Buscar

Aula 27 a 30

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Analista dos Tribunais e MP 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Tributário 
 Professor: Caio Bartine 
Aulas: 27 a 30 | Data: 31/08/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
 
SUMÁRIO 
 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO (cont.) 
I. Garantias e Privilégios do Crédito Tributário 
II. Administração Tributária 
III. Dívida Ativa 
IV. Certidões em Matéria Tributária 
 
DIREITO PROCESSUAL TRIBUTÁRIO 
 
 
 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO (CONT.) 
 
I. Garantias e Privilégios do Crédito Tributário 
(art. 183, CTN) 
 
CTN - Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste Capítulo 
ao crédito tributário não exclui outras que sejam expressamente 
previstas em lei, em função da natureza ou das características do 
tributo a que se refiram. 
Parágrafo único. A natureza das garantias atribuídas ao crédito 
tributário não altera a natureza deste nem a da obrigação tributária a 
que corresponda. 
 
Garantias 
São medidas assecuratórias do crédito tributário. São as medidas que a lei prevê para assegurar o cumprimento 
do crédito. 
 
Privilégios 
Referem-se à desigualdade do crédito tributário em relação aos demais créditos existentes. 
 
Preferência do crédito tributário 
Coloca o grau de superioridade do crédito tributário em determinadas situações jurídicas. 
 
1) Bens atingidos pelo crédito tributário 
O crédito tributário pode atingir a totalidade de bens, rendas e direitos do sujeito passivo, mesmo que sejam 
gravados com cláusulas de inalienabilidade e impenhorabilidade. 
 
Exceção: 
Bens absolutamente impenhoráveis (art. 649 CPC) 
 
CPC/73 - Art. 649. São absolutamente impenhoráveis: 
 
 
 
 Página 2 de 22 
 
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não 
sujeitos à execução; 
II - os móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem a 
residência do executado, salvo os de elevado valor ou que 
ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio 
padrão de vida; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). 
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do 
executado, salvo se de elevado valor; (Redação dada pela Lei nº 
11.382, de 2006). 
IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, 
proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as 
quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao 
sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador 
autônomo e os honorários de profissional liberal, observado o 
disposto no § 3o deste artigo; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 
2006). 
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os 
instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao 
exercício de qualquer profissão; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 
2006). 
VI - o seguro de vida; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). 
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se 
essas forem penhoradas; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 
2006). 
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que 
trabalhada pela família; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). 
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para 
aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; 
(Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). 
X - até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, a quantia 
depositada em caderneta de poupança. (Redação dada pela Lei nº 
11.382, de 2006). 
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos termos 
da lei, por partido político. (Incluído pela Lei nº 11.694, de 2008) 
§ 1o A impenhorabilidade não é oponível à cobrança do crédito 
concedido para a aquisição do próprio bem. (Incluído pela Lei nº 
11.382, de 2006). 
§ 2o O disposto no inciso IV do caput deste artigo não se aplica no 
caso de penhora para pagamento de prestação alimentícia. (Incluído 
pela Lei nº 11.382, de 2006). 
§ 3o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006). 
 
*Bem de Família: 
O bem de família é regido pela Lei 8009/90 e é considerado um bem relativamente impenhorável. Se este bem de 
família possuir débitos tributários relativos ao imóvel, poderá ser penhorado. 
Ex.: não pode ser penhorado por débito em imposto de renda, mas de IPTU pode! 
 
 
 
 
 Página 3 de 22 
 
2) Fraude fiscal 
Art. 185, CTN 
 
CTN - Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de 
bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para 
com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito 
como dívida ativa.(Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de 
terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao 
total pagamento da dívida inscrita. (Redação dada pela Lcp nº 118, 
de 2005) 
 
Se um devedor estiver regularmente inscrito em dívida ativa e ele realizar alienação de bens ou gravação de bens 
com ônus real (ex.: hipoteca num bem imóvel, um penhor no bem móvel), caso não tenha bens, rendas e direitos 
suficientes para a satisfação total do débito tributário, ele comete fraude fiscal. (grifos do professor) 
 
Aqui há uma inaplicabilidade da súmula 375 STJ (não se aplica em matéria tributária). Aplica-se aqui o disposto no 
art. 116 do CTN  se o fisco tiver que desconstituir todos os atos, ele o fará. 
 
CTN - Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se 
ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: 
I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se 
verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os 
efeitos que normalmente lhe são próprios; 
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja 
definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. 
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar 
atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a 
ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos 
constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a 
serem estabelecidos em lei ordinária. (Incluído pela Lcp nº 104, de 
2001) 
 
Súmula 375 - STJ 
O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da 
penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro 
adquirente. 
 
