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Prática 09 Determinação do coeficiente de transferência de calor em regime transiente Arnaldo Barbosa de Oliveira Brenda Karolina Eduardo Pracucio Jorge Zahr Mariane Tavares Fagundes 1- Introdução No escoamento externo de um fluido a temperatura T1 sobre um corpo sólido, a temperatura T2, diferente de T1, verificam-se dois fenômenos de transferência de calor; convecção entre o fluido e a superfície do sólido; condução no interior do sólido, como mostra a Figura 1. Exemplos desse tipo de escoamento é o movimento de um fluido sobre uma placa plana (inclinada ou paralela à velocidade da corrente livre do fluido) e escoamento sobre superfícies curvas tais como esferas, cilindros, aerofólios, lâminas de bombas e turbinas. 1- Introdução Figura 1 – Esquema de escoamento externo de um fluido sobre um corpo sólido esférico. 1- Introdução O escoamento externo pode ser forçado ou natural. Na convecção forçada, o movimento relativo entre o fluido e a superfície do sólido é mantido por meios externos, tais como ventiladores ou bombas. Na convecção natural, o fluido movimenta-se por flutuações em sua massa específica devido aos gradientes de temperatura. Em alguns casos os valores de coeficiente de transferência de calor (h) para o fenômeno convectivo não é conhecido e, portanto, devem ser estimados. Para casos específicos, como escoamento laminar sobre placas ou escoamento sobre esferas, dentre outros, a estimativa do coeficiente convectivo de transferência de calor pode ser realizada através de correlações empíricas. O coeficiente de película também pode ser determinado experimentalmente e é definido segundo a Equação 1. 1- Introdução sendo q fluxo de calor na superfície do sólido, Ts temperatura na superfície do sólido e Tf temperatura de referência no fluido. O sinal na Equação 1 deve ser escolhido de modo a tornar positivo o coeficiente h. 1- Introdução O processo de aquecimento ou resfriamento do sólido ocorre em regime transiente. Admitindo-se que a resistência à condução de calor no interior do sólido é desprezível em relação à resistência ao transporte convectivo entre o fluido e a superfície do sólido, tem-se: 1- Introdução sendo Bi número de Biot, h coeficiente médio de transferência de calor, L dimensão característica de comprimento e k condutividade térmica do material. Assim, considera se a temperatura no sólido uniforme e se avalia o gradiente de temperatura na camada limite térmica do fluido. 1- Introdução Considera-se o corpo sólido inicialmente a uma temperatura Tso (temperatura de sua superfície no instante inicial) no interior de um fluido infinito em estagnação ou em movimento uniforme a uma temperatura Tf (temperatura constante do fluido, em região exterior à camada limite térmica) com as hipóteses: 1- Introdução I) temperatura uniforme no interior do sólido (incluindo a superfície); II) a camada de fluido em contato direto com a superfície do sólido assume o valor da temperatura no sólido; III) as propriedades físicas do sólido são constantes. 1- Introdução Aplicando-se a primeira lei da Termodinâmica em um sistema constituído por um corpo sólido e que possui um fluido como vizinhança, a taxa de transferência de calor no corpo sólido pode ser calculada segundo a Equação 3: 1- Introdução sendo ρs massa específica do sólido, Cp calor específico do sólido, V volume do sólido, Ts temperatura do sólido e t tempo. O calor específico do sólido representa a capacidade que esse sólido possui em absorver ou liberar calor e possui unidades de [J/kgK] segundo o sistema internacional de unidades. 1- Introdução Sabe-se ainda que a taxa de transferência de calor (q ) pode ser obtida integrando-se o fluxo local de calor (q) através da área superficial do sistema (A), como mostra a Equação 4. 12 1- Introdução Considerando-se que na superfície do sólido a temperatura da camada de fluido adjacente à superfície é a mesma do sólido, Ts, e tomando-se como temperatura de referência a temperatura do fluido na região de fluxo livre, Tf, obtém-se a taxa convectiva de transferência de calor (Equação 5), considerando a temperatura do fluido maior que a temperatura do sólido. 1- Introdução Considerando o valor de h médio, chega-se à Equação 6: 1- Introdução A taxa de transferência de calor no corpo sólido é igual à taxa de transferência de calor convectivo entre a superfície do sólido e o fluido, uma vez que se considera que o sólido oferece resistência desprezível ao transporte condutivo. Assim, igualando-se as taxas, temos as Equações 7 e 8. 