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Farmacologia (FAR 532) Clara L. Vianna Aula 9 ���� Analgésicos opióides, AINES, Antihistamínicos, Anestésicos locais e Glicocorticóides (31.05.12) � Os analgésicos opióides atuam de maneira central; os AINES de maneira central e periférica; os anestésicos locais atuam de maneira periférica. E existem ainda outros medicamentos que podem controlar a dor, como por exemplo, os antidepressivos, anticonvulsivantes, etc. � DOR: Sensação subjetiva. A associação internacional do estudo da dor define essa da seguinta maneira: “Experiencia sensorial e emocional, desagradável, relacionada com lesão tecidual real ou potencial.” � NOCICEPÇÃO: Mecanismo pelo qual estímulos nocivos são transmitidos ao SNC. Existem duas vias nociceptivas: Rápida (dor aguda, localizada, mediada pelas fibras A delta), lenta (dor crônica, em queimação, difusa, não localizada, mediada pelas fibras C). Portanto, são essas duas fibras que se tem como objetivo inibir toda vez que se usa um fármaco para alívio da dor. � Tipos de dor: - Aguda: Mediada através das fibras nervosas A delta. É um estímulo nocivo excessivo, originando sensação intensa e desagradável. - Crônica: Mediada através das fibras nervosas C. É uma dor que dura mais tempo que a lesão tecidual desencadeante. - Hiperalgesia: Maior intensidade de dor associada a um estímulo nocivo leve. Pode ser provocado pelo uso de mediadores químicos, como por exemplo, as prostaglandinas podem aumentar a sensibilidade dos receptores de outros mediadores como a bradicinina, fazendo com que a sensação álgica seja maior. - Alodinia: Dor provocada por um estímulo não nocivo. - Dor neuropática: Dor crônica provocada por danos nos neurônios nociceptivos (derrame, esclerose múltipla), com fraca resposta aos analgésicos opióides. � Os nociceptores podem ser “ativados” por diferentes estímulos (químicos, mecânicos e térmicos). Com isso, há uma liberação de mediadores da dor: substância P, bradicinina, prostaglandinas, NO, CGRP, Serotonina, Histamina, Tromboxano. Logo, esses mediadores possuem seus receptores nessas terminações nervosas livres (nociceptores), e quando, por exemplo, a bradicinina, se liga ao seu receptor, vai desencadear um estímulo, que vai provocar uma despolarização neuronal e então haverá a ascendência da transmissão do estímulo da periferia para o centro (via ascendente da dor); tal vai para o tálamo e desse para o córtex, gerando a sensação de dor. Vai haver também, a via descendente da dor, que no caso vai ser inibitória, e vai poder ser gerada uma inibição do estímulo nocivo da via ascendente. Portanto, para se gerar uma analgesia, pode-se tanto inibir a via ascendente, quanto estimular a via descendente, já que essa é inibitória. É importante também saber, que ao estimular essas fibras, elas são capazes de liberar um neuropeptídeo (substância P), que vai estimular o vaso, provocando uma inflamação neurogênica, que vai liberar o fator de crescimento neuronal, que por sua vez, vai estimular novamente essas fibras, e essas vão continuar estimulando a liberação de mediadores químicos. Esse processe só aumenta a algia, provocando o quadro de hiperalgesia. � A partir do esquema abaixo, pode-se perceber que: - Os AINES, vão agir inibindo a liberação de mediadores químicos, diminuindo assim o estímulo dos nociceptores. - Os anestésicos locais vão impedir a propagação do potencial de ação na fibra nervosa, podendo ela ser A delta ou C. - Os opióides vão inibir a despolarização neuronal ou ainda estimular as vias inibitórias descendentes. Essas vias são aquelas que liberam serotonina ou NE. - Os interneurônios normalmente liberam