Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Índices Nutricionais Introdução Devido à complexidade do diagnóstico nutricional, a partir de métodos mais simples (anamnese, antropometria e bioquímicos), é possível ter um diagnóstico nutricional mais rápido. Para tanto utilizamos os chamados índices nutricionais, que são combinações dos métodos citados acima, para se conseguir um diagnóstico nutricional. Em conjunto, esses dados evidenciam um aumento da sensibilidade do prognóstico de morbidade nos pacientes cirúrgicos. Índice Nutricional Hospitalar (INH) Prediz risco em paciente hospitalizados. INH = (0,91 x Alb ) – (1,00 x P. cutâneas) – (1,44 x sepse) + (0,98 x diagnóstico clínico) Alb = Albumina g/dL Provas cutâneas: • 0 – não reator • 1 – enduração < 5 mm • 2 – enduração > 5mm Sepse: Presente = 1; ausente = 2 Diagnóstico clínico: Câncer = 1; Outras doenças = 2 Índice Nutricional Hospitalar (INH) Interpretação: Sobrevida de 25%: < ou = -1 Sobrevida de 50%: zero Sobrevida de 90%: ≥ 2,5 Exercícios Calcule o INH e interprete o resultado para um paciente de 79 anos que está internado na Santa Casa de Lavras com diagnóstico de enfisema pulmonar. Informações: Transferrina: 300 mg/dL Albumina: 3,5 g/ dL 8mm de enduração Pré-albumina: 8 mg/dL Exercícios INH = (0,91 x Alb ) – (1,00 x P. cutâneas) – (1,44 x sepse) + (0,98 x diagnóstico clínico) INH = (0,91 x 3,5 ) – (1,00 x 2) – (1,44 x 2) + (0,98 x 2) INH = (3,185) – (2,0) – (2,88) + (1,96) INH = (3,185) – (2,0) – (0,92) INH = 0,265 Sobrevida de 50 a 90% 2 Índice de Prognóstico Nutricional (IPN) Prediz possíveis complicações pós-cirúrgicas em relação ao estado nutricional. Permite uma intervenção nutricional objetivando melhorar o quadro clínico e nutricional antes do ato cirúrgico. Índice de Prognóstico Nutricional (IPN) IPN = 158 – (16,6 x Alb) – (0,78 x DCT) – (0,2 x T) – (5,8 x P cutâneas) Alb = Albumina em g/dL DCT = Dobra cutânea tricipital em mm T – Transferrina em g/dL Provas Cutâneas • O – não reator 1 – enduração < 5 mm 2 – enduração > 5mm Índice de Prognóstico Nutricional (IPN) Interpretação Alto Risco de complicações pós-cirúrgicas: > 50 Risco Intermediário de complicações pós-cirúrgicas : entre 40 e 49 Baixo Risco de complicações pós-cirúrgicas: < 40 Índice de Prognóstico Nutricional (IPN) De mg/dL para g/dL 1g = 1000mg De mg para g = dividir por 1000 De g para mg – multiplicar por 1000 Exercícios Calcule o IPN para um paciente do sexo masculino, de 39 anos que se submeterá a uma cirurgia de hérnia de hiato. Informações: Pré-albumina: 21mg/dL Albumina: 4,0g/dL 10mm de enduração Dobra cutânea tricipital: 12mm Prega cutânea bicipital: 8mm Transferrina sérica: 25 g/dL Exercícios IPN = 158 – (16,6 x Alb) – (0,78 x DCT) – (0,2 x T) – (5,8 x P. cutâneas) IPN = 158 – (16,6 x 4) – (0,78 x 12) – (0,2 x 25) – (5,8 x 2) IPN = 158 – (66,4) – (9,36) – (5) – (11,6) IPN = 91,6 – (9,36) – (5) – (11,6) IPN = 82,24 – (5) – (11,6) IPN = 77,24 – (11,6) IPN = 65,64 – Alto risco de complicações pós-cirúrgicas 3 Índice Prognóstico Inflamatório e Nutricional (IPIN ou PINI) Conjuga parâmetros de inflamação e nutrição. Utilizado para pacientes em condições críticas - paciente com algum trauma, queimados, infectados e cardíacos. Prevê risco de complicações e morte desses pacientes. Ainda não tem um padrão de sensibilidade confirmado. Índice Prognóstico Inflamatório e Nutricional PINI = AG X PCR ALB X TTR (PALB) AG - α-1 Glicoproteína em mg/L PCR - Proteína C-Reativa em mg/L ALB – Albumina em g/L TTR – Transtiretina em mg/L ou pré-albumina PINI < 1 - Paciente sem infecção/inflamação PINI 1 a 10 - Paciente c/ baixo risco de complicações PINI 11 a 20 - Paciente c/ risco moderado de complicações PINI 21 a 30 - Paciente c/ alto risco de complicações PINI > 30 - Paciente c/ risco de morte Exercícios Calcular o PINI para um paciente do sexo feminino de 66 anos de idade, que sofreu acidente e fraturou o crânio. Pré-albumina: 0,35g/L Albumina: 4,65g/dL Transferrina: 300mg/dL Somatomedina C: 200ng/mL Proteína C-reativa:7,1mg/dL α-1 Glicoproteína: 5 mg/L Conversão Para se converter de g/dL para g/L, dividir o valor por 10. 1 L = 10 dL 4,65 ÷ 10 = 0,46g/L Exercícios PINI = AG X PCR ALB X PALB AG = 5mg/L PCR = 7,1mg/dL tem que ser mg/L = 7,1 ÷ 10 = 0,71 ALB = 4,65g/dL tem que ser g/L = 4,65 ÷ 10 = 0,46 TTR = 0,35g/L tem que ser mg/L = 350 Exercícios PINI = AG X PCR ALB X PALB PINI = 5 X 0,71 0,46 X 350 PINI = 3,55 161 PINI = 0,02 - Paciente sem infecção 4 Outros Índices Índice de Risco Nutricional Geriátrico (IRNG) – Idosos Mini-Avaliação Nutricional (MAN)- Idosos AVALIAÇÃO NUTRICIONAL SUBJETIVA GLOBAL Ferramenta em que o estado nutricional é classificado a partir da história clínica, sinais e sintomas gastrointestinais, capacidade funcional e do exame físico. Desenvolvido para classificar pacientes hospitalizado no pós-operatório - é um instrumento confiável, útil e válido para avaliar o estado nutricional de diversos grupos de pacientes. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL SUBJETIVA GLOBAL Objetivo: identificar o paciente com alto risco de sofrer complicações em virtude de seu estado nutricional. Tal avaliação, quando realizada por profissional treinado, é capaz de se igualar à avaliação objetiva (antropometria, composição corporal, etc). AVALIAÇÃO NUTRICIONAL SUBJETIVA GLOBAL Segundo Detsky et al (1987) a ANSG no pré- operatório foi o melhor índice de prognóstico para complicações infecciosas pós-operatórias em comparação com: Albumina sérica Transferrina sérica Avaliação antropométrica Índice de creatinina-altura Índice de Prognóstico Nutricional AVALIAÇÃO NUTRICIONAL SUBJETIVA GLOBAL Aspectos a serem avaliados: peso e variação de peso consumo alimentar sintomas gastrointestinais capacidade física Observando esses aspectos o paciente é classificado em: Bem nutrido Desnutrido leve/moderado Desnutrido grave AVALIAÇÃO NUTRICIONAL SUBJETIVA GLOBAL Vantagens: rápida e fácil (treinamento simples) baixo custo pode ser realizada por médicos, enfermeiros e nutricionistas idéia global do estado nutricional Desvantagens: não inclui a avaliação de proteínas viscerais ingestão alimentar e composição corporal não são avaliados 5 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL SUBJETIVA GLOBAL A – Anamnese 1. Peso Corporal (1) Mudou nos últimos 6 meses • ( ) Sim ( ) Não (1) Continua perdendo peso atualmente (últimas 2 semanas) • ( ) Sim ( ) Não Peso atual ___kg Peso habitual___kg Perda de Peso___% • Se > 10% (2) ( ) • Se < 10% (1) ( ) Total parcial de pontos:________ Perda de peso – últimos 6 meses %PP = Peso usual – peso atual x 100 peso usual AVALIAÇÃO NUTRICIONAL SUBJETIVA GLOBAL A – Anamnese 2. Dieta (1) Mudança da dieta • ( ) Sim ( ) Não Amudança foi para: • (1) Dieta hipocalórica ( ) • (2) Dieta