3) Penhora online em matéria tributária 
(art. 185-A CTN) 
 
CTN - Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente 
citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e 
não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a 
indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, 
preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que 
promovem registros de transferência de bens, especialmente ao 
 
 
 
 Página 4 de 22 
 
registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado 
bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas 
atribuições, façam cumprir a ordem judicial. (Incluído pela Lcp nº 
118, de 2005) 
§ 1o A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á 
ao valor total exigível, devendo o juiz determinar o imediato 
levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que 
excederem esse limite. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
§ 2o Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que 
trata o caput deste artigo enviarão imediatamente ao juízo a relação 
discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade houverem 
promovido. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
 
Tenho um devedor regularmente citado de uma execução fiscal. Ele não paga, não nomeia bens à penhora e não 
são encontrados bens penhoráveis. Neste caso, o juízo competente determinará a expedição de ofícios para 
órgãos de registro que indiquem a existência patrimonial (vai mandar ofício para registro de imóveis, DETRAN, 
banco central,todos os órgãos que possam indicar existência de patrimônio). Caso algum destes ofícios venham 
positivos, o juízo, preferencialmente pelo meio eletrônico, tornará indisponível o patrimônio do devedor até o 
limite da satisfação total do crédito tributário. 
 
Apesar da doutrina ter nomeado isso como “penhora online”, não há penhora propriamente dita. O que o juízo 
faz é tornar o bem indisponível; é uma indisponibilidade patrimonial eletrônica. 
 
(É importante lembrar que o crédito tributário também é bem público.) 
 
4) Preferências do crédito tributário 
 
O crédito tributário não será pago antes de créditos trabalhistas ou oriundos da legislação do trabalho. 
 
a) Falência 
(Lei 11.101/05) 
Na falência, o crédito tributário não prefere: 
*aos créditos extraconcursais e as importâncias passíveis de restituição. 
Esses créditos não fazem parte do concurso de credores. 
*Créditos decorrentes da legislação do trabalho, bem como os créditos de garantia real até o limite do bem 
gravado. 
 
Ordem de pagamento na falência 
1º - Créditos trabalhistas e os decorrentes de acidentes do trabalho; 
2º - Créditos de garantia real até o limite do bem gravado (hipoteca, penhor etc); 
3º - Créditos tributários, com exceção das multas; 
4º - Crédito de privilégio especial; 
5º - Crédito de privilégio geral; 
6º - Créditos quirografários; 
7º - Multas, inclusive multas tributárias; 
8º - Créditos subordinados. 
 
 
 
 
 Página 5 de 22 
 
b) Processos Judiciais (e procedimentos extraprocessuais) 
O crédito tributário não precisa de habilitação em curso de falência, recuperação judicial, arrolamento e 
inventário. 
(Falamos também em procedimentos extraprocessuais, pois hoje o arrolamento e o inventário podem ser feitos 
juntos ao cartório de notas). 
 
c) Entes Federativos 
Se o devedor tiver débitos municipais, estaduais e federais, há de se observar a ordem de preferência: 
1º União 
2º Estados 
Se tiver dívida em mais de um Estado, temos uma dívida “pro rata”  os Estados recebem por rateio 
3º Município “pro rata” 
 
 
II. Administração Tributária 
 
Começa a ser tratada a partir do art. 194 CTN 
 
CTN - Art. 194. A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, 
regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da 
natureza do tributo de que se tratar, a competência e os poderes das 
autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua 
aplicação. 
Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo aplica-se às 
pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que 
gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal. 
 
Tem a ver com as formas de arrecadação e fiscalização dos tributos. 
A administração tributária é o exercício da capacidade tributária ativa. 
É custeada mediante a arrecadação de impostos e só poderá ser exercida por agente público de carreira 
específica, isso é, ela só pode ser exercida por quem possui cargo público efetivo. (não pode ser exercida, por 
exemplo, por alguém que tenha cargo temporário). 
 
Ela é dotada de poder de polícia, que é aquele poder de fiscalização administrativa que limita direitos individuais, 
relativamente à liberdade e à propriedade, em decorrência do interesse público. 
 
O poder de polícia tem sua previsão no art. 78 da CTN. 
 
CTN - Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da 
administração pública que, limitando ou disciplinando direito, 
interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, 
em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à 
ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao 
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou 
autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito 
à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação 
dada pelo Ato Complementar nº 31, de 1966) 
 
 
 
 Página 6 de 22 
 
 
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia 
quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei 
aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de 
atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de 
poder. 
 
 Atributos do poder de polícia 
 
1. Presunção de legitimidade e veracidade 
Presume-se que o agente público que fiscaliza tem competência. Além disso, se presume que aquilo que ele fala é 
verdade. Contudo, trata-se de uma presunção juris tantum, sendo relativa já que se admite prova em contrário. 
 
2. Autoexecutoriedade 
A administração pública vai fiscalizar independentemente da autorização judicial. 
 
3. Imperatividade 
A fiscalização tributária vai ocorrer independente da vontade do particular. 
 
A administração tributária pode fiscalizar todos os livros fiscais? 
Pela súmula 439 do STF, a administração tributária pode ter acesso a todo e qualquer livro fiscal e comercial. 
 
SÚMULA 439 - STF 
ESTÃO SUJEITOS À FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA OU PREVIDENCIÁRIA 
QUAISQUER LIVROS COMERCIAIS, LIMITADO O EXAME AOS PONTOS 
OBJETO DA INVESTIGAÇÃO. 
 
