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Exercício Físico e Estresse Oxidativo Luiz Roberto Grassmann Bechara (e-mail: luizbechara@yahoo.com.br) LAB. FISIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR DO EXERCÍCIO LAB. BIOQUÍMICA E BIOLOGIA MOLECULAR DO EXERCÍCIO ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE – USP 2012 Especialização em Atividade Física e Saúde (CEAFS) Tópicos que serão abordados: 2 - Vias de produção de EROS – defesa antioxidante 3 - Efeitos maléficos: desequilíbrio redox e patologias 4 - Efeitos fisiológicos: sinalização redox 5 - Efeitos agudos e crônicos do exercício físico na sinalização redox 1 - Conceitos básicos: oxidante – antioxidante Vida aeróbia X Vida anaeróbia Carboidratos Lípides Proteínas Vantagen metabólica Oxidação completa de combustíveis grande quantidade de energia livre Vida aeróbia X Vida anaeróbia Carboidratos Lípides Proteínas Radicais Livres Vida aeróbia X Vida anaeróbia O que são radicais livres? Radical Livre Qualquer espécie química que apresenta um ou mais elétrons não pareados no último orbital atômico ou molecular Elétron desemparelhado instável Radical Livre Elétron desemparelhado estável Qualquer espécie química que apresenta um ou mais elétrons não pareados no último orbital atômico ou molecular redução - recebeu elétron Elétron desemparelhado Reação de Óxido-Redução (Redox) oxidação - perdeu elétron agente oxidante Elétron desemparelhado Reação de Óxido-Redução (Redox) agente redutor Oxigênio Molecular O2 é considerado um biradical (2 elétrons não pareados) Oxigênio (oxidante) reage com a Lenha (redutor) e libera energia (calor) Reação Redox Síntese Aeróbia de ATP ATP O2 H2O substrato CO2 Qual a principal característica dos radicais livres? dica: apresenta 1 ou mais elétrons desemparelhados Radical Livre Alta reatividade com biomoléculas Espécies Reativas Espécies Não-radicalares Alta reatividade com biomoléculas Espécies Reativas Espécies Reativas de Carbono Espécies Reativas de Nitrogênio* Espécies Reativas de Oxigênio* Espécies Reativas de Enxofre * Maior relevância biológica Espécies Reativas Efeitos deletérios das EROs/ERNs Espécies Reativas e Envelhecimento “Lado vilão” das Espécies Reativas Como as EROs/ERNs são produzidas? EROs ERNs Produção de Espécies Reativas Xantina Oxidase NADPH oxidase Cadeia transportadora de elétrons (Mitocôndria) Óxido Nítrico Sintases Produção de Espécies Reativas 1- Cadeia transportadora de elétrons (Mitocôndria) Substrato + O2 respiração celular Calor + ATP trabalho celular Calor Metabolismo Energético Metabolismo Energético Metabolismo Energético Produção de Espécies Reativas 1- Cadeia transportadora de elétrons (Mitocôndria) NADH FADH2 O2 H2O Produção de Espécies Reativas 1- Cadeia transportadora de elétrons (Mitocôndria) NADH FADH2 EROs e- Produção de Espécies Reativas Redução tetravalente do oxigênio molecular 2- NADP(H) oxidase Produção de Espécies Reativas inativa ativa 3- Xantina Oxidase Produção de Espécies Reativas .- 4- Óxido Nítrico Sintases Produção de Espécies Reativas eNOS acoplada eNOS desacoplada Como as EROs são eliminadas? Antioxidante (Halliwell & Gutteridge, 1996) Qualquer substância presente em pequena concentração dentro da célula, comparado com as concentrações de outros substratos oxidáveis, e que é capaz de inibir ou diminuir significativamente a oxidação destes substratos. Classificação: • Preventivos (enzimático): - inibem o início da oxidação • Reparadores (não-enzimático): - interrompem reações em cadeia Sistema de defesa antioxidante CLASSES DE ANTIOXIDANTES 1- Preventivos 2- Reparadores - Superóxido dismutase (SOD) - Catalase - Glutationa Peroxidase (GPx) - Glutationa (GSH) - vitamina C - vitamina E ANTIOXIDANTES ENZIMÁTICOS - Superóxido dismutase (SOD) - Catalase - Glutationa Peroxidase (GPx) 2 O2 - + 2 H+ O2 + H2O2 H2O2 + 2 GSH 2 H2O + GSSG 2 H2O2 2 H2O + O2 Glutationa (GSH) - principal tampão redox celular cisteína Dröge, 2002 VIAS DE PRODUÇÃO E ELIMINAÇÃO DE ROS Dröge, 2002 VIAS DE PRODUÇÃO E ELIMINAÇÃO DE ROS Dröge, 2002 VIAS DE PRODUÇÃO E ELIMINAÇÃO DE ROS Dröge, 2002 VIAS DE PRODUÇÃO E ELIMINAÇÃO DE ROS Vitaminas - Antioxidantes reparadores - interrompem as reações em cadeia Vitamina E Vitamina C redox redox Facilmente eliminado (hidrossolúvel) Fontes naturais de Vitaminas - Vitamina E azeites vegetais, cereais e verduras frescas: (sementes de girassol, espinafre, amêndoas e pimentões) - Vitamina C frutas cítricas: (laranja, limão, goiaba, kiwi, acerola, morango, tomate e folhosos, como brócolis, couve-flor e pimentão) Como está a relação entre a síntese e a remoção das espécies reativas em situações basais (repouso)? MANUTENÇÃO DO ESTADO REDUZIDO Metabolismo celular normal Como está a relação entre a síntese e a remoção das espécies reativas em situações patológicas? Oxidação de estruturas celulares: