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Resumo de Imunologia - Barbara Ribeiro XLVIII

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Introdução a Imunologia Médica
MD 244
1. O Sistema Imunológico
• O que é: É o sistema responsável pelo reconhecimento e pela resposta contra antígenos 
potencialmente patogênicos. Mantám a homeostasia, juntamente com os sistemas Nervoso e 
Endócrino.
• Como atua: Reage a partículas por meio das Reações Imunes, as quais seriam, 
portanto, definidas como reações a substências estranhas e a pequenas substâncias químicas. 
É essa resposta imune que determina a aquisição ou não de uma determinada doença, e a 
duração da mesma.
• O que é reconhecido: Proteínas ou segmentos polipeptídicos, polissacarídeos, entre 
outros..
2. Primeira linha de defesa
! Mais de 85% dos patógenos tem sua entrada bloquada pela chamada “Primeira linha de 
defesa”, que consiste em Pele, Mucosas, Unhas e Secreções (Lágrima, Saliva e Suco 
Gástrico). Ou seja, os patógenos não atingem a corrente sangüínea.
3. Segunda linha de defesa - O Sistema Imune Inato
• O que é: A linha de defesa inicial contra os microorganismos que entram nas células, 
consistindo em mecanismos de defesa celulares e bioquímicos que já existiam antes do 
estabelecimento de uma infecção, e que não mudarão durante toda a vida. Elimina pouco 
mais de 12% dos antígenos.
• Componentes celulares: Fagócitos (Macrófagos e Neutrófilos) e Linfócitos NK.
• Componentes solúveis: Sistema Complemento
• Características gerais:
". Especificidade: Apesar de não ser tão grande quanto a do Sistema Adaptativo, o 
Sistema Inato possui capacidade de reconhecer padrões moleculares importantes 
(PAMP`s). Assim, diz-se que possui especificidade limitada, sendo capaz de reconhecer 
microorganismos que expressam determinado padrão molecular, mas não diferenciando-
os entre sí.
! . Diversidade: Limitada a certos padrões
! . Tempo de resposta: Imediato
! . Ausência de memória
! . Tolerância a si próprio
4. Terceira Linha de Defesa - O Sistema Imune Adaptativo
• O que é: Resposta imune que se desenvolve e é estimulada após exposição a agentes 
infecciosos e instalação da infecção. Reconhece antígenos com especificidade e monta 
respostas. Responsável por menos de 3% dos antígenos.
• Componentes Celulares: Linfócitos B e T
• Componentes Solúveis: Anticorpos
• Características gerais:
! . Especificidade elevada: Linfócitos expressam receptores que são capazes de detectar 
diferenças discretas entre antígenos distintos; os indivíduos não imunizados apresentam 
cópias de linfócitos com especificidades diversas.
! . Diversidade muito grande; ilimitada. Receptores são produzidos pela recombinação 
somática de segmentos genéticos
! . Tempo de resposta: dias
1
! . Presença de memória
! . Tolerância a si próprio
• Imunidade Humoral x Imunidade Celular: Imunidade humoral é mediada por 
anticorpos, produzidos por Linfócitos B, e é o principal mecanismo de defesa contra 
microorganismos extracelulares e suas toxinas. Já a imunidade celular é mediada por 
Linfócitos T, que promovem a destruicão dos microoganismos presentas em fagócitos ou a 
destruição de células afetadas para eliminar os reservatórios da infecção.
• Imunidade Ativa x Imunidade Passiva: Na imunidade ativa, o próprio organismo, 
após exposição a determinado microorganismo, encontra meios de eliminá-lo. Já a passiva, o 
organismo infectado recebe anticorpos ou linfócitos específicos para realizar o combate a 
infecção. Ambas as respostas são específicas; a passiva é mais rápida; a ativa apresenta 
memória.
5. Conceitos
• Antígeno (Ag): Moléculas reconhecidas por anticorpos e receptores de linfócitos. 
Não necessariamente desperta resposta imune.
• Imunógeno: Antígenos que produz resposta imune
• Tolerância: Garante que elementos do sistema imune possam reconhecer sem 
responder com ativação a um determinado Antígeno; evita lesão do hospedeiro durante 
resposta a antígenos estranhos.
• Especificidade: Garante que cada clone molecular reconheça apeans um tipo de 
Antígenos; logo, antígenos distintos desencadeiam respostas específicas.
• Epítopo: Região de um antígeno que é efetivamente reconhecida pelo receptor do 
Linfócito ou pelo Anticorpo.
• Hapteno: Molécula que, quando isolada, é um antígeno sem propriedade imunogênica; 
para que se torne inumogênica precisa de associação com outra molécula.
6. Componentes Celulares do Sistema Imune Adquirido
6.1 Linfócitos: Expressam receptores de antígenos e circulam, fazendo a imunovigilância 
do corpo
• Linfócitos B: Assim como Macrófagos e Células Dendríticas, os Linfocitos B são 
Células Apresentadoras de Antígeno (APC). Expressam IgM e IgD. São geradas na Medula 
Óssea vermelha e tem capacidade de reconhecer antígenos livres (extracelulares) e se 
diferenciar em Plasmócito (célula produtora de anticorpos - resposta humoral. Expressa IgG, 
IgM e IgA). Por ser nucleada e APC, expressa respectivamente MHC I e II.
• Linfócitos T: São células de imunidade celular que reconhecem antígenos 
intracelulares, destruindo-os ou destruindo as células infectadas. Não produzem anticorpos. 
Além disso, só são capazes de reconhecer antígenos que já estão ligados a uma proteína 
MHC, e estão, consequentemente, na superfície celular
• Linfócitos T Helper: Secreta citocinas capazes de ativar outras células do sistema 
imune e desencadear uma resposta inflamatória. Expressam receptores CD4 (linfócitos 
TCD4+)
• Linfócitos T Citotóxico/Citolítico (CLT): Reconhecem antígenos presentes em 
células do hospedeiro e matam-na, por meio da lise de sua membrana plasmática. Provem dos 
linfócitos que expressavam receptores CD8 (TCD8+), e se proliferaram e diferenciaram.
• Linfócitos NK: Pertencem a resposta imune inata, reconhecem e destroem células 
infectadas. Sua variedade de receptores de membrana é mais limitada.
