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1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS PROFª MSc.: JORDANA MOURA CAETANO VERTEDORES Conceito: é uma passagem feita no alto de uma parede por onde a água escoa livremente (apresentando, portanto, a superfície sujeita à pressão atmosférica). Emprego: são utilizados na medição de vazão de pequenos cursos d’água, canais, nascentes (Q ≤ 300 L/s) Partes componentes: Classificação: vários são os critérios para classificação dos vertedores. Quanto à forma : retangular, triangular, trapezoidal, circular, etc. Quanto à espessura (natureza) da parede (e): o Parede delgada: a espessura (e) não é suficiente para que sobre ela se estabeleça o paralelismo das linhas de corrente (e < 2/3 H); e o Parede espessa: a espessura é suficiente para que sobre ela se estabeleça o paralelismo das linhas de corrente (e ≥ 2/3 H). 2 Quanto ao comprimento da soleira (L): o L = B (Vertedor sem contração lateral); e o L < B (Vertedor com contração lateral); Quanto à relação entre o nível de água à jusante (p') e a altura do vertedor (p): o P > P' Vertedor livre: o lençol cai livremente à jusante do vertedor, onde atua a pressão atmosférica. Esta é a situação que tem sido mais estudada e deve por isso ser observada quando na instalação do vertedor; e o P < P' Vertedor afogado: situação que deve ser evitada na prática; poucos estudos sobre ela. 3 Vertedor retangular de parede delgada sem contração lateral Vertedor retangular de parede delgada com contração lateral (Correção de Francis) Quando o vertedor possui contração lateral é necessário fazer correção no valor de L, ou seja: 4 Vertedor triangular (parede delgada) Obs: Para pequenas vazões, o vertedor triangular é mais preciso que o retangular (aumenta o valor de H a ser lido quando comparado ao retangular). Para maiores vazões o triangular passa a ser menos preciso pois qualquer erro de leitura é afetado pelo expoente 5/2. A Figura mostra o efeito do formato do vertedor na lâmina vertente. Para a mesma vazão, percebe-se que a lâmina sobre o vertedor é maior no formato triangular (a) quando comparado com o retangular (b). Vertedor Trapezoidal (Cipolletti) - parede delgada Não é tão interessante quanto os outros dois (retangular e triangular). Pode ser usado para medição de vazão em canais, sendo o vertedor de Cipolletti o mais empregado. Esse vertedor apresenta taludes de 1:4 (1 na horizontal e 4 na vertical) para compensar o efeito da contração lateral da lâmina ao escoar sobre a crista. 5 Vertedor retangular de parede espessa Neste vertedor, a espessura da parede (e) é suficiente para que se estabeleça o paralelismo entre os filetes, ou seja: as linhas de corrente sejam paralelas (o que confere uma distribuição hidrostática das pressões). 6 ORIFÍCIOS E BOCAIS Orifícios são perfurações (geralmente de forma geométrica conhecida) feitas abaixo da superfície livre do líquido em paredes de reservatórios, tanques, canais ou tubulações, com a finalidade de medição de vazão. Classificação: - Quanto à forma geométrica: retangular, circular, triangular, etc. - Quanto às dimensões relativas - Quanto à natureza das paredes a) Parede delgada: (e < d): a veia líquida toca apenas a face interna da parede do reservatório. b) Parede espessa: (e ≥ d): nesse caso a veia líquida toca quase toda a parede do reservatório. Esse caso será enquadrado no estudo dos bocais. 7 8 9 10 11 RESSALTO HIDRÁULICO O ressalto hidráulico ou salto hidráulico é o fenômeno que ocorre na transição de um escoamento torrencial ou supercrítico para um escoamento fluvial ou subcrítico. O escoamento é caracterizado por uma elevação brusca no nível d’água, sobre uma distância curta, acompanhada de uma instabilidade na superfície com ondulações e entrada de ar do ambiente e por uma consequente perda de energia em forma de grande turbulência. É utilizado como dissipador de energia cinética de uma lâmina líquida que desce pelo paramento de um vertedor, evitando o aparecimento de um processo erosivo no leito do canal de restituição. Também pode ser encontrado na entrada de uma estação de tratamento de água, na calha Parshall, e é usado para promover uma boa mistura dos produtos químicos utilizados no processo de purificação da água. Há uma diminuição da velocidade média do escoamento, na direção do escoamento, com a presença de uma acentuada turbulência. Se a elevação da linha d’água é pronunciada, observa-se sobre a superfície criada na parte ascensional do ressalto a formação de rolos d’água de forma mais ou menos regular e posição relativamente estável. A agitação da massa d’água favorece a penetração de ar no escoamento com o aparecimento de bolhas de ar. A turbulência criada no interior do ressalto e o movimento dos rolos d’água produzem uma importante dissipação de energia. O ressalto estacionário fica confinado entre duas seções, uma a montante, onde o escoamento é torrencial, e outra a jusante, onde o escoamento é fluvial, nas quais a distribuição de pressão hidrostática. As alturas d’água destas seções, y1 e y2, são as alturas ou profundidades conjugadas do ressalto. A diferença dessas alturas chama-se altura do ressalto e é um parâmetro importante na caracterização do ressalto como dissipador de energia. A diferença de cotas na linha de energia DE chama-se perda de carga no ressalto. 12 Deve-se observar que o aspecto físico do ressalto varia de acordo com a velocidade na seção de montante ou, mais precisamente, com o número de Froude nesta seção. A perda de carga no ressalto é igual à diferença de energia antes e depois do salto. No caso particular do canal retangular: A vazão no ressalto também pode ser determinada conhecendo-se as alturas conjugadas do ressalto: Em que: Q = vazão no canal, em m³/s; b = largura do canal. Assim, pode-se determinar a potência dissipada no ressalto hidráulico: Em que: Pd = potência dissipada, em W; h = rendimento = 1.
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