membranas, proteínas e DNA DISFUNÇÃO CELULAR Estresse oxidativo Estresse oxidativo Jones, 2006 Desequilíbrio entre a produção de oxidantes e a defesa antioxidante em favor dos oxidantes, levando a um desarranjo da sinalização e do controle redox e/ou dano molecular. Estresse Oxidativo • Diabetes • Hipertensão Arterial • Insuficiência Cardíaca • Hiperglicemia • Hiperlipidemia • Resistência Insulínica • Envelhecimento • Câncer • Aterosclerose Estresse Oxidativo e Fisiopatologias Estresse Oxidativo • Diabetes • Hipertensão Arterial • Insuficiência Cardíaca • Hiperglicemia • Hiperlipidemia • Resistência Insulínica • Envelhecimento • Câncer • Aterosclerose Estresse Oxidativo e Fisiopatologias Estresse oxidativo Classe funcional da IC Nishiyama et al.,1998. Magnitude e duração da produção ROS Dröge, 2002 Desarranjo da sinalização e do controle redox (Estresse oxidativo) Espécies reativas são apenas maléficas ou eles possuem alguma função biológica? Magnitude e duração da produção ROS Dröge, 2002 3) Desarranjo da sinalização e do controle redox sinalização redox Óxido Nítrico (NO) - radical livre - meia vida 6-10s - objeto de interesse na literatura Yetick-Anacak e Catravas, 2006 NO e Sistema Cardiovascular - Regulação da permeabilidade vascular - Proliferação das células do músculo liso vascular - Controle da expressão de moléculas de adesão - Inibição da agregação plaquetária - CONTROLE DO TÔNUS VASCULAR E PERFUSÃO TECIDUAL Estímulo físico Estímulo químico eNOS L-arginina Ca2+-CaM GCs GTP GMPc [Ca2+] Célula endotelial Célula muscular lisa vasodilatação receptor Síntese de NO e Vasodilatação NO Estímulo físico Estímulo químico eNOS L-arginina Ca2+-CaM GCs GTP GMPc [Ca2+] Célula endotelial Célula muscular lisa vasodilatação receptor Remoção de NO NO + O2 -ONOO- (-) (-) Espécies reativas de oxigênio e nitrogênio Força muscular esquelética Métodos Função muscular (banho de órgãos) solução fisiológica (Krebs) carbogênio (95% O2) 25°C Força Fadiga Estado Redox e Geração de Força Muscular POWERS & JACKSON, 2008. Nível de Espécies Reativas EROs/ERNs baixo alto fisiologia prejudicada HOMEOSTASE fisiologia prejudicada < resposta proliferativa < atividade microbicida Morte celular Sinalização redox Crescimento Metabolismo normal Danos de biomoléculas reparo moderado Magnitude e duração da produção ROS Dröge, 2002 3) Desarranjo da sinalização e do controle redox sinalização redox Repouso X Exercício Metabolismo basal produz radicais livres E durante o exercício físico? Consumo de Oxigênio no Exercício (em equilíbrio) Bejma & Ji, 1999 Produção de radicais livres no exercício Ashton, T. et al. (JAP, 1999) • Homens não atletas • Teste máximo • Ciclo • Sangue venoso • Coleta pós-exercício Produção de radicais livres no exercício Pré Pós Controle Exercício Exercício físico aumenta a produção de EROs vascular A intensidade influencia a produção de Espécies Reativas? Consumo de Oxigênio no Exercício (diferentes potências) Bailey et al. J Appl Physiol 94: 1714-1718, 2003. • Homens não atletas • Ex. = Leg press • Sangue arter/venoso • Coleta durante exercício Produção de radicais livres durante o exercício - Efeitos da intensidade - •Homens não atletas •Ex. = Leg press •Sangue arter/venoso •Coleta durante exercício Bailey et al. J Appl Physiol 94: 1714-1718, 2003. Relação: VO2 e produção de radicais livres no exercício Produção de radicais livres durante o exercício Paradoxo Metabolismo basal produz radicais livres Exercício físico aumenta a produção de espécies reativas de oxigênio Isto é bom ou ruim? Exercício físico Metabolismo (VO2) Produção de Radicais Livres Estresse Oxidativo • Fadiga • Lesão tecidual Exercício físico Metabolismo (VO2) Produção de Radicais Livres Estresse Oxidativo • Fadiga • Lesão tecidual Resposta aguda do Sistema antioxidante Adaptações crônicas do sistema antioxidante Treinamento físico aumenta a atividade da glutationa peroxidase Powers et al. Am. J. Physiol. 266:R375-R380, 1994 • Ratos • 10 semanas (esteira) • 75% VO2max • gastrocnêmio Powers et al. Am. J. Physiol. 266:R375-R380, 1994 Treinamento físico aumenta a atividade da SOD • Ratos • 10 semanas (esteira) Treinamento Físico Aeróbico Densidade mitocondrial Enzimas oxidativas Eficiência da respiração mitocondrial Produção de radicais livres Estresse oxidativo Enzimas antioxidantes Eliminação de radicais livres Treinamento Físico Intenso e Prolongado lesão mitocondrial Respiração mitocondrial menos eficiente Produção de radicais livres Estresse oxidativo Lesão oxidativa degradação de antioxidantes não enzimáticas Capacidade de eliminação de radicais livres Reserva de GSH e vit. E Benefícios do TF moderado Diminui a produção de radicais livres Aumento da defesa antioxidante Diminui o estresse oxidativo Diminui a lesão oxidativa Melhora a função celular
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