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Material de Apoio Ciencia Politica e Teoria Geral do Estado 2016 UNIVALE

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UNIVALE
MATERIAL DE APOIO DE CIÊNCIA POLÍTICA
Este material tem por objetivo meramente didático e visa apoiar os alunos do 1º período da turma de direito da Univale em seus estudos. Trata-se de uma compilação de textos, resenhas, anotações de diversos autores. Recomenda-se que o seu estudo não seja feito de forma isolada, mas sim, em conjunto com a bibliografia e demais materiais sugeridos pela professora.
2016
	PLANO DE ENSINO
	SEMESTRE / ANO
1º / 2016
	Curso: Direito
Disciplina: Ciência Política e Teoria Geral do Estado
	Carga 
Horária
	Teórica
60h
	Prática
	Total
60h
	Semestre:
1º
	Professor: Silvana Cristina Cruz e Melo
	Titulação:
Mestre
	Coordenador do Curso: Silvana Cristina Cruz e Melo
	Mestre
(X) Bacharelado ( ) Tecnológico
	1) – EMENTA DA DISCIPLINA NO CURSO:
	Conceito de Ciência Política e relações com o direito. Filosofia política e fundamentos teóricos da formação do Estado. Pensadores e Teorias Políticas. Poder, autoridade, legitimidade e dominação. Conceito de Teoria Geral do Estado. Estado: Conceito, Fins e Funções. Elementos Constitutivos do Estado. Limites à atuação do Estado. A divisão dos Poderes. A visão atual da Separação de Poderes. Formas de Estado. Formas de Governo. Regimes Políticos. Sistemas de Governo. Representação política, Opinião pública, Partidos -Políticos, Grupos de Pressão, Grupos de interesse, Organizações não governamentais. O Sufrágio. Os Sistemas Eleitorais. Democracia. Características do Estado atual. Estado Brasileiro. Estado, direito e Política. Debates contemporâneos. Soberania e Globalização. Crise do Estado Moderno.
	2) – OBJETIVO DA DISCIPLINA NO CURSO:
	Proporcionar uma visão sobre a reflexão e lições engendradas pelos autores clássicos e contemporâneos da Ciência Política e da Teoria Geral do Estado, levando-os a construção do conhecimento acerca do desenvolvimento das teorias do poder e da formação e instituição do Estado.
	3) - JUSTIFICATIVA DA DISCIPLINA NO CURSO:
	Tendo em vista as habilidades e as competências propostas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Direito, a disciplina de Ciência Política e Teoria Geral do Estado, é de suma relevância, haja vista a necessidade do estudante de Direito refletir criticamente acerca da política, suas nuances e influencia sobre o direito, bem como sobre o Estado, sua definição, suas funçoes e a sua importância. Consequentemente, pretende-se dar ao aluno, não apenas suporte jurídico, mas fazem com que ele analise as relações jurídicas estabelecidas politicamente, bem como aquelas desenvolvidas pelo Estado, no exercício de qualquer uma de suas funções, sem perder de vista a evolução sociológica, ética, moral, jurídica e econômica, sob o fundamento dos preceitos legais hodiernos, despertando no graduando aptidões para enfrentamento comprometido com a técnica jurídica e acima de tudo com a Justiça e a pacificação social.
	4) – PROGRAMA E CRONOGRAMA DE REALIZAÇÃO DA DISCIPLINA:
	1º Bimestre
	1. Ciência Política.
1.1. Conceito, importância e relações com o direito.
1.2. Política e Ciência Política.
2. Filosofia Política. 
2.1. Conceito e diferença com a Ciência Política.
2.2. Fundamentos de formação do Estado.
2.2.1. Pensadores e Teorias Políticas.
3. Instituições Políticas.
4. Conceito de Teoria Geral do Estado. Importância da Disciplina, objeto, fontes e relações com outras disciplinas. 
5. Estado
6. Elementos Constitutivos do Estado. 
7. Limites à atuação do Estado. 
8. A divisão dos Poderes. 
	2º Bimestre
	9. Formas de Estado. 
10. Formas de Governo. 
11. Regimes Políticos. 
12. Sistemas de Governo.
13. Representação política
14. Os Sistemas Eleitorais. 
15. Democracia. 
16. Características do Estado atual. 
17. Estado Brasileiro.
18. Estado, direito e Política. 
19. Debates contemporâneos. 
	5) – METODOLOGIA DE TRABALHO DO PROFESSOR NA DISCIPLINA:
	As aulas serão expositivas e dialogadas, utilizando-se sempre que necessário dos seguintes recursos: retroprojetor, data-show, pesquisa dirigida, estudo de casos, eventuais trabalhos em grupo ou individual, pesquisa em biblioteca, produção de artigo científico.
Todos os trabalhos deverão ser desenvolvidos observando-se as regras de metodologia conforme a ABNT e determinadas pela Instituição.
	6) – AVALIAÇÃO E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA NO CURSO:
	Com o objetivo de aprimorar continuamente o processo de ensino-aprendizagem e de acordo com os objetivos propostos pelo modelo didático-pedagógico implantado, serão utilizados os seguintes métodos de avaliação: diagnóstico, formativo e somativo, de maneira que o processo de avaliação se torne amplo.
Dessa forma, ao final do primeiro mês letivo será aplicada uma avaliação parcial contemplando conteúdos até então ministrado, para que seja possível diagnosticar os alunos com dificuldade de aprendizado. ( AVALIAÇÃO DIAGNOSTICA).
O acadêmico será ainda avaliado pelo processo e pelo produto durante o semestre por meio de:
a) duas avaliações (uma por bimestre), com valor de 70 pontos cada, contendo questões objetivas e no mínimo 2 dissertativas.
Para a realização das questões objetivas não será permitido o uso de qualquer material de apoio e as mesmas serão questões de concursos, exames anteriores da OAB e Enade, como exercício de familiaridade dos alunos com tais formas de avaliação.
As questões dissertativas terão valor de 1,0 ponto cada e as objetivas terão o valor máximo de 0,5 pontos cada.
No Segundo bimestre o acadêmico será avaliado por um prova integrada com peso 2,0 contendo conteúdos do semestre todo e pontuando o aluno em todas as disciplinas. ( AVALIAÇÃO INTEGRADA).
As referidas avaliações podem ser desmembradas durante o bimestre.
b) avaliações com pontuação máxima de 30 pontos (no primeiro bimestre) e 10 pontos (no segundo bimestre) que poderão ser:
Seminários curtos que não poderão ultrapassar 6 horas aulas de exposição, salvo nas disciplinas propedêuticas.
Elaboração de fichamentos e discussão/debates de textos indicados;
Elaboração de artigo científico, conforme normas estabelecidas pelo docente.
Visitas técnicas.
Exercícios de estudos de casos, abordando o direito em sua operacionalização pelos agentes ( advogados, juizes, promotores, etc.), no momento atual, discutindo-se questões que tornam recorrentes pela ação da publicidade através das diversas mídias.
Os valores dessas avaliações poderão ser utilizados, parcialmente, como nota conceitual, que levará em conta a assiduidade, comprometimento, disciplina, participação, dentre outros critérios a serem estabelecidos pelo docente.
Em relação aos trabalhos:
As datas do cronograma de entrega não serão adiadas;
Serão realizados preferencialmente em sala de aula, com exceção da elaboração do artigo científico;
Trabalhos entregues após a data serão aceitos e/ou corrigidos, mas a cada semana de atraso o aluno perderá 20% do valor da avaliação e para entrega do mesmo deverá o acadêmico justificar a ausência mediante requerimento escrito protocolado na secretaria e endereçado à coordenação.
Avaliações perdidas também devem ser requeridas 2˚ chamada, mediante justificativa escrita na secretaria no prazo máximo de 48 horas após a realização da avaliação, sem exceções.
c) Poderá ser adotada avaliação oral. 
A avaliação oral não poderá ela ser a única avaliação aplicada no bimestre, devendo estar obrigatoriamente associada a avaliação escrita e trabalhos bimestrais e seu valor não poderá ultrapassar 20 pontos. Neste caso a avaliação escrita terá seu valor reduzido para 50 pontos.
A avaliação oral será pública, aplicada durante o período de aula do professor e as questões, em quantidade a ser determinada pelo professor, será sorteada pelo próprio aluno, no momento de sua resolução.
O professorelaborará as questões na proporção de 03 para cada aluno apto a realizar a avaliação.
A nota deverá constar de ficha individual e os critérios de atribuição das notas serão os seguintes:
- se a resposta elaborada pelo aluno demonstrou conhecimento do conteúdo avaliado;
- se o discente demonstrou organização e independência intelectual e crítica na elaboração da resposta;
- se fez citações de autores, teorias e argumentos atuais e adequados;
- se desenvolveu de forma clara, coerente e consistente os argumentos para a resolução da questão;
- se o aluno utilizou bem o tempo para a resolução das questões;
- se o aluno ultrapassou o tempo máximo para a resolução das questões.
Será permitido o número máximo de 03 (três) questões por aluno, a serem respondidas no máximo em 05 minutos cada, sem prorrogação.
No segundo bimestre a avaliação bimestral não poderá se utilizada como critério de redução do valor da prova integrada.
d) As questões objetivas das avaliações bimestrais poderão, à critério e com o consenso de todos os professores do período letivo, serem aplicadas em um único dia.
Tal avaliação não poderá ultrapassar 50 questões no todo e 10 questões por disciplina. Seu valor será de no máximo 50 pontos.
Na mesma semana o professor de cada disciplina aplicará avaliação discursiva, com no máximo 04 questões de 0,5 pontos cada ou, no mínimo, 02 questões de 10 pontos cada.
Tais avaliações serão realizadas na semana de provas adotada institucionalmente.
