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POSIÇÃO ANATÔMICA A posição anatômica é uma posição de referência, que dá significado aos termos direcionais utilizados na descrição nas partes e regiões do corpo. As discussões sobre o corpo, o modo como se movimenta, sua postura ou a relação entre uma e outra área assumem que o corpo como um todo está numa posição específica chamada POSIÇÃO ANATÔMICA. Deste modo, os anatomistas, quando escrevem seus textos, referem-se ao objeto de descrição considerando o indivíduo como se estivesse sempre na posição padronizada. O corpo está numa postura ereta (em pé, posição ortostática ou bípede) com os membros superiores estendidos ao lado do tronco e as palmas das mãos voltadas para a frente. A cabeça e pés também estão apontados para frente e o olhar para o horizonte. Posição SUPINA e PRONA são expressões utilizadas na descrição da posição do corpo, quando este não se encontra na posição anatômica. POSIÇÃO SUPINA ou DECÚBITO DORSAL – o corpo está deitado com a face voltada para cima. POSIÇÃO PRONA ou DECÚBITO VENTRAL – o corpo está deitado com a face voltada para baixo. DECÚBITO LATERAL – o corpo está deitado de lado. POSIÇÃO DE LITOTOMIA – o corpo está deitado com a face voltada para cima, com flexão de 90° de quadril e joelho, expondo o períneo. POSIÇÃO DE TRENDELEMBURG – O corpo está deitado com a face voltada para cima, com a cabeça sobre a maca inclinada para baixo cerca de 40°. PLANOS ANATÔMICOS a) Planos Seccionais: quatro planos são fundamentais: 1) Plano Mediano: plano vertical que passa longitudinalmente através do corpo, dividindo-o em metades direita e esquerda. Parassagital, usado pelos neuroanatomistas e neurologistas é desnecessário porque qualquer plano paralelo ao plano mediano é sagital por definição. Um plano próximo do mediano é um Plano Paramediano. 2) Planos Sagitais: são planos verticais que passam através do corpo, paralelos ao plano mediano. 3) Planos Frontais (Coronais): são plano verticais que passam através do corpo em ângulos retos com o plano mediano, dividindo-o em partes anterior (frente) e posterior (de trás). 4) Planos Transversos (Horizontais): são planos que passam através do corpo em ângulos retos com os planos coronais e mediano. Divide o corpo em partes superior e inferior. � b) Planos Tangenciais: suponhamos, agora, que o indivíduo, em posição anatômica, esteja dentro de um caixão de vidro. As seis paredes que constituem o caixão representariam os planos tangenciais: Plano Superior: seria a parede que está por cima da cabeça Plano Inferior: é o que se situa por baixo dos pés. Plano Anterior: é o plano que passa pela frente do corpo. Plano Posterior: é o que formaria o fundo do caixão, ou seja atrás das costas. Planos Laterais: são as duas paredes laterais, que limitam os membros (superiores e inferiores), do lado direito e esquerdo. TERMOS ANATÔMICOS a) Termos de Relação: � * Anterior / Ventral / Frontal: na direção da frente do corpo. * Posterior / Dorsal: na direção das costas (traseiro). Exemplo: O osso esterno e as cartilagens costais encontram-se anteriormente em relação ao coração. Já os grandes vasos e a coluna vertebral localizam-se posteriormente em relação ao coração. � * Superior / Cranial: na direção da parte superior do corpo. * Inferior / Caudal: na direção da parte inferior do corpo. Exemplo: Os grandes vasos localizam-se superiormente ao coração enquanto que o diafragma localiza-se inferiormente ao coração. � * Medial: mais próximo do plano sagital mediano (linha sagital mediana. * Lateral: mais afastado do plano sagital mediano (linha sagital mediana). Exemplo: Os ligamentos colaterais do joelho. O ligamento colateral fibular está localizado lateralmente enquanto que o ligamento colateral tibial está localizado medialmente, ou seja, mais próximo à linha sagital mediana. � Mediano Intermédio Médio Exatamente sobre o eixo sagital mediano. Entre medial e lateral. Estrutura ou órgão interposto entre um superior e um inferior ou entre anterior e posterior. b) Termos de Comparação: * Proximal: próximo da raiz do membro. Na direção do tronco. * Distal: afastado da raiz do membro. Longe do tronco ou do ponto de inserção. Exemplo: O braço é considerado proximal quando comparado ao antebraço (distal), pois está mais próximo da raíz de implantação do membro (cintura escapular). � * Superficial: significa mais perto da superfície do corpo. * Profundo: significa mais afastado da superfície do corpo. Exemplo: A pele é uma estrutura superficial comparada às arterias ou os ossos que estão localizados mais profundamente. No sistema venoso é comum utilizarmos esses termos para diferenciar o sistema venoso superficial (mais próximo à superfície) do sistema venoso profundo (passa mais profundamente junto com o sistema arterial). � * Homolateral / Ipsilateral: do mesmo lado do corpo ou de outra estrutura. * Contralateral: do lado oposto do corpo ou de outra estrutura. Exemplo: Se considerarmos a mão direita como referência, o membro inferior direito é considerado homo/ipsilateral, pois está localizado do mesmo lado. Já o membro inferior esquerdo é considerado contralateral, pois está localizado no lado oposto à mão de referência (mão direita). c) Termos de Movimento: * Flexão: curvatura ou diminuição do ângulo entre os ossos ou partes do corpo. * Extensão: endireitar ou aumentar o ângulo entre os ossos ou partes do corpo. �� �� * Adução: movimento na direção do plano mediano em um plano coronal. * Abdução: afastar-se do plano mediano no plano coronal. * Rotação Medial: traz a face anterior de um membro para mais perto do plano mediano. * Rotação Lateral: leva a face anterior para longe do plano mediano. �� * Retrusão: movimento de retração (para trás) como ocorre na retrusão da mandíbula e no ombro. * Protrusão: movimento dianteiro (para frente) como ocorre na protrusão da mandíbula e no ombro. �� * Oclusão: movimento em que ocorre o contato da arcada dentário superior com a arcada dentária inferior. * Abertura: movimento em que ocorre o afastamento dos dentes no sentido súpero-inferior. � * Rotação Inferior da Escápula: movimento em torno de um eixo sagital no qual o ângulo inferior da escápula move-se medialmente e a cavidade glenóide move-se caudalmente. * Rotação Superior da Escápula: movimento em torno de um eixo sagital no qual o ângulo inferior da escápula move-se lateralmente e a cavidade glenóide move-se cranialmente. * Elevação: elevar ou mover uma parte para cima, como elevar os ombros. * Abaixamento: abaixar ou mover uma parte para baixo, como baixar os ombros. * Retroversão: posição da pelve na qual o plano vertical através das espinhas ântero-superiores é posterior ao plano vertical através da sínfise púbica. * Anteroversão: posição da pelve na qual o plano vertical através das espinhas ântero-superiores é anterior ao plano vertical através da sínfise púbica. * Pronação: movimento do antebraço e mão que gira o rádio medialmente em torno de seu eixo longitudinal de modo que a palma da mão olha posteriormente. e no ombro. * Supinação: movimento do antebraço e mão que gira o rádio lateralmente em torno de seu eixo longitudinal de modo que a palma da mão olha