4. Coercibilidade 
Para fazer cumprir seus deveres, pode a Administração fazer uso da força. 
 
 Limites da atuação da administração tributária 
 
1. Razoabilidade e proporcionalidade 
Presume-se que a fiscalização tributária será razoável e proporcional, adequando os meios aos fins almejados 
pelo Estado. 
 
2. Vedação ao uso de sanções indiretas 
São aquelas que inviabilizam um direito fundamental do contribuinte para que ocorra o cumprimento da 
obrigação tributária. 
Não se pode inviabilizar um direito fundamental para que se cumpra um tributo. Isso está previsto nas súmulas 
70, 323 e 547 do STF. 
 
SÚMULA 70 - STF 
É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo 
para cobrança de tributo. 
 
SÚMULA 323 - STF 
 
 
 
 Página 7 de 22 
 
 
É INADMISSÍVEL A APREENSÃO DE MERCADORIAS COMO MEIO 
COERCITIVO PARA PAGAMENTO DE TRIBUTOS. 
 
SÚMULA 547 - STF 
NÃO É LÍCITO À AUTORIDADE PROIBIR QUE O CONTRIBUINTE EM 
DÉBITO ADQUIRA ESTAMPILHAS, DESPACHE MERCADORIAS NAS 
ALFÂNDEGAS E EXERÇA SUAS ATIVIDADES PROFISSIONAIS. 
 
É possível ocorrer permuta de informações: os órgãos de fiscalização tributária poderão permutar informações 
entre si para que ocorra maior extensão da fiscalização tributária. 
Ex.: um auditor fiscal da receita federal que verifique que há problemas de ICMS. Ela pode comunicar o órgão 
estadual responsável. O mesmo ocorreria se numa análise municipal, se constatar débitos de tributos federais. 
 
 
III. Dívida Ativa 
 
Tratada pelo art. 201 do CTN e art. 2º da Lei 6830/80. 
 
CTN - Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de 
crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição 
administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para 
pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo 
regular. 
Parágrafo único. A fluência de juros de mora não exclui, para os 
efeitos deste artigo, a liquidez do crédito. 
 
Lei 6830/80 - Art. 2º - Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública 
aquela definida como tributária ou não tributária na Lei nº 4.320, de 
17 de março de 1964, com as alterações posteriores, que estatui 
normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos 
orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do 
Distrito Federal. 
 § 1º - Qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei às 
entidades de que trata o artigo 1º, será considerado Dívida Ativa da 
Fazenda Pública. 
 § 2º - A Dívida Ativa da Fazenda Pública, compreendendo a 
tributária e a não tributária, abrange atualização monetária, juros e 
multa de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato. 
 § 3º - A inscrição, que se constitui no ato de controle 
administrativo da legalidade, será feita pelo órgão competentepara 
apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a prescrição, para 
todos os efeitos de direito, por 180 dias, ou até a distribuição da 
execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo. 
 § 4º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na 
Procuradoria da Fazenda Nacional. 
 § 5º - O Termo de Inscrição de Dívida Ativa deverá conter: 
 
 
 
 Página 8 de 22 
 
 I - o nome do devedor, dos co-responsáveis e, sempre que 
conhecido, o domicílio ou residência de um e de outros; 
 II - o valor originário da dívida, bem como o termo inicial e a 
forma de calcular os juros de mora e demais encargos previstos em 
lei ou contrato; 
 III - a origem, a natureza e o fundamento legal ou contratual da 
dívida; 
 IV - a indicação, se for o caso, de estar a dívida sujeita à 
atualização monetária, bem como o respectivo fundamento legal e o 
termo inicial para o cálculo; 
 V - a data e o número da inscrição, no Registro de Dívida Ativa; e 
 VI - o número do processo administrativo ou do auto de infração, 
se neles estiver apurado o valor da dívida. 
 § 6º - A Certidão de Dívida Ativa conterá os mesmos elementos 
do Termo de Inscrição e será autenticada pela autoridade 
competente. 
 § 7º - O Termo de Inscrição e a Certidão de Dívida Ativa poderão 
ser preparados e numerados por processo manual, mecânico ou 
eletrônico. 
 § 8º - Até a decisão de primeira instância, a Certidão de Dívida 
Ativa poderá ser emendada ou substituída, assegurada ao executado 
a devolução do prazo para embargos. 
 § 9º - O prazo para a cobrança das contribuições previdenciárias 
continua a ser o estabelecido no artigo 144 da Lei nº 3.807, de 26 de 
agosto de 1960. 
 
Dívida ativa é um procedimento administrativo interno pelo qual o fisco confere ao crédito tributário uma 
presunção de certeza e liquidez, tornando-o exeqüível. 
 
A inscrição em dívida ativa é que permite a execução do crédito. 
 
Essa inscrição faz com que ocorra a extração de um título executivo extrajudicial que é a certidão em dívida ativa, 
também denominada de CDA (art. 585, VII, CPC). 
 