encefalinas e GABA, que inibem a despolarização neuronal. � Controle da comporta: É o controle da via ascendente. Os nociceptores foram estimulados, esses vão estimular o segundo neurônio, que vai para o tálamo e então para o córtex. Existe, no corno dorsal, a substância gelatinosa, que possui interneurônios, que podem inibir a despolarização através das encefalinas e do GABA. Só que ao estimular os nociceptores, esses inibem essa via inibitória, para que haja a ascendência do estímulo e a despolarização neuronal. Porém, o próprio córtex ou o hipotálamo, podem estimular uma região que é denominada de substância cinzenta periaquedutal, essa ativada pode estimular o núcleo magno da rafe, que vai liverar a serotonina, encefalinas, inibindo assim a despolarização neuronal. Além disso, a própria despolarização pode ter um mecanismo de feedback negativo, que estimula o núcleo reticular, que vai estimular também o núcleo magno da rafe. Já os opióides, podem estimular os receptores nos próprios nociceptores, inibindo a condução neuronal; podem estimular o núcleo reticular para haver maior atividade da via inibitória descendente e podem ainda estimular a substância cinzenta periaquedutal para a ativação da mesma via. O locus ceruleus libera NE, que inibem a despolarização no corno dorsal, através do estímulo dos receptores alfa 2 Analgésicos Opióides � Existem os chamados opióides endógenos, que são as encefalinas e endorfinas, que ao se ligarem aos receptores, fazem as mesmas ações que os analgésicos opióides fazem. Antigamente esses eram denominados de narcóticos, e eram relacionados a qualquer fármaco que provocassem sono. Esses se ligam aos receptores opióides, levando ao aumento de permeabilidade de potássio, reduzindo a excitabilidade neuronal, diminuindo o influxo de cálcio e a liberação de neurotransmissores naquele neurônio. Logo, o estímulo não vai mais ascender para o córtex. O NALOXANO pode bloquear esses receptores de opióides, impedindo a ação desses (tanto endógenos quanto exógenos); tal fármaco é utilizado no caso de uma intoxicação por opióides. Os receptores opióides são: - O receptor Mi normalmente provoca euforia. Logo, fármacos agonista Mi seletivos provocarão tal sensação. - Todos eles provocam analgesia espinhal. - O receptor kapa provoca disforia. Alguns fármacos opióides são: análogos da morfina (morfina, hidromorfina, diamorfina e codeína), derivados sintéticos (fentanil, petidina, metadona, etorfina), antagonistas opióides (naloxana, naltrexona) A METADONA tem uma grande importância, pois enquanto os outros analgésicos opióides estão provocando dependência, pode-se utilizar esse fármaco para tratar o indivíduo dependente. A ENDORFINA é utilizada para animais de grande porte. � Classificação dos opióides (é feita não pela estrutura química e sim pela intensidade da sua ação): - Agonistas: morfina, meperidina, fentanila, metadona. - Agonistas moderados: codeína, oxidona, tramadol (estimula o LC). - Agonistas fracos: propoxifeno - Agonistas parciais (anatagonista dos receptores Mi e agonista dos receptores delta e kapa): buprenorfina, butorfanol, dezocina, nalbufina. Por ser agonista parcial, esse possui menos efeito de euforia. - Antagonistas: naloxona, levalorfano, naltrexona, nalmefano, metilnaltrexona. � Mecanismo de ação dos fármacos opióides: Estimulam os receptores Mi, kapa e delta; esses são receptores metabotrópicos ligados à proteína G. Logo, inibem AMP cíclico, ativam canais de potássio, provocando uma hiperoplarização, reduzindo o influxo de cálcio, diminuindo a liberação dos neurotransmissores excitatórios da via nociceptiva. � Ações farmacológicas dos opióides: - Analgesias: de dores agudas e crônicas, exceto as neuropáticas (ex.: nevralgia do trigêmio). - Causam euforia por estímulo do receptor Mi. - Causam disforia nos receptores Kapa. - Causam depressão respiratória por estímulo dos receptores Mi. - Geram uma “pupila puntiforme”, pois esses estimulamo gânglio oculomotor, estimulando a liberação de ACH, provocando uma miose BEM acentuada. - Causam depressão do reflexo da tosse, por isso são utilizados como anti-tussígenos. Ex.: Codeína. - Uma grande percentagem dos indivíduos sob o uso de tal medicamente, apresentarão náuseas e vômitos. - Provocam constipação no TGI. - Acentuam a dor provocada no trato biliar, pois acentuam o tônus. - Levam a liberação de histamina com o estímulo de mastócitos, podendo desencadear efeitos alérgicos no paciente, como broncoconstricção, prurido, coceira, etc. Tal efeito é mais comum com a morfina. Logo, esse é contra-indicado para o paciente asmático. � ATENÇÃO! Nem todo opióide é analgésico, como por exemplo, a apomorfina, pois esse não ativa os receptores Mi, delta e kapa. Há também a papaverina, que tem ação de relaxante muscular. � Os opióides podem sofrer tolerância no organismo do indivíduo, podendo ter que aumentar a dose para gerar a mesma analgesia; porém a miose relatada anteriormente, não sofre tal, logo, quanto mais fármaco utilizado, mais miose vai ser gerada. Essa tolerância pode ser gerada rapidamente, de 12 a 24 h. � A dependência gerada por esse tipo de fármaco ocorre pelos receptores Mi, por causa da euforia que tal gera. E, além disso, esses receptores Mi, reforcam a sensação de prazer no SNC. � Ao retirar o opióide, o indivíduo acaba muitas vezes desencadeando a síndrome de abstinência, no qual há ativação do sistema simpático, e esse provoca sintomas somáticos (tremos, taquicardia, insônia). Essa desaparece após, normalmente, oito dias; porém sem fármacos (opioides mais fracos - metadona) que auxiliem nesse período, tal é mais complicado para o paciente. � Mulheres que vão entrar em trabalho de parto, não utilizam a morfina; pois esse tem um metabólito que o glicuronideo 6-morfina, que vai provocar uma depressão respiratória no neonato. Pode-se utilizar a meperidina no lugar dessa. � Principais fármacos: - Fentanil: Utilizada na anestesia geral. - Meperidina: Similiar a morfina, porém promove agitação e não sedação. Se for associada ao inibidor da MAO pode provocar hipertermia e convulsões. - Codeína: utilizada como anti-tussígeno. - Etorfina: Utilizado para imobilizar animais de grande porte. - Metadona: Similar a morfina, porém provoca menos dependência. - Pentazocina: Misto de agonista com antagonista. Em doses altas pode provocar depressão respiratória e disforia. - Nalorfina: Semelhante à pentazocina - Naloxona: Antagonista dos receptores opióides. � Principais usos: dores agudas, dores crônicas, dores moderados de origem inflamatória, dores severas crônicas. Lembrando que esses NÃO funcionam nas dores neuropáticas. Para esse tipo de dor pode-se utilizar: tramadol, antidepressivos tricíclicos, gabapentina, etc. AINES � Diante de um estímulo lesivo, teremos a liberação de mediadores da dor (protaglandinas, bradicinina, serotonina, angiotensina, potássio, prótons), podendo levar à reações inflamatórias locais ou ainda sensibilizar nociceptores, aumentando a dor. Essa inflamação gerada pode se resolver, ou entao se proliferar. � Ao utilizar os AINES, tem-se como objetivo tratar os sinais cardinais (dor, calor, rubor, edema, perda da função). Praticamente, todos eles, possuem os mesmos efeitos indesejáveis. E possuem um efeito denominado “tríplice A” = Antiinflamatório, Antipirético (antitérmico) e