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RESPONSABILIDADE CIVIL, Prof. Fridolin

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RESPONSABILIDADE CIVIL
Prof. Fridolin
1	Aula 01/03/2016	3
GAIO	4
NOSSO CÓDIGO CIVIL	5
2	Aula 08/03/2016	6
Relações jurídicas ABSOLUTAS (actio in rem) e RELATIVAS (actio in persona).	6
Aspectos Gerais da Responsabilidade Civil	6
3	Aula 15/03/2016	8
Responsabilidade Civil	8
Função preventiva, punitiva e ressarcitória	9
Distinção da função indenizatória da função penal	9
Culpa: pressuposto moral	9
4	Aula 22/03/2016	9
Função da Responsabilidade Civil	9
Pressupostos da responsabilidade civil, Art. 159/186	10
Cláusula geral de responsabilidade civil	10
5	Aula 29/03/2016	11
Decisão caso kiss	11
Graus da culpa	12
6	Aula 05/04/2016	12
O Bobbio faz a diferença das sanções positivas e negativas.	12
7	Aula 12/04/2016	13
Seguro Obrigatório e Responsabilidade Objetiva	13
Sistema de seguros (superação da ideia punitiva)	14
8	Aula 19/04/1016	14
Dano à Pessoa	14
Sistema de Seguridade Social	14
9	Aula 26/04/2016	15
Responsabilidade sobre o dano à pessoa	15
10	Aula 03/05/2016	16
Excludentes da responsabilidade	16
11	Aula 10/05/2016	17
Indenização na Responsabilidade Civil (fato próprio, das coisas ou de terceiros)	17
Responsabilidade Civil pelo Fato de Produtos	18
12	Aula 24/05/2016	18
Reparação do dano X Punição X Prevenção	19
Dissociação entre prevenção e punição.	19
Risco do Desenvolvimento	19
Ação Regressiva	19
13	Aula 31/05/2016	18
Sanções Administrativas (Ex. multa de trânsito)	19
Aspecto condenatório da sentença no âmbito civil	20
14	Aula 07/06/2016	20
Consequências da Responsabilidade Civil	20
Culpa da Vítima ou Fato da Vítima	20
15	Aula 14/06/2016	21
O Princípio da subsidiariedade e regras deontológicas	21
Aula 01/03/2016
Súmula:
Origens da responsabilidade civil. A obligatio romana. Obligatio ex delicto e ex contractu. O damnun iniuria datum e a Lex Aquilia. A codificação da responsabilidade civil. A cláusula geral de Responsabilidade civil e o Código Civil napoleônico. Codificação da Responsabilidade civil no direito brasileiro. Descodificação da responsabilidade civil. Acidente em estradas de ferro. Acidente do trabalho. Acidente de Consumo. Acidentes ambientais.
Bibliografia:
Tese de doutorado do professor.
Autor:Paulo de Tarso Sanseverino
Título:A reparação do dano e a quantificação da indenização no Código Civil
Editora:Saraira
Autor:Rui Stoco
Título:Tratado de responsabilidade Civil
Editora:RT
Autor:Sérgio Cavalieri Filho
Título:Programa de Responsabilidade Civil
Editora:Atlas
Autor:Marco Fridolin Sommer Santos
Título:A AIDS sob a perspectiva da responsabilidade civil
Autor:Fernando Noronha
Título:Direito das obrigações
TRABALHO: Análise de Acórdão, em torno de “dez” páginas.
Questões da prova de RC do Fridolin no semestre passado:
1. Disserte sobre a distinção entre as sanções punitiva e ressarcitória da RC.
2. Disserte sobre a classificação da RC, conforme a ressistematização do professor Fernando Noronha.
NOVAS (deste semestre!)
1. Disserte sobre a distinção entre sanção negativa e positiva e as funções punitiva e ressarcitória da Responsabilidade Civil.
2. Disserte sobre o Dano à Pessoa.
GAIO
Direito das Coisas
Propriedade, sucessões e obrigações. Quando são atacados, surge o direito de ação (pretensão).
Direito das Pessoas (livro 1º)
Direito de família (relações pessoais)
Direito de Ação
...prescrição (fato extintivo de relações jurídicas).
Dano – danum in iuria datum = dano causado a outrem: Essa figura não estava clara na lei das 12 tábuas então ela foi objeto da LEX AQUILIA de DANO a qual organizou a situação da seguinte forma: dano causado a uma coisa sob titularidade de alguém surgia obrigação ex-delito. A responsabilidade civil aquiliana remonta à Lex aquilia de dano.
DELITO = atos ilícitos; conduta defesa em lei; 
INJÚRIA = aos romanos significava num sentido amplo um ATO CONTRÁRIO AO DIREITO, quer dizer, injustiça = injúria. Quando se estava diante da figura do danum in iuria datum não se exigia o dolo. 
Obrigação aquiliana era oriunda de um dano a uma coisa não corpórea da pessoa. 
O dano regulado pela Lex aquilia tinha uma função dúbia: 
Se por um lado a pena era proporcional ao dano causado, havia a figura da solidariedade passiva cumulativa que ocorria em nome da ideia de punição. Então não havia entre os romanos uma distinção clara entre pena privada e reparação. Essa distinção só vai se afirmar na idade moderna com a obra de HUGO GROSSIO – Direito da Guerra e da Paz. 
Auter non ledem – a prática do direito romano era CASUÍSTICA, a fonte do direito romano era a jurisprudência (a doutrina = resposta dos prudentes, conforme Mario Talamanca). O direito romano trabalhava com critérios jurisprudenciais. 
Viver honestamente e dar a cada um o que é seu são dois dos preceitos romanos. 
Facchini = A disciplina da responsabilidade civil é relativamente nova, afirmando-se somente com as codificações. A origem da responsabilidade repousa na obra de Hugo Grossio, depois do qual criou-se no código civil napoleônico uma cláusula de responsabilidade civil. 
Nessa sociedade pré-industrial. O litigio surgia somente diante e ilícitos de natureza criminal as pessoas não buscavam o judiciário para qualquer assunto.
Após da revolução industrial vai acontecer uma reorganização da ordem de prioridades. Na sociedade moderna, a questão do dano preocupa muito mais do que os danos vinculados aos crimes, basta observar a pena mais severa aos crimes de caráter patrimonial. 
Altere non legem = significa não lesar outrem. Na idade média essa expressão foi substituída por nemem non ledem (não lesar ninguém). Constroem-se a ideia de não causar danos a outrem. 
Quando alguém incorrendo em culpa causal dano a outrem fica obrigado a reparação do dano, a obra de hugo grossio é tida como a obra que institui o direito internacional publico, mas também o privado. 
Essa obra de hugo grossio influenciou a obra do Frances Jean Domat e essa ideia refletiu-se sobre a codificação francesa no código de 1382 e 1383. 