CPC/73 - Art. 585. São títulos executivos extrajudiciais: (Redação 
dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) 
VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos 
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, 
correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; (Redação dada 
pela Lei nº 11.382, de 2006). 
 
Segundo determina o art. 1º, parágrafo único da Lei 9492/97, a certidão de dívida ativa pode ser levada a 
protesto junto ao tabelionato de protestos. 
 
Lei 9492/97 - Art. 1º Protesto é o ato formal e solene pelo qual se 
prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada 
em títulos e outros documentos de dívida. 
 
 
 
 Página 9 de 22 
 
Parágrafo único. Incluem-se entre os títulos sujeitos a protesto as 
certidões de dívida ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, 
dos Municípios e das respectivas autarquias e fundações públicas. 
(Incluído pela Lei nº 12.767, de 2012) 
 
A inscrição é um procedimento administrativo vinculado, ou seja, um conjunto de atos administrativos adstritos 
a lei. Deste modo, se houver algum vício no termo de inscrição, gerará a anulação desta. 
 
A CDA poderá ser emendada ou substituída até a decisão de 1ª instância. 
 
Somente poderá ocorrer a inscrição em dívida ativa mediante a constituição definitiva do crédito tributário. 
 
 
IV. Certidões Em Matéria Tributária 
 
Trata-se de garantia constitucional prevista no art. 5, XXXIV, b, CF. 
 
CF/88 - Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento 
de taxas: 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de 
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
 
 
Temos vários tipos de certidões: 
 
a) Certidão Negativa de Débitos (ou CND) 
Quem faz jus a esta certidão é aquele que não possui débitos tributários lançados ou inscritos em dívida ativa. 
Tratada a partir do art. 205 CTN 
 
b) Certidão Positiva 
Indica a existência de débitos tributários lançados ou inscritos em dívida ativa. 
 
c) Certidão Positiva com Efeitos de Negativa (CPEN) 
Prevista no art. 206 do CTN 
Indica a existência de débitos tributários com exigibilidade suspensa. 
 
Prazo para obtenção das certidões: 10 dias 
 
CTN - Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de 
determinado tributo, quando exigível, seja feita por certidão 
negativa, expedida à vista de requerimento do interessado, que 
contenha todas as informações necessárias à identificação de sua 
 
 
 
 Página 10 de 22 
 
pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o 
período a que se refere o pedido. 
Parágrafo único. A certidão negativa será sempre expedida nos 
termos em que tenha sido requerida e será fornecida dentro de 10 
(dez) dias da data da entrada do requerimento na repartição. 
Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a 
certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em 
curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, 
ou cuja exigibilidade esteja suspensa. 
 
 
Encerramos a parte do direito material. Vamos agora iniciar o estudo do direito processual. 
 
 
DIREITO PROCESSUAL TRIBUTÁRIO 
 
Há dois tipos de processo tributário: 
a) Processo administrativo 
b) Processo Judicial 
Vamos aprofundar o estudo destes. 
 
 Processo Administrativo em matéria tributária 
O processo administrativo em matéria tributária se rege pelo decreto 70.235/72, que regulamento o processo 
administrativo fiscal. 
 
 Impugnação Administrativa 
O início deste se dá com a apresentação tempestiva da impugnação administrativa (art. 14, Decreto 70.235/72). 
 
Decreto 70.235/72 - Art. 14. A impugnação da exigência instaura a 
fase litigiosa do procedimento 
 
Prazo 
Até 30 dias contados da notificação de lançamento é o prazo que o contribuinte tem par a apresentação da 
defesa administrativa. 
 
Julgamento 
O julgamento dessa defesa administrativa será feita por um órgão simples, ou seja, pela manifestação de vontade 
de um agente público. 
 
Competência 
Em regra a observância dessa competência para o julgamento dependerá do tributo a ser discutido, a ver: 
 
a) Tributo Federal 
Temos que verificar inicialmente se este se trata de tributo aduaneiro (importação/exportação). 
 
*Tributo aduaneiro 
 
 
 
 Página 11 de 22 
 
Em regra quem tem competência para julgar em 1ª instância administrativa é o Inspetor Alfandegário da Receita 
Federal do Brasil. 
 
*Tributo não-aduaneiro 
A autoridade competente para análise da defesa é o delegado da Receita Federal do Brasil. 
 
b) Tributo Estadual 
Em regra, a autoridade competente será o delegado regional tributário. 
 
c) Tributo Municipal 
Temos que analisar se ele é imobiliário ou não: 
 
*Imobiliário (ex. IPTU, ITBI, Taxa de lixo..) 
A autoridade será o diretor do departamento de rendas imobiliárias (ou qualquer outra autoridade administrativa 
definida por lei municipal). 
 
*mobiliário (ISS, Certidões..) 
A autoridade competente é o diretor do Departamento de Rendas Imobiliárias (ou qualquer outra autoridade 
administrativa definida por lei municipal. 
 
Além da possibilidade de impugnação administrativa, é possível usar de recursos administrativos. 
 