Analgésico; pode- se ainda adicionar outra ação a essas, que é a anti-agregante plaquetária. Eles vão atuar inibindo as cicloxigenases (COX-1 e COX-2), pois essas que fariam o ácido aracdônico virar prostaglandina. Porém o objetivo farmacológico de fármaco seria inibir somente COX-2 e não atuar em COX-1, pois esse é responsável pela proteção gástrica do estômago. Porém, também não pode se inibir a COX-2 durante um período muito prolongado, pois essa também é protetora do sistema cardiovascular e renal; logo poderia haver problemas nesses. � Diferenças entre COX-1 e COX-2: � Tipos de prostaglandina: Existe um fármaco, denominado CITOTEC, que é uma prostaglandina sintética, e possui a ação de proteção gástrica. Esse não pode ser utilizado em mulheres grávidas, pois irá provocar contração da musculatura do útero, portanto, terá um papel abortivo. � Os AINES têm função na analgesia, pois inibem a COX, inibindo a síntese de protaglandinas (normalmente PGE2), diminuindo a sensibilização dos nociceptores, aumentando assim o limiar de excitação desses, reduzindo a dor. Tem ainda ação antitérmica, pois inibem a COX-3 (variante da COX-1), bloqueando assim, a produção de PGE2. Esses também possuem efeito anti-agregante, pois ao bloquear a COX, inibem a produção de tromboxano A2; o ácido acetilsalicínico é o que desempenha melhor papel, pois é o único que vai inibir de maneira IRREVERSÍVEL a COX. � Exemplos de AINES: O PARACETAMOL era classificado como AINES, porém hoje em dia não é mais, e sim como OUTROS; esses fármacos são inibidores mais seletivos da COX-2. Percebeu-se que esse não possui efeito antiinflamatório, ou seja, não bloqueia COX-1, se não esse também provocaria úlcera péptica. A NIMESULIDA também está sendo retirada da classificação de AINES, pois o efeito antiinflamtório desse é muito menor que o efeito analgésico desse, que possui ate efeito central. Partindo de tal princípio, a DIPIRONA também está quase saindo dessa classificação, pois seus efeitos antiinflamatórios são ínfimos em comparação ao antitérmico (mais potente nessa categoria). � Classificação dos AINES: 1. Salicilatos: Devido ao seu papel enorme na antiagregação plaquetária, caso o paciente esteja em uso de AAS e vá fazer uma cirurgia, é necessário adiar tal. Percebendo então que esse, não possui papel antiinflamatório ou antipirético e sim anti-agregante plaquetário, pois em pequenas doses, esse já faz tal efeito; ao contrário dos outros efeitos ditos, que só serão vistos se forem administradas doses altas (doses tóxicas). Dizem que o AAS pode provocar a “síndrome de reye”, que é um quadro de encefalopatia e hepatopatia que ocorre normalmente em crianças com infecção viral do trato respiratório. Logo, se essa possuir uma infecção dessa, é contra-indicado qualquer medicamento que tenha AAS em sua composição. Outros efeitos que acreditam que o AAS tenha, são: diminuição do câncer de colo e reto; retardamento da doença de Alzheimer; redução da diarréia. 2. Derivados do ácido antranílicos: Um dos exemplos de tal é o PONSTAN (ácido mefenômico); é indicado para o quadro de cólicas. Esse, além de ser um AINES (bloquea a COX), ele antagonisa os prostanóides dos seus próprios receptores; possui também, mais efeitos colaterais do que o AAS. 3. Derivados dos pirazolônico: A DIPORONA é um exemplo de tal; pode provocar discrasia sanguínea e agranulocitose grave, podendo levar os pacientes ao óbito. Essa agranulocitose foi demonstrada como idiocicrática, ou seja, ela pertence ao indivíduo. Se utilizada pela via endovenosa, pode provocar uma hipotensão; enquanto todos os outros AINES provocam um aumento da P.A. 4. Derivados do paraminofenol: Um exemplo de tal é o PARACETAMOL; esse não é mais considerado um AINES. O problema de tal é a hepatotoxicidade provocada; quadro que não é causado com o uso de doses terapêuticas e sim somente em doses elevadas (6 gr. por dia). Para a substituição de tal, muitos clínicos ultimamente estão prescrevendo a dipirona. 