pastosa hipocalórica ( ) • (2) Dieta líquida > 15 dias ou solução de infusão intravenosa > 5 dias ( ) • (3) Jejum > 5 dias ( ) • (2) Mudança persistente > 30 dias ( ) AVALIAÇÃO NUTRICIONAL SUBJETIVA GLOBAL A – Anamnese 3. Sintomas gastrointestinais (persistem por > 2 semanas) • (1) Disfagia e/ou odinofagia ( ) • (1) Náuseas ( ) • (1) Vômitos ( ) • (1) Diarréia ( ) • (2) Anorexia, distensão, dor abdominal ( ) Total parcial de pontos:________ AVALIAÇÃO NUTRICIONAL SUBJETIVA GLOBAL A – Anamnese 4. Capacidade funcional física (por mais de 2 semanas) • (1) Abaixo do normal ( ) • (2) Acamado ( ) Total parcial de pontos:________ 5. Doença e sua relação com as necessidades nutricionais. Stress = demanda metabólica • (1) Baixo estresse ( ) • (2) Moderado estresse ( ) • (3) Alto estresse ( ) Total parcial de pontos:________ AVALIAÇÃO NUTRICIONAL SUBJETIVA GLOBAL B – Exame Físico • (0) Normal • (+1) Leve ou moderadamente depletado • (+2) Gravemente depletado ( ) Perda da gordura subcutâneas (abaixo dos olhos, bíceps e tríceps) ( ) Redução da massa muscular (deltóide, quadríceps, costelas, entre o polegar e o indicador da mão) ( ) Edema sacral ( ) Ascite ( ) Edema tornozelo Total parcial de pontos:________ AVALIAÇÃO NUTRICIONAL SUBJETIVA GLOBAL Somatório dos totais parciais de pontos:_______ C. Categorias de ANSG Bem Nutrido - < 17 pontos Desnutrido leve/moderado – entre 17 e 22 pontos Desnutrido grave - > 22 pontos Fonte: Waitzberg adaptado por Detsky e Garavel 6 Tecido adiposo subcutâneo (abaixo dos olhos) diminuído Tecido adiposo subcutâneo (abaixo dos olhos) normal Tecido adiposo subcutâneo (trícipes) diminuído Tecido adiposo subcutâneo (trícipes) normal Tecido adiposo subcutâneo (bícipes) diminuído Tecido adiposo subcutâneo (bícipes) normal 7 Massa muscular diminuída (deltóide) Massa muscular diminuída Massa muscular normal Massa muscular normal (deltóide) Massa muscular diminuída (quadríceps) Massa muscular normal (quadríceps) 8 Massa muscular diminuída Massa muscular normal Massa muscular diminuída Massa muscular normal Referências Bibliográficas Avaliação do Estado Nutricional. Medicina, Ribeiro Preto, 29: 5- 18, jan./mar. 1996. Cupari, L. Nutrição – Nutrição Clínica no Adulto. Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar. 2ed ver e ampl.- Barueri, SP: Manole, 2005. Quadros, A.P.; Venturi, I. Avaliação Nutricional Subjetiva Global – Sua Contribuição no Diagnóstico e Tratamento Nutricional. Prática Hospitalar. Ano XI.N61.jan./fev.2009. Referências Bibliográficas Rosa, G. Avaliação Nutricional do Paciente Hospitalizado – Uma Abordagem Teórico-Prática. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2008. Silva, S.M.C.S.; Mura, J.D.P; Tratado de Alimentação, Nutrição e Dietoterapia. São Paulo:Roca, 2007. 9 Referências Bibliográficas Avaliação do Estado Nutricional. Medicina, Ribeiro Preto, 29: 5- 18, jan./mar. 1996. Cupari, L. Nutrição – Nutrição Clínica no Adulto. Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar. 2ed ver e ampl.- Barueri, SP: Manole, 2005. Quadros, A.P.; Venturi, I. Avaliação Nutricional Subjetiva Global – Sua Contribuição no Diagnóstico e Tratamento Nutricional. Prática Hospitalar. Ano XI.N61.jan./fev.2009. Referências Bibliográficas Rosa, G. Avaliação Nutricional do Paciente Hospitalizado – Uma Abordagem Teórico-Prática. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2008.
Compartilhar