anteriormente. e no ombro. �� * Inversão: movimento da sola do pé em direção ao plano mediano. Quando o pé está totalmenteinvertido, ele também está plantifletido. * Eversão: movimento da sola do pé para longe do plano mediano. Quando o pé está totalmente evertido, ele também está dorsifletido. �� * Dorsi-flexão (flexão dorsal): movimento de flexão na articulação do tornozelo, como acontece quando se caminha morro acima ou se levantam os dedos do solo. * Planti-flexão (flexão plantar): dobra o pé ou dedos em direção à face plantar, quando se fica em pé na ponta dos dedos. �� ABORDAGENS ANATÔMICAS As três principais abordagens para estudar anatomia são: regional, sistêmica e clínica. a) Anatomia Regional: é o método de estudo do corpo por regiões, como o tórax e o abdome. A anatomia de superfície é uma parte essencial do estudo da anatomia regional. b) Anatomia Sistêmica: é o método de estudo do corpo por sistemas, por exemplo, sistema circulatório e reprodutor. c) Anatomia Clínica: enfatiza a estrutura e a função à medida que se relacionam com a prática da medicina e outras ciências da saúde. Do ponto de vista médico, a anatomia humana consiste no conhecimento da forma exata, posição exata, tamanho e relação entre as várias estruturas do corpo humano, enquanto características relacionadas à saúde. Esse tipo de estudo é chamado anatomia descritiva ou topográfica. A anatomia topográfica é aprendida através de exercícios repetidos de dissecação e inspeção de partes (cádaveres especialmente destinados à pesquisa). Do ponto de vista morfológico, a anatomia humana é um estudo científico que tem por objetivo descobrir as causas que levaram as estruturas do corpo humano a serem tais como são, e para tanto solicita ajuda às ciências conhecidas como embriologia, biologia evolutiva, filogenia e histologia. Na área médica existe ainda um outro tipo de estudo anatômico, definida como anatomia patológica, que é o estudo de órgãos defeituosos ou acometidos por doenças. Já os ramos da anatomia normal com aplicações específicas, ou restritas a determinados aspectos, recebem nomes como anatomia médica, anatomia cirúgica, anatomia artística, anatomia de superfície. DIVISÃO DO CORPO HUMANO Classicamente o corpo humano é dividido em: cabeça, pescoço, tronco e membros. Cabeça Crânio e face Pescoço Pescoço Tronco Tórax, abdome e pelve Membros (Membro Superior) Ombro, braço, antebraço e mão Membros (Membro Inferior) Quadril, coxa, perna e pé QUADRANTES ABDOMINAIS Para tornar mais fácil a localização dos órgãos na grande cavidade abdominopélvica, os anatomistas dividiram a cavidade abdominopélvica em nove regiões, sendo definidas da seguinte forma: Região Abdominopélvica Superior Região Abdominopélvica Média Região Abdominopélvica Inferior No nível da nona costela Entre as nonas costelas e os ossos do quadril No nível superior aos ossos do quadril Região Hipocondríaca Direita Região Epigástrica Região Hipocondríaca Esquerda Região Lateral Direita Região Umbilical Região Lateral Esquerda Região Inguinal Direita Região Púbica (Hipogástrica) Região Inguinal Esquerda Outro modo mais simples de dividir a cavidade abdominopélvica é em Quatro Quadrantes. Esse método é freqüentemente utilizado para localizar uma dor ou descrever a localização de um tumor. Os planos sagital, mediano e transversal passam através do umbigo e dividem a região abdominopélvica nos quatro quadrantes seguintes: CONSTITUIÇÃO DO CORPO HUMANO Da menor até a maior dimensão de seus componentes, seis níveis de organização são relevantes para a compreensão da anatomia e fisiologia: os níveis