento comunitário, sustentado e integrado:
Desenvolvimento comunitário: foco na capacitação, empoderamento, mobilização e conscientização da comunidade.
Desenvolvimento sustentado: promover a autonomia das pessoas, grupos e comunidades para agir em seu próprio benefício, tornando-se independentes.
Desenvolvimento integrado: formação de redes de cooperação entre diversos agentes (governo, empresas, organizações sociais).
Conceito de empreendedorismo privado:
Processo dinâmico pelo qual indivíduos identificam ideias e oportunidades econômicas e atuam desenvolvendo-as, transformando-as em empreendimentos, reunindo capital, trabalho e outros recursos para a produção de bens e serviços destinados à venda. 
É de natureza individual, centrado na produção de bens e serviços para o mercado atual e potencial, onde busca o lucro e satisfaz as necessidades de seus clientes e consumidores. 
Conceito de empreendedorismo social:
É coletivo, pois envolve todos os membros da comunidade num esforço comum de participação, integração e desenvolvimento. 
Não produz bens e serviços para vender, mas para solucionar problemas sociais.
Não é direcionado para mercados, mas para segmentos populacionais em situações de risco social (exclusão social, pobreza, miséria, risco de vida). 
Coloca a economia a serviço da comunidade, que cria seus empreendimentos e se vale da economia local e regional para viabilizá-los. 
Produz bens e serviços para a comunidade de modo que esta possa, à medida que adquire outra condição de vida, mais digna, solucionar suas carências e demandas sociais. 
Foco nos problemas sociais, e o objetivo a ser alcançado é a solução a curto, médio e longo prazos destas questões, mediante a ideação e a testagem de novos modelos adequados de atenção às necessidades da comunidade. 
O escopo de sua atuação é o atendimento à comunidade ou às comunidades afetadas pelos problemas, uma vez que a solução das questões sociais é o objetivo a ser alcançado. 
Conceito de empreendedores sociais:
É um tipo especial de líder – suas ideias e inovações não são incorporadas aos produtos e serviços a serem produzidos e prestados. 
São pessoas que trazem aos problemas sociais a mesma imaginação que os empreendedores do mundo dos negócios trazem à criação de riqueza. 
Buscam soluções inovadoras para os problemas sociais existentes e potenciais.
Tem o impacto social como medida de sucesso de suas atividades (medida de desempenho), ou seja, a melhoria de qualidade de vida das pessoas beneficiadas com a solução proposta no programa ou projeto de empreendedorismo social.
O objetivo final do empreendedorismo social é retirar as pessoas da situação de risco social e, na medida do possível, desenvolver-lhes as capacidades e aptidões naturais, buscando propiciar-lhes plena inclusão social.
Empreendedorismo social e economia solidária:
Proposta de organização social e de desenvolvimento local que se expande em diferentes comunidades: novo paradigma da economia, denominada de “economia a partir do coração” ou “economia de comunhão”, ou ainda “socioeconomia” solidária.Características da economia solidária: 1) baseia-se na cooperatividade; 2) seu modelo é o do desenvolvimento de “dentro para fora” com base na atuação dos agentes socioeconômicos nacionais, e da produção voltada para as necessidades do povo e da nação; 3) centrada no desenvolvimento autônomo, autogestionário de cada pessoa, comunidade e nação; 4) predomínio das “relações de solidariedade”; 5) foco no desenvolvimento integral dos potenciais materiais e espirituais do ser humano e da humanidade; 6) promoção de parcerias com organizações sociais, em especial aquelas representativas dos setores sociais mais oprimidos e com governos locais; 7) atua na dimensão indivíduo – grupo – coletividade – comunidade – sociedade; 8) tem nos membros da comunidade os principais agentes ou sujeitos do desenvolvimento; 9) promoção do autodesenvolvimento centrado nos atributos, recursos e potenciais da pessoa e da comunidade.
Empreendedorismo social e empoderamento da comunidade e das pessoas:
Os projetos de empreendedorismo social visam ao empoderamento das pessoas e das comunidades, identificando demandas e, sobretudo, os potenciais individuais e coletivos, e propor ações para desenvolvê-los.
Empoderar a comunidade e as pessoas: tornar as pessoas cidadãos ativos, atuantes, responsáveis, mobilizados para o desenvolvimento local; desenvolver capacidades e habilidades humanas; tornar os indivíduos mais criativos, despertando neles suas necessidades e desejos de crescimento econômico e bem-estar social. 