Para a realização das questões objetivas não será permitido o uso de qualquer material de apoio e as mesmas serão questões de concursos, exames anteriores da OAB e Enade, como exercício de familiaridade dos alunos com tais formas de avaliação.
Em todas as avaliações haverá observância das seguintes competências:
Firmeza e domínio do conhecimento;
Coerência com a leitura solicitada;
Cumprimento do prazo estabelecido;
d) capacidade de interpretação de texto, ortografia, concordância, separação de sílabas, clareza e objetividade para escrever;
e) assiduidade, pontualidade e participação nas aulas;
f) participação, freqüência e pontualidade na entrega dos trabalhos solicitados.
RESUMO DOS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO NO BIMESTRE
Avaliações, nos moldes acima; 70 pontos 1˚ e 2˚ bimestre
Trabalhos e/ou atividades (nos moldes estabelecidos acima), que somarão 30 pontos, (1˚ bimestre).
Avaliação integrada no segundo bimestre com peso 2,0 
A somatória das avaliações bimestrais resultarão na média bimestral do acadêmico.
O total da média do 1˚ bimestre somado ao total da média do 2˚ bimestre dividido por 2 resultará na média semestral que deve ser igual ou superior a 70 para aprovação sem exame.
O acadêmico que não atingir a média semestral igual ou superior a 70 deverá realizar exame. 
Para que aluno possa realizar exame a média final deve ser igual ou superior a 30.
A soma da média final e da nota do exame divididas por dois resultaram na média final, que para aprovação com exame deverá atingir 50.
	7) - BIBLIOGRAFIA BÁSICA DA DISCIPLINA NO CURSO: 
	BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de teoria geral do Estado e ciência política. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
BONAVIDES, Paulo: Teoria do Estado. 13˚ ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 26 ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
	8) – BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR DA DISCIPLINA NO CURSO: 
	ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Editora Martin Claret, 2001.
BOBBIO, Norberto. Estado, Governo e Sociedade: Para um Teoria Geral da Política. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 32. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
KELSEN, Hans. Teoria Geral do Direito e do Estado. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. 24˚ ed. São Paulo. Saraiva. 1998.
	9) – PERIÓDICOS E DEMAIS FONTES DE ESTUDO E CONSULTA:
	www.internetlegal.com.br/artigos
www.boletimjurídico.com.br
www.midiaindependente.org
www.direitoacomunicacao.org.br
www.flaviotartuce.adv.br
www.jus.com.br
http://www.editorarevistadostribunais.com.br/
http://www.consulex.com.br/
http://www.tj.pr.gov.br
http://www.stf.jus.br/portal/principal/principal.asp
http://www.stj.gov.br
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1º BIMESTRE – 2016
1. Ciência Política.
1.1. Conceito, importância e relações com o direito.
Segundo Norberto Bobbio, entende-se por ciência política “qualquer estudo dos fenômenos e das estruturas políticas, conduzido sistematicamente e com rigor, apoiado num amplo e cuidadoso exame dos fatos expostos com argumentos racionais. 
Gaetano Mosca a definiu como o estudo da formação e organização do poder. 
Ele entendia que a ciência política desenvolveu-se muito, a partir do século XIX, como resultado da evolução das ciências históricas. Em conseqüência, o método da ciência política era o de recolher o maior número possível de fatos históricos, a partir do estudo das várias civilizações. O cientista político, para Mosca, deveria conhecer muito bem a história de toda a humanidade. 
Sobre o objetivo da ciência política, Mosca afirmou que era estudar as tendências que determinam o ordenamento dos poderes políticos, examinar as leis reguladoras da organização social, descobrir e conhecer as leis reguladoras da natureza social do homem e do ordenamento político das diversas sociedades humanas. 
Quanto ao problema central a ser investigado pela ciência política, Mosca coloca o problema do poder.
A ciência política se relaciona com as demais ciências sociais, em especial com o direito que está incluído dentro do ramo das ciências sociais aplicadas. Exclusivamente no direito a ciência política relaciona-se com os seguintes ramos, dentre outros o direito constitucional. Nos primórdios a ciência política era estudada na cadeira de direito constitucional, haja vista ser ela quem trazia os conceitos fundamentais do Estado, tais como denominação, fins, legitimidade, formas de governo, formas de estado, sistema de governo, etc. 
Posteriormente viu-se que os estudos a respeito das instituições do poder e da formação e desenvolvimento do Estado, eram indispensáveis, também, para os demais ramos do direito, motivo pelo qual tal disciplina ganhou autonomia nos cursos jurídicos. A partir daí, considerando que o direito trata de regras de conduta que são impostas para todos os membros da sociedade e que estas regras são elaboradas por um poder constituído, indispensável se torna a compreensão desse poder (poder político) para que se possa compreender as razões e conseqüências de suas normas (poder jurídico), em qualquer de seus ramos (direito civil, direito penal, direito consumerista, etc.).
Dessa forma, considerando que a política é exercida por meio do poder político e que este é exercido com base no monopólio da força, sendo um poder supremo, deve agir nos interesses do grupo: paz, bem estar, ordem pública, propriedade e tem como fim mínimo a ordem pública nas relações internas e a defesa da integridade nacional nas relações de um estado com outros. Em última análise o fim mínimo da política é ser indispensável para a realização de quaisquer outros fins.
Abrindo um parênteses:
A Ciência Política começou a ser oficialmente reconhecida como disciplina autônoma no fim do século XIX. Foi nos EUA que a Ciência Política foi reconhecida como disciplina primeiramente.
Desde 1945, o desenvolvimento da Ciência Política se acelera, tomando sobretudo um caráter internacional. 
O fim do século XIX à Segunda Guerra Mundial caracteriza-se pelo desenvolvimento desigual da ciência política. Em vários países, esforços são feitos para dar lugar à ciência política nas estruturas universitárias. Fracassam em todos os lugares, menos nos EUA. Daí o desenvolvimento que a Ciência Política tem nesse país entre as duas guerras mundiais. Fonte: DUVERGER, Maurice. Ciência Política: Teoria e Método. 3ª edição, Rio de Janeiro: ZaharEditores, 1976.
1.2. Política e Ciência Política.
Etimologicamente “política” vem do grego politikós e diz respeito à pólis (cidades gregas) ou à sociedade. Assim, pode-se dizer que política se referia a tudo o que interessa ao cidadão. Com a evolução do tempo, a idéia de política passou a abranger também as ações do governo e da administração pública.
Para Norberto Bobbio falar de política é falar de poder, já que este em quem dá a “posse dos meios para se obter vantagem” de um homem sobre outros. O poder político representa o poder que um homem pode exercer sobre outros como é o caso da relação entre governante e governados.
O autor, todavia, acrescenta que a política liga-se também, à legitimação ou legitimidade, que neste momento pode ser entendido como a confiança que é depositada pelos governados aos governantes e que lhes permite atuar em nome da sociedade.
O poder político não existe apenas enquanto poder, é preciso ter objetivos e finalidade. Quanto aos fins da política Norberto Bobbio diz que eles são tantos quantos forem as metas a que um grupo se propõe. Ou seja, a política possui várias finalidades, mas todas elas relacionadas ao bem comum da sociedade. Para ele a política restringe-se à esfera do Estado, que é uma instituição criada, entre outros motivos, para manter a ordem social.
Assim, considerando que a ciência política volta-se para o estudo dos fenômenos e estruturas políticas, bem como ao estudo e formação do poder, é certo que a política é considerada seu objeto de estudo.
2. Filosofia Política. 
2.1. Conceito e diferença com a Ciência Política.
Filosofia política é a descrição, projeção, teorização da ótima república ou, como a construção de um modelo ideal de Estado, fundado sobre alguns postulados éticos últimos, a respeito do qual não nos preocupamos se, quanto e como poderia ser efetivamente e totalmente realizado.
A filosofia política pode ser vista também, como a busca do fundamento último do poder, que permite responder à pergunta: “A quem devo obedecer e por quê?”
É a filosofia política quem determina os critérios de legitimidade do poder, que faz compreender a justificação do poder de obediência e delimita o ambito da política. É ela quem traz o conceito geral de política, como atividade autônoma e auxilia na formação de um discurso crítico, voltado para os pressupostos, para as condições de verdade para a pretensa objetividade da ciência política.
Então, pode-se dizer que a filosofia política não é vista de maneira única, mas, sob quatro acepções diferentes e em cada uma delas afasta-se (diferenciando-se) da ciência política ou dela se aproxima.
Na primeira acepção a Filosofia Política se opõe ou se diferencia totalmente da Ciência Política. Nela a ciência política tem como objeto o SER, em outras palavras a política como é enquanto a filosofia política tem como objeto o DEVER SER, ou seja, a política ideal e não real. A ciência política representa a realidade e a filosofia política representa a utopia.
Na segunda acepção, a filosofia política relaciona-se intimamente com a ciência política, pois ambas tratam da legitimação do poder, dizendo quem deve obedecer e por quais motivos tal obediência deve existir. 
A terceira acepção identifica a filosofia política com a ciência política. Aqui as duas são idênticas já que não se pode pensar a análise da política sem os conceitos gerais trazidos pela primeira. Assim enquanto a filosofia política estabelece os critérios para a formação do poder a ciência política, toma tais critérios como base para a análise e compreensão dos fenômenos políticos reais que ocorrem diariamente na sociedade.
Por fim, na última acepção a filosofia política novamente diferencia-se da ciência política quando se considera que a primeira é uma metaciência que estuda a política como segundo nível. A ciência política, por sua vez, não estuda o comportamento político mas volta-se para os procedimentos que são realizados por aquele que exerce o poder político para conduzir a política. Nesse sentido pode-se dizer que a ciência política estuda o comportamento do político e a filosofia política discorrer sobre o comportamento do cientista político.
