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RESUMO Psicanálise

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Neurose
A neurose se manifesta a partir do mecanismo de defesa do recalque, que é a manutenção do conteúdo traumático como material inconsciente. O sujeito neurótico esconde de si mesmo o problema, o sintoma ou a dificuldade. Alguns conteúdos ficam recalcados, escondidos no inconsciente, em segredo, e causam sofrimento através dos sintomas dos quais ele se queixa. Muitas vezes o material reprimido se apresenta na forma de uma representação substitutiva, o próprio sintoma.
(ex: a mulher que ficou com a perna paralisada pois sonhava que no dia do enterro de sua irmã, corria para os braços de seu cunhado).
Segundo Freud, a causa da neurose reside na ideia de conflito interno entre duas forças opostas que constituem o nosso psiquismo. Ao afirmar que os neuróticos sofrem de reminiscências, Freud confere a uma experiência passada a causa da neurose, pelo conflito, existente entre um desejo, ligado às pulsões e ao ID, e o dever moral, que emana do Superego, gerando, por conseguinte, o sentimento de culpa. E como as pulsões precisam ser necessariamente descarregadas acabam por gerar um sintoma neurótico.
A estrutura neurótica é dividida entre histeria e neurose obsessiva. Na histeria, a reclamação dá voltas e voltas sobre o problema. O desejo é sempre insatisfeito, como se a pessoa procurasse alguma coisa, seja um objeto, seja uma relação amorosa, para satisfazê-la, mas nunca a satisfação aparece. A reclamação é sem fim. Essa insatisfação está ligada a falta paterna, ou seja, na histeria há sempre a procura pela falha no outro, para que a sua própria falha permaneça escondida. 
Na neurose obsessiva, há também voltas e voltas ao redor do problema. Mas o que notamos mais frequentemente é a tentativa de organização, de organizar as coisas ao redor na tentativa de não pensar no que é, realmente, o problema principal.
A histeria, não obstante ser distinta da neurose obsessiva, apontada precedentemente, também é classificada como uma neurose, com o seguinte distintivo: o sintoma histérico é conversivo, isto é, o sintoma se manifesta no corpo do sujeito na forma de paralisias, coceiras, cegueira, etc. A título de exemplo, pode-se mencionar a paciente de Freud chamada Dora, que apresentava entre outros sintomas uma tosse nervosa. O sintoma desapareceu quando Dora reconheceu, pelo método psicanalítico que a irritação da garganta ligava-se a um desejo inconsciente de sucção da vara pela qual ela se identificava à amante de seu pai.
A histeria é uma classe de neuroses que apresentam quadros clínicos muito variados. Seu desenvolvimento está diretamente ligado a conflitos psíquicos inconscientes e ao recalcamento de fantasias, que se exprimem sob a forma de simbolizações. A doença, muitas vezes, traz consigo sintomas conversivos (na histeria de conversão) ou fóbicos (na histeria de angústia), embora eles não sejam obrigatórios. Outras características comuns, relacionadas ao recalcamento, são as amnésias e ilusões da memória. Freud considerou como conflito central da histeria a “impossibilidade de o sujeito liquidar o complexo de Édipo e evitar a angústia da castração, que o leva a rejeitar a sexualidade” (Roudinesco, 1998). Essa característica explicaria a sensação de asco que histéricos geralmente apresentam em situações que normalmente causariam excitação sexual.
Segundo Freud, todas as formas de manifestação neurótica, mesmo que manifestadas posterior ou tardiamente, têm sua origem na vida infantil, sendo desencadeadas por situações vivenciais ou conflitivas, porque remetem às nossas lembranças, aos nossos medos.
Psicose
No tocante à psicose, convém compará-la com a neurose para uma melhor compreensão. Conforme visto anteriormente, o neurótico sabe que seus medos e fantasias são absurdos. Ao contrário, um sujeito que sofre de psicose acredita que suas próprias representações fantasiosas são reais. 