Tipos de “empoderamento”: a) o “empoderamento” econômico, cujo objetivo é assegurar o controle das pessoas e da comunidade sobre a gestão dos recursos produtivos e dos resultados do seu próprio trabalho (acesso a crédito; acesso aos mercados; direito a uma ocupação útil; abertura e gerenciamento de micro, pequenas e médias empresas; trabalhos cooperativados. b) O “empoderamento” social, que compreende a união das pessoas e da comunidade sob a forma de redes e teias cooperativas de troca de bens, serviços, ideias, favores, energia, gestos de desprendimento e de partilha. c) O “empoderamento” político, que significa organizar-se melhor em busca de oportunidades e facilidades. d) O “empoderamento” mental é o desenvolvimento do potencial mental das pessoas, grupos humanos e coletividades, que passam a ter energia para criar algo novo e desenvolvê-lo com criatividade e determinação. e) O “empoderamento” psíquico significa o desenvolvimento do potencial psíquico dos indivíduos, grupos e coletividades, isto é, “empoderar o EU concreto para tornar-se o pleno sujeito de sua existência e desenvolvimento, num espírito de cooperação e solidariedade com os outros Eus concretos”. f) O “empoderamento” espiritual que conduz “as pessoas a uma atitude humana de respeito e veneração pela grandeza e majestade do universo e de admiração pela complexidade da vida sobre a Terra”.
NOTAS DE AULA – PODER
SROUR, R. H. Poder, cultura e ética nas organizações. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
Poder: 
Capacidade de intervir sobre a vontade dos agentes sociais ou sobre os seus interesses. 
Capacidade de coagir ou de estabelecer uma relação de domínio sobre os outros, na produção de efeitos desejados ou no controle da ação dos outros.
Capacidade de decidir e de obter a aceitação dos outros, de ditar ordens e de vê-las cumpridas.
Envolve uma dupla reação: domínio e sujeição, consistindo numa relação social de forças.
Contrapoder: 
Todos dispõem de alguma parcela de poder. Mesmo os agentes sociais que ocupam posições subalternas têm alguma parcela de poder (tem potencial para obedecer e para rebelar-se).
Capacidade de resistir e de sabotar (o dominado tem alguma parcela de poder, podendo resistir - mesmo que ocultamente - e produzir efeitos sobre os superiores e pares).
Refere-se à resistência e à rebelião (dialética da obediência e da resistência). 
Retrata o confronto entre forças sociais (polos de domínio e de contestação).
Mando: 
Capacidade de fazer-se obedecer sem que os outros concordem ou consintam. Obediência obtida em razão da vulnerabilidade de alguns agentes sociais.
Submeter compulsoriamente a vontade de outros agentes sociais por meio da força física (coerção física) e da violência.
Alcançar a obediência dos outros pela intimidação, pela ameaça, pelo medo ou pela dor. 
Opera com meios físicos para obter apoios e obediências, caracterizando-se sempre pela imposição.
Os meios de controle remetem basicamente às ameaças contra a integridade física dos agentes sociais.
Influência: 
Capacidade de inculcar ideias, transmitir propósitos, incutir aspirações, inspirar valores, induzir opiniões alheias, doutrinar mentes alheias, incitando outros a realizar determinadas ações de forma consentida.
Opera com meios cognitivos para obter adesões (convencimento), ou seja, utiliza o raciocínio e a persuasão racional, para produzir hegemonia e conformidade a determinados padrões.
É exercida pelos detentores dos meios de produção simbólica (mídias, mecanismos de doutrinação). Recorre à dimensão simbólica (a doutrinação faz com que as representações mentais sejam introjetadas – internalizadas – pelos agentes sociais como se fossem suas próprias convicções).
Representa uma das virtudes da liderança.
Autoridade política: 
Equivale a um poder institucionalizado e consentido (normalizada institucionalmente, conhecida e legitimada pelos subordinados). Tem como referência o marco institucional.
Diz respeito ao direito de tomar decisões, ao direito de fazê-las cumprir e à capacidade de sancionar, de acordo com o princípio da hierarquia.
Corresponde ao conjunto de atribuições e responsabilidades dos gestores.
Respalda-se na coerção e depende da indicação dos detentores do poder.