Sobre o tema assistir o vídeo disponibilizado no youtube, “Introdução à Ciência Política: Ciência e Filosofia. Vídeo 01, disponível no seguinte link:
http://www.youtube.com/watch?v=9MnsnFBqQKE
2.2. Fundamentos de formação do Estado.
Nos primeiros capítulos de seu livro Elementos de Teoria Geral do Estado, Dalmo de Abreu Dallari se ocupa de delimitar quando surgiu o Estado e quais os motivos que levaram à sua formação. Para o autor, há três posições fundamentais que tentam explicar os motivos pelos quais foi necessária e até mesmo indispensável a formação do Estado.
- 1ª posição:
Para muitos o Estado, assim como a sociedade, sempre existiram. Para esses autores sempre houve uma organização social dotada de poder com autoridade para determinar o comportamento do grupo. São representantes dessa corrente: Eduard Meyer e Wilhelm Koppers.
- 2ª posição:
A sociedade humana existiu sem o Estado durante um tempo. Depois, por diferentes motivos o Estado foi constituído para atender às necessidades dos grupos sociais (corrente majoritária). Defendida principalmente pelos contratualistas.
- 3ª posição:
O Estado só existe quando surge a idéia e a prática da soberania no século XVII. Essa corrente é defendida por Karl Schmidt e Balladore Pallieri. Os defensores desse posicionamento dizem que o Estado não apenas surgiu como determinam que o seu surgimento ocorreu em 1948 com a assinatura dos tratados que constituem a Paz de Westfalia, que entre outros assuntos, estabeleceu os limites territoriais da Guerra dos 30 anos entre a França e a Alemanha.
Sobre o assunto vejam APENAS o início do capítulo II do livro Elementos de Teoria Geral do Estado de Dalmo de Abreu Dallari disponível na biblioteca ou acessível no link:
http://www.visionvox.com.br/biblioteca/e/Elementos-de-Teoria-Gera-do-Estado-Dalmo-de-Abreu-Dallari.pdf
2.2.1. Pensadores e Teorias Políticas.
A melhor forma de compreender os fundamentos para a formação da sociedade e principalmente do Estado é estudar os pensadores e as suas teorias políticas, por fazerem eles a integração necessária entre a filosofia política e a ciência política. Dada a impossibilidade se estudar todos os pensadores e todas as teorias políticas que foram produzidas pela humanidade, foram destacados alguns pensadores, cujos pensamentos são essências para o desenvolvimento da disciplina.
Sobre os pensadores Maquiavel, Hobbes, Locke, Montesquieu e Rousseau, vide a obra “Os Clássicos da Política”, volume 01, organizador Francisco C. Weffort, editora Ática, série: Fundamentos 62.
Livro disponível no link: http://www.cedec.org.br/files_pdf/Osclassicosdapoliticavol1.pdf
A – NICOLAU MAQUIAVEL
Muitas pessoas adotam seu nome ou os adjetivos que dele derivam (maquiavelismo, maquiavélico) para referirem-se à idéia de procedimento astucioso e traiçoeiro. É uma forma de desqualificar uma pessoa. Mas essa não é a melhor acepção do termo, já que em ciência política o estudo de Maquiavel é fundamental para compreender não só aspectos relacionado a questões de como se chegar e manter no poder, como também, à exclusividade do uso da força pelo poder político e da ética própria que este poder possui.
Maquiavel nasceu em Florença, em 03 de maio de 1469. A Península Itálica era formada por uma série de pequenos Estados com regimes políticos, desenvolvimento econômico e cultura variados. Em 1494 cinco Estados dominavam o mapa político: ao sul o reino de Nápoles, governado pelos Aragão; no centro, os Estados papais controlados pela igreja; a República de Florença presidida pelos Médices e ao norte o ducado de Milão e a república de Veneza.
Nos final do século XV a desordem e a instabilidade eram incontroláveis. Os Médicis foram expulsos de Florença; acirraram-se as discórdias entre Milão e Nápoles; as terras da Igrejapassaram a ser governadas por Alexandre VI; o rei Carlos VIII da França invade a península. 
Foi nesse período conturbado que Maquiavel, em família modesta, filho de um advogado empenhado em dar-lhe educação clássica. Com a queda dos Médicis, aos 29 anos ocupou a Segunda Chancelaria, importante cargo político que o permitiu sair diversas vezes da Itália e a formar a milícia nacional. 
Com a retomada do poder pelos Médicis a República foi dissolvida, Maquiavel foi deposto e proibido de deixar Florença. Em 1513 foi considerado suspeito de conspirar contra o governo, sendo torturado, condenado a prisão e a pagar multa. Mas com ajuda de um amigo, que era embaixador de Roma, conseguiu sua libertação, mas acabou exilado no próprio país, ao ser impedido de exercer sua profissão. Nessa ocasião ele muda-se para a propriedade herdada do pai em São Casciano, quando passou a estudar os clássicos da história e da política, bem como, escreveu suas melhores obras como analista político: O príncipe (1512/1513); A Arte da guerra (1519/1520); História de Florença (1520/1525).
Em 1527 com a queda dos Médicis ele tenta voltar à vida política mas não consegue. Adoece e morre em julho do mesmo ano.
A grande preocupação de Maquiavel em todas as suas obras é o Estado. Não o melhor Estado, aquele ideal e que nunca existiu, mas o Estado real, capaz de impor a ordem. Ele rejeita a tradição idealista de Platão, de Aristóteles e de Santo Tomás de Aquino e cria uma regra metodológica: ver e examinar a realidade tal como ela é e não como gostaria que ela fosse. Essa política fez com que Maquiavel se perguntasse: como fazer reinar a ordem, como instaurar um Estado estável? O foco principal era descobrir como poderia ser resolvido o ciclo de estabilidade e caos.
Para ele a ordem (produto necessário da política) não é natural e tampouco resulta do acaso, mas ela deve ser construída pelos homens para se evitar o caos e a barbárie e uma vez alcançada ela sempre poderá ser ameaçada. Por isso, para ele a política é necessária. Afirma que os homens são covardes ante os perigos e ávidos de lucro e que estes atributos negativos compõem a natureza humana e mostram que o conflito e a anarquia são desdobramentos naturais desses maus instintos. O poder político aparece como a única possibilidade de enfrentar os conflitos.
De acordo com Maquiavel, a ilegitimidade do poder gera situações de crise e instabilidade permanente, onde somente a astúcia e a ação rápida contra os adversários são capazes de manter o poder. Por isso, atemorizar os súditos para evitar a subversão e realizar alianças com outros governos constituem o eixo da administração pública.
Maquiavel afirma que existem duas respostas à anarquia: o principado e a república. A escolha de uma ou outra forma depende da situação concreta. Assim, se a nação está ameaçada de deterioração é necessário um governo forte, que crie e coloque seus instrumentos de poder para inibir as forças desagregadoras. Quando, ao contrário, a sociedade já encontrou equilíbrio, o poder político cumpriu sua função regeneradora e educadora, ela está preparada para a República.
Dessa forma, o poder que nasce da natureza humana e encontra seu fundamento na força. Mas não na força bruta, na violência, mas, da sabedoria no uso da força. O governante não é o mais forte, mas, sobretudo, o que demonstra possuir virtudes, sendo capaz de manter o domínio adquirido. Para isso deverá fazer boas leis, que gerem boas instituições e deve possuir boas armas, para evitar o levante de um poder rival. Para ele o Estado tem a exclusividade no uso da força, sendo inadmissível a existência de poderes paralelos.
Para Maquiavel a força é o fundamento do poder. Mas o sucesso da política tem como medida a manutenção da conquista. Com isso a discussão sobre a finalidade do Estado e as suas qualidades ganha um novo sentido. Sob esse aspecto pergunta-se: O que é um bom Estado? O que é um bom governo? Estes deverias ser bons, honestos, liberais, cumpridores de suas promessas, conforme rezam os mandamentos da religião? Maquiavel diz que não. Para ele os ditames da moralidade convencional podem significar a ruína do Estado. A qualidade exigida do governante é a sabedoria de agir conforme as circunstâncias e justamente por isso a política tem uma ética e uma lógica próprias. 
Na obra “O Príncipe” Nicolau Maquiavel refere-se a um príncipe que está governando um Estado e o aconselha a como manter seu governo da forma mais eficiente possível. Essa eficiência é a ciência política de Maquiavel. Ele ensina o príncipe a como conquistar um Estado e a como se manter no domínio sobre ele. Para o pensador o príncipe de ter boas leis e boas armas. Entre ser amado e temido é melhor ser temido, pois o temor mantém a ordem.