 Recursos Administrativos 
São interpostos perante a 2ª instância administrativa. A competência para julgamento destes recursos é de órgão 
colegiado.a) Tributos Federais 
Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). 
 
b) Tributos Estaduais e Municipais 
Dependerá do órgão coletivo previsto em legislação estadual. 
Ex.: no Estado de São Paulo temos o Tribunal de Impostos e Taxas (TIT) 
 
Prazo: 
30 dias contados da decisão de 1ª instância administrativa. 
 
Nos termos da súmula vinculante 21, qualquer depósito administrativo é considerado inconstitucional. 
 
Enquanto o processo administrativo fiscal não findar, a exigibilidade do crédito tributário estará suspensa, 
impedindo, inclusive, a representação para fins penais para a apuração de crimes tributários (súmula vinculante 
24). 
 
Súmula Vinculante 21 
É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévio de 
dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. 
 
 
 
 
 
 Página 12 de 22 
 
Súmula Vinculante 24 
Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no 
art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento 
definitivo do tributo. 
 
O processo administrativo independe de capacidade postulatória. 
 
Em matéria tributária, não é necessário esgotar a esfera administrativa para ingressar na judicial. 
 
Art. 217, parágrafo 1º, CF – lide desportiva: para se ingressar no judiciário, é necessário esgotar a via 
administrativa. O mesmo ocorre com HD e em reclamação constitucional diante de afronta de súmula vinculante. 
 
CF/88 - Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas 
formais e não-formais, como direito de cada um, observados: 
§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às 
competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça 
desportiva, regulada em lei. 
 
A partir do momento que o contribuinte se valer do processo judicial, o art. 38, parágrafo único da Lei 6830/80 
estabelece que o ingresso no judiciário é causa de renúncia das vias administrativas. 
 
Lei 6830/80 - Art. 38 - A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda 
Pública só é admissível em execução, na forma desta Lei, salvo as 
hipóteses de mandado de segurança, ação de repetição do indébito 
ou ação anulatória do ato declarativo da dívida, esta precedida do 
depósito preparatório do valor do débito, monetariamente corrigido 
e acrescido dos juros e multa de mora e demais encargos. 
 Parágrafo Único - A propositura, pelo contribuinte, da ação 
prevista neste artigo importa em renúncia ao poder de recorrer na 
esfera administrativa e desistência do recurso acaso interposto. 
 
 
 Processo Judicial Tributário 
Temos dentro do processo judicial, temos: 
 
I) Ações de iniciativa do fisco 
 
a) Execução fiscal 
Lei 6830/80 
É a medida judicial utilizada pela Fazenda para cobrança de seus créditos, sejam estes tributários ou não. 
Por se tratar de processo de execução, o fisco depende de título executivo, que em matéria tributária, é um título 
extrajudicial, chamado de certidão de dívida ativa- CDA (art. 585, VII, CPC). 
 
CPC/73 - Art. 585. São títulos executivos extrajudiciais: (Redação 
dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) 
VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos 
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, 
 
 
 
 Página 13 de 22 
 
correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; (Redação dada 
pela Lei nº 11.382, de 2006). 
 
O despacho do juiz quando da citação da execução fiscal acarreta na interrupção do prazo prescricional. 
 
É importante lembrar que o Fisco terá 5 anos contados da constituição definitiva do crédito tributário para a 
propositura da ação executiva. 
 
Suspensão da execução 
Caso o devedor seja regularmente citado na execução e a Fazenda não conseguir encontrar patrimônio para a 
satisfação do crédito tributário, o juiz determinará a suspensão da execução pelo prazo de até 1 ano. Não sendo 
encontrado patrimônio após um ano de suspensão, o juiz determinará o arquivamento da execução fiscal. Se esta 
permanecer arquivada por, pelo menos, 5 anos, o juiz, mediante a oitiva da Fazenda, decretará a prescrição 
intercorrente. (art. 40, parágrafo 4º, Lei 6830/80). 
 
Lei 6830/80 - Art. 40 - O Juiz suspenderá o curso da execução, 
enquanto não for localizado o devedor ou encontrados bens sobre os 
quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não correrá o prazo de 
prescrição. 
 § 4o Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o 
prazo prescricional, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, 
poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la 
de imediato. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) 
 
Prescrição intercorrente é a prescrição no curso do processo executivo. 
 
b) Medida Cautelar Fiscal 
Prevista na Lei 8397/92. 
Trata-se de medida judicial assecuratória que visa evitar a dilapidação patrimonial para que haja satisfação total 
do crédito tributário. 
Pode ser ajuizada antes da execução fiscal (como medida cautelar preparatória), assim como após o curso da 
execução fiscal, que é chamada medida (como medida cautelar incidental). 
Essa medida cautelar tem como objetivo tornar indisponível todo o patrimônio do devedor até a total satisfação 
do crédito tributário. 
 