químico, celular, tecidual, orgânico, sistêmico e organísmico. Nível Químico Inclui os átomos (menores unidades de matéria que participam de reações químicas) e as moléculas (dois ou mais átomos ligados entre si). Nível Celular A união das moléculas formam as células. As células são as unidades básicas, estruturais e funcionais do corpo humano. Nível Tecidual Os tecidos são grupos de células e materiais em torno delas, que trabalham juntos para realizar uma determinada função celular. Existem quatro tipos básicos de tecidos, em seu corpo: tecido epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. Nível Orgânico Os órgãos são estruturas compostas por dois ou mais tipos de tecido diferentes. Eles têm funções específicas e, usualmente, têm formas reconhecíveis. Nível Sistêmico Um sistema consiste em órgãos relacionados que têm a mesma função. Nível Organísmico É o maior nível organizacional. O organismo é um indivíduo vivo. Todas as partes do corpo, funcionando umas com as outras, constituem o organismo total – uma pessoa viva. NOMENCLATURA ANATÔMICA ATUALIZADA SISTEMA ESQUELÉTICO Nome Antigo Nome Atual Parte Membranosa Parte Membranácea Orifício Nutrício Forame Nutrício Canal Nutritivo Canal Nutrício Buraco Forame Bordo Margem Canal Carotídeo Canal Carótico Rochedo do Temporal Parte Petrosa do Temporal Vértice Ápice Omoplata Escápula Cúbito Ulna Metacárpico Metacarpal Ilíaco Ílio Rótula Patela Peroneo Fíbula Astrágalo Tálus SISTEMA ARTICULAR Nome Antigo Nome Atual Articulação bicondiliana Articulação bicondilar Articulação umerocubital Articulação umeroulnar Túnel cubital Túnel do carpo Prega sinovial infrarotuliana Prega sinovial infrapatelar Articulação tibioperoneal Articulação tibiofibular Articulação tibiotársica Articulação talocrural SISTEMA MUSCULAR Nome Antigo Nome Atual Intersecção tendinosa Intersecção tendínea Músculos extrínsecos do globo ocular Músculos etrínsecos do bulbo do olho Aponeurose epicraneana Aponeurose epicrânica Músculo mentoneano Músculo mentual Músculo denteado Músculo serrátil Bainha carotídea Bainha carítica Músculo iliocostal lombar Músculo iliocostal do dorso Músculos rotadores lombares Músculos rotadores do lombo Orifício da veia cava Forame da veia cava Fáscia subcutânea do abdômen Tela subcutânea do abdome Cabeça mesocubital Cabeça umeroulnar Músculo semimembranoso Músculo semimembranáceo Músculo semitendinoso Músculo semitendíneo Músculo peroneal terceiro Músculo fibular terceiro Músculo solear Músculo sóleo Bolsas subtendinosas Bolsas subtendíneas SISTEMA DIGESTÓRIO Nome Antigo Nome Atual Palatino Palato Vértice da cúspide Ápice da cúspide Orifício do vértice do dente Forame do ápice do dente Ponta da língua Ápice da língua Amigdala lingual Tonsila lingual Gânglios linfóides Nódulos linfóides Fossetas amigdalinas Fóssulas da tonsila Gânglios faríngeos Linfonodos faríngeos Amigdala tubar Tonsila tubária Cólon Colo Apêndices epiplóicos do cólon Apêndices adiposos do colo Tênia do cólon Tênias do colo Linha pectínea Linha pectinada Canais biliares interlobares Ductos bilíferos interlobares Canal hepático comum Ducto hepático comum Canal cístico Ducto cístico Canal colédoco Ducto colédoco Mesocolen Mesocolo Pequeno epiplon Omento menor Grande epiplon Omento maior Peritonen Peritônio SISTEMA RESPIRATÓRIO Nome Antigo Nome Atual Parte membranosa Parte membranácea Abertura do canal lacrimal Abertura do ducto lacrimal Vértice do pulmão Ápice do pulmão Cisura oblíqua Fissura oblíqua Recesso costomediastínico Recesso costomediastinal SISTEMA URINÁRIONome Antigo Nome Atual Orifícios papilares Forames papilares