Quanto à temática: exclusividade do uso da força e poderes paralelos vide o documentário: “Notícias de uma guerra particular”
Para aprofundar os conhecimentos a respeito de Nicolau Maquiavel, assistir os vídeos localizados nos seguintes links:
http://www.youtube.com/watch?v=pJCm0PzOhiY&list=PLD0BAB6520ABB5B44
http://www.youtube.com/watch?v=ix2W9SLlKpA
http://www.youtube.com/watch?v=690r_RBYQCM
B – THOMAS HOBBES
Thomas Hobbes nasceu em Westport, Inglaterra, a 5 de Abril de 1588, e morreu Hardwick Hall em 4 de Dezembro de 1679. O pai de Hobbes, um clérigo da igreja anglicana, desapareceu abandonando os seus três filhos aos cuidados de um seu irmão. Aos 4 anos Hobbes foi enviado para a escola em Westport. Mais tarde em Oxford se interessou por livros de viagens e mapas. Quando acabou os estudos tornou-se professor privado do futuro 1.º conde de Devonshire, William Cavendish. Em 1610 Thomas Hobbes visitou a França e a Itália com o seu pupilo. Ao regressar a Inglaterra decidiu tornar-se um estudioso dos clássicos, tendo realizado uma tradução da História da Guerra do Peloponeso de Tucídedes, publicada em 1629. Em 1630 foi chamado aa ensinar o jovem 2.º conde de Devonshire, filho do seu patrono e pupilo. Publicou o The Cive, abordando as relações entre o Estado e a religião. Em 1646 foi convidado a ensinar matemática ao futuro príncipe de Gales. Os problemas políticos ingleses levou-o a de novo para a filosofia política. Em 1647 publicou uma segunda edição do The Cive. Em 1650 publicou Os Elementos da Lei em duas partes, a Natureza Humana e o De Corpore Politico (Do Corpo Político). Em 1651 publicou a sua obra-prima, o Leviatã. Excluído da corte inglesa e suspeito para as autoridades francesas, regressou de fato a Inglaterra nesse ano de 1651. Com a Restauração da monarquia inglesa, em 1660, Hobbes voltou a ser  admitido na corte. Em 1666-67 Hobbes sentiu-se ameaçado, devido à tentativa de aprovação no Parlamento de uma lei contra os ateus, já que a comissão tinha o dever de analisar, também, a obra O Leviatã. Hobbes defendeu-se afirmando que não havia em Inglaterra nenhum tribunal com jurisdição sobre as heresias, desde 1641. O parlamento acabou por não aprovar a lei contra o ateísmo. 
Na obra O Leviatã, Thomas Hobbes parte do princípio de que os homens são egoístas e que o mundo não satisfaz todas as suas necessidades, defendo por isso que no Estado Natural, sem a existência da sociedade civil, há necessariamente competição entre os homens pela riqueza, segurança e glória. Para ele no Estado de Natureza existe uma guerra de todos contra todos e cada homem persegue os próprios interesses, sem se preocupar com ninguém mais.
Para por fim a esse estado de guerra, baseado nos próprios interesses, os homens resolveram fazer um contrato onde todos se comprometem a respeitar os direitos individuais dos outros. Mas para que tal promessa fosse cumprida, era preciso ao realizar o contrato social, que se estabelecesse um mecanismo que obrigasse as pessoas a cumprir o contrato, punindo aqueles que não o cumprissem. Para isso, as pessoas concordavam em entregar o seu poder e liberdade (existente no estado de natureza) para uma ou várias pessoas que pudessem administrar a sociedade civil que surgia. Essapessoa chamava-se soberano. A essência desse soberano é ter poder suficiente para manter a paz e a segurança, a ordem. 
Na obra O Leviatã o autor demonstra a necessidade de um poder absoluto para eliminar os conflitos existentes entre os homens. Ele inicia o livro falando que no estado de natureza todos os homens são movidos pelo instinto de conservação. A luta pela sobrevivência instaura a guerra de todos contra todos. O medo da morte violenta associado à consciência de que é mais vantajoso viver no estado civil produz no homem o desejo de viver em paz, os homens chegam, então, a um acordo. Todos irão renunciar aos seus direitos naturais e submeter-se integralmente a um poder soberano. A função do soberano é assegurar que todos respeitem o contrato social e, dessa forma, garantir a vontade de todos que é a paz e a segurança individual. Para desempenhar bem esta função, o soberano deve exercer um poder absoluto, sem estar subordinado a ninguém. 
Para ele o poder soberano é legítimo porque:
- é constituído a partir da vontade livre de indivíduos livres e iguais; e de comum acordo, ou seja, do consenso.
- assegura o interesse de todos que é viver em paz, com segurança, livre do medo da morte repentina e violenta.
Acredita o pensador que se o poder soberano não conseguir a obediência de todos ao contrato social, pode vir a ser deposto por uma rebelião. 
Quanto à propriedade Hobbes acreditava que ela não poderia atender somente aos interesses privados dos indivíduos em prejuízo à milhares de outras pessoas. Então, garantir a propriedade a todos assegurava a paz social. Para ele a propriedade privada só surgiu depois da formação do Estado por meio do contrato social.
Outro posicionamento defendido por Hobbes é que a divisão do poder soberano entre o monarca e o parlamento não pode garantir a estabilidade política e social mas, ao contrário, colaboraria para a guerra civil. Por isso ele defendia o poder exercido de forma absoluta por uma só pessoa, ficando ele encarregado de administrar o Estado, punir as infrações às regras do contrato social e ainda, a distribuir as terras do país em nome do bem comum. Acreditava, portanto, na centralização do poder, idéia que foi aproveitada quando da formação dos Estados Nacionais.
Este pensador funda a visão moderna de Estado quando diz que as leis e o governo não têm a função de realizar os interesses particulares, mas, garantir apenas um interesse comum: a paz e a segurança individual. E para poder realizar este interesse comum o poder político precisa ser autônomo em relação a todos os interesses particulares. Para ele, se o Estado garantir a segurança individual, cada um pode ser livre para fazer o que bem entender em sua vida privada, desde que não descumpra o contrato social e respeite as regras estabelecidas para todos. Ele acaba por lançar uma idéia que vai se constituir, futuramente, num dos fundamentos da democracia, qual seja, o poder político legítimo é aquele que se institui a partir do consenso e do consentimento de todos os homens.
Hobbes também é precursor da idéia de que dentro de um território nacional os indivíduos vivem juntos não em razão de uma cultura, costumes, tradições, religião, visão de mundo, língua, raça, etnia ou uma meta ideológica e política comum. Mas podem conviver pacificamente, apesar das desigualdades sociais e das diferenças existentes, pelo simples fato de que todos estão subordinados a regras comuns, a direitos, deveres e obrigações comuns.
A chave para se entender o pensamento de Thomas Hobbes é o que ele diz a respeito do estado de natureza. Hobbes é um contratualista, ou seja um daqueles filósofos que entre o século XVI e XVII afirmaram que a origem do Estado e ou da sociedade está num contrato. Os homens viveriam, naturalmente, sem poder e sem organizaçao, que somente surgiriam depois, de um pacto firmado por eles, estabelecendo as regras de convívio social e de subordinaçao política. Para montar o poder absoluto Hobbes propõe um contrato diferente. O soberano não assina o contrato ele apenas é firmado pelos que vão se tornar súditos não pelo beneficiário. Motivo: no momento do contrato não existe ainda o soberano que surge somente com o contrato. Disso resulta que ele fica fora dos compromissos e isento de qualquer obrigação.
Em resumo pode-se dizer que:
- Hobbes lança uma idéia que vai se constituir no fundamento da democracia: o poder político legítimo é aquele que se institui a partir do consenso, do consentimento de todos, visando realizar o interesse comum de toda a sociedade. Ou seja, não é mais o indivíduo que existe em função do Estado, mas é o Estado que deve existir em função do indivíduo. 
- Hobbes insinua um outro fundamento do Estado nacional. Dentro de um território nacional, os indivíduos vivem juntos não em razão de uma cultura, costumes, tradições, religião, visão de mundo, língua, raça, etnia ou uma meta ideológica e política comum. Mas podem conviver pacificamente, apesar das desigualdades sociais e das diferenças existentes, pelo simples fato de que todos estão subordinados a regras comuns, a direitos, deveres e obrigações comuns.
- Hobbes fundamenta o poder político a partir de uma lógica instrumental individualista. (as pessoas não querem viver em sociedade porque gostam do coletivo, se pudessem viver sozinhas viveriam, mas acreditam que precisam uma das outras para sobreviver, se reproduzir. Só que o egoísmo do homem, tal qual a solidão ameaçam a sua vida e por isso eles precisam do Estado para regrar as relações sociais e tornar possível a existência da sociedade). O papel do Estado é garantir a segurança do indivíduo porque é isso que promove condições para a sua efetiva liberdade.
- O que funda o poder político e as relações sociais não é o respeito ao próximo (Moral); o temor a Deus (Religião); os interesses nacionais (Razões de Estado); a honra (Códigos da nobreza). Mas sim o interesse próprio, o bem estar e a segurança de cada indivíduo na esfera da vida privada (Utilidade).
Para aprofundar os conhecimentos a respeito de Thomas Hobbes, assistir os vídeos localizados nos seguintes links:
http://www.youtube.com/watch?v=6-_NGCDDLXE
http://www.youtube.com/watch?v=sEsXrlk-ohE
http://www.youtube.com/watch?v=4-1WURiF0nM
C – JOHN LOCKE
John Locke nasceu em Wrington, em Somerset, na região sudoeste da Inglaterra em 1632 e faleceu em 1704. Sua família era da religião anglicana. Seus pais, de origem modesta, foram John Locke, um pequeno proprietário e advogado que trabalhava como procurador e como funcionário do Juizado de Paz, e Agnes Locke, filha de um curtidor. Seu pai deu-lhe educação severa.
Na Westminster School, Locke estudou grego e latim. Em 1652 seguiu para Oxford. Completou seus estudos de bacharelado em artes. Recebeu o grau de bacharel em 1656. Em 1660 foi eleito "Lecturer" (um cargo próprio dos colégios ingleses inferior ao de professor, equivalente a tutor, orientador ou instrutor de um grupo de alunos) de Grego no Christ Church e inicia seu envolvimento com a política. Nas décadas seguintes Locke prosseguiu em seus estudos privados e formou-se médico. Tornou-se conselheiro pessoal de Lord Ashley em vários assuntos políticos importantes e conviveu com os mais altos círculos intelectuais e políticos da época. Em março de 1690 apareceu o "Ensaio sobre o Entendimento Humano", sobre o qual havia trabalhado desde 1671. Outros interesses também ocuparam Locke ao longo da década de 90. As dificuldades financeiras do novo governo levaram-no a publicar em 1691 "Algumas considerações sobre a redução dos juros e o aumento do valor da moeda". Depois publicou "Alguns pensamentos relativos à Educação". Em seus últimos anos ocupou-se de principalmente de responder a críticas ou revisar edições de seus trabalhos.