Na psicose, há um rompimento entre o ego e a realidade, ficando o ego sob o domínio do id, ou seja, submetido aos desejos e aos impulsos do id, sem contato com a realidade.
Perversão
Freud explica que a perversão é o negativo da neurose. Podemos entender a perversão e a denegação com a seguinte citação do texto de Freud, intitulado “Fetichismo”:
“Nos últimos anos tive oportunidade de estudar analiticamente certo número de homens cuja escolha objetal era dominada por um fetiche. Não é preciso esperar que essas pessoas venham à análise por causa de seu fetiche, pois, embora sem dúvida ele seja reconhecido por seus adeptos como uma anormalidade, raramente é sentido por eles como o sintoma de uma doença que se faça acompanhar por sofrimento. Via de regra, mostram-se inteiramente satisfeitos com ele, ou até mesmo louvam o modo pelo qual lhes facilita a vida erótica. Via de regra, portanto, o fetiche aparece na análise como uma descoberta subsidiária.”
 
O trecho descreve a relação entre a ideia de anormalidade (de um fetiche) e a sensação por parte do sujeito perverso de que esta anormalidade não é uma doença que traz sofrimento. Ou seja, o sujeito denega, o que, por exemplo, para um neurótico seria motivo de muito sofrimento.         
Ainda segundo Freud, as fantasias histéricas inconscientes correspondem completamente às situações em que a satisfação é conscientemente obtida pelos perversos.
 
Histeria na Terapia Catártica x Histeria na Psicanálise
Na terapia catártica o trauma é a causa da histeria.
Na psicanálise, a própria condição do sujeito é traumática.
Conceitos:
Cisão psíquica: é produto de um trauma, algo externo ao sujeito; algo que ele sofre. Está relacionado à terapia catártica.
Recalcamento: está relacionado a um posicionamento do sujeito, uma repressão de um desejo insconsciente. Na psicanálise, é um mecanismo de defesa do ego, onde um determinado elemento psíquico é mantido fora da consciência.
Inconsciente descritivo (pré-consciente): um fato psíquico que, mesmo não estando presente na consciência ou não sendo percebido conscientemente, continue presente na vida mental. 
Iconsciente dinâmico: pensamentos e representações que, apesar de sua intensidade e de sua capacidade de ação eficiente, permaneceriam afastados da consciência, insuscetíveis de se tornarem conscientes.
Transferência: Reedição de antigos amores. Não se explica pela situação atual. Ela por si só é neurótica. Freud a chama, inclusive, de neurose de transferência.
A transferência conecta o paciente com a própria falta, com seu sintoma, etc. Faz com que a análise progrida. É uma dobradiça. 
Negativa (ambivalente): hostilidade
Positiva: terna – amor, erótica – sexual.
A transferência é um fenômeno que ocorre na relação entre o paciente e o terapeuta, quando o desejo do paciente irá se apresentar atualizado, com uma repetição dos modelos infantis, as figuras parentais e seus substitutos serão transpostas para o analista, e assim sentimentos, desejos, impressões dos primeiros vínculos afetivos serão vivenciados e sentidos na atualidade.
A TRANSFERÊNCIA SEGUNDO FREUD
Quando o paciente passa a se interessar por tudo o que se relaciona com a figura do médico, atribuindo a isso por vezes maior importância do que a que demonstra por suas próprias questões, parece se desviar de sua própria doença. Estamos, então, diante de uma relação transferencial.
A transferência positiva é um fenômeno que facilita o processo analítico. Torna o paciente mais suscetível à influência do analista por nutrir por ele um sentimento de empatia, respeito, admiração etc, que o faz baixar as resistências e se esforçar por associar livremente.
Esta relação amistosa, entretanto, não pendura indefinitivamente. Logo surgem dificuldades no tratamento, que se revelam de diversas maneiras, refletindo-se na impossibilidade de o paciente continuar seguindo a regra fundamental. Como reconhecer esta resistência ao tratamento? A resposta é: toda vez que aparecem dificuldades de comunicar os pensamentos (isto é, torná-los públicos), interrompendo o processo associativo. Muitas vezes isto surge com a constatação dopaciente de nada mais lhe ocorrer à mente, ou de não mais estar interessado no trabalho. 