Vértice da bexiga Ápice da bexiga SISTEMA GENITAL Nome Antigo Nome Atual Corpo amarelo Corpo lúteo Trompa de Falópio Tuba uterina Vulva Pudendo Canal deferente Ducto deferente Canal excretor Ducto excretor Canal ejaculador Ducto ejaculatório Canalículos prostáticos Dúctulos prostáticos Fossa isquiorretal Fossa isquioanal SISTEMA CIRCULATÓRIO Nome Antigo Nome Atual Artéria nutritiva Artéria nutrícia Trabéculas musculares Trabéculas cárneas Membrana broncopericardíaca Membrana broncopericárdica Canal arterial Ligamento arterial Parte basal Parte basilar Artéria do uncus Artéria do unco Ramos uretrais Ramos uretéricos Ramo obturador Ramo obturatório Veias mediastínicas Veias mediastinais Veia do giro olfactivo Veia do giro olfatório Canal torácico Ducto torácico Gânglios linfáticos regionais Linfonodos regionais Tronco broncomediastínico Tronco broncomediastinal SISTEMA LINFÁTICO Nome Antigo Nome Atual Gânglios linfáticos Linfonodos Criptas amigdalinas Criptas tonsilares Amigdala palatina Tonsila palatina Amigdala tubar Tonsila tubária SISTEMA NERVOSO Nome Antigo Nome Atual Fibras nervosas Neurofibras Tenda do cerebelo Tentório do cerebelo Incisura da tenda Incisura do tentório Dilatação cervical Intumescência cervical Dilatação lombar Intumescência lombar Ligamento denteado Ligamento denticulado Vértice Ápice Feixe Trato Espinhal Espinal Pedúnculo cerebeloso Pedúnculo cerebelar Núcleo salivar inferior Núcleo salivatório inferior Fibras tetopônticas Fibras tetopontinas Núcleo salivar Núcleo salivatório Plexo coroideo Plexo corióide Coluna do fórnix Coluna do fórnice Úncus Unco Putamen Putame Nervo olfactório Nervo olfatório Nervo do mento Nervo mentual Nervo do músculo do estribo Nervo do músculo estapédio Ramo tubar Ramo tubário Ramo do seio carotídeo Ramo do seio carótico Nervo cubital Nervo ulnar Nervo obturador Nervo obturatório Nervo peroneal Nervo fibular Plexo uretral Plexo uretérico ÓRGÃOS DOS SENTIDOS Nome Antigo Nome Atual Borda serreada Ora serrata Substância do cristalino Substância da lente Cápsula de Tenon Bainha do bulbo Ligamento superior do globo ocular Ligamento suspensor do bulbo Membfrana do estribo Membrana estapedial Músculo do estribo Músculo estapédio Glândulas tubares Glândulas tubárias Canais semicirculares Ductos semicirculares Ouvido interno Orelha interna Canalículo gustativo Canalículo gustatório EPÔNIMOS ANATÔMICOS Como toda ciência, a Anatomia tem sua linguagem própria. Ao conjunto de termos empregados para designar e descrever o organismo ou suas partes dá-se o nome de Nomenclatura Anatômica. Com o extraordinário acúmulo de conhecimentos no final do século passado, graças aos trabalhos de importantes “escolas anatômicas” (sobretudo na Itália, França, Inglaterra e Alemanha), as mesmas estruturas do corpo humano recebiam denominações diferentes nestes centros de estudos e pesquisas. Em razão desta falta de metodologia e de inevitáveis arbitrariedades, mais de 20 000 termos anatômicos chegaram a ser consignados (hoje reduzidos a poucos mais de 5 000). A primeira tentativa de uniformizar e criar uma nomenclatura anatômica internacional ocorreu em 1895. Em sucessivos congressos de Anatomia em 1933, 1936 e 1950 foram feitas revisões e finalmente em 1955, em Paris, foi aprovada oficialmente a Nomenclatura Anatômica, conhecida sob a sigla de P.N.A. (Paris Nomina Anatomica). Revisões subseqüentes foram feitas em 1960, 1965 e 1970, visto que a nomenclatura anatômica tem caráter dinâmico, podendo ser sempre criticada e modificada, desde que haja razões suficientes para as modificações e que estas sejam