GAIO distingue as Obrigações de natureza pessoais ex-contrato das de ex-delito. As pretensões de natureza pessoal derivam ou do contrato ou do delito (sentido estrito, mas é mais amplo que o do contrato. É um dever geral de não causar danos: viver honestamente, dar a cada um o que é seu, não lesar outrem).
TALIÃO => é introduzida a proporcionalidade. Porém, a obrigação ex-delitum começa a partir das penas pecuniárias (Lex-aquilla de dano, reparação equivalente do dano). Responsabilidade Delitual (não surge a partir de um contrato).
RESPONSABILIDADE CIVIL (‘res pondes’ => responsabilidade contratual)
Os romanos dividiam os contratos em: verbais (promessa), escritos ou consensuais.
NOSSO CÓDIGO CIVIL
Classificação dos bens => as coisas ou estão em nosso patrimônio ou se encontram fora dele.
Patrimônio => formado pelo conjunto de relações jurídicas de natureza econômica de determinada pessoa. Patrimônio bruto ou líquido (descontada as dívidas).
Coisa abandonada, coisa de ninguém (não está no patrimônio de ninguém), não é objeto do direito.
Direito de pretensão real (erga omnes, gozar e reivindicar de um patrimônio).
Direito de pretensão pessoal ou obrigacional (a outra parte se obriga a prestar algo em favor do requerente). Prestação (sentido estrito, o devedor deve pagar o que é devido).
ARTIGO 159: aquele que por ação ou omissão voluntária violar direito ou causar prejuízo a outrem deve reparar o dano. A regra refere-se à ação ou omissão voluntária (fruto de um ato doloso intencional), depois se acolhe a ideia de mera culpa (imprudência). A disciplina da responsabilidade civil afirma-se como algo autônomo por ocasião das codificações modernas. O código de 1916 referia-se ás obrigações derivadas de atos ilícitos em contraposição às obrigações por contrato (no CC de 16). 
Aula 08/03/2016
Relações jurídicas ABSOLUTAS (actio in rem) e RELATIVAS (actio in persona).
Direitos subjetivos em relação às coisas (reais ou absolutos); e direitos subjetivos pessoais(séc. XX direitos de personalidade – não são “coisidificados”, por isso não podem ser reais e patrimoniável, vender órgãos, etc., é indisponível).
Os absolutos são erga omines, o titular passivo é indeterminado (direito à honra, à saúde, à vida).
O direito de personalidade é personalíssimo (intransferível).
Actio in persona: à priori, o sujeito passivo é determinado. No contrato como fonte das obrigações há credor e devedor predefinidos.
Altero non leden: dever geral de não causar danos. Gera o dever de indenizar. Tutela a propriedade, mas com a despatrimonialização do direito civil (séc. XX) permitiu-se pleitear a reparação de danos morais ou extrapatrimoniais (CF de 88 – tutela-se a dignidade da pessoa humana).
Atividade de interpretação bastante complexa, à luz da cláusula geral de responsabilidade civil, que não se resume a subsunção da norma ao caso concreto.
Obrigações primárias e secundárias (ou principais e acessórias): a responsabilidade civil, seja extracontratual ou contratual, nascem em consequência de uma violação de deveres jurídicos preexistentes. A responsabilidade contratual geram as obrigações contratuais, que nascem em razão do inadimplemento das obrigações.
Aspectos Gerais da Responsabilidade Civil
Origem etimológica da palavra responsabilidade
Spondere, responder a um ato: o autor é compelido a restaurar o equilíbrio anterior, por meio de uma contraprestação.
Diferenças entre obrigação e responsabilidade civil
A obrigação é o direito pessoal que o credor tem de exigir que o devedor cumpra uma prestação, enquanto a responsabilidade pode ocorrer como consequência jurídico-patrimonial decorrente do descumprimento da relação obrigacional. Entretanto, uma pode existir sem a outra, como por exemplo, na dívida prescrita, na qual o devedor não é responsabilizado ou no caso do fiador, que não tem obrigação de pagar o aluguel do afiançado, mas é responsável pelo adimplemento. Outra diferença entre obrigação e responsabilidade é que a obrigação é um dever jurídico originário, enquanto a responsabilidade é um dever jurídico sucessivo (surge do descumprimento de um dever anterior). De certo modo, a responsabilidade é a “sombra da obrigação” (Larenz), ou seja, existe basicamente devido ao inadimplemento do devedor da obrigação originária. A responsabilidade civil pode ser classificada em: contratual/ extracontratual (a qual Fábio Ulhôa Coelho não adota, pois considera que na prática não há diferença na indenização das duas) e subjetiva/objetiva (conforme o autor do dano tenha agido de forma ilícita ou lícita, tendo como fundamento a culpa ou independentemente de culpa).
A responsabilidade Civil no Código Civil de 2002
Os artigos 186 a 188 prescrevem uma regras gerais para a responsabilidade aquilana (responsabilidade objetiva extracontratual, ou decorrente da violação da lei) e algumas responsabilidades excludentes, enquanto na parte especial o artigo 389 aborda a responsabilidade contratual, há também dois capítulos sobre a responsabilidade de indenizar e a própria indenização, no titulo “Da Responsabilidade Civil”. Mas a lei não regula situações jurídicas importantes no âmbito da responsabilidade civil, como o dano moral, o qual coube à jurisprudência definir tanto sua aplicabilidade quanto sua extensão. É essencial também definir se o causador do dano deve ressarcir a vítima pelo dano patrimonial causado ( sendo que não há responsabilidade subjetiva sem dolo ou culpa), e também estimar o valor exato da contraprestação devida pela pessoa responsabilizada.
A teoria da culpa como fundamento da responsabilidade civil
Toda conduta que violar um dever jurídico originário ou a lei, causando assim prejuízo a outrem, é fonte de responsabilidade civil, essa noção é deduzida do princípio do neminem laedere (a ninguém se deve lesar). A teoria da responsabilidade subjetiva, desde sua acepção romana, foi criada para disciplinar as ações conscientes contrárias ao direito, isto é, o ilícito tem a culpa lato sensu como pressuposto.
Pressupostos da responsabilidade no direito romano, francês e brasileiro
Nos primórdios da humanidade (sic) praticava-se a vingança privada, característica da “reparação do mal pelo mal”, pois não existia direito. Posteriormente, a composição a critério da vítima passou a ser usada como forma de compensação econômica. No estágio seguinte, a lei proíbe a vingança privada, ao mesmo tempo em que a ação penal passa a ser de iniciativa do EstadoNo Code Napoleon, se adotou a culpa como fundamento da responsabilidade civil e também se separou a culpa contratual civil da criminal.
