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AULA 6 IPTU E IPVA

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IMPOSTOS MUNICIPAIS
“Art. 156 CF/88. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I - propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.”
“Art. 147 CF/88. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.”
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IPTU 
Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana
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Contribuinte: 
“Art. 34 CTN. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título”.
o proprietário do imóvel: Quando todos os direitos da propriedade se encontram na mão de um só titular;
o titular do seu domínio útil: É a hipótese da propriedade estar fracionada(enfiteuta e usufrutuário).
possuidor a qualquer título: é necessário que seja possuidor do bem imóvel com ânimo de dono. – STJ, REsp325.489. Não podendo ser mero detentor.
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Perguntas...
E o locatário do imóvel?
“Art. 123 CTN. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.”
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Perguntas...
E no contrato de compra e venda? o alienante, proprietário do bem X promitente comprador, que possui ânimo de dono?
STJ: Súmula 399: “Cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo do IPTU.”
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Perguntas...
E no contrato de compra e venda?
Artigo 130, CTN - ”Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova da quitação”.
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Fato gerador
(elemento temporal: 1º de janeiro): 
Art. 32. CTN. “O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município.
 § 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
 I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
 II - abastecimento de água;
 III - sistema de esgotos sanitários;
 IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
 V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado.
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Continua...
 § 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior”. (Entendimento do STJ e exame da ordem)
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 ÁREA RURAL (ITR)
 X 
 ÁREA URBANA (IPTU)
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Base de cálculo:
“Art. 33 CTN. A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel.
 Parágrafo único. Na determinação da base de cálculo, não se considera o valor dos bens móveis mantidos, em caráter permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou comodidade”.
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Atenção:
Ressalta-se que a simples atualização do valor venal do imóvel, pelos índices oficiais de correção monetária, não constitui autêntica majoração da base de cálculo do IPTU, podendo ser promovida pelo próprio poder executivo Municipal, sem que ocorra violação ao princípio da legalidade, na forma do artigo 97, §2ª do CTN. Todavia, caso os índices não sejam os oficiais, de forma que a atualização monetária se revele em verdadeira majoração de tributo, será fatalmente rechaçada pelos tribunais por afrontar não só o CTN, como o próprio princípio da legalidade tributária previsto na CF/88.
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Da Progressividade de Alíquotas:
Art. 156. CF/88 (...)
Parágrafo 1º. Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
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Progressividade no tempo:
O critério de progressividade era respaldado na “função social da propriedade” (Art. 182, §4º, II, CF, Estatuto da cidade). A progressividade atuava na busca do adequado aproveitamento da propriedade, onerando-se mais, ano a ano, o proprietário que mantivesse a propriedade subaproveitada. Dessa forma, subsistia a progressividade “extrafiscal” para o IPTU, antes da EC 29/2000. 
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Progressividade no tempo:
Súmula 668, STF: “É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana”.
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Progressividade em razão do valor do imóvel
Após a EC 29/2000, o IPTU ganhou nova progressividade – a “fiscal” –, além da já consagrada progressividade “extrafiscal”. É a evidência da extensão do “princípio da capacidade contributiva” – somente válido para impostos pessoais (Art. 145, §1º,CF).
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Pergunta...
Quanto mais imóveis o contribuinte tiver, haverá adicional progressivo?
STF Súmula nº 589 -   É inconstitucional a fixação de adicional progressivo do imposto predial e territorial urbano em função do número de imóveis do contribuinte.
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Alíquotas diferenciadas:
Uso do imóvel
Localização do imóvel
Diferenciação de Alíquota
 X
 Progressividade de Alíquota
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IPVA
Imposto sobre a propriedade de veículos automotores
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Introdução e competência 
A finalidade deste tributo é eminentemente fiscal e a competência dos Estados e do Distrito Federal para a instituição encontra-se prevista na Constituição Federal (art. 155, III e § 6º).
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Art. 155, III, §6º CF/88:
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
(...)
III - propriedade de veículos automotores
§ 6º O imposto previsto no inciso III: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
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Da ausência de Lei Complementar e previsão específica no CTN
Contudo, não possui este tributo normas gerais prevista em lei complementar, não tratando deste imposto de forma específica o CTN em nenhum de seus artigos.
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O fato de sua ausência no CTN é explicado em razão de ter sido o IPVA somente previsto na Constituição de 1967, com a redação dada pela EC 1/69. Assim, como o CTN foi editado antes, em 1966, não lhe confere tratamento de forma específica em nenhuma de suas normas.