 
II) Ações de iniciativa do contribuinte 
 
a) Ação declaratória de inexistência de relação jurídico tributária, 
Art. 4, I, CPC 
 
CPC/73 - Art. 4º O interesse do autor pode limitar-se à declaração: 
I - da existência ou da inexistência de relação jurídica; 
 
Finalidade: 
Tem por finalidade determinar a inexistência de uma relação tributária entre o Estado e o particular, evitando o 
pagamento do tributo. 
 
 
 
 Página 14 de 22 
 
 
Essa ação deve ser proposta antes do lançamento. 
 
Essa ação admite o cabimento de tutela antecipada com o fito de obstar a continuidade da cobrança do crédito 
tributário. 
 
A concessão da tutela antecipada não evitará a ocorrência do lançamento (uma vez que o Fisco irá lançar para 
evitar a decadência), mas impedirá o prosseguimento de cobrança do crédito tributário. 
 
 
b) Ação anulatória de débito fiscal 
 
Seu fundamento está no art. 38 da Lei 6830/80 
 
Lei 6830/80 - Art. 38 - A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda 
Pública só é admissível em execução, na forma desta Lei, salvo as 
hipóteses de mandado de segurança, ação de repetição do indébito 
ou ação anulatória do ato declarativo da dívida, esta precedida do 
depósito preparatório do valor do débito, monetariamente corrigido 
e acrescido dos juros e multa de mora e demais encargos. 
Parágrafo Único - A propositura, pelo contribuinte, da ação prevista 
neste artigo importa em renúncia ao poder de recorrer na esfera 
administrativa e desistência do recurso acaso interposto. 
 
Finalidade 
Busca anular o lançamento tributário evitando o ajuizamento da execução fiscal. 
 
O momento da propositura ocorre, em regra, após o lançamento e antes do ajuizamento da execução fiscal. 
 
Exceção: 
Em situação excepcional, caberá ação anulatória mesmo que a execução fiscal já esteja ajuizada, desde que não 
haja a citação do devedor (lembrar: o processo se forma com a citação – sem esta, não tem processo executivo). 
 
O art. 38 da Lei 6830/80, determina que a referida ação seja acompanhada do depósito, ou seja, o depósito é 
condição de admissibilidade da ação anulatória. 
 
Entretanto, o STF entende isso como inconstitucional quando edita a súmula vinculante 28. 
 
Súmula Vinculante 28 - STF 
É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de 
admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a 
exigibilidade de crédito tributário. 
 
Possível o cabimento de tutela antecipada, salvo as hipóteses vedadas por lei (art. 7, parágrafo 5º da Lei 
12016/09). Lembrar que a lei veda o uso de tutela antecipada para os casos de: 
-compensaçãode tributos; 
-liberação de mercadorias apreendidas advindas do exterior. 
 
 
 
 Página 15 de 22 
 
 
Lei 12016/09 - Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: 
§ 5o As vedações relacionadas com a concessão de liminares 
previstas neste artigo se estendem à tutela antecipada a que se 
referem os arts. 273 e 461 da Lei no 5.869, de 11 janeiro de 1973 - 
Código de Processo Civil. 
 
c) Ação de consignação em Pagamento 
 
Tem fundamento no art. 164, CTN e art. 890 e seguintes do CPC. 
 
 
CTN - Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser 
consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos: 
I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento 
de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação 
acessória; 
II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências 
administrativas sem fundamento legal; 
III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, 
de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador. 
§ 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante 
se propõe pagar. 
 § 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa 
efetuado e a importância consignada é convertida em renda; julgada 
improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito 
acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis. 
 
 
A principal finalidade desta ação é buscar a extinção do crédito tributário mediante a conversão do depósito 
realizado em renda a favor do ente competente. 
 
 
Hipóteses de cabimento da ação de consignação em pagamento 
*recusa no recebimento ou vinculação deste a um pagamento de tributo indevido; 
*ao cumprimento de exigências administrativas indevidas; 
*dúvida ou bitributação. 
 
Segundo entendimento do STJ a ação de consignação em pagamento não pode ser utilizada para discussão da 
exigibilidade do crédito tributário. 
 
Esta ação tem procedimento especial. 
 
Não se tem o cabimento de tutela antecipada, pois o objetivo seria a antecipação do pagamento (que seria o 
mérito da ação. 
 
d) Ação de repetição de Indébito fiscal 
 
 
 
 Página 16 de 22 
 
Esta ação tem como fundamento o disposto no art. 165 do CTN. 
 
CTN - Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de 
prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for 
a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do 
artigo 162, nos seguintes casos: 
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior 
que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da 
natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente 
ocorrido; 
II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota 
aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou 
conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; 
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão 
condenatória. 
 
Finalidade 
Condenar a Fazenda à devolução dos valores pagos indevidamente ou a maior com todos os encargos legais. 
Não importa quem deu causa, o que se quer é evitar o enriquecimento ilícito do Estado. 
 