 O Código Criminal brasileiro de 1830 condicionava a reparação civil à condenação criminal, não havia independência entre as duas. No Código Civil de 1916, foi adotada a teoria subjetiva da responsabilidade, que exige a prova da culpa ou do dolo como pressuposto da obrigação de reparar o dano. Há inversão do ônus da prova, o agente que seria responsabilizado só afasta a obrigação de reparar o dano se provar que tomou todas as medidas possíveis para evitá-lo (isso no CCs italiano, mexicano, português e libanês e na doutrina). A teoria da responsabilidade objetiva tem como principal fundamento o princípio da equidade, pois aquele que lucra com uma situação deve responder pela desvantagem ou prejuízo causado por ela, de modo a “socializar o prejuízo”. A responsabilidade objetiva tem dois pressupostos, dano patrimonial ou extrapatrimonial a um credor e relação de causalidade entre a conduta do devedor e o dano sofrido pelo credor.
 No direito brasileiro, a responsabilidade subjetiva é adotada nos artigos 186 (que estabelece a cláusula geral da responsabilidade) e 927 do Código Civil, segundo os quais a prática de um ato ilícito é pressuposto da obrigação de reparar o dano. Entretanto, também se adotou a responsabilidade objetiva, nos artigos 936 e 937 (que tratam, respectivamente, do dono de animal e do proprietário de edifício em ruína) e em alguns dispositivos de leis esparsas que tratam de outras hipóteses legais (provavelmente aleatórias como as supramencionadas). Outros exemplos de responsabilidade objetiva no Código Civil são os arts. 933 e 1299, que responsabilizam o habitante da casa/apartamento do qual cair objeto em lugar indevido e também os proprietários em geral por danos causados a vizinhos. O legislador também adotou a responsabilidade objetiva no Código Brasileiro de Aeronáutica, na Lei de Acidentes no Trabalho, entre outros. 
No artigo 927 do Código Civil, enuncia, no caput, que toda a pessoa que comete ato ilícito e causa dano a outrem tem a obrigação de repará-lo. No parágrafo único, prevê que haverá a obrigação de reparar o dano causado independente de culpa quando, nas situações previstas em lei, a conduta implicar riscos aos direitos de outrem. Esse artigo foi uma grande inovação por adotar a teoria do risco em atividades perigosas, às quais não se pode aplicar a regra geral do CC, que prevê a responsabilidade subjetiva.
Aula 15/03/2016
Responsabilidade Civil
Surge na idade moderna com a codificação. No Direito Romano havia apenas o casuísmo.
Globalização: Direito Público (dir. constitucional; dir., penal) X Direito Privado (cód. civil).
O ato de causar dano a outrem de forma culposa, com posterior reparação deste dano => distinção entre direito penal e o civil.
Independência do Brasil 1822: codificação, consolidação dos Estados Nacionais.
Parte Descritiva: abstrata, pressupostos/condições da responsabilidade civil.
Sec. XIX: culpa era o pressuposto da responsabilidade civil.
A responsabilidade civil é sempre individual, por fato próprio.
Diante da responsabilidade por culpa, domina o princípio da justiça corretiva ou comutativa.
Responsabilidade objetiva (declínio da resp. individual): Responsabilidade por fato de terceiro (resp. civil de pessoa jurídica) ou por fato das coisas. Também responde por fato próprio; Entra no princípio de responsabilidade social (justiça distributiva).
Séc. XX, a responsabilidade civil se torna mais relevante que a penal.Falhas empresariais e do trabalho.
Não se deve acumular a reparação do dano pela seguridade civil (seguro do trabalho), com as ações de responsabilidade civil. Há falta de coordenação dos mecanismos do Wellfare State, gerando uma crise sistêmica (‘overcompensation’).
Parte Prescritiva: disciplina o fato, sanção de responsabilidade civil, reparação do dano.
Modelo Kelsen-Borja
Ler o capítulo que trata da responsabilidade civil (maioridade civil) e o ‘Direito Penal’ (maioridade penal).
Disponível em: <https://plus.google.com/105193352569699409491/posts/co5F38SEMrY>
Ler texto: Thomaz Alves Junior_Annotacoes ao Codigo Criminal_Satisfacao do dano_1864.
Disponível no MOODLE.
Código Criminal (Penal) de 1830
Satisfação do Dano: o delinquente satisfará o dano causado no delito.
Função preventiva, punitiva e ressarcitória
A indenização (com intuito preventivo) está relacionada mais à interiorização de custos do que ao aspecto punitivo.
A mentalidade punitiva tem viés moralizante.
Pessoa jurídica não sofre dano moral em sentido estrito. É possível apenas atingir a imagem da pessoa jurídica.
Sanções Negativas: Função Ressarcitória (civil); Função Punitiva (penal).
Mecanismo de prevenção administrativo (estrito): normas de trânsito; interiorização de custos.
Mecanismo de reparação de danos (lato): responsabilidade civil.
Distinção da função indenizatória da função penal
Público: A sanção penal é personalíssima => não pode ser transferida.
Privado: A responsabilidade por danos pode ser transferida => um seguro cobre os riscos de dano.
Diferentes funções: punitiva (de natureza moral) e indenizatória.
A distinção básica tem origem romana: Ordo Iudictiorum publium e o Ordo Iudictiorum privatum.
Culpa: pressuposto moral
Início do Séc. XX => responsabilidade civil individual, noção de culpa (pressuposto moral), posteriormente substituída por ato ilícito. Retorna um pouco para o Direito Romano, pois, em sentido estrito, o delito corresponde à somente atos dolosos (com intensão).
Culpa lato senso: atos dolosos e culposos.
Aula 22/03/2016
Função da Responsabilidade Civil
Reparação do dano.
Acidente de trabalho, reparação do dano independente de culpa.
Responsabilidade Civil subjetiva e objetiva.
Responsabilidade Contratual e Extracontratual.
LER os Artigos do Moodle e frisar estas distinções.
Tomás Alves Júnior => a ideia de reparação exerce uma função supletiva (ação civil) à ação penal.
Aprovação do Código Criminal anteriormente ao Código Civil.
Liberalismo Clássico (Revolução Francesa, a ideia de punição prepondera a ideia de reparação), tem o objetivo de sancionar a conduta do delinquente.
A tutela contra os danos que atingiam os direitos de personalidade era uma tutela construída exclusivamente pelo direito penal; A tutela da responsabilidade civil era voltada pelo patrimônio, enquanto direito penal preserva pela vida e a integridade moral das pessoas.
Essa responsabilidade civil no século XIX tinha como pressuposto inarredável a culpa do ofensor, assim para que o ofensor fosse condenado impunha-se ao autor da demanda que o dano causado pelo ofensor tivesse sido causado por culpa do ofensor. 
Pressupostos da responsabilidade civil, Art. 159/186
Fernando Noronha coloca 5: fato jurídico, nexo de imputação (culpa ou risco), nexo de causalidade, dano e violação de interesse juridicamente violado (bem alheio).
Não quer dizer que não tenham ocorrido falhas, o que aconteceu foi uma soma de falhas, na responsabilidade objetiva, as falhas ocorridas integram o conceito de risco.
Tem dois tipos de dano moral: a dor pode ser física (doer) ou psicológica independentemente da física. E tem o dano psiquiátrico. Seria um dano psicológico seria os da saúde mental.