Contudo, diante da ausência de normas gerais previstas em lei complementar, por força da competência concorrente supletiva entregue aos Estados e ao DF em matéria
tributária pela Constituição (art. 24), serão as legislações estadual e distrital que irão versar sobre este tributo, tratando de temas como a previsão de fato gerador, base de cálculo e contribuinte.
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Anterioridade da Lei
Com relação às anterioridades, deverá observar a anterioridade máxima prevista na Carta Magna (art. 150, III, “b” e “c”), salvo em relação às alterações de sua base de cálculo, dispensando-se, nesse ponto, a observância da anterioridade nonagesimal.
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Fato gerador e seu momento de ocorrência 
Conforme visto no tópico anterior, não há lei complementar traçando normas gerais sobre o IPVA, de forma a prever, entre outras coisas, o fato gerador deste tributo. Assim, possuem os Estados e o Distrito Federal competência legislativa plena nesse tocante.
A Constituição, contudo, traça alguns parâmetros que irão nortear a atividade legislativa dos Estados e do DF, pois ao dizer que o imposto versará sobre a propriedade de veículo automotor, permite inferir que o simples uso do veículo automotor dissociado da propriedade não pode ser fato gerador do tributo.
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Pergunta...
Há incidência do IPVA sobre embarcações e aeronaves?
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Há uma acirrada polêmica sobre a possibilidade de incidência do IPVA sobre embarcações e aeronaves. As procuradorias dos Estados entendem que a incidência sobre a propriedade de embarcações e aeronaves é legítima, pois são veículos movidos por motor á combustão, estando abarcados pela hipótese de incidência do tributo. 
Contudo, defendem os particulares que a incidência será legítima apenas sobre veículos terrestres, baseando-se tal entendimento no fato de que o tributo é sucedâneo da antiga Taxa Rodoviária Única, típico caso de interpretação histórica. Foi este o entendimento adotado pelo STF, ou seja, favorecendo os contribuintes, de modo a retirar da hipótese de incidência do imposto embarcações e aeronaves.
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Lei Estadual e limitações
A lei estadual deverá, portanto, prever todos os aspectos necessários para a válida instituição e cobrança do tributo, tal como o momento em que se considera ocorrido o fato gerador, a alíquota do imposto, os contribuintes com os casos de responsabilidade tributária.
Contudo, apesar da maior liberdade que possuem, deverão os Estados e o DF se pautar em alguns parâmetros, a seguir expostos.
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O IPVA deverá seguir os parâmetros abaixo quando de sua instituição
O tributo é devido anualmente no Estado de domicílio ou residência do proprietário 
O fato gerador ocorre anualmente, em primeiro de janeiro
Nos casos de aquisição de veículo novo, o primeiro fato gerador ocorre na data da aquisição pelo consumidor final; passando após ser considerado ocorrido anualmente, a cada primeiro de janeiro
Nos casos de aquisição de veículo importado, o fato gerador ocorre na datado desembaraço aduaneiro, pelo consumidor final; passando após ser considerado ocorrido anualmente, a cada primeiro de janeiro.
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Pergunta...
Quem vai ser o contribuinte? O possuidor é contribuinte?
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O contribuinte do tributo é o proprietário do veículo automotor. Conforme dito anteriormente, a simples posse de veículo ou sua mera detenção não são situações jurídicas aptas a configurar o fato gerador do IPVA.
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Alíquota e base de cálculo
Diferentemente do que ocorre com o ITCMD, a Constituição Federal (art. 155, § 6º, I) dispõe que caberá ao Senado Federal fixar as alíquotas mínimas passíveis de cobrança pelas legislações estaduais e do Distrito Federal.
Qual é a razão dessa norma?
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EVITAR GUERRA FISCAL
A razão de ser desta norma é evitar que uma guerra fiscal se instaure entre os Estados membros, pois seria possível que determinado Estado da federação fixasse alíquotas irrisórias com a finalidade de atrair contribuintes para seu território. Diante disto, restaria aos demais Estados prejudicados reduzir suas alíquotas também ou se contentar com a saída de contribuintes de seu território. Com a diminuição da arrecadação, acabam ficando os entes federativos prejudicados mais dependentes das transferências voluntárias repassadas pelo Governo Federal, fazendo com a sociedade perca como um todo.
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Diferenciação de alíquotas:
Dispõe a Carta Maior que as alíquotas poderão ser diferenciadas em função do tipo e da utilização do veículo. Assim, veículos classificados como utilitários e veículos classificados como de passeio poderão possuir alíquotas diferenciadas, assim como a utilização destes como táxi ou para transporte escolar poderá ensejar alíquotas distintas.