aprovadas em Congressos Internacionais de Anatomia. A língua oficialmente adotada é o latim (por ser “língua morta”), porém cada país pode traduzi-la para seu próprio vernáculo. Ao designar uma estrutura do organismo, a nomenclatura procura utilizar termos que não sejam apenas sinais para a memória, mas tragam também alguma informação ou descrição sobre a referida estrutura. Dentro deste princípio, foram abolidos os epônimos (nome de pessoas para designar coisas) e os termos indicam: a forma (músculo trapézio); a sua posição ou situação (nervo mediano); o seu trajeto (artéria circunflexa da escápula); as suas conexões ou inter-relações (ligamento sacroilíaco); a sua relação com o esqueleto (artéria radial); sua função (m. levantador da escápula); critério misto (m. flexor superficial dos dedos – função e situação). Entretanto, há nomes impróprios ou não muito lógicos que foram conservados, porque estão consagrados pelo uso. Abaixo, temos uma lista dos epônimos que foram utilizados para designar elementos da anatomia humana. Os epônimos têm somente importância histórica na anatomia. São difíceis de memorizar, imprecisos e etnocêntricos. Muitas vezes são redundantes, pois a mesma estrutura é renomeada diversas vezes dependendo do país. A tendência é de que os epônimos entrem em desuso com o passar dos anos. Para que tenhamos precisão científica e universalização é necessário que façamos uso da nomenclatura atual a seguir: Nome Antigo Nome Atual Ângulo de His Incisura Cárdica Ângulo de Louis Ângulo do esterno Aqueduto de Sylvius Aqueduto do mesencéfalo Camada Celular de Purkinje Estrato purkingense Canal de Falópio Canal do nervo facial Cápsula de Malpighi Cápsula do baço Cartilagem de Santorini Papila menor do duodeno Círculo de Willis Círculo arterial do cérebro Comissura de Meynert Comissura supra-óptica dorsal Corpúsculo de Malpighi Polpa esplênica Divertículo de Meckel Divertículo ileal Ducto de Bartholin Ducto sublingual maior Esfíncter de Oddi M. esfíncter da ampola hepatopancreática Fáscia de Camper Fáscia intermédia de revestimento Fáscia de Scarpa Estrato membranáceo Feixe de His Fascículo atrioventricular Feixe de Purkinge Ramos subdendocárdicos Fissura de Rolando Sulco central (cérebro) Fissura de Sylvius Sulco lateral (cérebro) Folículo de Graff Folículo ovárico vesiculoso Forame de Luschka Abertura lateral do quarto ventrículo Forame de Magendie Abertura mediana do quarto ventrículo Forame de Monro Forame interventricular (cérebro) Gânglio de Scarpa Gânglio vestibular Glândula de Bartolin Glândula vestibular maior Glândula de Bowman Glândulas olfatórias Glândula de Cowper Glândula bulbouretral Ilhotas de Langerhans Olhotas pancreáticas Lacunas de Morgagni Lacunas uretrais Ligamento de Falópio Ligamento inguinal Membrana de Bowman Lâmina limitante anterior (córnea) Nervo Vidiano Nervo do canal pterigóideo Núcleo de Meynert Núcleo basilar (núcleo olfatório) Osso Wormiano Osso sutural Pomo de Adão Proeminência laríngea Ponte de Varólio Ponte Prega de Douglas Prega retouterina Pregas haversianas Pregas sinoviais Tendão de Aquiles Tendão do calcâneo Trato de Arnold Trato frontopontino Trompa de Eustáquio Tuba auditiva Trompa de Falópio Tuba uterina Veia de Galeno Veia cerebral magna Ventrículo de Morgagni Ventrículo da laringe A lista acima não contém todos os epônimos, apenas alguns mais utilizados. Para ter acesso a todos os epônimos, procure um livro de Terminologia Anatômica Internacinal que contenha filiação com a FCAT (CFTA) - Federative Committee on Anatomical Terminology (Comissão Federativa da Terminologia Anatômica).