5. Derivados do ácido fenilácetico: Seria o DICLOFENACO (que pode ser de sódio ou de potássio). O diclofenaco de potássio possui absorção rápida, já começa a partir do estômago; por isso é bastante usado quando o indivíduo está com dores agudas. Enquanto que o diclofenaco de sódio precisa ter absorçãoenteral; logo, sua forma farmacêutica, normalmente é um comprimido revestido. 6. Derivados do indolacético: Seriam a INDOMETACINA e o SULINDACO; podem desencadear problemas quadros de psicose; logo, esses são contra-indicados para pacientes propensos a tal. 7. Derivados dos pirrolacéticos: Seria o ETODOLACO; é bastante utilizado em doenças musculoesqueléticas, na gota. Esse é inibidor seletivo da COX-2, logo, quase não vai ter os efeitos indesejáveis do AAS. 8. Derivados da fenoximetanossulfanilida: Um exemplo de tal seria a NIMESULIDA. Essa possui menos efeitos antiinflamatórios, e possui um efeito analgésico central (estimula o LC que libera NE). 9. Derivados do propiônico: Como exemplos têm-se o CETOPROFENO, IBUPROFENO. O cetoprofeno é utilizado pela via parenteral, logo é bastante utilizado nas urgências clínicas. O NAPROXENO provoca muito mais problemas de hipersensibilidade que os outros AINES dessa classe. O IBUPROFENO é tido como de potência 1, pois é ele que apresenta menos efeitos colaterais, menos efeitos adversos; logo, os outros são comparados em relação a ele. 10. Derivados dos oxicans: PIROXICAM, TENOXICAM, MELOXICAM. São medicamentos, normalmente usados duas vezes ao dia. O piroxicam e o tenoxicam apresentam muitos efeitos colaterais no TGI, porém o meloxicam não, pois esse é inibidor seletivo da COX-2. 11. Derivados da Butanona: NABUMETONA. Possui menor efeito adverso no TGI. 12. Derivados dos Coxibs: São inibidores altamente seletivos da COX-2, logo, esses quase não inibem a COX-1. Portanto não vão apresentar úlcera péptica, sangramentos gastrointestinais, não terão efeito anti-agregante plaquetário. Possuem efeitos adversos no sistema cardiovascular, no sistema renal e no sistema nervoso (tais não são vistos em curto prazo). Um exemplo seria o VIOXX. � Outra classificação dos AINES (atual): � Principais efeitos adversos dos AINES: Anti-histamínicos � A histamina está presente nos mastócitos, nas células entero cromafins, nos basófilos e nos neurônios (neurotransmissor). Possui reservatórios de renovação lenta (armazenamento vai ser demorado). Essa vai regular várias funções fisiológicas: liberação de HCl no estômago, regulação do SNC; porém quando essa é induzida, pode levar a várias reações alérgicas. Possui vários receptores, porém o objetivo dessa aula é o receptor H1. Esse receptor na musculatura lisa vascular provoca vasodilatação; no endotélio, aumenta a permeabilidade vascular; no músculo liso brônquico, provoca broncoconstricção; no SNC, pode deixar o indivíduo acordado. Essa quando utilizada em teste de alergia (via intradérmica), pode ser observado a “Tríplice reação de Lewis”: Rubor localizado, pápula, eritema (ao redor da pápula). Existem vários fatores de liberação de histamina: Sol, mastócitos, alguns fármacos (morfina, atropina, bloqueadores neuromusculares), antígenos (provocando hipersensibilidade), ácaros, etc. As reações dessa substância em alguns orgãos são: - cavidade nasal: rinite alérgica - vias aéreas: bronconstricção - olhos: lacrimejamento e edema