A transferência, segundo Freud, pode emergir como um exigência intensa de amor, de atenção, de reconhecinto, ou sob formas mais moderadas: desejo se ser recebido como filho(a) predileto(a), de ser alvo de uma estreita amizade (necessidade libidinal sublimada) etc. 
Freud logo diferencia uma forma de expressão da transferência: a transferência hostil (negativa). E assevera que é principalmente com ela que o analista deve se preocupar, porque este tipo de vinculação reflete, de forma direta, a resistência ao trabalho analítico.
Recapitulando o que vimos tratando até aqui: a transferência - não importa que modalidade de relação transferencial esteja em pauta - constitui um fenômeno presente desde o início do tratamento. Comumente, ela corresponde, de início, ao deslocamento de sentimentos amistosos em relação ao analista; nesse sentido, funciona como um poderoso motor do progresso analítico (como de resto de outros tipos de tratamento, que não se propõem a tomá-la como eixo que norteia o processo em direção à cura). Desse modo, não há porque se preocupar, enquanto a transferência age a favor do trabalho. Observamos, assim, que, para Freud, a análise se centra na idéia de transferência positiva sublimada, isto é, aquela reação transferencial apoiada na confiança e na simpatia.Sem a confiança na relação, o paciente dificilmente se engaja no tratamento.
A teoria da transferência em Freud permite, assim, discriminar: (1) uma "transferência positiva sublimada" e (2) as resistências que se alimentam tanto da transferência erótica (quando o vínculo transferencial assume um caráter sexual), quanto da transferência negativa (quando o vínculo transferencial adquire um caráter hostil, seja de um modo aberto ou velado).
Tanto quanto os sentimentos afetuosos, os hostis indicam a presença de um vínculo afetivo, ainda que com um sinal de menos. Eles devem ser considerados transferenciais porque, tanto quanto os impulsos amorosos voltados para o analista, não podem ser creditados à situação analítica.
A transferência, seja ela amorosa ou hostil, que antes parecia servir exclusivamente à resistência e, nessa medida, constituía uma ameaça ao tratamento, torna-se então "seu melhor instrumento" (Freud, 1916-1917a). A técnica de tratamento consiste na descoberta do material reprimido (isto é, não recordado) através das associações livres do paciente e da interpretação (dentro da transferência) das resistências, a fim de torná-las conscientes ao paciente (Freud, 1914). A resistência é vista como condição inerente ao tratamento psicanalítico e o manejo da transferência é a arma que o analista dispõe para reprimir a compulsão à repetição.
O analista passa a ocupar um lugar dentro das séries psíquicas do paciente. Já não se trata da neurose anterior do paciente, mas de uma neurose recente, criada na e pela situação analítica, e que assumiu o lugar da antiga doença. É evidente que esta lhe serviu de matéria-prima, condicionando suas feições básicas. O importante aqui é que, nessa nova edição, o analista desempenha um papel fundamental e, até mesmo, constitutivo, por se situar no seu próprio centro da situação, dado que ele é objeto desta neurose. Daí porque se trata de uma neurose de transferência (e porque só se pode fazer uma análise a dois).
Notamos, assim, que, para Freud, a transferência envolve sempre um deslocamento da libido dos objetos originais do passado para a figura do analista, uma operação evidentemente inconsciente e que obedece à noção da compulsão à repetição.
Contratransferência: envolve sensações, sentimentos e percepções que brotam no terapeuta, emergentes do relacionamento terapêutico com o paciente: como respostas às manifestações do paciente e o efeito que tem sobre o analista.
Papel do deslocamento:
O deslocamento consiste em transferir a energia de uma representação muito carregada, a outra. É um fenômeno fundamental da substituição e também faz parte da estrutura de qualquer sintoma. Uma caraterística importante é que o deslocamento não anula o substituto, e sim o integra numa cadeia associativa.