• Doenças:
Síndrome do Linfócito Nu: Deficiência na expressão de MHC II faz com que a 
atividade APC dos linfócitos B, Macrófagos e Células Dendríticas falhe. Sendo assim, os T-
Helper não serão estimulados e não estimularão resposta imune adquirida. Só um 
transplante de medula resolve
2
HIV: Tem tropismo por Linfócitos TCD4+. Inativando-os, ele provoca falha no 
sistema imune, que, ao mesmo tempo, fica incapacitado de destruir essas células infectadas 
(as células T é que regulam essa destruição).
6.2 Células Dendríticas: Capturam antígenos do meio externo, transportam-nos para os 
órgãos linfóides, apresentando-os para os Linfócitos T. São as APCs mais eficientes, 
expressando MHC II e TLR
6.3 Macrófago/Monócito: Fazem parte da defesa fagocitária, além de também atuar na 
resposta inflamatória secretando citocinas e quimiocinas e no remodelamento tecidual após 
infecções (proteases e quimiocinas). Os Monócitos são fagócitos que circulam livres pela 
corrente sangüínea; ao migrarem para os tecidos, transformam-se em Macrófagos.
7. Visão geral de uma resposta imune
Imunidade Natural
. Bloqueio da entrada de microorganismos pelas barreiras de epitélio contínuo
. Macrófagos do tecido sub-epitelial: fagocitose, reconhecimento e ativação de células 
(citocinas, as moléculas mensageiras do sistema imune, por recrutarem leucócitos ao local 
da infecção)
. Acumulação de Leucócitos: Inflamação
. Proteínas plasmáticas do sistema complemento: lise de micróbios, revestimento para 
permitir fagocitose, etc.
3
Imunidade Adquirida
. Anticorpos se ligam aos microbios extracelulares, bloqueiam sua capacidade de infectar 
células e promovem sua subseqüente fagocitose
. Fagocitose, estimulada por T-Helpers
. CLTs destroem células inascessíveis aos anticorpos
7.1 Ativação de Linfócitos T e Imunidade Celular: Após reconhecimento de 
complexos peptídeo-MHC apresentados na superfície de células dendríticas e de moléculas 
coestimuladoras, os linfócitos T-Helper CD4+ proliferam e se diferenciam em células 
efetoras, secretoras particularmente de citocinas. Interleucina-2 atua estimulando a 
proliferação de outroslinfócitos ativados por microorganismo; certas citocinas estimulam a 
produção de Ig-E, e ativam leucócitos (eosinófilos), os quais eliminam parasitam muito 
grandes para serem fagocitados. Já os Linfócitos CD8+ ativados proliferam e se diferenciam 
em CLTs.
7.2 Ativação de Linfócitos B e Imunidade Humoral: As células B fagocitam antígenos 
protéicos, degradam-nos e exibem peptídeos ligados a moléculas MHC para 
reconhecimento pelas T-Helper. Essas, a seguir, ativam as Células B, que proliferam e se 
diferenciam em células que secretam diferentes tipos de anticorpos com funções específicas. 
Enter esses, estão anticorpos Ig-E, Ig-G e Ig-A. Anticorpos ligam-se aos microorganismos 
impedindo-os de infectarem células (bloqueando a infecção antes de ela se estabelecer), além 
de ativar o sistema complemento e facilitar a fagocitose (Ig-G transforma microbios em 
alvos fáceis e tem papel importante na gestação, quando é transportado através da placenta).
8. Tecidos do Sistema Imune
• Tecidos Linfóides: Tecidos anatomicamente definidos que concentram Linfócitos e 
APCs e para os quais os antígenos estranhos são transportados.
8.1 Tecidos Linfóides Primários: Locais de desenvolvimento de Linfócitos, além de sua 
maturação e posterior seleção, de acordo com a capacidade de não reconhecer nem agradir o 
que é próprio (Tolerância central). Constituídos por Medula Óssea e Timo, quando na vida 
adulta. Na embriogênese, são o Fígado e o Baço.
8.2 Tecidos Linfóides Secundários: São os locais onde ocorre a sensibilização dos 
Linfócitos com Antígenos; 
recrutamento de linfócitos 
virgens (naïve) e captação de 
antígenos, proliferação de 
linfócitos, diferenciação e 
se leção ( to le rânc ia 
periférica) . Basicamente, 
ocorre a interação entre 
linfócitos e APCs, e suas 
conseqüências. Inclui Tecidos 
linfóides difusos, agregados 
linfóides (Tonsilas e Placas de 
Peyer), Baço e Linfonodos.
9. Medula Óssea:
• He m a t o p o e s e : É a 
principal função da medula 
óssea vermelha do adulto, 
sendo que a a s sume 
progressivamente com o desenvolvimento de um indivíduo. Ocorre principalmente nos osso 
chatos e é estimulada por citocinasde células do estroma e macrófagos da medula, ou por 
linfócitos T estimulados por antígenos e macrófagos ativados por microorganismos (forma de 
4
reposição de leucócitos perdidos). Quando a medula é lesada, ou quando há uma necessidade 
de maior prudução de células, o fígado e o baço são recrutados. É o sítio de desenvolvimento 
e maturação dos Linfócitos B.
10. Timo: É o local de desenvolvimento dos Linfócitos T
• Características gerais: Localizado no mediastino anterior superior, ele é dividido em 
dois lobos. Cada Lobo é dividido em múltiplos Lóbulos por septos fibrosos, e cada lóbulo 
consiste em um córtex fibroso e uma medula interna
• Funcionalidade: De 2 anos a idade adulta ele passa de 10^10 linfocitos ao ano a 10^8 
linfocitos ao ano. Aspectos nutricionais controlam sua função, de forma que uma má nutrição 
geraria: Atrofia (Morte de CD4+ CD8+ do córtex) e Redução da proliferação de 
Timócitos;reversíveis pela realimentação. Uma desnutrição, por sua vez, geraria um déficit no 
metabolismo, o que não só acarreta em problemas de divisão celular, diferenciação, 
transcrição e apoptose, mas também, devido principalmente a carência de Zinco, interfere na 
funcionalidade do Timo (Timolina requer zinco. ele é responsável pela indução da 
citotoxicidade, entre outros). 