Juntamente com Hobbes e Rousseau, Locke é um dos principais representantes do contratualismo. Tal como Hobbes ele parte seu pensamento do estado de natureza, que pela mediação do contrato social, realiza a passagem para o estadocivil. 
Locke afirma que a existência do indivíduo é anterior ao surgimento da sociedade e do Estado. Na sua concepção os homens vivem originalmente num estágio pré-social e pré-político, caracterizado pela mais perfeita liberdade e igualdade, denominado estado de natureza. Para ele este estado era um estado de paz, concórdia e harmonia. Nesse estado os homens já eram dotados de razão e desfrutavam da propriedade que desginava simultaneamente a vida, a liberdade e os bens como direitos naturais do ser humano.
A teoria da propriedade de Locke é bastante inovadora para a sua época e difere da de Hobbes. Enquanto para Hobbes a propriedade não existe no estado de natureza e foi instituída pelo Estado após a formação da sociedade civil. Para Locke a propriedade já existe no estado de natureza e é anterior à sociedade, sendo um direito natural do indivíduo que não pode ser violada pelo Estado, mas apenas protegida por ele. O trabalho era para Locke o fundamento originário da propriedade e o limite da propriedade era fixado pela capacidade de trabalho do ser humano. Com o aparecimento do dinheiro essa situação se alterou, possibilitando a troca de coisas úteis.
Locke dizia que apesar de pacífico o estado de natureza não estava isento de inconvenientes como a violação da propriedade e que por isso a falta de lei e de um juiz imparcial, bem como de uma força coercitiva para impor o respeito à propriedade privada, coloca os indivíduos em estado de guerra uns contra os outros. Daí surge a necessidade de se estabelecer o contrato social, com a passagem do estado de natureza para o estado civil. Seu objetivo é proteger e conservar a propriedade privada.
A violação deliberada da propriedade e o uso da força sem amparo legal colocam o governo em estado de guerra contra a sociedade conferindo ao povo o direito de resistência à opressão e à tirania, que para ela é o exercício do poder para além do direito, visando o interesse próprio e não o bem público ou comum. Portanto, o direito do povo à resistência é legítimo tanto para defender-se da opressão de um governo tirânico como para libertar-se do domínio de uma nação estrangeira.
Para aprofundar os conhecimentos a respeito de John Locke, assistir os vídeos localizados nos seguintes links:
http://www.youtube.com/watch?v=T3UVGyCcRxw
D – JEAN JACQUES ROUSSEAU
Jean Jacques Rousseau nasceu já órfão de mãe, pois a mesma morreu durante o parto. Foi educado pelo pai um relojoeiro, até completar 10 anos de idade. Em 1722 perde seu pai. Em sua adolescência estudou em uma escola religiosa onde era obrigado a seguir as rígidas regras da instituição. Foi um bom aluno e desenvolveu o gosto pela leitura e pela música. Na passagem da adolescência para a fase adulta mudou-se para Paris onde passou a relacionar-se com a elite intelectual. Nesta época a convite de Diderot redigiu alguns apontamentos para a Enciclopédia. 
Em 1749, a Academia de Dijon propôs um prêmio para quem respondesse à seguinte questão: "O estabelecimento das ciências e das artes terá contribuído para aprimorar os costumes?" Em consequência do que ele mesmo considerou uma iluminação, Rousseau escreveu o "Discurso Sobre as Ciências e as Artes", tratando já da maioria dos temas importantes em sua filosofia e respondendo negativamente àquela pergunta. Em julho do ano seguinte, recebeu o primeiro prêmio: uma medalha de ouro e 300 libras francesas.
Em 1755, publicou-se o "Discurso Sobre a Origem da Desigualdade Entre os Homens". Em 1761, veio à luz "A Nova Heloísa", romance epistolar que obteve grande sucesso. No ano seguinte, saíram duas de suas obras mais importantes: o ensaio "Do Contrato Social" e o tratado pedagógico "Emílio, ou da Educação".
Em 1762, Rousseau foi perseguido por conta de suas obras, consideradas ofensivas à moral e à religião, e obrigado a exilar-se em Neuchâtel (Suíça). Três anos depois, partiu para a Inglaterra, a convite do filósofo David Hume.
Retornando para a França em 1767, casou-se com Thérèse Levasseur.
Ao morrer, Jean-Jacques Rousseau deixou vasta obra, sendo “Contrato Social”, considerada a sua obra prima.
Rousseau também era contratualista. Desenvolveu seu pensamento político na obra “Contrato Social”, onde trata da passagem do estado de natureza para o estado civil e também, na obra “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens”.
No Contrato Social Rousseau defende a idéia de que o homem nasce livre e igual. Mas defende que o homem caminha rumo à escravidão e à desigualdade. Para ele não se pode aferir exatamente o momento em que isso aconteceu, mas acredita que a legitimação da desigualdade ocorre quando o rico apresenta a proposta do pacto. 
Para ele o contrato social pretende estabelecer as condições de possibilidade de um pacto legítimo, por meio do qual os homens, depois de terem perdido sua liberdade natural, ganhem, em troca, a liberdade civil.
Após a formação do contrato social forma-se um corpo soberano (governantes) que é o único que tem poderes para determinar o modo de funcionamento da máquina política, inclusive, pode dizer como deve ser feita a distribuição da propriedade.
Como para ele é o povo quem constitui o corpo soberano é ao mesmo tempo parte ativa e passiva, pois participa do processo de elaboração das leis e também é obrigado a obedecer essas mesmas leis. Justamente aí está a conjugação perfeita entre liberdade e obediência.
Por que obedeço?
Porque eu mesmo colaborei na elaboração da lei. Porque a lei foi feita por mim.
Portanto, obedecer a lei que é feita por si mesmo é um ato de liberdade.
Dessa forma o pensador defende que um povo só será livre quando tiver todas as condições de elaborar suas leis num clima de igualdade, de forma que a submissão a essas leis represente uma submissão ao que cada cidadão quer para si mesmo, como partes do poder soberano. Essa é uma submissão a uma vontade geral e não à vontade individual de uma única pessoa, de um soberano.
Com isso pode-se concluir que a primeira condição de legitimidade da vida política, que se marca pela formação do contrato social onde todos participam em condição de liberdade e igualdade. E essas qualidades (liberdade e igualdade) devem continuar após a formação do contrato, afetando também a máquina política que está em funcionamento.
Além disso os fins da constituição da comunidade política precisam ser realizados. Assim, aqueles que comandam o aparelho estatal devem criar os meios adequados para realizar esses fins.
Por isso Rousseau diz que após a formação do contrato social é preciso definir o governo, o corpo administrativo do Estado, como funcionários soberanos e como órgãos limitados pelo poder do povo. Não acredita ele no poder absoluto.
Depois de tratar desse assunto, Rousseau fala sobre os riscos do Estado degenerar. Diz que o governo tende a caminhar para um poder máximo, invertendo os papéis e ao invés de submeter-se ao povo acaba subjugando-o.
Rousseau também fala da representação política. Para ele a vontade geral através de representante significa a sobreposição de vontades. Ninguém pode querer por um outro, se isso ocorrer a vontade de quem a delegou deixa de existir, mas acaba reconhecendo a necessidade de representantes em nível de governo.
Para aprofundar os conhecimentos a respeito de Rousseau, assistir os vídeos localizados nos seguintes links:
http://www.youtube.com/watch?v=0j-9a8hp3SU
http://www.youtube.com/watch?v=c569SYIJ-8U
E – MONTESQUIEU
Montesquieu nasceu no dia 18 de Janeiro de 1689 e teve formação iluminista. Foi crítico da monarquia absolutista e do cléro católico. Adquiriu conhecimentos humanísticos e jurídicos. Em 1714, entrou para o tribunal provincial de Bordéus, que presidiu até 1726. Escrevei livros importantes e influentes, sendo O Espírito das Leis (1.748) a sua mais famosa obra. 
Sua obra trata da questão do funcinomanto dos regimes políticos. Ele também quer a construção de um regime estável e para isso precisa de instrumetnos de moderação.O pensador aponta a moderação em dois momentos:
Na tipologia dos governos ou teoria dos princípios e da natureza dos regimes;
Na teoria dos três poderes ou teoria da separação dos poderes.
Até Montesquieu a noção de lei compreendia três dimensões ligadas à idéia de Deus: Leis = ordem natural. Leis = dever ser. Leis = autoridade. As leis eram legítimas porque vinham de Deus, eram imutáveis porque estavam dentro da ordem e eram ideais por serem perfeitas.
Quando Montesquieu define lei como a “relação necessária que deriva da natureza das coisas” ele diz que podem ser encontradas variações nos comportamentos e, por isso, na forma de organizar os homens; que a política está fora da teologia; que as instituições políticas são regidas por leis que derivam das relações políticas e que as leis que regem as relações políticas entre as diversas classes em que se divide a população.
Para o pensador o funcionamento das instituições de governo dependem de duas coisas:
Natureza: quem detém o Poder?
- Monarquia
- República
- Despotismo
b) Princípio de governo: Como o poder é exercido?
- princípio da Monarquia: Honra
- princípio da República: Virtude
- princípio do despotismo: sem princípios (alguns dizem que é o medo).
Levando em conta esse raciocínio Montesquieu diz que na monarquia a nobreza é o instrumento moderador. Se não existisse a nobreza deveria haver outro instrumento de moderação. A teoria da separação dos poderes é conhecida como a separação dos poderes ou equipotência. A condição para o Estado de direito é a separação dos poderes em Executivo, Legislativo e Judiciário mais a independência entre eles mais a igualdade entre os poderes.
A teoria da Separação dos Poderes assegura a existência de um poder que seja capaz de contrariar outro.