Segundo Cabral e Nick (2007), o deslocamento é um mecanismo de defesa, caraterizado por: a) transferências de emoções ou fantasias do objeto a quem estavam originalmente associadas para o substituto, b) transferência da libido de uma forma de expressão para outra. Já a condensação consiste no processo de transferir um sentimento, emoção ou desejo de um grupo de ideias para uma só ideia.
O deslocamento como mecanismo de defesa é o deslocamento de ações de um alvo desejado para um alvo substituto quando há alguma razão em que o primeiro alvo não seja permitido ou não disponível.
O deslocamento pode envolver manter a ação e simplesmente mudar o alvo dessa ação. Onde isso não for viável, a própria ação também pode mudar. Sempre que possível o segundo alvo será semelhante a meta original de alguma forma. Fobias também pode usar o deslocamento como um mecanismo para a libertação de energia que é causada por outros meios.
Ex: O patrão fica com raiva e grita comigo. Vou para casa e grito com a minha esposa. Ela, então, grita com o nosso filho. Como ele não tem ninguém para deslocar a raiva, ele vai e chuta um cachorro.
O deslocamento ocorre quando o Id quer fazer algo que o Superego não permite. O Ego encontra assim alguma outra maneira de liberar a energia psíquica do Id. Assim, há uma transferência de energia a partir de uma catexia reprimida de objeto para um objeto mais aceitável.
Condensação: O segundo mecanismo é a condensação. Uma representação única que está ligada a várias cadeias associativas produzidas pelo deslocamento. A condensação é o resultado, enquanto o deslocamento é causa.
Associação livre: Paciente dizer o que vêm a mente. Tem como objetivo enunciar (fazer falar) algo que está no inconsciente. Passar a palavra ao sujeito do inconsciente. É a regra fundamental da psicanálise.
Associação entre ideias: Associação superficial externa (ao sentido). Fônica,visível (tem a ver com desejo).
Libido: nas palavras de Freud, é a "energia dos instintos sexuais e só deles".
Resistência: se refere, principalmente, a obstáculos localizados no decorrer do tratamento e que são formas do sujeito defender seu sintoma. Na psicanálise clássica, resistência designa tudo (ações e palavras do analisando) o que se opõe ao acesso do analisando a seu inconsciente. 
Complexo da Castração:
Complexo centrado na fantasia de castração, que vem trazer uma resposta à criança ao enigma decorrente dadiferença anatômica entre os sexos (presença ou ausência de pênis). A diferença é atribuída ao corte do pênis das meninas.
O complexo de castração tem um lugar fundamental na evolução da sexualidade infantil. Sua estruturação e seus efeitos são diferentes no menino e na menina. O menino teme a castração como a realização de uma ameaça 
paterna em resposta às suas atividades sexuais (cujo objeto original é a mãe), do que advém a intensa angústia de castração. Na menina, a ausência do pênis é vivenciada como um dano sofrido e que ela procura negar, compensar ou reparar. 
Tese dos sonhos: Neles se manifestam os desejos do inconsciente.
Complexo de Édipo: 
O Complexo de Édipo foi um conceito criado por Sigmund Freud. O fundador da psicanálise que teve como base a mitologia grega do Édipo Rei. Nesse cenário, Édipo, sem saber que Jocasta é sua mãe, casa-se com ela e assassina o próprio pai, inconsciente do grau de parentesco familiar. Quando descobre a verdade, Édipo, cega a si mesmo e sua mãe se suicida.
Esse conceito é universal na psicanálise, visto que desperta sentimentos de amor e ódio direcionados para aqueles que lhes são mais próximos, os pais. O complexo de Édipo ocorre quando a criança está atravessando a fase fálica, ou seja, quando descobre que ao atingir três anos de idade passa a ser alvo de varias proibições que para ele eram desconhecidas. Nesse momento, a criança não pode mais fazero que bem entende, a família e a sociedade começam a impor regras, limites e padrões.