A vitamina A aumenta a diferenciação de Linfócitos DP em CD4+; o Acido Fólico 
pode inibir a capacidade de proliferação dos Linfócitos CD8+; A Vitamina B12 interfere na 
sereção de Imunoglobulinas; Vitamina C, envolvida no colágeno, pode acarretar alterações 
de membrana que dificultam interação entre células. Enfim.
• Perdas funcionais: Causadas pela idade, por doenças, nutrição, radiação, 
Quimioterápicos, HIV. Desnutrinos, obesos e diabéticos tem amis infecções, doenças 
inflamatórias e auto-imunes.
• Córtex e Medula: Enquanto o córtex possui uma vasta coleção de Linfócitos T, a 
medula contém uma população mais 
esparsa de l infócitos . Além de 
linfócitos, Células epitelias da cortical 
e células dendríticas se encontram no 
Timo.
• Timócitos: São os linfócitos T 
do Timo, em vários estágios de 
desenvolvimento. As células imaturas 
da linhagem T entram no córtex do 
Timo e intera gem com Céluas 
Epi te l i a i s (Se leção Pos i t i va ) ; 
dependendo de sua viabilidade, eles 
sobrevivem e migram para a medula, 
onde intera gem com Cé lu la s 
Dendríticas (Seleção Negativa). Após 
sofrerem novo reconhecimento e 
qua l i f icação, caso sobrevivam, 
tor nam - se desenvo lv ida s e 
consequentemente, aptas a deixar o 
órgão em d i reção a cor rente 
sangüinea e aos órgãos periféricos 
como Linfócitos. Ou seja, são dois 
processos de seleção para que os 
Timócitos se tornem Linfócitos T. 
Mais sobre isso na parte de seleção 
linfocitária.
5
11. Linfonodos e Sistema Linfático: Os Linfonodos estão dispostos ao longo do sistema 
de drenagem linfática, ou seja, o sistema que absorve e drena o líquido dos espaços 
intersticiais. Recebem, portanto, vasos aferentes, provenientes dos tecidos, que contém 
microorganismos e partículas estranhas que, eventualmente, entram no organismo em 
questão e entram no sistema linfático com ou sem auxílio das células Dendríticas. Os 
linfonodos por sua vez funcionam como filtros, recebendo todos os antígenos capturados.
! ! Ao chegar ao linfonodo. a célula dendrítica pode apresentar antígenos aos 
Linféocitos T naive, iniciando uma resposta imune adquirica, ou aos linfócitos B, iniciando 
uma resposta humoral.
• Estrutura Geral: Um Linfonodo é composto por córtex e medula, e é cercado por 
uma cápsula fibrosa, através da qual penetram inémeros vasos aferentes. Na camada 
mais externa do córtex existem agregados celulares chamados Folículos; alguns possuem 
uma área central chamada Centro Germinativo, outros, que não o possuem, são os 
Folículos Primários
• Folículos: São as zonas de células B dos linfonodos. Folículos primários contém 
principalmente linfócitos B Naives desenvolvidos; os centros germinativos, em resposta 
a estimulação antigênica, desenvolvem resposta: proliferação e seleção de células B que 
produzem anticorpos e geração de células B de memória. Os linfócitos T estão 
localizados principalmente abaixo e mais centralemnte aos folículos, nos cordões 
paracorticais
• Citocinas: São elas que determinam essa segregação anatômica dos diferntes tipos de 
linfócitos. Linfocitos T Naive,por exemplo, expressam o receptor CCR7, que liga as 
quimiocinas CCL19 e CCL21, produzinas nas zonas de células T. As céluals endríticas, 
por sua vez, também expressam tal receptor e, consequentemente, migrem para o 
mesmo local que as células T naive, possibilitando a apresentação de antígenos de 
maneira adequada.
• Disfunções na drenagem: Pós infecciosa, traumática, parasitária, neoplásica, 
cirurgica por remoção de linfonodo,...
12. Baço:
• Gerais: Situado no quadrante superior esquerdo, ele é o principal local de respostas 
imunológicas a antígenos provenientes do sangue. É suprido por uma única artéria 
esplênica que se ramifica. As regiões do Baço ricas em Linfócitos, as Polpas Brancas, são 
organizadas em torno das artérias.
• Polpa Branca: Tem arquitetura cemelante a um Linfonodo, com regiões distintas de 
Linfócitos B e T. É responsável por promover respostas imunes adquiridas aos antígenos 
transportados pelo sangue, sendo que as disposições de células B, T e APCs promovem 
as interações necessárias para o desenvolvimento eficiente de uma resposta imune 
humoral.
• Polpa Vermelha: Contituída por ramos arteriolares da artéria esplênica dispersos 
entre grandes números de macrófagos, eritrócitos, células dendríticas, linfócitos e 
células plasmáticas. Os macrófagos retiram microoganismos e hemácias lesadasdo 
sangue. Funciona como filtro do sangue, retirando da circulação aqueleas 
microoaganismos que não foram capturados por macrófagos e não foram levados aos 
linfonodos.
• É o principal local de fagocitose de microorganismos recobertos de anticorpos 
(Opsonizados). As APCs capturam os antígenos transportados pelo sangue.
13. Outros:
13.1 Amigdala
13.2 Adenóide
6
13.3 Placa de Peyer
13.4 Apêndice: Submucosa do sistema digestório mais baixo.
14. Apresentação e Reconhecimento de Antígenos: Linfócitos T só reconhecem 
estruturas primárias de proteínas, o que significa que depende da apresentação do antígeno 
já quebrado por outra célula própria (Restrição ao MHC Próprio). Os anticorpos e 
Linfócitos B, por sua vez, reconhecem estruturas terciárias e quaternárias de proteínas.
14.1 Complexo Principal de Histocompatibilidade (MHC)
• Gerais:
O MHC é um locus gênico que codifica proteínas especializadas na função de 
apresentação de antígenos associados a células para linfócitos T, possibilitando uma resposta 
imune adequada aos tecidos que não pertence ao ser em questão. São genes altamente 
polimórficos, cuja descoberta partiu da observação de que indivíduos transplantados 
apresentavam anticorpos contra leucócitos presentes no órgão em questão. Como os 
anticorpos atacavam leucócitos, receberam o nome de HLA (Human Leucocyte Antigen). 