Para aprofundar os conhecimentos a respeito de Rousseau, assistir os vídeos localizados nos seguintes links:
http://www.youtube.com/watch?v=H_n6YNXsjj0
F – KARL MARX
Em 05 de maio de 1818, nasce Marx, numa família de classe média, com mãe judia holandesa e pai advogado, convertido ao protestantismo. No ano de 1835, Marx ingressou na Universidade de Bonn para estudar Direito. Em 1836 transferiu-se para a Universidade de Berlim, onde a influência de Hegel ainda era bastante sentida. Seus interesses se voltam para a Filosofia, tendo participado ativamente do movimento dos Jovens Hegelianos. No ano de 1841 doutourou-se com uma tese sobre as "Diferenças da filosofia da natureza em Democrito e Epicuro", onde concebeu a idéia de um sistema que combinasse o materialismo de Feuerbach com a dialética de Hegel. Em 1842, tornou-se redator-chefe da Gazeta renana. Em 1843, Marx emigra para a França, de onde foi expulso em 1845, quando estabeleceu-se em Bruxelas onde iniciou uma amizade com Engels, com quem escreveu várias obras. No ano de 1848 estabeleceu-se definitivamente em Londres onde contou com ajuda de Engels para manter a si e sua família. Em 1852 escreveu "O 18 Brumário de Luis Bonaparte ", onde analisa o golpe de estado de Napoleão III, do ponto de vista do materialismo histórico. Cinco anos depois escreveu a Contribuiçao à Crítica da Economia Política. Em 1867 escreveu o primeiro volume de O Capital, onde analisa o sistema sócio-econômico capitalista. No ano de 1875 participou da Fundação do Partido Social-Democrata alemão. Em seguida retirou-se da vida política para concluir O Capital, cujos volumes II e III só foram publicados por Engels em 1885 e 1894. Morre em Londres no dia 14 de março de 1883.
Por marxismo entende-se o conjunto de idéias, teses, conceitos, teorias, metodologias, estratégias políticas e a concepção de mundo, de vida social e política que constituem a doutrina constante das obras de Karl Marx e Friedrich Engels.
No século XIX houve a efetivação da sociedade burguesa e a implantação do capitalismo industrial, ou seja, de um novo modelo de sociedade que desde o seu surgimento foi criticada pelas desigualdades sociais que trazia consigo.
No prefácio do livro Contribuição à crítica da economia política Marx identificou os seguintes estágios de desenvolvimento das forças produtivas: comunista primitivo, o escravista, o feudal e o burguês. Assim, dividiu a história em períodos conforme a organização do trabalho e quem beneficia-se dele.
Fazendo isso ele desenvolveu uma concepção materialista da história. Assim para ele o movimento da história possui uma base material e econômica e obedece a um movimento dialético e conforme mudam essas relações, mudam-se as leis, a cultura, a educação e as artes. 
O que Marx mais critica é a questão de como compreender o que é o homem. Não é o ter consciência (ser racional), nem tampouco ser um animal político, que confere ao homem sua singularidade, mas o ser capaz de produzir suas condições de existência é que diferencia o homem.
O homem é algo que ele próprio constrói, ou seja, a sua História. Nenhum ser humano nasce pronto, mas o homem é, em sua essência, produto do meio em que vive, que é construído a partir de suas relações sociais em que cada pessoa se encontra. 
Para a teoria marxista o contexto histórico do homem, mostra que nos primórdios havia um espírito de coletivismo: todos compartilhavam da mesma terra, não havia propriedade privada; até a caça era compartilhada por todos. 
As pessoas que estavam inseridas nesta comunidade sempre se preocupavam umas com as outras, em prover as necessidades uns dos outros. 
Mas com o passar do tempo, o homem, com suas descobertas territoriais, acabou tornando inevitável as colonizações e, portanto, o escravismo, por causa de sua ambição. 
O escravo servia exclusivamente ao seu senhor, produzia para ele e o seu viver era em função dele.
O coletivismo dos índios acabou e o escravismo se transformou numa nova relação: agora o escravo trabalhava menos para seu senhor e por seu trabalho conquistava um pedaço de terra para sua subsistência, ou seja, o servo trabalhava alguns dias da semana para seu senhor e outros para si.
Esta relação servo-senhor feudal funcionou durante um certo período na história da humanidade, mas, por causa de uma série de fatores e acontecimentos, entre eles o aumento populacional, as condições de comércio (surgia a chance do servo obter capital através de sua produção excessiva), levou a queda do feudalismo dando espaço a um novo sistema econômico: o capitalismo industrial (que teve seu desenvolvimento por culminar durante a revolução industrial, com o surgimento da classe proletária). 
Como todo sistema tem seu período de crise, ocasionando uma necessidade de mudança, Adam Smith desenvolve o liberalismo econômico, cujos principais ideais eram: o Estado devia obedecer ao princípio da separação de poderes (executivo, legislativo e judiciário); o regime seria representativo e parlamentar; o Estado se submeteria ao direito, que garantiria ao indivíduo direitos e liberdades inalienáveis, especialmente o direito de propriedades. E foi isto que fez com que cada sistema fosse modificado.
Com a Revolução Industrial surgiu a classe do proletariado.
Pretendendo caracterizar não apenas uma visão econômica da história, mas também uma visão histórica da economia, a teoria marxista também procura explicar a evolução das relações econômicas nas sociedades humanas ao longo do processo histórico. 
Haveria, segundo a concepção marxista, uma permanente dialética das forças entre poderosos e fracos, opressores e oprimidos, a história da humanidade seria constituída por uma permanente luta de classes, como deixa claro a primeira frase do primeiro capítulo do O Manifesto Comunista: 
Classes essas que são "os produtos das relações econômicas de sua época". Assim apesar das diversidades aparentes, escravidão, servidão e capitalismo seriam essencialmente etapas sucessivas de um processo único. 
A base da sociedade é a produção econômica. Sobre esta base econômica se ergue uma superestrutura, um Estado e as idéias econômicas, sociais, políticas, morais, filosóficas e artísticas.Marx queria a inversão da pirâmide social, ou seja, pondo no poder a maioria, os proletários, que seria a única força capaz de destruir a sociedade capitalista e construir uma nova sociedade, socialista. Para ele os trabalhadores estariam dominados pela ideologia da classe dominante, ou seja, as idéias que eles têm do mundo e da sociedade seriam as mesmas idéias que a burguesia espalha. 
O capitalismo seria atingido por crises econômicas porque ele se tornou o impedimento para o desenvolvimento das forças produtivas. Seria um absurdo que a humanidade inteira se dedicasse a trabalhar e a produzir subordinada a um punhado de grandes empresários.
A economia do futuro que associaria todos os homens e povos do planeta, só poderia ser uma produção controlada por todos os homens e povos. Para Marx, quanto mais o mundo se unifica economicamente mais ele necessita de socialismo.
A luta do proletariado não deveria se limitar à luta dos sindicatos por melhores salários e condições de vida. Ela deveria ser a luta ideológica para que o socialismo fosse conhecido pelos trabalhadores e assumido como luta política pela tomada do poder. 
O proletariado deveria contar com uma arma fundamental, o partido político revolucionário que tivesse uma estrutura democrática e que buscasse educar os trabalhadores e levá-los a se organizar para tomar o poder por meio de uma revolução socialista.
Marx tentou demonstrar que no capitalismo sempre haveria injustiça social e que o único jeito de uma pessoa ficar rica e ampliar sua fortuna seria explorando os trabalhadores. Para Marx o capitalismo é selvagem, pois o operário produz mais para o seu patrão do que o seu próprio custo para a sociedade e o capitalismo se apresenta, ainda, como um regime econômico de exploração, sendo a mais-valia a lei fundamental do sistema. 
Quanto menor o preço pago ao operário e quanto maior a duração da jornada de trabalho, tanto maior o lucro empresarial. 
No capitalismo moderno, com a redução progressiva da jornada de trabalho, o lucro empresarial seria sustentado através do que se denomina mais-valia relativa (em oposição à primeira forma, chamada mais-valia absoluta), que consiste em aumentar a produtividade do trabalho, através da racionalização e aperfeiçoamento tecnológico, mas ainda assim não deixa de ser o sistema semi-escravista, pois "o operário cada vez se empobrece mais quando produz mais riquezas", o que faz com que ele "se torne uma mercadoria mais vil do que as mercadorias por ele criadas". 
Quanto mais o mundo das coisas aumenta de valor, mais o mundo dos homens se desvaloriza. Ocorre então a alienação, já que todo trabalho é alienado, na medida em que se manifesta como produção de um objeto que é alheio ao sujeito criador.
O raciocínio de Marx é: ao criar algo fora de si, o operário se nega no objeto criado. Por isso, o trabalho que é alienado (porque cria algo alheio ao sujeito criador) permanece alienado até que o valor nele incorporado pela força de trabalho seja apropriado integralmente pelo trabalhador. 
Em outras palavras, a produção representa uma negação, já que o objeto se opõe ao sujeito e o nega. A apropriação do valor incorporado ao objeto graças à força de trabalho do sujeito-produtor, promove a negação da negação. 
Ora, se a negação é alienação, a negação da negação é a desalienação. Ou seja, a partir do momento que o sujeito-produtor dá valor ao que produziu e se apropria desse valor, ele já não está mais alienado. 
Marx nunca escreveu nenhuma obra a respeito da Teoria do Estado em sentido estrito.
Então, para reconstruir o pensamento de Marx sobre o Estado é preciso recorrer às idéias que estão esparsas nas obras econômicas, históricas e políticas.
Marx propõe uma teoria do Estado estritamente ligada à teoria geral da sociedade e da história, que ele deduz do estudo da economia política. Esta teoria geral lhe permite dar uma interpretação e fazer uma crítica do Estado burguês do seu tempo e dar uma interpretação e formular propostas relativas ao Estado que se deverá seguir ao Estado burguês, bem como deduzir o fim ou extinção do Estado.