Cláusula geral de responsabilidade civil
Consagrada no artigo 159 (CC 1916); 186 CC atual.
Todo aquele que por negligencia ou imprudência e causar prejuízo a outrem, comete ato ilícito. O ato ilícito consiste naquele ato praticado com dolo que causa dano a outrem. A nulidade de um contrato não produz necessariamente um dano.
A responsabilidade civil é instituída a partir das codificações, daí surgi as distinções entre as responsabilidades.
Art. 937: O dono de edifício ou construção responde pelos danos que provier da sua ruína, se esta provier de reparo cuja necessidade seja manifesta. Essa figura remonta ao direito romano, caracterizado o “dano in fectum”. 
Art, 938: Aquele que habitar prédio ou arte dele responde pelo dano que deles caírem ou forem lançadas em lugar indevido. Actio effusis et deiectis (Institutas de Justiniano). A vítima precisa PROVAR que aquele que causou o dano. O ônus da prova recai sobe quem alega conforme a regra 186 (1916). Não trata-se de uma responsabilidade INDIVIDUAL, embora seja ato de terceiro, nesse caso é RESPONSABILIDADE OBJETIVA (pressupõe a culpa sempre) = aquele que deixou cair objeto ou a lançou foi negligente, logo, se pressupõe responsabilidade objetiva. 
Deve-se consolidar um modelo de responsabilidade civil pré-industrial – pré-revolução industrial, pois essas regras todas foram desenvolvidas em uma sociedade civilizada, porém, pré-industrial, caracterizada por uma população rural ou urbano. Esse modelo romano era interpretado sob lente de juristas que acreditavam que não podia haver NENHUMA RESPONSABILIDADE SEM CULPA. 
Res perec dominus = A coisa perece para o dono. Princípio que afirma que quem suporta o prejuízo dessa coisa é o proprietário. Contudo a RESPONSABILIDADE CIVIL é uma exceção a esse princípio, pois a responsabilidade civil permite transferir a outrem o custo que ele sofreu. 
O surgimento das máquinas determina a multiplicação de acidentes que atingem a integridade psicofísica das pessoas. As situações de danos com mutilações vão se multiplicar de modo que os envolvidos nos acidentes com máquinas. Mas grave que o dano à propriedade é o dano que atinge as pessoas, e esse dano torna-se objeto da responsabilidade civil. Assim, no final do século XIX questiona-se esses pressupostos da culpa, pois ao lado da responsabilidade civil surgem teorias que defendem a RESPONSABILIADE OBJETIVA. 
Cujus pomudus eius incomodus: Aquele que colhe os frutos também arca com o prejuízo, independentemente de culpa = responsabilidade objetiva.
Aula 29/03/2016
A responsabilidade civil não é personalíssima como no Direito Penal, na responsabilidade civil, um TERCEIRO pode suportar os custos do dano. Exemplo: a multa de transito deve ser paga pelo motorista, caso contrário o proprietário do veículo deve pagar a multa em favor do Estado. O Estado quando impõe a multa não visa reparação seguindo o princípio da responsabilidade civil, a ideia de pagamento ao Estado, nesse caso, é apenas uma sanção. 
BOATE KISS – Ação de indenização – foi procedente em favor das famílias, pois trata-se de uma caso de responsabilidade objetiva: não importa se houve culpa ou não. Como não há um estabelecimento capaz de ressarcir todas as famílias, embora a sentença seja procedente, ninguém receberá em razão do montante impagável. PODERIA A SOCIALIZAÇÃO DOS RISCOS SER UMA SOLUÇÃO A TAL PROBLEMA. A SOCIALIZAÇÃO DOS RISCOS através do direito à seguridade social é uma ferramenta de pulverização de custos até um certo limite.
As vítimas do acidente são só os mortos ou os pais tem direito ao dano por ricochete como chamam os franceses. O juiz, por isso, inclui os pais como lesionados morais. 
A falha na prestação do serviço acarreta dano na esfera civil. Responsabilidade decorre da conduta omissiva dos seus agentes.
O que ocorreu na boate Kiss não se pode tratar como exclusivamente culpa do proprietário, pois ocorreram uma série de fatores que contribuíram para o ocorrido. A ideia de crime culposo leva a uma contradição, pois o crime é via de regra doloso. 
Indeniza-se o dano causado a terceiros. Mas não se responde por ato de terceiro. Existe o dever de segurança do proprietário, ainda que exista fato de terceiro esse fato ocorreu no ambiente economicamente explorado. Foram os músicosos autores do dano. TRATA-SE DE UM CASO DE RESPONSABILIDADE OBJETIVA. 
Ocorrem falhas, mas as falhas ocorridas integram o conceito de RISCO, no caso de responsabilidade objetiva. Os autores não sofreram sequelas físicas, mas as dores psíquicas foram abrandadas pelo tratamento psicológico. 
Decisão caso kiss
A expressão danos morais diminui a realidade do dano: mais grave que o dano moral, nesse caso, é o dano morte. No CC, o dano morte que se indeniza é o efeito (dano) patrimonial do dano morte, não prevê o dano morte em si, porque a vida é um bem sem valor econômico. Prof. o dano morte como um dano autônomo.
O dano moral é a dor moral: O dano moral que o juiz vier a colocar, ele tá incluindo os pais também como lesionados, vítimas desse acidente, juntamente com os filhos, eles sofreram dano na sua integridade moral.
O prof. acha que estamos em uma situação de dano anônimo, pois são muitas as partes envolvidas, não é resultado de um fato único e sim uma soma de fatores, não se consegue identificar um fato individual que causou, quando imputamos a municio, corpo de bombeiros, ...já estamos fora da responsabilidade individual por fato próprio.
Foi um acidente de consequências muito graves, ninguém está livre de causar um acidente dessa magnitude.
Graus da culpa
A culpa pode ser grave, leve ou levíssima, em termos de gravidade da conduta culposa, classificação que não influi na determinação da responsabilidade segundo boa parte da doutrina. Quando há culpa grave, apesar da conduta do autor não ter sido intencional, aconteceu de forma que o autor “comportou-se como se tivesse querido causar o dano”, sendo por isso equiparada ao dolo (culpa lata dolo aequiparatur. A culpa leve se caracteriza pela conduta que escapa ao cuidado que o “homem médio” normalmente leva em conta ao agir. A culpa levíssima seria a conduta que um diligentíssimo pater familias (sic) não conseguiria prever mesmo sendo extremamente cuidadoso.
Responsabilidade extracontratual
Derivada de atos lícitos, nasce por razão das codificações como disciplina autônoma, mas foi no século XIX que a disciplina da responsabilidade civil vem suplementar (de forma subsidiária) em relação à responsabilidade penal. O que caracteriza uma ou outra situação é a sanção jurídica: privado reparatório;		 pública punitiva. 