Posteriormente descobriu-se que os genes HLA eram, na verdade, genes do MHC classe I, 
que leucócitos expressavam.
Existem dois tipos principais de produtos dos genes MHC: as Moléculas Classe I, 
expressas por todas as células nucleadas do corpo, e as classe II, expressas pelas APCs; 
testam antígenos endógenos e exógenos, respectivamente. MHC I apresenta antígenos aos 
linfócitos citolíticos CD8+ (CLTs), enquanto MHC II os apresentam `as THelpers CD4+. 
Linfócitos interagem com as moléculas MHC por meio de receptores TCR associados a 
moléculas CD4 ou CD8, de forma que não reconhecem antígenos livres.
•
• Propriedades dos genes e moléculas de MHC:
.Complexo gênico polimórfico localizado no 
cromossomo 6
.Expressão codominante de genes herdados dos 
pais, de forma a maximizar o número de moléculas 
diferentes de MHC
.Genes para MHC I e MHC II, e cada um deles 
codifica proteínas estruturalmente distintas, mas 
homólogas.
• MHC Classe I: 
As moléculas de MHC I consistem em duas 
cadeia polipeptídicas ligadas de forma não covalente; 
uma cadeia !, codificada pelos genes MHC, e uma 
cadeia ß2 microglobulina. Nessa estrutura, cerca de 
3/4 da proteína se extende para o memio extracelular 
e uma porção hidrofóbica atravessa a membrana. O 
7
peptídeo a ser expressado deve possuir entre 8 e 10 aminoácidos, e é reconhecido por 
linfócitos TCD8 que se liga ao segmento !3.
Cada indivíduo apresenta dois alelos de cada gene (HLA-A, HLA-B e HLA-C), sendo 
que um é herdado do pai e outro, da mãe. Assim, cada 
indivíduo pode possuir até 12 alelos distintos dos 
genes de MHC I, que se combinam de forma a 
produzir até 6 diferentes estruturas de moléculas de 
classe I. A variabilidade do sistema é enorme.
!É expresso por todas as células nucleadas do 
indivíduo e apresenta antígenos sintetizados na 
própria célula.
• MHC Classe II: 
É composto por duas cadeias polipeptídicas 
ligadas de forma não covalente (! + ß), sendo que 
amba s são cod i f i cada s por genes do MHC 
polimórfico (HLA-P, HLA-Q e HLA-R). Apresentam 
peptídeos que apresentem entre 13 e 18 aminoácidos, 
e o dominio ß2 faz a ligação com os linfócitos TCD4.
Cada indivíduo apresenta também dois alelos de cada gene, podendo possuir até 12 
alelos distintos dos genes MHC II, codificando para até 6 diferentes estruturas.
É expresso em células apresentadoras de antígenos (Macrófagos e linfócitos) e 
apresentam antígenos fagocitados e processados, extracelulares.
• Semelhanças entre as moléculas de MHC:
.Tanto as moléculas de MHC I como as de MHC II apresentam sequentas 
popipeptídicas, seja elas polimórficas ou não, que são ligadas de forma não covalente 
com um sítio de ligação para peptídeos, e apresentam-se ancoradas a membrana 
plamática
.Ambas tem a função de apresentar peptídeos a Linfócitos T, embora MHC I 
apresente peptídeos ENDÓGENOS a linfócitos TCD8+ e MHC II apresente 
peptídeos EXÓGENOS para Linfócitos TCD4+.
.Genes apresentam polimorfismo genético e codominância.
.A ligação de MHC ao peptídeo é de baixa especificidade e não discrimina o próprio 
do não próprio, sendo que essa função é dos receptores TCR, expressos nos linfócitos.
.A regulação transcripcional dos genes MHC pode sofrer regulação negativa ou 
positiva, dependendo das demandas imunológicas do organismo. Citocinas, por 
exemplo, estimulam a transcrição; estímulos inflamatórios e imunológicos estimulam 
essa transcrição.
.Uma única molécula de MHC pode ligar vários peptídeos diferentes, mas um de cada 
vez; já os receptores TCR são bastante específicos. A ligação peptídeo-MHC é estável, 
de forma a possibilitar que as poucas células T específicas para tal antígenos o 
localizem.
• Cada indivíduo possui até 12 variantes de MHC
• Relação ente a expressão de MHC e a função de Linfócitos T: 
MHC I é expresso em todas as células nucleadas e é reconhecido por Linfócitos 
TCD8+; a função efetora dessas células é eliminar células infectadas por microorganismos 
intracelulares, como os vírus. Já que eles podem infectar qualquer célula, é importante que o 
MHC I esteja em todas as células nucleadas do corpo.
No caso dos linfócitos TCD4+, eles reconhecem antígenos apresentados por um 
número mais restrito de células, seguindo daí para a ativação de macrófagos ou linfócitos B, 
os quais eliminam microorganismos extracelulares por diferentes meios. Sendo assim, as 
8
moléculas de MHC II são expressas principalmente nas células apresentadoras de antígenos, 
nos órgãos linfóides periféricos.
• MHC e a evolução:
Com a variabilidade genética, o polimorfismo dos genes 
MHC se acentua ainda mais, possibilitando que o indivíduo 
expresse moléculas de MHC que se ligam aos mais diversos 
peptídeos. Assim, um número muito maior de patógenos e 
microorganismos pode ser reconhecido e apresentado ao 
sistema imune.
14.2 T Cell Receptor (TCR):
• Gerais: 
O TCR é o receptor de Células T que reconhece 
complexos MHC-Peptídeo. Ele está disoisto em forma 
de um Complexo, juntamente com proteínas invariáveis 
CD3 e outra. É ele que inicia a sinalização que ativa as 
células T (não tem função efetora por sí só). Todos os 
linfócitos apresentam os mesmos tipos de TCR, diferindo quando aos correceptores.
• Estrutura:
Heterodímero que consiste em duas cadeias polipeptídicas trasnmembrana (! e ß), 
digadas covalentemente. Cada cadeia consiste em um domínio N-terminal variável (V) e 
outro constante (C). Não forma ligação estável com o MHC, o que justifica a presença de 
moléculas de adesão, também dispostas na superfície celular das células T.
