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1 SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA – “SURSIS” O “sursis” é uma forma anômala de cumprimento da pena, originada do sistema Belga-Francês, consistente na suspensão da pena privativa de liberdade por determinado tempo, chamado período de prova, no qual o condenado deve sujeitar-se a algumas condições previamente estabelecidas pelo juiz. O artigo 77 do Código Penal traz os requisitos para a concessão do “sursis”: a) pena privativa de liberdade fixada na sentença não superior a 2 anos; b) condenado não reincidente em crime doloso, salvo se a condenação anterior consistiu na aplicação de pena de multa. c) culpabilidade, antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e circunstâncias do crime autorizem a concessão do benefício. O período de prova é de 2 a 4 anos, dependendo da gravidade do delito. Ao longo desse período o agente deverá se sujeitar a certas condições (obrigatórias e facultativas). Ao final do período de prova, caso não tenha sido revogado o “sursis” o juiz irá decretar a extinção (cumprimento) da pena. “Sursis” Especial (art. §2º) – quando as circunstâncias do crime e do agente forem inteiramente favoráveis (as limitações impostas durante o período de provas são mais brandas). 2 “Sursis” Etário ou em razão de Doença Grave – Se o condenado tiver idade superior a 70 anos na data da sentença ou tiver sérios problemas de saúde e for condenado a pena não superior a 4 anos, o juiz poderá conceder o “sursis”, nesse caso o período de prova será de 4 a 6 anos. As demais regras seguem as determinações do “sursis” comum. Caso o agente não cumpra as imposições do período de prova o “sursis” será revogado e o agente deverá cumprir a pena integralmente. Ex: o agente foi condenado a pena privativa de liberdade de 2 anos. O juiz concedeu o “sursis” com período de prova de 3 anos. No 3º ano do período de prova o agente dá causa a revogação do benefício. Nesse caso ele deverá cumprir os 2 anos em que foi condenado, ou seja, o tempo passado de período de prova não abate o tempo de condenação caso haja revogação do benefício. A cerimônia onde o agente é advertido das regras do “sursis” recebe o nome de Audiência Admonitória. LIVRAMENTO CONDICIONAL O livramento condicional é um incidente na execução da pena consistente em uma antecipação provisória da liberdade do acusado concedida pelo juiz. Não se confunde com “sursis”, tampouco com progressão de regime, muito menos com liberdade provisória. Requisitos: a) condenação a pena privativa de liberdade; b) cumprimento de mais de 1/3 da pena, se não reincidente; c) cumprimento de mais de ½ se reincidente; 3 d) cumprimento de mais de 2/3 em caso de condenado por crime hediondo ou equiparado, salvo se reincidente específico; e) parecer favorável do Diretor do estabelecimento carcerário e do Ministério Público; f) comportamento satisfatório durante a execução da pena; g) no caso de condenado a crime doloso cometido mediante violência ou grave ameaça, que o acusado apresente condições que presumam que ele não voltará a delinqüir. Durante o período do livramento condicional (que corresponde ao restante da pena privativa de liberdade a ser cumprida, o agente também ficará sujeito a uma série de imposições sendo que o seu descumprimento ensejará a revogação do benefício). O tempo de livramento condicional, em caso de revogação, poderá ou não abater do restante da pena a ser cumprido.
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