1- Introdução 1- Introdução A Equação 8 apresenta resolução simplificada se a variável dependente, Ts, for adimensionalizada, assim, define-se: 1- Introdução Fazendo a derivada de Ψ em relação à Ts e calculando dΨ/Ψ chega-se à Equação 10. com Ts = Ts0 para t=0, ou seja, Ψ = 1. Integrando-se a Equação 10, obtém-se a Equação 11. 1- Introdução Com base na Equação 11, para um determinado fluido e uma determinada condição de escoamento, o valor de h médio poderá ser obtido através de determinações simultâneas de temperatura e tempo, tanto para o mecanismo de convecção natural como para o de convecção forçada. A Equação 11 indica um comportamento linear em relação aos dados de ln Ψ (y) e t (x), considerando-se um coeficiente angular 1- Introdução Caso os dados experimentais se afastem muito da linearidade prevista pela Equação 11, tem-se uma situação em que o fenômeno não é representativo das hipóteses formuladas para a obtenção desta equação, isto é, Bi > 0,1; em consequência da significativa resistência condutiva no sólido. A partir do gráfico, no caso de se obter uma reta, procede-se à determinação do coeficiente angular, h, que α está relacionado com h pela Equação 12: 1- Introdução Tem-se, desta maneira, o valor de h médio determinado através do experimento. 2- Objetivo Avaliar a transferência de calor entre um fluido aquecido e corpos sólidos constituídos de diferentes materiais e com formatos distintos, e determinar os valores experimentais de coeficiente de transferência de calor para cada caso analisado. 3. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS Equipamento didático “Determinação do coeficiente de transferência de calor em regime transiente”; água para preencher os tanques do equipamento. 3. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS Figura 2 – Esquema do equipamento didático “Determinação do coeficiente de transferência de calor em regime transiente”. 3. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS 3. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS Figura 3 – Esquema com os corpos de prova utilizados na prática experimental: duas placas (cobre e alumínio), um cilindro e uma esfera (alumínio). 4. METODOLOGIA 1) Medir as dimensões dos corpos de prova com o auxílio de um paquímetro. Deve-se medir comprimento, largura e espessura para as placas; diâmetro e comprimento para o cilindro; diâmetro para a esfera. Assim, calcula-se a área e o volume para cada corpo de prova. 2) Ligar o medidor de temperatura na voltagem selecionada (110 ou 220 V) e posicionar a chave seletora no número correspondente ao termopar a ser usado. 3) Ligar o banho termostático e acompanhar a temperatura da água no reservatório B, através do termopar e do medidor de temperatura, até que a temperatura do banho atinja cerca de 70 °C. 4) Acoplar um segundo termopar no primeiro corpo de prova a ser utilizado (placa de cobre), modificar a chave seletora do medidor para o referido termopar e medir a temperatura inicial do corpo de prova, Ts0. 4. METODOLOGIA 5) Posicionar a chave seletora da bomba centrífuga na posição III e ligá-la. 6) Realizar a imersão do corpo de prova no interior do Reservatório B com o auxílio do suporte. 7) Anotar o valor da temperatura do sólido, Ts, indicada no medidor em função do tempo, t, (utilizando um cronômetro) durante o processo de aquecimento do corpo, até que a temperatura de equilíbrio seja atingida. 8) Desligar a bomba centrífuga. 9) Retirar o corpo de prova do Recipiente B, mantendo-o apoiado no suporte. 10) Reposicionar o suporte no Reservatório B e repetir o procedimento para a placa, o cilindro e a esfera de alumínio. 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES Tabela 3 – Resultados experimentais para determinação do coeficiente de transferência de calor em regime transiente para a placa de cobre. Placa de cobre: Temperaturaconstante do fluido: 71ºC Temperatura inicial do sólido: 28ºC Tempo [s] Temperatura do sólido [ºC] Ψ lnΨ 0 28 1 0 4 46 0,581 -0,543 8 59 0,279 -1,277 12 67 0,093 -2,375 16 69 0,047 -3,058 20 70 0,023 -3,772 24 70 0,023 -3,772 28 70 0,023 -3,772 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES Placa de alumínio: Temperaturaconstante do fluido: 71ºC Temperatura inicial do sólido: 26ºC Tempo [s] Temperatura do sólido [ºC] Ψ lnΨ 0 26 1 0 4 45 0,578 -0,548 8 60 0,244 -1,411 12 66 0,111 -2,198 16 69 0,044 -3,124 20 70 0,022 -3,817 24 70 0,022 -3,817 28 70 0,022 -3,817 Tabela 4 – Resultados experimentais para determinação do coeficiente de transferência de calor em regime transiente para a placa de alumínio. Cilindro de alumínio: Temperaturaconstante do fluido: 71ºC Temperatura inicial do sólido: 27ºC Tempo [s] Temperatura do sólido [ºC] Ψ lnΨ 0 27 1 0 4 31 0,9091 -0,0953 8 44 0,6136 -0,4184 12 51 0,4545 -0,7886 16 57 0,3182 -1,1451 20 61 0,2273 -1,4815 24 64 0,1591 -1,8382 28 66 0,1136 -2,1751 32 67 0,0910 -2,3969 36 68 0,0682 -2,6853 40 68 0,0682 -2,6853 44 69 0,0455 -3,0900 48 69 0,0455 -3,0900 48 69 0,0455 -3,0900 Tabela 5 – Resultados experimentais para determinação do coeficiente de transferência de calor em regime transiente para o cilindro de alumínio. 