• Função: Interage com MHC e reconhece antígenos.
14.3 CD4 e CD8 - Correceptores:
• Gerais: 
São proteínas monoméricas transmembrana expressas em linfócitos que se ligam as 
regiões não polimórficas das moléculas de MHC e trasduzem os sinais pelo complexo TCR. 
Não são expressas simultaneamente pelos linfócitos maduros.
• Estrutura:
 O CD4 é expresso como um monômero na superfície das células T periféricas e dos 
Timócitos, podendo tembém ser encontrado em fagócitos mononucleares e em algumas 
céluals dendríticas. Ele se liga ao MHC classe II.
Já o CD8 existe na maioria das vezes como heterodímeros ligados por pontes 
dissulfeto, compostos de duas cadeias, CD8 ! e CD8ß. Liga-se ao MHC classe I.
• Função: 
Os correceptores intensificam a sinalização do TCR, ligando-se ao MHC e 
reconhecendo parte dos mesmos ligantes que os receptores de antígenos. Além disso, 
permitem reconhecimento e respostas distintas de linfócitosaos MHCs I e II; ou seja, na 
ausência de correceptores, os linfócitos não são restritos `as classe I ou II de MHC; São eles 
que definem qual molécula funcionará como apresentadora de antígenos para linfócitos. 
Sendo assim, CD4 e CD8 são necessários para a maturação e ativação dessa células. 
14.4 Moléculas antigênicas: A maioria dos Linfócitos T reconhece apenas peptídeos; já 
os Linfócitos B reconhecem peptídeos, ácidos nucléicos, polissacarídeos, lipídeos e 
pequenas substâncias químicas. Sendo assim, a resposta imune celular é induzida apenas por 
antígenos protéicos. Os Linfócitos T reconhecem ainda alguns resíduos polimórficos do 
MHC, de forma que podem distinguir MHC próprio do estranho, característica que 
determina a compatibilidade ou não de um enxerto.
14.5 Células Apresentadoras de Antígenos (APCs):
• APCs na ativação de células T: 
9
Elas convertem antígenos protéicos em peptídeos (Processamento do Antígeno) e os 
exibem em sua superfície celular pela associação com o MHC, possibilitando seu 
reconhecimento pelos Linfócitos T. Além disso, algumas APCs oferecem estímulos `as 
células T (coestimuladores).
• Função: 
Como o próprio nome diz, apresentam antígenos aos linfócitos T. Essa função é 
estimulada pela exposição a produtos microbianos, de forma que, sob esse estimulo, os 
receptores semelhantes a Toll (TLR) aumentam a expressão de moléculas MHC e 
coestimuladores. A partir daí, a apresentação de antígeno se intensifica e as APCs passam a 
produzir citocinas que estimulam respostas das células T. Além disso, células dendríticas e 
Macrófagos que são ativados por micróbios expressam receptores a quimiocinas que 
estimulam sua migração para os locais de infecção amplificando ainda mais a apresentação 
de antígenos e ativando mais células T.
• Células: 
Células Dendríticas ativam CD4+ e CD8+; Macrófagos apresentam antígenos a CD4+ 
diferenciados na fase efetora da imunidade celular (e os T-helpers os ativam para eliminar os 
microorganismos); Linfócitos B apresentam antígenos as células T-Helpers durante 
imunidade humoral. Todas apresentam MHC II, podendo estimulas Células TCD4. Com 
relação as Células Dendríticas, são as únicas cuja função principal é a apresentação de 
antígenos.
14.6 Macrófagos:
• Origem: 
Células pluripotentes na Medula Óssea se diferenciam em células da linhagem 
Mielóide; daí, se diferenciam em Monócitos, que caem na corrente sangüínea. Os monócitos 
possuem um núcleo único que ocupa cerca de 50% do volume da célula e citoplasma 
granuloso, contendo lisossomos, vacúolos fagocíticos e filamentos esqueléticos. Eles 
possuem vida longa e circulam pela corrente sangüínea mesmoq ue não haja infecção. Uma 
vez que entrem nos tecidos, essas células maturam e se tornam Macrófagos, os quais passam 
a executar função imune.
• Características Gerais:
Macrófagos são células grandes e irregulares, com núcleo central, citoplasma 
vacuolizado e emitindo pseudópodes. Participam da imunidade inata (sua fase tardia) e 
adquirida como principais células fagocitárias. São pouco específicos e não possuem 
capacidade de memória. Sua resposta aos microorganismos é quase tão rápida quanto a dos 
neutrófilos, contudo, eles não são terminalmente diferenciados; ou seja, macrófagos podem 
sofrer divisão celular em um local inflamatório.
• Funções: 
Imunidade Natural: Fagocitose de microorganismos e produção de citocinas que 
ativam e recrutam outras células inflamatórias (produzem mediadores inflamatórios). 
Durante a fagocitose, há ainda a produção de intermediários reativos de oxigênio (Explosão 
Respiratória) e nitrogênio que também lesam o patógeno.
" Imunidade Adquirida: APCs, como já descrito: Apresentam antígenos para TCD4+; 
essas, ativam os macrófagos para que destruam os microorganismos fagocitados.
• Macrófagos residentes são encontrados em todos os órgãos, mesmo sem a ocorrência de 
uma infecção; de acordo com o órgão que habita, ele apresenta uma determinada 
característica:
Micróglia: Estão em grande proporção no cérebro, representando até 20% do 
contúdo celular do mesmo. É ativada por mecanismos que invadem o cérebro e 
proliferam rapidamente; removem neurônios mortos.
Células de Kupffer: Residem no fígado e fagocitam partículas estranhas que chegam 
pelo sistema Porta. Além disso, são responsáveis pela destruição de hemácias 
senescentes.
10
Macrófagos Alveolares: Responsável pela defesa contra microorganismos que 
infectam através das vias aéreas. Possuem pouca atividade de APC, reduzindo, 
consequentemente, a resposta e a proliferação de linfócitos T
Osteoclastos: São células multinucleadas que participam do processo de reabsorção e 
remodelagem osseas.