No século XIX, acreditava-se que o criminoso que cometeu um crime, esse sujeito será punido, mas se o criminoso infringiu dano econômico, deverá indenizar no plano econômico: nesses casos as duas sanções poderiam ser cumuladas pune-se pela lei penal de um lado e pune-se pela lei civil de outro. No direito romano, quando a questão envolvia o âmbito penal, a denuncio poderia ser feita pelo cidadão privado, mas a pena só seria pública. 
A reparação do dano dependia de uma ação privada da vítima, assim a vítima deveria instaurar a ação por conta. 
Aula 05/04/2016
O Bobbio faz a diferença das sanções positivas e negativas.
A reparação carrega consigo uma função punitiva moderada ou nenhuma.
A reparação no campo penal, sem culpa, é inconcebível.
A responsabilidade civil com culpa é um elemento subjetivo (elemento moral, sentimento de culpa).
A culpa, quanto a punição, é personalíssima.
Responsabilidade civil sem culpa (responsabilidade objetiva). Surge no final do séc. XIX.
Art. 186, conflagra a responsabilidade civil (ação ou omissão voluntária, sentido ESTRITO - negligência, imprudência ou imperícia)
Graus de CULPA Lato Senso (pressupostos da responsabilidade civil): Culpa Leve, Culpa Grave e Dolo.
Dolo (ato deliberado ou intencional). Os danos dolosos são os menos relevantes na sociedade.
Danos culposos ou acidentais: o dano causado devido a caso fortuito ou força maior não pode ser imputado a ninguém.
Com a multiplicação do número de acidentes, na passagem do séc. XIX para o séc. XX (estado liberal => estado social), o conceito de culpa, na sociedade, começou a ser levado em consideração em função dos grandes números de pessoas que acabavam não ganhando indenização.
Problema da pessoa jurídica: ela não é personalíssima. Uma pessoa jurídica não é condenável moralmente, pois seria uma condenação anônima.
Responsabilidade Coletiva: as pessoas respondem objetivamente, sem culpa.
Responsabilidade Objetiva: “responsabilidade da empresa”. Aquele que comete ato ilícito deve reparar o dano.
Risco de atividade da empresa (industrial, comercial e de prestação de serviços). Criado por pessoas físicas ou jurídicas (quem responde é o titular da empresa) que exercem atividade econômica. ‘Atividade’ é uma sucessão de atos organizados, com certo fim lucrativo.
No Brasil, os direitos sociais nascem com a CLT (estado social), que cria um conceito de responsabilidade do empregador sob o ponto de vista do risco da atividade econômica (responsabilidade objetiva).
Séc. XX (no final da Segunda Guerra), surge o sistema clássico de proteção social (seguridade social - surge em torno da figura do trabalhador, indigentes e desempregados).
“O dano uma vez ocorrido, não desaparece mais” => há um interesse público na reparação dos acidentes.
Aula 12/04/2016
Seguro Obrigatório e Responsabilidade Objetiva
A abolição do regime escravocrata representou a ideologia do trabalho livre. Revolução Industrial, multiplicou os acidentes: trânsito, estradas de ferro (fogo no campo por fagulhas, caldeiras), linha de produção das máquinas.
Tipo de dano: aquele que causa lesão à pessoa ou morte. Esses danos atingiam diretamente a renda familiar.
Ferramenta de responsabilização do dano => prestação de alimento em função das pessoas que eram sustentadas pela vítima (renda proveniente do trabalho - dano patrimonial -, não havia danos morais, na época).
Perda da capacidade de trabalho (dano futuro), dano cessante.
Dano emergente.
Surgem os regimes de previdência social (função indenizatória), é como a responsabilidade civil, mas é um seguro obrigatório (os beneficiários tem direito a indenização independentemente de culpa - segura o ser humano).
Seguro obrigatório contra acidentes de trabalho.
A responsabilidade penal será sempre subjetiva (incorre em dolo ou culpa).
Caso fortuito e força maior eram consideradas excludentes de culpabilidade, mas depois foram interpretadas como fatos excludentes de causalidade, a não ser que estejam inerente ao risco da atividade (surge a responsabilidade objetiva).
Responsabilidade Objetiva de casos fortuitos e força maior => os acidentes culposos também ensejam a responsabilidade do empregador, empresa nas relações de consumo ou ambientais, etc.
Sistema de seguros (superação da ideia punitiva)
Sistema de seguros: o ideal seria construir, através da jurisprudência, uma progressiva indenização por danos extrapatrimoniais (Itália e França já se tem esse instrumento).
Superação da ideia punitiva.
Aula 19/04/1016
Dano à Pessoa
Dano Estático: a pessoa perdeu a mão, o braço, etc.
Dano Dinâmico: a pessoa deixou de enxergar; perdeu a funcionalidade da mão, etc.
Sistema de Seguridade Social
A reparação do dano tem natureza alimentar, conforme expresso no Código Civil. Essa Proteção Social surgida no início do século XX, com previdência do trabalho, etc.
Proteção à pessoa contra o infortúnio e a incerteza em uma ‘sociedade de risco’.
A reparação do dano pela sociedade civil é uma visão parcial.
Constituição de 1988 => passa a admitir a reparação civil do dano moral. Abre-se a possibilidade de reparação de dano não econômico causado a pessoa. Proteção dos direitos de personalidade (tutela civilística dos direitos indisponíveis).
Ideias de Regime Geral de Previdência; Renda Mínima; Previdência Complementar Facultativa.
Seguro de vida não tem função ressarcitória é um tipo de pecúlio. Consiste num valor deixado a um terceiro. Pode-se contratar dois ou mais seguros de vida e quando ocorre o falecimento as seguradoras vão pagar cumulativamente os prêmios. Não há função indenizatória, apenas um valor que beneficiará alguém. CONTUDO, diante de seguros com função ressarcitória, NÃOSE PODE contratar dois ou mais seguros sobre o mesmo bem. EXEMPLO: sujeito detinha “dois seguros” sobre o carro e após dano previsto na apólice receberia dois prêmios. PORTANTO, é ilícito firmar negócio jurídico com dois ou mais seguros de dano (cobre dano causado por terceiro ao segurado).
Seguro de responsabilidade ao empregador era facultativo, embora a responsabilidade do empregador fosse objetiva. O empregador oferecia uma garantia (caução) ou pagava um seguro NOS CASOS envolvendo acidente de trabalho. 
Público – seguradora INSS pensões 
Privado – seguradora 
POSTERIORMENTE, em 1977 criou-se o monopólio nos casos de seguro em razão de acidente de trabalho. 
(Tese de Doutorado do Fridolin) Indenização trabalhista
Os benefícios pagos pela lógica da seguridade social pagam os mesmos benefícios que os benefícios oriundos da responsabilidade civil. A seguridade social surge no século XX com objetivo de garantir a quem sofre lesões corporais uma RENDA – wellfare state. No Brasil, essa lógica permite a cumulação de indenizações, A CUMULAÇÃO de indenizações representa a AUSÊNCIA de UNIDADE e coerência no sistema jurídico. Nossa responsabilidade civil funciona sob o ponto de vista doutrinário e jurisprudencial sem que HAJA uma COORDENAÇÃO entre os SISTEMAS DE INDENIZAÇÃO (DPVAT).