Prazo para ajuizamento da ação: 
5 anos contados do pagamento indevido. (art. 168, I, CTN) 
 
CTN - Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o 
decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: 
I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do 
crédito tributário; (Vide art 3 da LCp nº 118, de 2005) 
 
Nesta ação é possível o cabimento de restituição dos tributos indiretos. 
(Tributos chamados de indiretos são aqueles que têm repercussão econômica, ou seja, admitem repassar o 
encargo a 3ª pessoa). 
Nos tributos indiretos, o contribuinte de direito não se confunde com o contribuinte de fato. 
 
Segundo o STF, apenas aquele que figura na condição de contribuintes de direito e que comprove ter assumido o 
respectivo encargo poderá requerer a restituição. 
Neste sentido, súmula 546 STF e art. 166, CTN. 
 
SÚMULA 546 - STF 
CABE A RESTITUIÇÃO DO TRIBUTO PAGO INDEVIDAMENTE, QUANDO 
RECONHECIDO POR DECISÃO, QUE O CONTRIBUINTE "DE JURE" NÃO 
RECUPEROU DO CONTRIBUINTE "DE FACTO" O "QUANTUM" 
RESPECTIVO. 
 
CTN - Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua 
natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente 
será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no 
 
 
 
 Página 17 de 22 
 
caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente 
autorizado a recebê-la. 
 
 
Exceções para competência do ajuizamento da ação: 
 Competência absoluta em razão da pessoa 
Não importa a matéria da qual se esteja tratando. 
Art. 109, I, CF 
 
CF/88 - Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública 
federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes 
ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as 
sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; 
 
 Transferência da capacidade tributária ativa da União para o município em se tratando de ITR 
 
União transfere a capacidade tributária do ITR para o município - A competência será do Município, pois ele 
permanece com 100% do valor arrecado. Assim, se tiver que propor qualquer ação, será perante a Justiça 
Estadual. 
 
*IRPF do Estados e Municípios quando do pagamento dos seus servidores. 
 
Ex.: Estado pagando os vencimentos dos servidores, o próprio Estado será responsável pela retenção. 
 
De acordo com a súmula 447 do STJ e artigos 157 e 158 CF  compete à Justiça Estadual 
(Pois todo valor que o Estado/município retém na fonte, fica no cofre deles. Daí a competência ser do Estado) 
 
Súmula 447 do STJ 
Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação de 
restituição de imposto de renda retido na fonte proposta por seus 
servidores. 
 
CF/88 - Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: 
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e 
proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre 
rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e 
pelas fundações que instituírem e mantiverem; 
II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a 
União instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo 
art. 154, I. 
Art. 158. Pertencem aos Municípios: 
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e 
proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre 
rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e 
pelas fundações que instituírem e mantiverem; 
 
 
 
 Página 18 de 22 
 
II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da 
União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis 
neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se 
refere o art. 153, § 4º, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 42, de 19.12.2003) (Regulamento) 
III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do 
Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em 
seus territórios; 
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do 
Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre 
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e 
de comunicação. 
Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, 
mencionadas no inciso IV, serão creditadas conforme os seguintes 
critérios: 
I - três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas 
operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de 
serviços, realizadas em seus territórios; 
II - até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual ou, no 
caso dos Territórios, lei federal. 
 
 
Compete aocontribuinte decidir se quer a restituição ou a compensação. 
 
Não cabe tutela antecipada na ação de repetição, uma vez que a restituição não poderá ser antecipada mediante 
a observância da ordem cronológica de precatórios. 
 
e) Mandado de Segurança 
Art. 5, LXIX, CF E art. 1º da Lei 12.016/09. 
Quando houver ameaça ou lesão a um direito líquido e certo praticado por uma autoridade coatora com 
ilegalidade/abuso, não amparado por HC/HD. 
 
CF/88 - Art. 5º 
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito 
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, 
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for 
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de 
atribuições do Poder Público; 
 
Lei 12.016/09 - Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para 
proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou 
habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, 
qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo 
receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e 
sejam quais forem as funções que exerça. 
§ 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os 
representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores 
 
 
 
 Página 19 de 22 
 
de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas 
jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder 
público, somente no que disser respeito a essas atribuições. 
§ 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão 
comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de 
sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço 
público. 
§ 3o Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, 
qualquer delas poderá requerer o mandado de segurança. 
 
Cabimento 
 Antes do lançamento: MS preventivo 
 Após o lançamento: MS repressivo 
Prazo decadencial de 120 dias. 
 
Quando se fala na existência de direito líquido e certo, estamos falando daquele que independe de dilação 
probatória futura, ou seja, tudo que você quer comprovar, você deve juntar à ação. 
 
Cabimento de liminar 
Possível, conforme prevê art. 7, III, Lei 12.016/09. 
 
Lei 12.016/09 - Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: 
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver 
fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia 
da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do 
impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o 
ressarcimento à pessoa jurídica. 
§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a 
compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e 
bens provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de 
servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de 
vantagens ou pagamento de qualquer natureza. 
 
Vedações à concessão de liminar: 
Previstas no art. 7, parágrafo 2º, Lei 12.016/09. 
 
Em relação aos efeitos, tanto da concessão quanto da rejeição da liminar, há 2 súmulas interessantes: 
Súmula 405 e 626, ambas do STF. 
 