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STF...
Todavia, já enfrentou o STF a questão da diferenciação de alíquotas com relação a procedência do veículo, entendendo pela sua inconstitucionalidade. Assim sendo, veículos importados então não poderão ser tributados com alíquotas mais gravosas simplesmente pelo fato de serem provenientes do exterior, segundo entendimento do Pretório Excelso.
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Base de cálculo
A base de cálculo do tributo é o valor venal do veículo, ou seja, o valor que ele alcançaria numa venda normal no mercado. Importante sublinhar que a alteração da base de cálculo excepciona a anterioridade máxima, pois não precisa observar a norma constitucional que prevê a anterioridade nonagesimal (art. 150, III, c), respeitando apenas a anterioridade de exercício financeiro (art. 150, III, b).
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Lançamento
O lançamento do tributo abcederá ao disposto na legislação do respectivo Estado ou do DF. Normalmente, a modalidade utilizada é a de ofício, na qual os atos tendentes a apurar a matéria tributável são praticados pela autoridade fazendária.
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Pergunta...
Se o veículo é roubado ou furtado, o IPVA é devolvido?
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Sempre que um veículo for Roubado/Furtado e o Imposto já estava pago, o Imposto referente aos meses posteriores ao fato até dezembro é passível de devolução. 
Obs: No caso de sinistro (perda total) somente a baixa efetiva no DETRAN/RS cessará a incidência do IPVA.
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Pergunta...
O Reboque e semi-reboques alcançam a incidência de IPVA?
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Reboques e semi-reboques, como não são veículos automotores, não estão alcançados pela incidência do IPVA.
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Quem está isento?
Os Corpos Diplomáticos acreditados junto ao Governo Brasileiro; *
Os proprietários de máquinas agrícolas, máquinas de terraplenagem, tratores, barcos de pesca artesanal, ciclomotores e de veículos de força motriz elétrica, conforme consta na legislação do IPVA;
Os conselhos comunitários Pró-Segurança Pública - CONSEPROs, em relação aos veículos de sua propriedade, enquanto utilizados nas atividades de segurança pública; *
Os proprietários de veículos automotores terrestres fabricados há mais de vinte anos;
Os proprietários de veículos cujo valor do imposto resulte em quantia inferior a 4 UPF-RS; 1
Os deficientes físicos e os paraplégicos, proprietários de veículos automotores de uso terrestre, em relação ao veículo adaptado às necessidades de seu proprietário, em razão da deficiência física ou da paraplegia; *
Veículos automotores terrestres utilizados no transporte individual de passageiros na categoria de aluguel, desde que permissionários dessa atividade;
1. Aos ônibus empregados no transporte coletivo de pessoas: 
1.1. Em linhas urbanas ou suburbanas;
1.2. Em linhas entre municípios de uma mesma região metropolitana estabelecida em Lei Federal;
1.3. Em linha que, por abranger área constituída de 2 (dois) ou mais municípios, apresenta características de transporte urbano ou suburbano
Aos micro-ônibus empregados no transporte coletivo de passageiros (táxis-lotação), em linha urbana, desde que permissionários dessa atividade.
(www.sefaz.rs.gov.br)
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Qual o valor devido?
A base de cálculo do imposto é o valor médio de mercado dos veículos automotores:
Na hipótese de veículos novos, considera-se valor médio de mercado o constante no documento fiscal, incluído o valor de opcionais e acessórios, e o imposto devido, resultante da aplicação da alíquota correspondente, será reduzido proporcionalmente ao
número de meses decorridos do ano-calendário, anteriores ao mês da aquisição.
Na hipótese de veículos automotores usados, considera-se valor médio de mercado o divulgado pelo Poder Executivo em moeda corrente nacional e monetariamente atualizado nos termos da legislação vigente.
As alíquotas do imposto são:
3 %:
automóvel, camioneta, motor-casa;
aeronave e embarcação, se de lazer, esporte ou corrida;
2 %:
aeronave e embarcação, exceto de lazer, esporte ou corrida;
motocicleta, motoneta, triciclo e quadriciclo;
1 %: caminhão, caminhão-trator, ônibus e micro-ônibus;
1 %: automóvel e camioneta para locação;
(www.sefaz.rs.gov.br)
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DECRETO Nº 32.144/85
DECRETO Nº 32.144, DE 30 DE DEZEMBRO DE 1985. (REGULAMENTO DO IPVA) - REGULAMENTA O IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES (IPVA). (Atualizado até o Decreto nº 52.437, de 26/06/15. (DOE 29/06/15) 
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