• Reconhecimento de microorganismos por parte dos macrófagos: 
Os macrófagos reconhecem, na verdade, padrões moleculares associados aos 
patógenos (PAMPs), como por exemplo o RNA fita dupla (vírus), LPS (Bactérias), etc; 
Possuem, portanto, Receptores de Reconhecimento de Padrões., padrões esses essenciais 
para a sobrevivência dos microorganismos.
• Diapedese:
1.Expressão de citocinas e quimiocinas pelos macrófagos residentes após estes terem 
realizado a fagocitose de microorganismos recruta monócitos do sangue para os locais de 
infecção.
2.As citocinas dos macrófagos residentes também atuam sobre as células endoteliais, 
de modo que estas aumentam a expressão de Selectinas em sua superfície. Os ligantes de 
selectina dos Monócitos atuam; a ligação é, contudo, bastante fraca. Assim, eles se ligam e 
desligam repetitivamente, “Rolando” ao longo da superfície endotelial.
3.A rolagem permite que as quimiocinas, também produzidas pelos macrófagos 
teciduais, sinalize para esses monócitos, de modo que as Integrinas adquiram afinidade e se 
liguem `a membrana das células endoteliais. Essa rolagem é a responsável pela ativação dos 
Monócitos, que se tornam Macrófagos antes de entrar nos tecidos.
4.Adesão estável dos Macrófagos ao endotélio
5.O citoesqueleto dos Macrófagos se rearranja e eles passam pelos espaços 
interendoteliais.
• Fagocitose:
1.Reconhecimento por meio de receptores de reconhecimento de padrão ou 
receptores de FC (discutido adiante). Ligação Antígeno-Receptor
2.Sinalização celular
3.Emissão de pseudópode
4.Englobamento e formação de fagossomo. Fusão desse com o Lisossomo : 
Fagolissomo
5.Degradação enzimática, explosão respiratória (produção de reativos de oxigênio), 
produção de reativos de nitrogênio, produção de mediadores inflamatórios.
6.Apresentação para linfócitos T-Helper (TCD4+). Imunidade adquirida
• Doenças:
Aterosclerose: Com o aumento de LDL no sangue, o macrófago da parede dos vasos 
fagocita LDL (scavenger receptors) e vai acumulando. Transforma-se em Foam Cell, incha e 
morre. O Acúmulo de macrófagos mortos, cheios de gordura, caracteriza a placa de ateroma.
Obesidade: Secreção de citocinas por adipócitos recruta macrófagos, que pruduzem 
ainda mais citocinas. Ocorre lesão do endotélio por stress oxidativo e a pessoa, em última 
instância, desenvolve resistência `a Insulina.
14.7 O Reconhecimento na Imunidade Natural:
• Ao comparar as Imunidades Natural e Adquirida, notam-se várias diferenças com 
relação a forma de atuação de ambas. Os componentes da imunidade natural 
reconhecem “PAMPs” essenciais, como já descrito para os macrófagos, e assim, são 
capazes de distinguir o próprio do não próprio. Para isso, apresentam moléculas 
“Receptoras de Reconheimento de Padrões” na superfície de diversas células. Esses 
receptores são codificados na linhagem germinativa, o que significa que não sofrem 
rearranjo gênico antes de sua tradução; sendo assim a diversidade desses receptores é 
bastante limitada, o que impede sua especificidade, pricipalmente quando comparada 
com os da Imunidade Adquirida (cujos genes sofrem recombinação). Devido a grande 
11
diversidade desse último sistema, seusreceptores são bastante específicos, podendo 
detalhar estruturalmente os antígenos microbianos, a variando de acordo com a 
especificidade do linfócito.
• Receptores de Reconhecimento de Padrão:
Receptores semelhantes a Toll (TLR): Classificados de 1 a 9, econhecem padrões 
moleculares de vários microorganismos e são expressos em Macrófagos, Células Dendríticas, 
Meutrófilos, Células Epiteliais Mucosas e Células Endoteliais. Eles são encontrados na 
superfície celular e em membranas intracelulares, sendo portando capazes de reconhecer 
micróbios em diferentes localizações. A partir do momento em que reconhecem 
determinado padrão, eles ativam uma entre diversas vias de sinalização (dependendo do 
antígeno) que leva, `a ativação de fatores de transcrição, resultando, em última instância, na 
expressão de genes importantes para respostas imunes naturais (genes que codificam 
citocinas, quimiocinas e moléculas de adesão, por exemplo)
Lectinas tipo C: Reconhecem estruturas de carboidratos encontradas nas paredes 
celulares dos microorganismos, mas não de células de mamíferos. O Receptor de Manose é a 
mais conhecida,que desempenha um papel na fagocitose de micróbios.
Receptores Scavenger (Depuradores ou Varredores): Responsáveis pela captação de 
lipoproteínas oxidadas para dentro das células. Eles desempenham papel patológico na 
geração de células de espuma carregadas de colesterol na Aterosclerose.
Receptores a N-Formil Met-Leu-Phe: Reconhecem peptídeos curtos que contem 
resíduos N-formilmetionil, presentes em proteínas bacterianas. FPR é expresso por 
macrófagos e pertence a classe de receptores que atravessa 7 vezes a membrana, sendo então 
ligado a uma proteína G.
NLRs: Moléculas citoplasmáticas que servem como sensores intercelulares de 
infecção bacteriana.
Receptores de FC: Reconhecem a região FC de um anticorpo que está 
possivelmente revestindo o microorganismo (Opsonização). Se esse for o caso, os 
macrófagos o fagocitam.
14. Desenvolvimento dos Linfócitos:
15.1 Repertório Imunológico: É a coleção individual de elementos do sistema imune 
adaptativo que permite reconhecimento e resposta específica contra os mais diversos tipos 
de antígenos presentes na natureza. É o conjunto dos receptores e, consequentemente, de 
especificidades dos linfócitos B e T. A Imunocompetência depende de um repertório 
imunológico amplo e funcional
15.2 Propriedades da Resposta imune Adaptativa:
• Especificidade. Falha: febre reumática, Scarlatina
• Diversidade. Falha:imunodeficiência
• Tolerância. Falha: Doença Auto-Imune
• Memória. Falha: Resposta mais lenta e não tão eficiente
• Auto-Limitação: o sistema imune, eliminado o patógeno, é adequadamente desligado, 
ou seja, no tempo e na potência certos. Falha: citocinas e outros mediadores perpetuam, 
gerando alergia, asma, etc.