Nesse sentido, quando a criança percebe que está nesse momento da vida e reconhece a distinção entre ela e seus genitores, ela ingressa em uma das fases mais importantes de sua vida, tendo em vista que definirá seu comportamento na idade adulta, principalmente referente na esfera sexual.
Entendendo o Complexo de Édipo
Inicialmente, o termo nem sequer aparecia na primeira elaboração da teoria da sexualidade infantil, embora Freud, em uma carta a Fliess, desde 1897, relate “ter descoberto em si mesmo impulsos carinhosos quanto à mãe e hostis em relação ao pai, estes complicados pelo afeto que lhe dedicava” (MEZAN, 2003: 189).
No menino o complexo de Édipo se desenvolve através de um investimento objetal para com a mãe, dirigido, primeiramente, para o seio materno, modelo anaclítico de espelho objetal. A sua relação com o pai é de identificação. Esses dois relacionamentos não têm longa duração, pois logo os desejos incestuosos do menino pela mãe se tornam mais intensos, e o pai passa a ser visto como um obstáculo a eles; disso se origina o complexo de Édipo. Logo, a identificação com o pai carrega-se de hostilidade, e o desejo de livrar-se dele predomina, bem como a ideia de ocupar seu lugar junto à mãe. A ambivalência inerente à identificação, desde o início, se manifesta dominando a relação com o pai. Portanto, o complexo de Édipo positivo do menino se caracteriza por uma atitude ambivalente em relação ao pai e por uma relação objetal afetuosa com a mãe (CARVALHO FILHO, 2010).
Segundo Freud (1900, p.261), durante a infância, “apaixonar-se por um dos pais e odiar o outro figuram entre os componentes essenciais do acervo de impulsos psíquicos que se formam nessa época”
O fim do complexo de Édipo é correlativo da instauração da lei. É pelo medo da castração que o menino começa a desistir de sua paixão incestuosa, iniciando o processo pelo qual acabará por identificar-se com a Lei do Pai, assim para Freud a lei repousa na interdição do incesto.
A Dissolução do Complexo de Édipo
O primeiro objeto erótico de uma criança é o seio da mãe que alimenta. A origem do amor está ligada à necessidade satisfeita de nutrição. Este primeiro objeto- o seio – é ampliado à figurada da mãe da criança, que não apenas a alimenta, mas também cuida dela e, assim, desperta-lhe um certo número de outras sensações físicas, agradáveis e desagradáveis. Através dos cuidados com o corpo da criança, a mãe torna-se seu primeiro “sedutor
Na fase fálica, que ocorre ao mesmo passo do complexo de Édipo, o órgão genital (o pênis) já assumiu o papel principal. O menino revela seu interesse por seus órgãos genitais com o comportamento de manipulação do mesmo. Logo, descobre que os adultos reprovam tal comportamento à medida que inferem a ele uma punição – a castração. 
A destruição do complexo de Édipo é ocasionada pela ameaça da castração. Nesse caso, a catexia objetal da mãe deve ser abandonada. O seu lugar pode ser preenchido por uma das duas coisas: Uma identificação com a mãe ouuma intensificação de sua identificação com o pai, como resultado mais normal e que consolidaria a masculinidade, no caso do menino.
De modo que, nos meninos, o complexo de Édipo é destruído pelo complexo de castração, nas meninas ele se faz possível e é introduzido através do complexo de castração. A menina aceita a castração como um fato consumado, ao passo que o menino teme a possibilidade de sua ocorrência.
O complexo de Édipo, apesar de acontecer na infância, o sujeito revive esse fato na adolescência e os resultados dele estão presentes na vida de qualquer adulto. 
Sexualidade infantil:  
Fase oral ( 0 a 2 anos) - a zona de erotização é a boca e o prazer ainda está ligado à ingestão de alimentos e à excitação da mucosa dos lábios e da cavidade bucal. Objetivo sexual consiste na incorporação do objeto
Fase anal (entre 2 a 4 anos aproximadamente) - a zona de erotização é o ânus e o modo de relação do objeto é de "ativo" e "passivo", intimamente ligado ao controle dos esfíncteres (anal e uretral). Este controle é uma nova fonte de prazer. 