palpebral - pele: rash cutâneo - laringe: edema de glote - lábios: edema angioneurótico - cardiovascular: choque anafilático (mais grave). A histamina faz parte do ritmo circadiano (elevada-> acordado; reduzida->sonolência); logo, ao utilizar um anti-histaminíco, vai haver o impedimento da sua ação do receptor, provocando assim, a sonolência. Também atuam na êmese, portanto, caso haja o uso de um antagonista desse, há aumento do apetite. � Existem três abordagens clínicas da farmacologia da histamina: 1. Anti-histamínicos (agonistas inversos ou antagonistas competitivos seletivos) 2. Cromoglicatos (inibidores da liberação de histamina). Profilático para asma; logo, se já houver tido liberação da histamina, tal não vai fazer nada. 3. Epinefrina (antagonistas fisiológicos). Esse é o medicamento de primeira escolha diante de um quadro de grande liberação de histamina. � A classificação atual dos anti-histamínicos é feita como de primeira geração ou de segunda geração. 1. Primeira geração: Lipofílicos, baixo PM, atravessam a barreira hematoencefálica (podendo fazer efeitos no SNC), possuem respostas antidopaminérgicas, antiserotoninérgicas e anticolinérgicas. Provocam sonolência. Possuem meia-vida curta. Exemplos: dexclorfeniramina (polaramine), hidroxizina (hidroxizine), cetotifeno (zaditen), dimenidrato (dramim), difenidrama (benadryl), prometazina (phenergan). 2. Segunda geração: Lipofóbicos, não atravessam a barreira hematoencefálica ou ultrapassam menos (30%), possuem afinidade pela glicoproteína P. Possui índice risco-benefício muito mais favorável, pois esses não geram sonolência. Possuem meia-vida longa. Exemplos: loratadina (claridin), desloratadina (desalex), cetirizina (zyrtec), levocetirizina (zyxen), ebastina (ebastel), fenoxifenadina (allegra), epinastina (talerc), rupatadina (rupafin), fexofenadina + pseudo-efedrina (allegra D). � Por esses medicamentos serem muito similares estruturalmente, normalmente quando um indivíduo apresenta alergia à um deles, irá apresentar a todos. � Indicações clínicas: Prurido, prurigo (picada de inseto), anafilaxia, urticária, rinoconjutivite alérgica, asma, dermatite atópica, mastocitose, etc. � Antagonistas H1 de primeira geração (não são seletivos e possuem mais efeitos colaterais): Anestésicos locais � Diferente do analgésico, que só vai inibir as vias da dor; o anestésico, além disso, também vai inibir o tato, a pressão; logo, pode ser definido como: “Bloqueio temporário e localizado da condução nervosa podendo acarretar perda da sensibilidade e da motricidade, dependendo da dose e local de administração, sem induzir inconsciência.” � Diferenças entre anestesia geral e local: � Tipos de fibras nervosas: A mielina aumenta a velocidade de condução nervosa, logo, percebe-se que as fibras alfa, que são as mais mielinizadas, tabém são as que possuem a propagação nervosa mais rápida. Essa também aumenta o diâmetro da fibra; quanto maior o diâmetro da fibra nervosa, menor a ação de bloqueio do anestésico. Percebe-se então que nesse caso, as fibras do tipo C são muito mais suscetíveis ao bloqueio. Portanto percebe-se que ao bloqueiar as fibras, bloqueiam-se suas funções. - Bloqueio da fibra A -> perda da propriocepção, tato, pressão, etc. - Bloqueio da fibra C -> perda da segunda dor, temperatura, etc. O anestésico local pra fazer efeito na fibra nervosa periférica, precisa atravessar suas camadas; logo, o epineuro, perineuro, endoneuro, membrana de mielina, membrana nervosa; portanto esse precisa ter certa lipossolubilidade. Além do diâmetro da fibra, o anestésico também vai levar em consideração a posição dessa; portanto, esse vai bloquear as fibras mais