15.3 Geral sobre o desenvolvimento dos linfócitos: Células tronco pluripotenciais na 
medula (HSC) amadurecem e, eventualmente, tornam-se progenitores linfóides comuns 
(CLPs), as quais podem dar origem a Células B, T, NK e algumas Dendríticas. Células B se 
desenvolvem principalmente na Medula e Células T, no Timo. A opção por uma das duas 
linhagens depende de instruções recebidas da superfície celular, seguida da indução de 
regladores específicos da transcrição que estimulam o CLP a assumir um caminho 
determinado.
! Inicialmente, ocorre uma grande proliferação dos progenitores, estimulada 
principalmente pela Citocina Interleucina-7 (IL-7), de modo que um repertório diverso de 
12
linfócitos possa ser criado. Esse repertório diverso depende diretamente de um receptor de 
antígeno que é único e específico Com esse propósito, genes funcionais dos receptores são 
produzidos nas células B e T imaturas por um processo de Rearranjo Gênico, o qual gera um 
grande número de éxons que codificam a região variável do TCR. Ou seja, antes da 
transcrição do segmento variável do TCR, as bases são embaralhadas, gerando uma enorme 
diversidade de RNAm e, consequentemente, de porções de TCR (10ˆ15).
! Esse processo de desenvolvimento, até mesmo por envolver rearranjo de bases, é 
bastante suceptível a erros. Para corrigi-los, existem os sistemas de Seleção.
! Precursores de Linfócitos T, no caso, chegam ao Timo pela orientação de quimiocinas. 
Eles chegam na forma de Linfócito DN (Duplo Negativo; não possui receptores nem CD4, 
nem CD8) e se instalam na porção cortical do órgão. Por ação de citocinas produzidas por 
Células Epiteliais, os Timócitos entram em mitose, recombinação gênica, e começam a 
expressar receptores TCR e Reeptores CD4 ou CD8, tornando-se Linfócitos DP (Duplo 
Positivo)
15.4 Seleção Positiva: Por interações com as Células Epitelias do Timo, os Timócitos tem 
sua estrutura, função e seu MHC checados. Esses, por ação quimiotática, percorrem o 
córtex, interagindo com células epiteliais que lhes apresentam vários peptídeos próprios, via 
MHC I e II, e, os que os reconhecem de forma adequada, são selecionados.
! Quando a célula apresenta um antígeno via MHC I, o linfócito usa seu receptor CD8; 
estará destinado a se diferenciar em Citotóxico, caso selecionado. Ao contrário, quando a 
Célula Epitelial utiliza o MHC II, o Linfócito DP utiliza os receptores CD4, e, portanto, se 
tornará um Linfócito T-Helper. Em ambos os casos os Linfócitos deixam de ser DP e 
passam a ser um Linfócito SP (CD4+ ou CD8+); eles adquirem identidade imunológica e se 
tornam capazes de reconhecer o Próprio.
15.5 Seleção Negativa: Após passarem pela seleção Positiva, os Linfócitos SP migram para 
a Medula e lá sofrem um processo de Seleção Negativa (Células Dendríticas), no qual os 
Linfócitos auto-reativos (aderem-se ao próprio com ligações estáveis) são eliminados. 
Garante a Tolerância Central
• A ausencia de seleção positiva leva a morte (ela impede a apoptose das células que 
promovem ligações fracas). A propria Seleção Negativa elimina algumas céluas.
• Após passarem pelas duas seleções, os Linfócitos SP são jogados na corrente sangüínea 
e se dirigem para os Linfonodos e Baço para a ativação de suas funções efetoras. Essa 
ativação de da, basicamente, pela APC de Células Dendríticas, além de exposição a 
moléculas co-estimuladoras e citocinas. Os Linfócitos TCD4 podem se diferenciar em 
vários tipos de Linfócitos, estando o Th1 e o Th2 entre eles; os TCD8 se diferenciam 
em Citotóxicos. Com a AOC, eles se proliferam e migram, ativos, para o local da 
infecçnao; após o combate, sofrem apoptose.
15.6 Perda do Repertório Imunolágico: Se dá por processos fisiológicos 
(envelhecimento) ou Patológicos (quimioterapia, transplante de MO, HIV)
15.7 HIV: Afeta, em ordem: T-efetoras, T-memória, T-regulatória, Naive periférica, Naive 
do Timo
16. Células Dendríticas:
• Características:
Originam-se da l inhagem Monocítica; possuem vários prolongamentos 
citoplasmáticos. Expressam diversos receptores de membrana. Residem em órgãos linfóides 
primários e secundários, apitélio da pele, TGI,...
• Função:
Desempenham papel importante na imunidade Natural, na captura de antígenos e seu 
transporte para órgãos linfóides periféricos; lá, atuam como APCs (são as principais APCs, 
únicas que ativam células T Naive), sendo, então, uma ligação com a imunidade adquirida. 
Induzem a ativação, proliferação e funcionalidade de células T. Atuam ainda no 
13
desenvolvimento de Linfócitos, induzindo tolerância aos antígenos próprios na Seleção 
Negativa (transferem antígenos periféricos a medula) e eliminando os auto-reativos.
• Tanto células dendríticas portadoras de microorganismo, quando células T, expressam 
receptor de quimiocinas CCR7. Consequentemente, migram para o mesmo local no 
órgão linfóide, e podem entrar em contato.
• Células Dendríticas também podem ingerir células infectadas e apresentá-las aos 
linfócitos TCD8+.
17. Anticorpos:
17.1 Definição: São glicoproteínas produzidas por plasmócitos em respostaa um 
determinado estímulo. São agentes da imunidade Humoral, visando combater 
microorganismos extracelulares e toxinas microbianas. Eles podem existir ligados `a 
superfície celular de Células B, atuando como Receptores BCR, ou livres na circulação, nos 
tecidos e nas mucosas.
17.2 Funções: Os anticorpos secretados atuam na fase efetora da imunidade humoral 
ligando-se aos antígenos e desencadeando vários mecanismos efetores que os eliminam. 