SÚMULA 525 - STF 
A MEDIDA DE SEGURANÇA NÃO SERÁ APLICADA EM SEGUNDA 
INSTÂNCIA, QUANDO SÓ O RÉU TENHA RECORRIDO. 
 
SÚMULA 626 - STF 
 A SUSPENSÃO DA LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA, SALVO 
DETERMINAÇÃO EM CONTRÁRIO DA DECISÃO QUE A DEFERIR, 
VIGORARÁ ATÉ O TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO DEFINITIVA 
 
 
 
 Página 20 de 22 
 
DE CONCESSÃO DA SEGURANÇA OU, HAVENDO RECURSO, ATÉ A SUA 
MANUTENÇÃO PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DESDE QUE O 
OBJETO DA LIMINAR DEFERIDA COINCIDA, TOTAL OU 
PARCIALMENTE, COM O DA IMPETRAÇÃO. 
 
No mandado de segurança não cabe condenação em honorários advocatícios. 
 
f) Embargos à execução fiscal 
Art. 16, Lei 6830/80 
 
Lei 6830/80 - Art. 16 - O executado oferecerá embargos, no prazo de 
30 (trinta) dias, contados: 
I - do depósito; 
II - da juntada da prova da fiança bancária ou do seguro garantia; 
(Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014) 
III - da intimação da penhora. 
§ 1º - Não são admissíveis embargos do executado antes de garantida 
a execução. 
§ 2º - No prazo dos embargos, o executado deverá alegar toda 
matéria útil à defesa, requerer provas e juntar aos autos os 
documentos e rol de testemunhas, até três, ou, a critério do juiz, até 
o dobro desse limite. 
§ 3º - Não será admitida reconvenção, nem compensação, e as 
exceções, salvo as de suspeição, incompetência e impedimentos, 
serão argüidas como matéria preliminar e serão processadas e 
julgadas com os embargos. 
 
Prazo: 
30 dias contados do depósito ou da intimação da penhora, sendo que os embargos só serão recebidos e 
processados mediante a apresentação de uma garantia do crédito executado (nos termos do art. 9, da Lei 
6830/80). 
 
6830/80 - Art. 9º - Em garantia da execução, pelo valor da dívida, 
juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida 
Ativa, o executado poderá: 
I - efetuar depósito em dinheiro, à ordem do Juízo em 
estabelecimento oficial de crédito, que assegure atualizaçã 
II - oferecer fiança bancária ou seguro garantia; (Redação dada 
pela Lei nº 13.043, de 2014) 
III - nomear bens à penhora, observada a ordem do artigo 11; ou 
IV - indicar à penhora bens oferecidos por terceiros e aceitos pela 
Fazenda Pública. 
§ 1º - O executado só poderá indicar e o terceiro oferecer bem 
imóvel à penhora com o consentimento expresso do respectivo 
cônjuge. 
 
 
 
 Página 21 de 22 
 
§ 2o Juntar-se-á aos autos a prova do depósito, da fiança bancária, 
do seguro garantia ou da penhora dos bens do executado ou de 
terceiros. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014) 
§ 3o A garantia da execução, por meio de depósito em dinheiro, 
fiança bancária ou seguro garantia, produz os mesmos efeitos da 
penhora. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014) 
§ 4º - Somente o depósito em dinheiro, na forma do artigo 32, faz 
cessar a responsabilidade pela atualização monetária e juros de 
mora. 
§ 5º - A fiança bancária prevista no inciso II obedecerá às condições 
pré-estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional. 
§ 6º - O executado poderá pagar parcela da dívida, que julgar 
incontroversa, e garantir a execução do saldo devedor. 
 
Na ação de embargos tem cabimento de efeito suspensivo com base no art. 739-A, parágrafo 1º, CPC. 
 
CPC/73 - Art. 739-A. Os embargos do executado não terão efeito 
suspensivo. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006). 
§ 1o O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito 
suspensivo aos embargos quando, sendo relevantes seus 
fundamentos, o prosseguimento da execução manifestamente possa 
causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação, e 
desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou 
caução suficientes. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006). 
 
g) Exceção de Pré-executividade 
Não é uma ação, mas sim o exercício de direito de petição (art. 5º, XXXIV, a, CF e súmula 393-STJ). 
 
CF/88 – art. 5º 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento 
de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou 
contra ilegalidade ou abuso de poder; 
 
Súmula 393 - STJ 
A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal 
relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem 
dilação probatória. 
 
 
Cabimento 
Na existência de nulidade absoluta ante a existência de matéria de ordem pública não apreciada e desde que haja 
um direito líquido e certo sem a necessidade de garantir. 
 
 
 
 
 
 
 
 Página 22 de 22 
 
Efeito suspensivo 
Art. 798, CPC 
 
CPC/73 - Art. 793. Suspensa a execução, é defeso praticar quaisquer 
atos processuais. O juiz poderá, entretanto, ordenar providênciascautelares urgentes. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

Continue navegando