Indeniza-se a RENDA proveniente do trabalho, pois a natureza jurídica do trabalho é ALIMENTAR. Isso mostra que o argumento que diz que indenização e reparação em razão de alimento SÃO A MESMA COISA. 
A partir da CF e 1988 previu-se no artigo 7º, XXVIII, são direitos sociais dos trabalhadores; 
Seguro de acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização por este devida em caso de culpa ou dolo.” 
A reparação civil tem como princípio a reparação integral do dano, isto é artigo 944 CC – a reparação mede-se pela extensão do dano. De um lado tem-se o princípio da reparação tarifada – quer dizer, reparação parcial, pois no âmbito fora dos danos patrimoniais é dificilmente mensurado, por isso a falha do princípio da reparação integral. Por isso o dano morte tem um valor tarifado pela jurisprudência; tarifar a perda da visão, tarifar a perda de um braço. 
Passa-se de uma noção retaliativa para a noção do wellfare state (socialização do dano). 
Aula 26/04/2016
Responsabilidade sobre o dano à pessoa
Ler texto do Carlos Fernandes.
Dano ao patrimônio => mais facilmente convertido em valores pecuniários.
A pessoa é insuscetível de valoração do dano. A legislação é insuficiente, por isso deve-se buscar a legislação.
O STJ tem elaborado um critério de tarifação do dano moral.
Princípio de Reparação Integral => a reparação civil mede-se pela extensão do dano. Obrigação de indenizar a totalidade do dano sofrido pela vítima (dano extrapatrimonial, relacionado à dignidade da pessoa humana).
(Petição Fridolin) Acidente com veículo aquático vai ao encontro do ideário do Fridolin. Fridolin advoga que a embolia pulmonar poderia ter sido evita pelo hospital. Fridolin advogava que o dano mortis era devido aos pais a título de direito hereditário. A discussão acerca do dano mortis. 
Acidente de Jetsky com morte => indenização arbitrária pelo juiz e que seja repassada aos herdeiros.
Quem demanda a ação são os pais da vítima, com relação à indenização pelo dano mortis (indenizar o dano moral confunde, pois pode parecer que cumpre os requisitos de indenização, mas há ainda uma outra função ressarcitória da responsabilidade civil e a punição dos responsáveis).
A Boate Kiss foi um acidente => o Gurizada Fandangueira costumava fazer shows pirotécnicos por longo tempo e não foi impedido.
Pode não ter havido culpa (não poderiam ter sido colocados à júri sob homicídio doloso), mas ainda há responsabilidade civil objetiva.
Aula 03/05/2016
Excludentes da responsabilidade
Uma vez provada uma excludente, a responsabilidade civil não se constitui, seja ela subjetiva ou objetiva. Existem 3 razões de exclusão da responsabilidade civil: a inexistência de dano, a ausência de nexo causal e a cláusula de não indenizar.
I. Inexistência de dano: O dano e a sua extensão devem ser provados pela vítima, o que se aplica também aos danos morais, que não podem ser presumidos em nenhuma hipótese.
II. Inexistência da relação de causalidade: Três hipóteses excluem a relação de causalidade: caso fortuito ou força maior, além das hipóteses de culpa de terceiro ou de culpa exclusiva da vítima (que analisarei respectivamente nos subsubitens a, b e c).
Caso fortuito e força maior: a incapacidade do ser humano de prever seus efeitos danosos (inevitabilidade material) ou a falta de racionalidade econômica em prever os danos da atividade (inevitabilidade econômica). O fortuito natural é sempre excludente da responsabilidade civil subjetiva.
Culpa de terceiro: Quando for provado que a culpa pelo evento danoso é somente de terceiro, inexiste a relação de causa e efeito entre o prejuízo da vítima e o ato ou atividade do demandado no processo. Nesse caso, uma vez constituída a excludente, a vítima tem o direito de promover a responsabilização do terceiro culpado. 
Culpa exclusiva da vítima
Se provada a culpa exclusiva da vítima, de forma semelhante à culpa de terceiro, descaracteriza-se a relação de causalidade entre ele e a conduta ou atividade do demandado no processo. Ocorre, nesses termos, a exclusão da responsabilidade deste.
III. Cláusula de não indenizar: Através de declaração de vontade as partes podem incluir no negócio jurídico um dispositivo que exclua a responsabilidade de indenizar por danos decorrentes da execução do contrato. Porém, a cláusula de não indenizar não é válida nas relações de consumo em que o consumidor é pessoa física.
Aula 10/05/2016
Indenização na Responsabilidade Civil (fato próprio, das coisas ou de terceiros)
=> Indenização em degrau, pelo prejuízo causado.
Responsabilidade Civil por Fato Próprio (responsabilidade direta), das Coisas e de Terceiros (responsabilidade indireta). Tem um quarto: o Fato de Produto (consumidor).
Ação regressiva: responde por ter agredido a vítima, mas depois processa quem realmente foi o causador do dano.
No código civil anterior, os pais tinham a responsabilidade subjetiva pelos danos causados pelo filho, pois tinha culpa de não ter vigiado corretamente. Agora, eles tem a responsabilidade objetiva, ou seja, a culpa é do filho, mas os pais têm o dever de reparar o dano causado.
“Colocar filhos no mundo é um risco”.
O professor acha que a curatela e o tutor prestam um serviço social, por isso não seria justo que respondam objetivamente pelos danos causados pelo incapaz.
Responsabilidade Civil pelo fato da coisa: quem responde é o guardião da coisa.
Responsabilidade Civil pelo fato do produto (resp. objetiva, fato jurídico como pressuposto - na subjetiva é ato jurídico): quem responde não é o guardião (consumidor, vítima), mas o fabricante.
Não há relação contratual entre o consumidor e o fabricante, mas entre o consumidor e o comerciante. No entanto, este é excluído da responsabilidade de indenizar.
Acidente de consumo: dano que não se restringe ao bem, mas pode causar danos na integridade psicofísica do consumidor ou até mesmo em outro patrimônio seu.
Art. 931. Os fabricantes respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.
Se o dano for restringido ao bem comercializado, o consumidor pode pedir reparação ou troca do bem pelo fabricante.
Norma de Responsabilidade Contratual
Contrato de Seguro: transmite a obrigação de indenizar à terceiro.