superficiais primeiro, e depois as mais profundas. � Antigamente, a cocaína era utilizada como anestésico, porém por apresentar efeitos cardiovasculares foi abolida e ultimamente tem-se a lidocaína como protótipo de tal. � Todos os anestésicos locais possui três partes: região lipofílica, cadeia intermediária e região hidrofílica. Ele necessita dessa região lipossolúvel para ter a capacidade de atravessar as membranas biológicas; porém essa forma não tem muita afinidade com seu sítio de ação, portanto, por isso a região hidrossolúvel. A cadeia intermediária define que tipo de anestésico local o fármaco é; pode ser do tipo éster (cocaína, procaína, tetracaína, benzocaína) ou amida (lidocaína, bupivacaína, levobupivacaína, ropivacaína, mepivacaína, prilocaína, etidocaína). Os anestésicos de tipo éstersão metabolizados pelos ésteres teciduais e plasmáticos, logo, muito deles tem meia-vida curta; além disso, muitos desses quando metabolizados podem gerar um metabólito que é alergênico, fazendo com que o paciente faça uma hipersensibilidade. Os anestésicos do tipo amida são muito utilizados por otorrinos e odontólogos; esses podem apresentar o fenômeno de metahemoglobinemia, no qual haverá diminuição do aporte sanguíneo para o tecido, podendo provocar a hipoxia de tal. � É importante saber, que todo anestésico local é uma base fraca; logo em meio ácido, a forma que prevalece é a forma ionizada. Logo, um odontólogo quando administra um anestésico local na área inflamada da boca de um indivíduo, a forma que vai prevalecer é a forma ionizada, logo, esse quase não atravessará as membranas lipídicas e será desviado para a circulação sistêmica, sendo assim, muito mais suscetível a efeitos tóxicos (pois esse efeito é visto somente na circulação sistêmica). � Os anestésicos locais podem ser classificados quanto a sua potência e duração de ação: � A ação dos AL nas fibras nervosas também vai depender do estado conformacional dos canais de sódio dessas. Logo, esse, possui muito mais afinidade se os canais estiverem abertos ou inativados, e quase não tem quando estão em repouso. Tem que se levar em consideração também que quanto mais mielinizada a fibra, menos nós de ranvier existem, logo, a propagação vai ser mais lenta; o AL vai fazer uma melhor inibição da fibra que possui mais quantidade desses nós, logo, a fibra C (amielinizada). Então, a ordem progressiva do que o AL inibe, vai ser: primeira dor, segunda dor, temperatura, tato, propiocepção, motricidade, tensão voluntária. � Logo, os fatores que interferem na ação do AL, são: lipossolubilidade, concentração do sítio de ação, ph do meio, frequência de ativação dos canais de sódio, associação com vasoconstrictor. � O vasonconstrictor ao ser associado com o AL, pode provar vantagens, dentre essas, há o prolongamento da duração do efeito desse; pois há a redução da perfusão sanguínea. Também reduz a toxicidade, pois esse só apresenta tal se for para a circulação sistêmica. � Desvantagens dos AL: Inapropriado para regiões de baixo fluxo sanguíneo, riscos de efeitos colaterais em pacientes cardiopatas. � Efeitos adversos dos AL: hipotensão, choque circulatório, dislalia, parestesia, zumbidos, sonolência, insuficiência respiratória aguda, arritimias, paradas cardíacas, etc. Para prevenção de tais consequências da intoxicação, se pode: respeitar as doses máximas recomendadas, aspirar antes e durante a injeção para evitar injeção intravascular, ter um acesso venoso já pronto caso haja necessidade de reversão do quadro. Caso tais efeitos já tenham ocorrido, se pode: fazer oxigenação e assitência ventilatória; no caso de uma convulsao tônico-clônica, administra-se