Autoridade moral:
Relaciona-se intrinsecamente com a influência: capacidade de induzir outrem a aceitar determinados cursos de ação. A influência corresponde sempre a uma autoridade moral.
Fundamenta-se na credibilidade que as lideranças alcançam e funda-se na afinidade dinâmica direta estabelecida entre líderes e seguidores.
Pode originar-se em plena informalidade ou eventualmente desenvolver-se num marco institucional. Não precisa ser institucionalizada nem depende da indicação dos detentores do poder.
Guia os outros pela persuasão e pela confiabilidade.
Confunde-se com o processo de liderança e legitimação.
Liderança/líder 
Transcende cargos ou posições formais, não carece de institucionalização. Não é atribuída ou delegada. É conquistada.
Decorre da sintonia espontânea e informal estabelecida entre lideres e seguidores.
Obtém a força pela influência (capacidade de converter seguidores e catalisar anseios).
Conduz os liderados porque se identifica com eles, expressa seus interesses e propõe ações de acordo com as suas expectativas.
Exerce controle fundamentado na adesão das consciências (obediência consentida).
Funciona como mentor que orienta e não como chefe que ordena.
Legitimidade:
Legitimidade é a condição de validação, de reconhecimento e de aceitação por parte dos sujeitos da situação ou do ato. 
Legítimo é o ato ou situação que está conforme determinadas crenças coletivas ou determinados interesses, ou seja, avaliado como certo e adequado pelos agentes sociais afetados por ele, ou seja, desfruta de credibilidade.
A legitimidade da ordem contribui para o aumento da produtividade (atingimento dos objetivos). As pessoas podem oferecer resistências maiores ou menores dependendo da legitimidade da ordem recebida. 
Há relação intrínseca entre legitimidade e moralidade pública. A legitimidade não está restrita à legalidade (normas jurídicas ou leis), mas pode abrangê-la.
É mais comum ocorrer a legitimidade prevalecente, não a legitimidade universal.
NOTAS DE AULA – IDEOLOGIA – KARL MARX (1818 – 1883) 
MARCONDES, D. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. 10. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã. São Paulo: Martin Claret, 2008.
REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: do romantismo até nossos dias. São Paulo: Paulinas, 1991. (Coleção Filosofia, v. 3).
Historiador, cientista político, sociólogo, jornalista, ativista político revolucionário, filósofo. Militante da causa da liberdade dos proletários. Atuou com Engels. Desenvolveu incisiva análise crítica da sociedade capitalista. Propôs a criação da sociedade comunista.
Contexto europeu no século XIX: situação de extrema miséria do proletariado; estabelecimento da burguesia como força econômica; abismo entre riqueza da burguesia e deploráveis condições de vida do proletariado.
Burgueses: classe dos capitalistas modernos, proprietários dos meios de produção social e empregam trabalho assalariado. Proletariado: classe dos trabalhadores assalariados modernos, que vendem sua força de trabalho para sobreviver, por não terem meios de produção próprios. 
O conjunto das relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade, sobre a qual se ergue uma superestrutura jurídica e política (à qual correspondem formas determinadas de consciência social). A superestrutura é condicionada pela estrutura econômica.
Elementos característicos da ideologia: 
Fruto de uma estrutura social desigual. 
A classe dominante dispõe dos meios de produção material e dos meios de produção espiritual (ideias). As ideias dominantes (ideologia) são expressão das relações materiais dominantes. Falsa consciência. Forma de dominação, gerando falsa consciência (consciência ilusória). 
Visão distorcida e mascaramento da realidade opressora impostos pela classe dominante. 
Ocultação da realidade opressora, tornando-a aceitável e com justificativa. 
Produzida por meio de mecanismos que objetivam representações da classe dominante como verdadeira realidade, servindo para legitimar as condições vigentes em uma determinada sociedade, numa determinada época. 
Relação ideologia e alienação da consciência humana: toma a aparência como se fosse a realidade.
Estado: forma pela qual os indivíduos de uma classe dominante fazem valer seus interesses comuns. Comitê para administrar os negócios comuns de toda a classe burguesa.
Tarefa da filosofia crítica: desmascarar a ideologia; revelar o processo pelo qual a ideologia é produzida; desfazer as ilusões da ideologia; ir além das aparências (representações ideológicas).

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