Se possível, a obrigação de indenizar pode ser cumprida pelo devedor através do retorno da coisa à sua condição anterior (reparação natural ou in natura). Há, no direito brasileiro apenas uma hipótese legal de indenização que compreende a reposição do bem objeto de lesão, é a derivada de esbulho ou usurpação (art. 951 do CC). Baseado no grau de culpa do devedor (elemento explicado supra no item 7) o juiz pode reduzir o valor da indenização devida se constatar que a culpado devedor é leve. O juiz deve reduzir o valor da indenização devida quando a culpa do credor é concorrente com a culpa do devedor no dano causado. As hipóteses de dano moral eram tarifadas na vigência do CC de 1916, mas os dispositivos referidos não foram recepcionados pela Constituição de 1988, por esta adotar limitações quanto ao valor da indenização da responsabilidade moral.
Aula 24/05/2016
Responsabilidade Civil pelo Fato de Produtos
A lógica do Vilson Calabresi foi essa. Quando você impõe ao fabricante a responsabilidade, o dever de indenizar pelos acidentes de trânsito, que é uma das possibilidades, a tendência é, em razão dessa responsabilização, ocorrer investimento em prevenção de danos por parte dos fabricantes para reduzir os custos das indenizações pagas aos consumidores. Então, essa situação permite identificar aquilo que chamamos de acidentes de consumo. Assim como falamos de acidentes de trabalho e responsabilidade civil em razão de acidentes de trabalho, também podemos falar em acidentes de consumo, ou seja, acidentes sofridos por consumidores de produtos industrializados.
Essa responsabilidade civil pelo fato do produto não se confunde com a responsabilidade civil pelo fato da coisa porque na última quem responde perante terceiros é o proprietário ou guardião da coisa. Quando nós estamos diante da responsabilidade civil pelo fato do produto quem responde é o fabricante por danos causados pelos seus produtos aos proprietários desses produtos. 
No Código de Defesa do Consumidor temos um dispositivo que trata do prazo prescricional.
Art. 27 do CDC/90. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
Existe um preconceito contra a vítima de danos, contra a indenização de danos. Essa é a percepção do professor. Existe o desejo de garantir a vingança, a sanção, a retaliação. Essa tendência é resultado de uma avaliação passional dos litígios, dos acidentes, que, na verdade, está impedindo a evolução da responsabilidade civil com a sua função reparatória propriamente dita. Sempre que estamos diante de danos corporais, estamos diante de danos que atingem a dignidade da pessoa humana, que atingem a pessoa, que atingem um direito fundamental (vida, saúde, etc.).
A responsabilidade civil pelo fato do produto é um regime que ensejou o surgimento do direito do consumidor. Assim como o acidente do trabalho determinou o nascimento do direito do trabalho.
Aula 31/05/2016
Responsabilidade civil por ato de terceiro (o empregador responde por atos de seus serviçais; os donos de hotéis respondem por atos de seus hóspedes à terceiros).
A função da reparação do dano é indenizatória: Aumenta a chance de reparação do dano em razão da vítima (socializar/solidarizar o risco).
Solidariedade de grupo (categoria social dentro da sociedade: previdência - contribuintes que pagam; seguro social - empregadores) e solidariedade social (ocorre através de ferramentas da seguridade social: impostos de toda a sociedade - SUS).
Reparação do dano X Punição X Prevenção
A reparação do dano é aplicada levando em consideração a extensão do dano, independentemente pelo grau de culpa. Ou mesmo sem culpa, nas hipóteses de responsabilidade objetiva.
A punição leva em consideração o grau de culpa do responsável.
Dissociação entre prevenção e punição.
A função punitiva pode ser prejudicial a prevenção de acidentes. Ex. em um acidente de trabalho, após o acidente, a máquina é ajustada para não acontecer mais o acidente. Dado que tinha arrumado a máquina, o empregador confessa que errou, sendo condenado. Com isso, o empregador pode não querer arrumar a máquina, aceitando o risco de mais acidentes.
Risco do Desenvolvimento
“Nenhuma sociedade está disposta a poupar vidas a qualquer custo” - Vitor Calambresi
O custo do dano afeta toda a sociedade. O dano ocorrido, não desaparece mais. A sociedade deve investir na prevenção, mas o custo de prevenção não pode ser maior que o custo do dano.
Ação Regressiva
A ação regressiva com relação ao empregado se justifica quando há culpa grave ou dolo do empregado. Na maioria dos casos a culpa leve deve ser suportada pela empresa (risco do negócio). Ex. um motorista de ônibus que atropela alguém. A família da vítima processa a empresa, depois a empresa aciona regressivamente o motorista.
Não se pode deixar ocorrer a situação de “risco moral”, em que o motorista se torna menos cauteloso, pois os danos são suportados pela companhia.
Sanções Administrativas (Ex. multa de trânsito)
Como a Responsabilidade Civil decorre de uma cláusula geral, ela não é verificada por uma simples subsunção lógica. Devendo haver uma discussão para o juízo de responsabilidade civil (demandante X demandado).
Acidentes de Trânsito: a legislação é utilizada para a verificação da culpa do infrator.
Direito penal-administrativo. As sanções são administrativas.
A multa de trânsito é uma sanção impositiva, que se impõe de forma personalista, por isso, não poderia ser cobrado do proprietário. Como é uma função punitiva, por fato próprio, jamais poderia ser cobrada por fato de terceiro (motorista), desta forma, é inviável a tentativa de obter uma ação regressiva do proprietário contra o motorista.
Essa questão controversa expõe a natureza arrecadatória do poder público, que impera sob garantias do pagamento da multa (proprietário, responsabilidade objetiva, sem culpa).
Aspecto condenatório da sentença no âmbito civil
Sentença sobre demanda de Responsabilidade Civil => sentença condenatória (ou absolve).
O aspecto declaratório é um reconhecimento a um direito subjetivo a reparação do dano.
SITUAÇÃO no campo da Responsabilidade Civil: Os magistrados julgam à reveria do que está previsto no ordenamento (“julgam como acham”). Há um “livre convencimento”, não baseado nas fontes de Direito. - O que está acontecendo é uma falta de distinção entre o campo da Responsabilidade Civil e a Penal.
Responsabilidade do Produto => nasce com o Direito do Consumidor (déc. 60 nos EUA).
Em uma relação de consumo, a compra é feita por intermediários (não diretamente dos produtores).
Quem responde pelo fato do produto (algo intrínseco ao produto, que causa dano ao consumidor) é o fabricante.
A ação regressiva vai contra o princípio da socialização de riscos.
LER: Regras Deontológicas das Teorias das Fontes.
Aula 07/06/2016
Consequências da Responsabilidade Civil
(Depois dos pressupostos)
Produção dos efeitos. Princípio da reparação integral (para um dano extrapatrimonial este princípio é mais complicado; ainda, não há expresso no código de reparação por danos morais - está na Constituição de 1988: “haverá indenização por dano moral”, embora não haja menção à reparação punitiva ou pedagógica).
O que há hoje em dia é um julgamento por júri popular, em que há um julgamento passional/arbitrário (quando os políticos querem ganhar votos incentivam “30 anos de cadeia!”, ou condenações excepcionais motivadas por emoções/paixões desencadeadas pela mídia - nosso ordenamento não prevê a pena privada, e o que há é uma substituição). No direito penal, muito se tem criticado sobre a eficácia efetiva da punição - nesta lógica, quando mais no civil esse pensamento não deveria vigorar.