dizaepam; no caso de um colapso circulatório, administra-se dopamina; no caso de uma parada cardíaca, faz-se a massagem cardíaca ou utiliza-se um desfibrilador. A BUPIVACAÍNA (dextro) vai fazer depressão cardíaca grave de difícil reversão. A levobupivacaína não faz tal. � Os usos terapêuticos dos AL são: antiarrítimos (lidocaína) e anestesia local. � As principais técnicas anestésicas são: � As indicações e efeitos adversos dos AL são: Glicocorticóides � São liberados pela córtex da adrenal. São metabolizados a partir do colesterol, logo, por serem esteroidais, são muito lipossolúveis. Podem ser naturais ou sintéticos e possuem intensa atividade antiinflamatória; porém possuem muito efeito colaterais a longo prazo. Dependendo da concentração do hormônio, pode haver a inibição do eixo hipotálamo- hipófise-adrenal. É importante também saber que tal hormônio tem ação imunossupressora, atua no metabolismo das proteínas e dos carboidratos e tem efeito mineralocorticóide. Logo, os efeitos normalmente desejados quando se utiliza tal fármaco, são os de antiinflamatório e imunessupressão, porém acabam ocorrendo também os adversos, que no caso são o metabolismo das proteínas e carboidratos e o efeito mineralocorticóide. � Alguns exemplos de glicorticóides são: � Esses também possuem outros efeitos, como o aumento da glicose sanguínea (gliconogenese), inibição da insulina nos tecidos periféricos, aumento da lipólise, aumento da fabricação de ácidos graxos (propensando o depósito de gordura), aumento de absorção óssea (gerando osteoporose). Todos esses efeitos podem levar à fragilidade capilar, a diabetes mellitus, osteoporose, raquitismo (crianças), síndrome de cushing, bipolaridade, obesidade centrípeta, catarata, problemas cardiovasculares. � Podem ser classificados quanto a sua duração de ação: Os mais utilizados serão os de ação intermediária. � Ao se utilizar os glicorticóides a longo prazo, pode-se desencadear um quadro denominado “síndrome de cushing”, o qual é caracterizado por: hiperglicemia, aumento do peso (obesidade centrípeta), cataratas (glaucoma), desgastes musculares, osteoporose, atraso no crescimento, edema (hipertensão), úlceras pépticas, estrias violáceas, hematoma e fragilidade capilar, corcova de búfalo, etc. � Precauções para o não-desencademanento dos efeitos adversos: observação do paciente, manutenção da menor dose possível (para mimetizar um cortisol endógeno), retirada gradual (“desmame”). � O uso terapêutico prolongado dos glicocorticóides pode levar, além dos efeitos colaterais sistêmicos, também a supressão do eixo hipotálamo-hipofisário. � A suspensão do tratamento por glicocorticóides feito de maneira errônea pode resultar em um quadro semelhante ao indivíduo com “síndrome de addison”: hipotensão e choque, desidratação, náusea e vômito, fraqueza e apatia, confusão mental, hipertermia, taquicardia, anorexia, hipoglicemia, desorientação. � Logo, para se evitar a supressão do eixo HHA, utilizam-se os glicocorticóides: em doses baixas, durante um tempo curto, dose única, dose administrada pela manhã, frêquencias alternadas e duração de ação curta. � Quando os glicocorticoide são utilizados como reposição, não são visualizados os efeitos adversos descritos. � As indicações clínicas dos glicocorticoides são: terapia da resposição, terapia antiinflamatória, distúrbios alérgicos, terapia imunodepressora, rinite alérgica, anemia hemolítica, síndrome da angústia respiratória do neonato, redução do edema cerebral, etc. � As contra-indicações são: indivíduos com úlcera péptica, cardiopatas, indivíduos com infecções oportunistas, diabéticos, indivíduos com osteoporose, indivíduos com glaucoma.