Marx considera o Estado uma superestrutura em relação à sociedade pré-estatal, que é o lugar onde se formam e se desenvolvem as relações materiais de existência e, sendo superestrutura, é destinado, por sua vez, a desaparecer na futura sociedade sem classes.
Para ele a sociedade civil é o lugar onde se formam as classes sociais e se revelam seus antagonismos e o Estado é o aparelho ou conjunto de aparelhos dos quais o determinante é o aparelho repressivo cuja função principal é de impedir que o antagonismo degenere em luta perpétua, não tanto mediando os interesses das classes opostas, mas reforçando e contribuindo para manter o domínio da classe dominante sobre a classe dominada.
No manifesto comunista ele resume essa idéia dizendo que “o poder organizado de uma classe para oprimir uma outra”. Para ele em períodos de crise, em que o conflito de classe se torna mais agudo, a classe dominante faz prevalecer seus interesses pelo próprio poder político direto, que ela exerce através do Parlamento (que para ele nada mais é do que um comitê de negócios da burguesia).
Marx confirma a dependência do Estado da sociedade civil e do poder político da classe dominante, quando põe o problema de passagem do Estado, em que a classe dominante é a burguesia, para o Estado, em que a classe dominante é o proletariado.
O tema da ditadura do proletariado está intimamente ligado ao da extinção do Estado. Todos os Estados que existiram sempre foram ditaduras de uma classe. A isso não se diferenciaria a ditadura do proletariado, com a diferença de que nas outras ditaduras há uma minoria de opressores sobre uma maioria de oprimidos enquanto nesta ocorre o inverso (maioria de oprimidos sobre uma minoria de opressores).
O Manifesto Comunista fez a humanidade caminhar na busca da solução de problemas como a miséria e a exploração do trabalho, rumo à concretização do princípio segundo o qual "todos os homens são iguais". O Manifesto Comunista é um conjunto afirmativo de idéias, de "verdades" em que os revolucionários da época acreditavam, por conter elementos científicos para a compreensão das transformações sociais. 
O Manifesto tem uma estrutura simples: uma breve introdução, três capítulos e uma rápida conclusão.
Faz uma dura crítica ao modo de produção capitalista e na forma como a sociedade se estruturou através desse modo. Busca organizar o proletário como classe social capaz de reverter sua precária situação e descreve os vários tipos de pensamento comunista, assim como define o objetivo e os princípios do socialismo científico.
Marx e Engels partem de uma análise histórica, distinguindo as várias formas de opressão social durante os séculos e situa a burguesia moderna como nova classe opressora. Não deixam de citar seu grande papel revolucionário, tendo destruído o poder monarquico e religioso valorizando a liberdade econômica extremamente competitiva e um aspecto monetário frio em detrimento das relações pessoais e sociais, assim tratando o operário como uma simples peça de trabalho. 
Este aspecto juntamente com os recursos de aceleração de produção (tecnologia e divisão do trabalho) destrói todo atrativo para o trabalhador, deixando-o completamente desmotivado e contribuindo para a sua miserabilidade. 
Ele analisa o desenvolvimento de novas necessidades tecnológicas na indústria e de novas necessidades de consumo impostas ao mercado consumidor.
Afirmam sobre o proletariado: "Sua luta contra a burguesia começa com sua própria existência". O operariado tomando consciência de sua situação tende a se organizar e lutar contra a opressão e ao tomar conhecimento do contexto social e histórico onde está inserido, especifica seu objetivo de luta. 
Outro ponto que legitima a justiça na vitória do proletariado seria de que este, após vencida a luta de classes, não poderia legitimar seu poder sob forma de opressão, pois defende exatamenteo interesse da grande maioria: a abolição da propriedade.
A exclusividade entre os proletários conscientes, portanto comunistas, é de que visam a abolição da propriedade privada e lutam embasados num conhecimento histórico da organização social, são portanto revolucionários. 
O comunismo não priva o poder de apropriação dos produtos sociais; apenas elimina o poder de subjugar o trabalho alheio por meio dessa apropriação. Com o desenvolvimento do socialismo a divisão em classes sociais desapareceria e o poder público perderia seu caráter opressor.
Depois, analisa e critica os tipos de socialismo: o socialismo reacionário, que seria uma forma da elite conquistar a simpatia do povo e mesmo tendo analisado as grandes contradições da sociedade, olhava-as do ponto de vista burguês e procurava manter as relações de produção e de troca. O socialismo conservador, com seu caráter reformador e anti-revolucionário; e o socialismo utópico, que apesar de fazer uma análise crítica da situação operária não se apóia em luta política, tornando a sociedade comunista inatingível.
Por fim, no quarto capítulo fecha com as principais idéias do Manifesto, com destaque na questão da propriedade privada e motivando a união entre os operários. Acentua a união transnacional, em detrimento do nacionalismo esbanjado pelas nações, como manifestado na célebre frase: “Proletários de todo o mundo, uni-vos!”
Sobre o pensador assistir:
Filme: A revolução dos Bichos. http://www.youtube.com/watch?v=I5KI0b2H6ks
(Obs - Publicada em 1945, a obra A Revolução dos Bichos, em suas metáforas, revela uma aversão a toda espécie de autoritarismo, seja ele familiar, comunitário, estatal, capitalista ou comunista. Foi imediatamente interpretada como uma fábula satírica sobre os descaminhos da Revolução Russa, chegando a ter sido utilizada pela propaganda anticomunista. A novela de George Orwell de fato fazia uma dura crítica ao totalitarismo soviético; mas seu sentido transcende amplamente o contexto do regime stalinista.
Sua narrativa relaciona pessoas, animais e eventos às transformações ocorridas na Rússia (ou URSS) no século 20. Todavia, embora Orwell tenha buscado mostrar uma época específica, sua obra pode - e deve - ser vista como uma alegoria a qualquer revolução em que os mais fracos tomam o poder e, em seguida, são por ele corrompidos.
A ação ocorre na Granja do Solar, dirigida pelo Sr. Jones, que tem sérios problemas de alcoolismo e maltrata seus animais.
A Revolução dos Bichos é um livro de extrema importância para entendermos o funcionamento de sociedades comandadas por diferentes tipos de governo, além de mostrar de forma genial a ambição do ser humano, o "sonho do poder".
O Senhor Jones explorava o trabalho animal em benefício próprio, para acumular capital. Em troca dos serviços prestados, ele pagava com a alimentação, que nem sempre era boa e suficiente. Temos aí o retrato de uma sociedade capitalista: quem mais trabalha é quem menos ganha.
Personagens principais
Não faltam paralelos entre personagens do livro e da Revolução Russa:
Sr. Jones: antes da Revolução, o dono da granja, era um homem que estava sempre bêbado, "pagava" os animais pelos serviços prestados com uma reduzida dose de ração.
Velho Major: porco que teve a idéia da Revolução, era o mais inteligente dos animais e líder até a hora da morte. Representa o homem inteligente, sensato, preocupado com o bem estar de seus semelhantes. O velho Major, porco sábio e professoral, é uma mistura de Karl Marx, famoso por ter transmitido suas crenças socialistas por meio de textos, repletos de conteúdo revolucionário, baseados na economia e na filosofia, com o Lênin idealista do princípio da revolução. É Major que espalha as sementes da revolução na Granja do Solar, que se tornará a Granja dos Bichos. A exemplo de Marx, foi só após a morte de Major que seus ideais igualitários foram aplicados. Aí surgem Bola-de-Neve e Napoleão, os dois porcos que comandarão o levante dos animais contra o Sr. Jones.
Bola-de-Neve: também porco, foi quem assumiu a granja depois da Revolução, agora era o mais inteligente da granja. Bola-de-Neve era adepto da igualdade social para todos, e mesmo sendo o administrador da Granja dos Bichos, não tinha nenhuma regalia. Representa o homem que exerce uma liderança positiva, que age em favor do bem de todos. Bola-de-Neve tem destino similar ao de Trótski, transformando-se, à custa de muita propaganda, no "inimigo da revolução".
Mimosa: égua branca, só se preocupava com a beleza, não queria trabalhar e só se interessava em mostrar o quão bonita ficava com fitas coloridas amarradas. O que mais gostava de fazer era chupar torrões de açúcar. Pensava apenas em si própria e não aceitava sacrificar-se para o bem comum. Representa o homem vaidoso, mas pouco preocupado com assuntos sérios, aquele que pensa apenas em si mesmo e na sua reputação pessoal.
Sansão: cavalo forte, que cumpria todas as ordens que lhe eram dadas sem reclamações, era o que mais trabalhava entre os animais, não era de muita inteligência, mas sobrava-lhe fidelidade à causa dos animais. Representa o proletariado, o homem fiel, trabalhador, aquele que não questiona porque nem ao menos tem inteligência para isso, mas que cumpre suas obrigações humildemente, convicto de que é para isso que ele existe. Sansão é a encarnação irracional do mito criado em torno de Alexei Stakhanov, o mais famoso trabalhador soviético por seu empenho e por sua dedicação.
Garganta: porco inteligente, com um poder extremo de persuasão, se encarregava de transmitir aos animais o que Napoleão queria, convencendo-os de que tudo era para o bem de todos. É uma alegoria aos sistemas de propaganda dos regimes totalitários (um tipo de "Pravda" de quatro patas). Representa o homem esperto, com grande facilidade de argumentação e grande poder de persuasão; aquele que convence através da linguagem, um verdadeiro político.