Art. 944: hipótese de redução da indenização se a culpa for leve. Punições que pelo pressuposto da culpa não ocorreriam. Moralização da pena: A função da Responsabilidade Civil toma uma função da bem estar da vítima! Conforme o Prof. há um problema em valorar o grau de culpa para apurar danos extrapatrimoniais.
Culpa da Vítima ou Fato da Vítima
Art. 945 (vítima contribui para o dano causado para si): O texto desse artigo deve ser trocado de “culpa da vítima” para “fato da vítima”, afinal, uma culpa leve pode causar muito mais dano que um ato doloso.
A coisa perece para o dono.
Mas se o dano for causado por um terceiro, a vítima demanda o terceiro(se provar que foi falta da vítima, há um excludente de culpabilidade).
Aula 14/06/2016
O Princípio da subsidiariedade e regras deontológicas 
(Texto do Fridolin) Princípio da Subsidiariedade Horizontal: encaixa-se no âmbito de regras autônomas. 
Normas deontológicas: normas de conduta.
Ex. Autonomia funcional da profissão médica no Brasil. O exercício de profissões liberais foi regulamentado. Crítica ao “Programa mais médicos”: a questão referente à validação do diploma médico será decidida pelo Poder Executivo ou a própria classe de médicos?
Fonte subsidiária (à legislação): Diante de uma lacuna do legislativo o que se deve fazer? 
No direito romano clássico a lei nunca teve status de norma maior, pois o direito romano clássico era constituído através de um sistema ABERTO. A resposta dos prudentes constituía o sistema de Direito Romano Clássico. 
Direito Romano: Sistema ABERTO. Baseado em precedentes jurisprudenciais, pois a autoridade dos prudentes é vinculava os juízes. Construído por uma casuística. A lei era fonte subsidiária do direito. 
Common Law: Sistema ABERTO. Baseado em precedentes judiciais. 
Direito Romano-germânico: consiste em uma outra categoria, posterior ao direito romano. 
A ação inibitória consiste num instrumento de tutela preventivo que ocorre antes do ato ilícito. O objetivo desse instituto é impedir que um dano ocorra, quer dizer, atua visando prevenir um ato ilícito. Contudo, a corrente doutrinária dominante tende a ultrapassar os limites estabelecidos no ordenamento jurídico, aplicando a ação inibitório até mesmo quando não está taxativamente definido na lei.
Entretanto, essa ampliação do potencial de tutela da ação inibitória deve-se ao fato de que os Direitos Fundamentais são o alicerce do ordenamento jurídico italiano, e a ação inibitória passou a tutelar esses direitos como o direito ao nome e à imagem.
Após o surgimento da ação inibitória de interesse individual, foi introduzida em 1966 a ação inibitória coletiva. Contudo, vale ressaltar, que a ação inibitória limita a atividade de empresa, atuando como um instrumento de regulação do mercado consumidor. Tal instituto, visa principalmente à tutela dos Direitos Consumidores, protegidos através da ação inibitória, a qual agrupa o interesse semelhante de diversos consumidores em uma única ação. Vale destacar que essa ação é abstrata, como a ação coletiva, e, curiosamente, pode ser instaurada por associações de consumidores e por associações de empreendedores contra a concorrência desleal, por exemplo. O fato de ser uma ação coletiva significa que corresponde aos interesses de uma determinada categoria. É por isso que a ação deve ser proposta por uma categoria de sujeitos. 
Caminhando no sentido de proteger os interesses do consumidores, recentemente foi criada uma tutela de tipo administrativo contra as cláusulas abusivas, tomando a ação inibitória como ação geral. Hoje é disciplinada nos artigos 139 e 140 do Código do Consumidor (italiano). Sobre as cláusulas abusivas há outro dispositivo, o artigo 37. Embora, inicialmente não se indicasse as associações legitimadas para agir, hoje estão previstas as associações de consumidores legitimadas para propor ação inibitória. O juiz pode condenar o empreendedor a pagar uma soma de dinheiro e essa soma de dinheiro deve ser graduada em relação à gravidade do fato. Essa multa induz o empreendedor a cumprir a conduta imposta pela autoridade judicial. Portanto, trata-se de uma sanção civil-pecuniária sem objetivo de ressarcimento que se reverte em favor da associação que propõe a demanda e os recursos angariados serão revertidos na proteção dos interesses da categoria prejudicada, pois quando se trata de ação ressarcitória coletiva não constituiu um ressarcimento de dano, mas uma sanção. 
Além das astreintes existem outras formas de punição: empreendedor coloca no mercado um produto defeituoso, o juiz poderá suspender a comercialização de tal produto. O juiz pode modular a sentença diante das circunstancias do caso concreto. Em razão disso, houve um alargamento das ações inibitórias para além da proteção dos consumidores. Exemplo: artigo 12 do CC prevê ação inibitória para interesse coletivo dos investidores. As pessoas jurídicas não são consumidores. Não se tutela somente investidor pessoa física, mas todo tipo de investidor.Consiste numa proteção de subfornecedores de grandes empresas, os quais não podem ser considerados consumidores. 
Alguns efeitos da coisa julgada estão sob discussão na Itália, os efeitos da coisa julgada produzem efeitos também nas ações coletivas e atingem toda a categoria de consumidores envolvidos, estejam integrando ou não a lide.
O seguro contra acidentes de transito é obrigatório na Itália desde 1969, consoante ao dispositivo 122 do código de seguros: aquele que possui um veículo é obrigado a fazer esse seguro. Dessa forma, quem sofre o dono pode entrar com a ação diretamente contra a seguradora, protegendo-se da insolvência do proprietário do veículo. Entretanto, esse seguro do âmbito da responsabilidade civil, é distinto do seguro de uma casa. No seguro de uma casa o valor segurado corresponde ao valor da coisa, diferente do seguro da responsabilidade civil, em que a proteção é o interesse do terceiro na indenização. Prevê-se o que o segurador realize o pagamento diretamente a terceiro, permitindo cobrir o dano causado a terceiro. O segurador tem a faculdade de pagar diretamente o terceiro, sem precisar pagar o segurado para que depois este pague o terceiro, pois o segurado é o causador do dano, e o que se cobre é o dano causado a terceiro. Essa é uma norma geral da responsabilidade civil.
É uma relação que se dá com um terceiro que está fora da relação contratual. O ressarcimento direito é uma novidade do código de seguros de 2005. Entre as novidades introduzidas pelo código de seguros a mais importante é a do ressarcimento direito, no sentido de que ela é um pressuposto necessário para o legislador prever o ressarcimento direito. No ressarcimento direito, a vítima não requer a ação contra a seguradora do responsável, mas contra a sua própria seguradora, colocando o consumidor em uma situação ainda melhor.

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