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES Esfera de alumínio: Temperaturaconstante do fluido: 71ºC Temperatura inicial do sólido: 28ºC Tempo [s] Temperatura do sólido [ºC] Ψ lnΨ 0 28 1 0 4 40 0,7209 -0,3273 8 60 0,2558 -1,3634 12 66 0,1163 -2,1516 16 69 0,0465 -3,0683 20 69 0,0465 -3,0683 24 70 0,0233 -3,7593 28 70 0,0233 -3,7593 32 70 0,0233 -3,7593 Tabela 6 – Resultados experimentais para determinação do coeficiente de transferência de calor em regime transiente para a esfera de alumínio. 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 1) Para cada corpo de prova, construa os gráficos ln ψ (y) e t (x) e realize a regressão linear para os dados obtidos. Utilize apenas o conjunto de dados que apresenta variações de temperatura com o tempo. 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 2) Sabendo que os coeficientes angulares dos ajustes realizados são , ,são determine os valores de h médio para cada caso de escoamento de fluido sobre os corpos de prova. Considere as propriedades dos sólidos constantes: Cp para o cobre 0,38 J/gK; Cp para o alumínio 0,90 J/gK; ρs para o cobre 8960 kg/m3 e ρs para o alumínio 2698 kg/m3 . 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES Dados : Cp (cobre): 380 J/Kg.K Cp ( alumínio): 900 J/Kg.K Ρs( cobre): 8960 Kg/ Ρs(Alumínio): 2698 Kg/ Placa de cobre V= 01524 x 0,1016 x 0,0128 V= 1,98 x 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES Placa de alumínio V= 0,1525 x 0,1014 x 0,014 V=2,165 x A= 2x(0,1525 x 0,1014)+2x(0,1525 x 0,014)+2x(0,1014 x 0,014) A=0,038 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES Cilindro de alumínio 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES Esfera de alumínio 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 3) Comparando-se as placas constituídas de diferentes materiais, cobre ou alumínio, para qual dos corpos a temperatura levou maior tempo para se estabilizar? Explique os motivos. Para qual dos dois casos o valor experimental do coeficiente médio de película é mais elevado? Por quê? 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 3) Levou mais tempo o cilindro de alumínio. Isso se deve a condutividade térmica dos materiais, a do alumínio possui K=235 W/m.K e o cobre possui K= 401 W/m.K ( Halliday, Resnick & Walker,2011,P.200) ou seja o cobre tem maior capacidade de transferir calor do que o alumínio. 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 4) Comparando-se os diferentes corpos de prova de alumínio: placa, cilindro e esfera; explique os motivos para as diferenças nos valores estimados experimentalmente para o coeficiente médio de película. 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 4) O coeficiente de película é inversamente proporcional a áreas de contanto entre o fluído e o corpo sólido. Calculamos as áreas de contando de cada corpo de alumínio de acordo com as de contados do cobre. Sendo assim, quanto menor a área de contando entre fluído e o corpo solido, maior o coeficiente de película do sistema. 6. Conclusão O experimento vigente permitiu analisarmos a capacidade que um determinado material tem de transferir calor. Sendo assim, o cobre como possui um maior valor de h, observa-se que a temperatura atinge a estabilidade mais rápido do que do alumínio pode ser um material mais condutor. Além disso, observou-se que a geometria do material interfere na transferência de calor e que a correlação dada pelo número de Biot tem que ser menor do que 0,1 para que a temperatura do sólido seja uniforme em qualquer instante durante o processo transiente. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] BENNETT, C. O.; MYERS, J. E. Fenômenos de transporte: quantidade de movimento, calor e massa. São Paulo: McGraw-Hill, 1978. 812 p. [2] INCROPERA, F. P. et al. Fundamentos de transferência de calor e de massa. Rio de Janeiro: LTC, 2011. 643 p. [3] TÓPICOS DE LABORATÓRIO DIDÁTICO EM FENÔMENOS DE TRANSPORTE, 2ª edição, DEQ/UFSCar.
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