Acontece entre 2 e 5 anos o complexo de édipo, e é em torno dele que ocorre a estruturação da personalidade do indivíduo. No complexo de Édipo, a mãe é o objeto de desejo do menino e o pai (ou a figura masculina que represente o pai) é o rival que impede seu acesso ao objeto desejado. Ele procura então assemelhar-se ao pai para "ter" a mãe, escolhendo-o como modelo de comportamento, passando a internalizar as regras e as normas sociais representadas e impostas pela autoridade paterna. Posteriormente por medo do pai, "desiste" da mãe, isto é, a mãe é "trocada" pela riqueza do mundo social e cultural e o garoto pode, então, participar do mundo social, pois tem suas regras básicas internalizadas através da identificação com o pai. Este processo também ocorre com as meninas, sendo invertidas as figuras de desejo e de identificação. Freud fala em Édipo feminino
Fase fálica - a zona de erotização é o órgão sexual. Apresenta um objeto sexual e alguma convergência dos impulsos sexuais sobre esse objeto. Assinala o ponto culminante e o declínio do complexo de Édipo pela ameaça de castração. No caso do menino, a fase fálica se caracteriza por um interessse narcísico que ele tem pelo próprio pênis em contraposição à descoberta da ausência de pênis na menina. É essa diferença que vai marcar a oposição fálico-castrado que substitui, nessa fase, o par atividade-passividade da fase anal. Na menina esta constatação determina o surgimento da "inveja do pênis" e o conseqüente ressentimento para com a mãe "porque esta não lhe deu um pênis”, o que será compensado com o desejo de Ter um filho.  
Em seguida vem um período de latência, que se prolonga até a puberdade e se caracteriza por uma diminuição das atividades sexuais, como um intervalo.
Fase Genital - E, finalmente, na adolescência é atingida a última fase quando o objeto de erotização ou de desejo não está mais no próprio corpo, mas em um objeto externo ao indivíduo - o outro. Neste momento meninos e meninas estão conscientes de suas identidades sexuais distintas e começam a buscar formas de satisfazer suas necessidades eróticas e interpessoais.
Aparelho psíquico
O Id compreende os instintos e seus impulsos, os quais estão presentes em nossas vidas desde onascimento. Com os objetos do mundo externo, estes impulsos dos instintos só têm um sentido, o da gratificação e prazer, mas estes podem causar sérios conflitos com o mundo exterior, pois são totalmente desregrados e o que importa ao Id é obedecer ao rígido princípio do prazer.
O Ego  é a consciência, pequena parte da vida psíquica, subtraída aos desejos do Id e à repressão do Superego. Lida com a estimulação que vem tanto da própria mente como do mundo exterior. Racionaliza em favor do Id, mas é governado pelo “princípio de realidade” ou seja, a necessidade de encontrar objetos que possam satisfazer ao Id sem transgredir as exigências do Superego. É a alma racional, tem a dupla função de, ao mesmo tempo, recalcar o Id, satisfazendo o Superego, e satisfazer o Id, limitando o poder do Superego. No indivíduo normal, essa dupla função é cumprida a contento. Nos neuróticos e psicóticos o Ego sucumbe, seja porque o Id ou o Superego são excessivamente fortes, seja porque o Ego é excessivamente fraco.
O Superego se comporta como um vigilante moral. Contem os valores morais e atua como juiz moral. Também inconsciente, o Superego faz a censura dos impulsos que a sociedade e a cultura proíbem ao Id, impedindo o indivíduo de satisfazer plenamente seus instintos e desejos. É o órgão da repressão, particularmente a repressão sexual. O Superego desenvolve-se em um período que Freud designa como período de latência, situado entre os 6 ou 7 anos e o inicio da puberdade ou adolescência. Nesse período, forma-se nossa personalidade moral e social (1923 “O Ego e o Id”).

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