Quitéria: égua mais sábia, era quem dava conselhos aos outros animais e quem os ajudava na leitura dos Sete Mandamentos, tendo, portanto, consciência das mudanças ocorridas na redação dos mesmos. Representa o homem amigo, companheiro, disposto a ajudar sempre, com poder de discernimento e boas idéias em mente.
Napoleão: foi o porco que deu o golpe em Bola-de-Neve, era um tipo de assistente, que participava das decisões, mas com menos poder. Depois transformou-se num ditador sem escrúpulos. Representa o homem egoísta, ambicioso, o que subestima todos os companheiros, prejudica-os, maltrata-os sem piedade. É o homem enfeitiçado pelo poder e pela riqueza. Napoleão representa o desejo da onipotência, do poder absoluto e, para conseguir seus objetivos, tudo passa a ser válido: mentiras, traições, mudanças de regras. Tempos depois instaurava-se na Granja uma verdadeira Ditadura, o regime em que não há liberdade de expressão, direitoAche os cursos e faculdades ideais para você. É fácil e rápido. a opiniões etc. Na sede pelo poder e pela riqueza, Napoleão entra em contato com os homens para com eles negociar, comprar, vender, enfim, acumular riquezas e tudo graças ao trabalho dos animais, verdadeiros empregados mal – remunerados, ajudando o "patrão" a ter regalias, bens materiais, capital. Napoleão, partidário do totalitarismo, foi criado para representar Stalin, o mais sanguinário dos líderes soviéticos. Napoleão se cerca de cães ferozes, "verdadeiros defensores da revolução", que funcionam como a KGB (a polícia secreta soviética) ou suas antecessoras, não permitindo dissensão nem oposição ao poder central.
Há na obra-prima de Orwell, várias alusões a fatos da Revolução Russa. As sempre inatingíveis metas dos planos quinquenais de Stalin são representadas pela construção do moinho de vento: o sonho impossível dos moradores da Granja dos Bichos.
Os expurgos stalinistas aparecem no momento em que a sublevação dos animais está em perigo por conta de ataques do mundo exterior (dos homens). Assim, inúmeros animais acabam mortos, num banho de sangue que faz com que os outros revolucionários da granjase lembrem do Sr. Jones, talvez como o proletariado soviético pensou nas forças de segurança de Nicolau 2º durante os expurgos realizados por Stalin.
Contudo, como lembra o aforismo do final da obra (Todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais que os outros), que se torna o único mandamento da Granja dos Bichos, a ilusão revolucionária é breve, e o poder absoluto corrompe aqueles que o exercem.
É aí que Orwell, um socialista de convicções democráticas, conforme sua definição, dirige sua sátira corrosiva para qualquer sistema desgovernado. E os porcos (classe dominante) passam a lembrar os homens, seus maiores inimigos inicialmente.
A Guerra Fria transformou A Revolução dos Bichos em um clássico da propaganda anticomunismo, mas suas lições são mais atuais que nunca, pois a concentração de poder, a manipulação das informações e as desigualdades são cada vez mais graves.
Enredo
A Revolução que se deu por idéia de Major, tinha por princípio básico a igualdade; sendo assim, o Animalismo corresponde ao Socialismo, regime em que não existe propriedade privada e em que todos são iguais, e todos trabalham para o bem comum.
A princípio, houve um socialismo democrático, em que todos participavam de assembléias, dando idéias e sugestões, liderados por Bola-de-Neve, bem aceito pelos animais em geral. Napoleão representa o desejo da onipotência, do poder absoluto e, para conseguir seus objetivos, tudo passa a ser válido: mentiras, traições, mudanças de regras. Tempos depois instaurava-se na Granja uma verdadeira Ditadura, o regime em que não há liberdade de expressão, direito a opiniões etc. 
Na sede pelo poder e pela riqueza, Napoleão entra em contato com os homens para com eles negociar, comprar, vender, enfim, acumular riquezas e tudo graças ao trabalho dos animais, verdadeiros empregados mal – remunerados, ajudando o "patrão" a ter regalias, bens materiais, capital. A situação fica mais crítica do que quando Jones era o dono da Granja porque, mais do que nunca, os direitos humanos, ou seja, dos animais foram violados de forma cruel e tendo conseqüências gravíssimas como a morte de alguns, o desaparecimento de outros e muita tortura. 
Com base nos fatos ocorridos podemos concluir que a história nos mostra os dois tipos de dominação existentes – a dominação pela sedução: Garganta persuadia os animais com seus argumentos convincentes e eles aceitavam pacificamente as mudanças efetuadas, e a dominação pela força bruta: quem se rebelasse contra as ordens era punido fisicamente, torturado por cães treinados e levados até à morte.
A história, desde a expulsão do Sr. Jones até a "transformação completa de Napoleão em "humano" durou aproximadamente 6 anos. 
Na Granja do Solar, situada perto da cidade de Willingdon (Inglaterra), viviam bichos, que como dono tinham o Sr. Jones. O Velho Major (porco) teve um sonho, sobre uma revolução em que os bichos seriam auto-suficientes, sendo todos iguais. Era o princípio do Animalismo. O Major morreu, mas mesmo assim os animais colocaram em prática a idéia do líder, fazendo a Revolução dos Bichos.
Depois da Revolução, a Granja passou a se chamar Granja dos Bichos, e quem a administrava era Bola-de-Neve (porco). Bola-de-Neve seguia os princípios do Animalismo, e mesmo sendo superior (em quesitos de inteligência e cultura) em relação aos outros animais, sempre se considerou igual a todos, não tendo privilégios devido à sua condição. Bola-de-Neve tinha um assistente, Napoleão (porco), que na ânsia pelo poder, traiu o amigo, assumindo a administração da Granja. Napoleão mostrou-se competente e justo no começo, mas depois passou a desrespeitar os Sete Mandamentos, os quais firmavam as idéias animalistas.
Depois de aproximadamente 5 anos, Napoleão já ocupava a casa do Sr. Jones, bebia álcool, vestia as roupas do ex-dono, andava somente sobre duas pernas e convivia com seres humanos, enfim agia em benefício próprio, instalando um regime ditatorial, dominando e hostilizando os demais animais, considerados seres inferiores e sem direitos. Por essa época, já não era possível distinguir, quando reunidos à mesa, o porco tirano e os homens com quem se confraternizava.
Napoleão conseguiu sair vitorioso graças à ajuda de Garganta, porco servil e obediente e que, através de bons argumentos, convencia os animais de que tudo o que acontecia era para o bem deles.
Os Sete Mandamentos do Animalismo eram os seguintes: Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo; Qualquer coisa que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo; Nenhum animal usará roupas; Nenhum animal dormirá em cama; Nenhum animal beberá álcool; Nenhum animal matará outro animal; Todos os animais são iguais. Napoleão, aos poucos, alterou todos os mandamentos. Foi Bola-de-Neve quem escreveu os Sete Mandamentos. FONTE: http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/a/a_revolucao_dos_bichos)
Livro: A revolução dos Bichos, de George Orwell.
Acessar os seguintes links no youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=I2AZAbg1rLw&list=PLD0BAB6520ABB5B44
http://www.youtube.com/watch?v=Xp4Owv2iY4I
http://www.youtube.com/watch?v=2XnUv4oCYXk
http://www.youtube.com/watch?v=NFpIRNLSk-Y&list=PL385AC4B243723431
3. Instituições Políticas.
Todo órgão destinado a incorporar física e juridicamente as regras que regem o jogo político de um país.
Os autores costumam citar como exemplos de instituições políticas os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), mas outras instituições como os Partidos Políticos, o Voto, o Sistema Representativo são também consideradas instituições políticas pois interferem diretamente na forma com que o poder político se desenvolve em um país.
Para melhor entender as instituições políticas alguns conceitos são imprescindíveis, quais sejam: os conceitos de poder, autoridade, legitimidade e dominação.
Muitas pessoas consideram Poder e Dominação como sinônimos, entretanto tais conceitos possuem apenas uma ligação e, portanto, diferem entre si. 
Poder é a capacidade de induzir ou influenciar o comportamento de outra pessoa, seja utilizando-se de coerção, manipulação ou de normas estabelecidas.
Dominação (ou Autoridade) é o direito adquirido de se fazer obedecido e exercer influência dentro de um grupo, podendo fundamentar-se, como motivo de submissão, em tradições e costumes institucionalizados, qualidades excepcionais de determinados indivíduos, afeto, interesses ou regras estabelecidas racionalmente e aceitas por todos. É a possibilidade de exercer o poder.
Legitimação ou Legitimidade: é o apoio dos dominados ao exercente do poder e que lhe confere a autoridade necessária para o exercício da dominação. É a crença de que a dominação é legítima e que se consegue por meio das bases jurídicas e ideológicas.
3.1. Poder
Para Norberto Bobbio o poder é “uma relação entre dois sujeitos, na qual um impõe ao outro a própria vontade, determinando o seu, comportamento”
Essa definição de poder dada por Bobbio onde ele é uma relação entre sujeitos deve ser integrada à definição do poder como a posse dos meios que permitem conseguir os efeitos desejados de Russel.
Essa relação de poder pode ser expressa de várias maneiras e se reconhecem na relação entre os governantes e governados, entre soberanos e súditos, entre Estado e cidadãos, etc.
Há várias formas de poder do homem sobre o homem (ex. pai sobre o filho; professor sobre o aluno; etc).
Aristóteles diferencia essas espécies de poder com base no interesse daquele em favor do qual é exercido o poder: 
o poder paterno é exercido no interesso dos filhos; 
o poder despótico no interesse do senhor; 
o interesse político no interesse de quem governa MAS TAMBÉM, no interesse de quem é governado (CORRUPÇÃO).
Para encontrar o elemento específico do poder político, parece mais conveniente o critério de classificação das várias formas de poder que se funda sobre os meios dos quais se serve o sujeito ativo da relação para condicionar o comportamento do sujeito

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