Neutralizam micróbios e toxinas, bloqueando sua habilidade de se ligar, infectar e danificar 
células do hospedeiro; ativam o Sistema Complemento; opsonizam patógenos; entre outras. 
17.3 Origem: Linfócitos B são as únicas células que produzem anticorpos. Sob estímulo, 
eles se diferenciam em Plasmócito nos órgãos linfóides e na medula óssea e passam a 
secretar anticorpos. Os anticorpos agem não exclusivamente nos locais emq ue são 
produzidos.
1 7. 4 E s t r u t u r a : Cada 
imunoglobulina é composta 
por quat ro cade i s 
polipeptídicas, sendo duas 
pesadas identicas (H) e duas 
leves identicas (L); As cadeias 
leves são ligadas entre si e com 
as Pesadas por meio de Pontes 
dissulfeto; assim como as 
pesada s . A cade ia l e ve é 
composta por uma região 
constante C e uma variável V; a 
pesada, por uma variável V e 
três constantes C. Cada cadeia 
dessas se dobra em Domínios 
de Imunoglobulina, mantidos 
também por pontes dissulfeto. Além disso, existe uma região de dobradiça que confere 
flexibilidade `a molécula.
Regiões Fab e Fc: As regiões Fab são identicas entre si, mas apresentam uma região 
variável entre moléculas diferentes, que confere a especificidade para a ligação com uma 
Antígeno. as regiões Fab são, portanto, regiões especializadas na identificação dos Antígenos 
e em sua ligação, bloqueando seus efeitos. Já as regiões Fc são constantes e compostas 
exclusivamente por cadeia pesada. Elas são responsáveis pale maior parte da função efetora 
dos anticorpos, além de conterem a região de ligação com os receptores de anticorpos. 
Dentro das Regiões Variáveis, tanto de cadeias H quanto L, existem regiões denominadas 
Regiões de Complementaridade (CRDs), as quais são regiões hipervariáveis que contribuem 
para gerar diferentes especificidades para ligação com antígenos.
! Com releção as Cadeias Leves, são elas que determinam a variedade da ligação com 
antígenos e podem ser do tipo Kappa ou do tipo Lambda, sendo que elas não diferem em 
sua funcionalidade.
14
! Já as cadeias pesadas, sendo as únicas componentes da Região Fc, determinam a classe 
(Isótipo) e a subclasse da molécula de Imunoglobulina. Isótipos e subtipos desempenham 
funções efetoras diferentes, o que significa que as cadeia pesadas é que, em última instância, 
determinam a função efetora e ser realizada pela molécula e sua distribuição tecidual.
17.5 As Imunoglobulinas:
• Imunoglobulina G: Estrutura monomérica presente em grandes quantidades no soro 
e nos espaços extra-vasculares (encontra receptores FcRB na superfície do endotélio).
Funcões:".Bloqueio da ligação dos microorganismos e das toxinas microbianas a 
receptores celulares via ligação desses com a Região Fab. Eles inibem, ou neutralizam a 
infectividade dos Patógenos.
! ! .Opsonização da bactéria: Anticorpos IgG recobrem microorganismos. Os 
fagócitos mononucleares apresentam receptores para porcões Fc das Imunoglobulinas, 
de modo que as IgG facilitam a fagocitose e a morte intra-celular.
! ! .Ativação do Sistema Complemento: O Sistema Complemento consiste 
em proteínas circulantes e de superfície celular que interagem umas com as outras 
como uma reação em cascata, e com outras moléculas do sistema imune para gerar 
produtos que eliminem o patógeno. A imunoglobulina atua ativando o primeiro 
elemento desse sistema; esse, então, adquira atividade enzimática e ativa o segundo 
elemento; e assim sucessivamente, o que permite uma ativação basatnte rápida e 
ampla.
! ! .Citotoxicidade Celular Dependente de Anticorpo (ADCC): Células NK 
reconhecem células recobertas por anticorpos por meio da interação com a região Fc e 
destroem-nas.
! ! .Remoção de Helmintos: IgG se liga e ativa facócitos; como eles não são 
capazes de destruir os helmintos, os Linfócitos T sinalizam para os Linfócitos B, que 
passam a produzir IgG, IgA ou IgE. A ligação dos eosinófilos com essas 
imunoglobulinas ativa sua degranulação, que lesa o helminto.
! ! .Imunidade neonatal através da passagem pela barreira placentária 
(Receptor FcRM)
• Imunoglobulina A: Predominam nas secreções; dímeros. É a Ig mais importante nas 
mucosas
Funções:! .Neutralização da microorganismos e toxinas, assim como a IgG
• Imunoglobulina M: Secretada na forma pentamérica; monômeros ligados por cadeia 
J. Sua forma monomérica está presenta na superfície de Linfócitos B, como Receptores 
BCR. Sob um estímulo qualquer, ela é a primeira a ser secretada, já específica para tal 
antígeno.
Funções:! .Receptor BCR
! ! .Ativação do Sistema Complemento; de forma mais eficiente que a IgG, 
por possuir cinco regiões Fc
• Imunoglobulina D: Em baixos níveis no soro e com papel ainda incerto.
Funções:! .Remoção de Helmintos
! ! .Receptor BCR
! ! .Não ativa sistema complemento
• Imunoglobulina E: Em baixos níveis no soro, são estruturas monoméricas.
Funções:! .Remoção de Helmintos
! ! .Reações alérgicas: liga-se a receptores de mastócitos e eosinófilos (Fc), 
induzindo a liberação de mediadores inflamatórios
! ! .Não ativa sistema Complemento.
• O sistema imunologico humoral é especializado de modo que diferentes exposições a 
microorganismos ou antigenos estimulam a troca das células B para os isótipos Ig que 
15
melhor combatem esses microorganismos. Essas alterações determinam como e quando 
essas respostas irão agir para erradicar o antigeno. Tal processo se chama Recombinação 
de troca, pelo qual ocorre a mudança do tipo e região Ch e , consequentemente, do 
isotipo; regiãos V não sao alteradas.
• Todas as funções dos anticorpos são desencadeadas pela ligação dos antígenos as regiões 
variáveis.
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Barbara Ribeiro
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