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MÉTODOS CIENTÍFICOS

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Unidade II
Métodos Científicos
	O sábio deve organizar; fazemos ciência com fatos assim como construímos uma casa com pedras, mas uma acumulação de fatos não é ciência assim como não é uma casa um monte de pedras (POINCARÉ, 1985, p. 115).
A fé nos fatos é uma característica do mundo modero. Esta fé exige – como qualquer outra – que o crente se incline perante o que é criado, portanto, ela lhe diz: “Inclina-te perante os fatos!” O fato considera-se como algo de absoluto, que fala compulsivamente por si mesmo; a experiência compara-se assim a um tribunal, onde se procede a um interrogatório e se emite um juízo. E, como todo tribunal, também este se considera como uma instância objetiva. Mas o domínio que sobretudo se crê estar sujeito a este objetividade é a ciência; e, por isso, ela é olhada como a guardiã e a descobridora da verdade (HUBNER, 1993, p. 37 apud KOCHE, 1997, p. 41)
Conceito de Método Científico
Conjunto das atividades sistemáticas e racionais que com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista. 
Conceito de Método Científico
Discussão e descrição de quais critérios básicos são utilizados no processo de investigação científica. 
Não existe um modelo com normas prontas. 
“Há tantos métodos quanto forem os problemas analisados e os investigadores existentes” (KÖCHE, 1991, p. 68). 
Histórico do Método Científico
Visão grega
Conhecimento científico: certo e necessário através de argumentos lógicos 
Ciência grega: ciência do discurso (demonstração da verdade racional no plano sintático)
Histórico do Método Científico: 
a abordagem da Ciência Moderna
Séc. XVII: Renascimento  revolução científica moderna  experimentação científica
Exigência de métodos precisos de investigação e explicação no campo das ciências naturais: uso de métodos matemáticos experimentais
O método de Francis Bacon 
Os preconceitos deveriam ser abandonados: impedem e distorcem a verdadeira visão do mundo  resultante da interpretação da natureza. 
Natureza: é necessário obedecê-la para dominá-la
Observação sistemática e experiência dos fenômenos e fatos naturais
coincidências constantes
Tábuas: 
presença (circunstâncias em que se produz)
ausência (casos em que não produz)
graus (onde há variação de intensidade)
O método de Galileu Galilei 
Indução experimental  lei geral  observação quantitativa
Certeza da validação da explicação: provas construídas e elaboradas de forma matemática com as evidências quantitativas dos fatos produzidas pela experimentação. 
Critério de verdade: correspondência entre o conteúdo dos enunciados e a evidência dos fatos (verdade semântica)
Etapas do Método Experimental
Método Racional: 
o método de Descartes
Método dedutivo: certeza  razão
Regras: 
evidência: evitar a precipitação e o preconceito
Análise: dividir as dificuldades em partes
Síntese: conduzir ordenadamente os pensamentos
Enumeração: enumerações cuidadosas e revisões gerais
Explicação
Satisfatória
Conclusão
Satisfatória
Início de novo ciclo
Prova da solução
Obtenção de uma solução
Invenção de novas idéias ou produção de novos dados empíricos
Inútil
Tentativa de solução
Procura de instrumentos ou conhecimentos relevantes
Colocação precisa do problema
Não Explicação
Problema ou lacuna
Não satisfatória
CONCEPÇÃO ATUAL DE MÉTODO CIENTÍFICO
Visão contemporânea de ciência e método
Incerteza e ruptura com o cientificismo
Pierre Duhem (1861-1916)
Cientista constrói teorias que determinam sobre a validade ou não das interpretações
Critérios são condicionados historicamente (convenções)
Historicidade dos princípios do fazer científico
Einstein
Teoria da relatividade restrita e da relatividade geral
Modelo de mundo influenciado pelas suas emoções, paixão mística, imaginação, convicções filosóficas
Quebra do mito da objetividade pura
Ciência: proposta de uma interpretação
“O cientista se aproxima mais do artista do que do fotógrafo”. 
Críticas ao empirismo
Não se pode observar todos os fatos, fenômenos ou coisas
O valor da pura observação, desprovida de todo e qualquer critério a priori, é nulo. 
Os fatos não explicam por si mesmos o problema que é objeto da investigação científica, pois há muitas formas de observá-los e classificá-los que dependem de critérios de ordem subjetiva ou do tipo de referencial teórico que é utilizado (KÖCHE, 1997, p. 64).
A explicação do fato depende das conjeturas inventadas pelo pesquisador à luz do conhecimento disponível. 
Tipos de Métodos
Experimental: experimentação
Indução
Racional: razão
Dedução
Hipotético-Dedutivo
Dialético
Histórico
Comparativo
Estatístico
Tipológico
Monográfico
MÉTODO INDUTIVO
Bacon, Hobbes, Locke.
Conhecimento obtido a partir de experiências, sem levar em conta princípios preexistentes. 
Parte-se de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal.
Conteúdo da conclusão > conteúdo das premissas
Exemplo
O ferro conduz eletricidade.                                   
O ouro conduz eletricidade.                                   
O chumbo conduz eletricidade.  
A prata conduz eletricidade.    
O ferro, o ouro, o chumbo, a prata são metais.                              
Logo, todo metal conduz eletricidade.     
Casos em que os problemas da amostra interferem na legitimidade da inferência
Amostra insuficiente
Amostra tendenciosa
Métodos Dedutivo
É um método lógico que pressupõe que existam verdades gerais já afirmadas e que sirvam de base (premissas) para se chegar através dele a conhecimentos novos.
Parte de um conhecimento geral para entender algo específico.
Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão deve ser verdadeira
Toda a informação ou conteúdo factual da conclusão já estava nas premissas.
Conteúdo das premissas > conteúdo da conclusão
Silogismo: As premissas são apresentadas de forma absoluta e incondicional. A relação entre estas e a conclusão é necessária.
Exemplo
Todas as baleias são mamíferos.
Alguns animais são baleias.
Logo, alguns animais são mamíferos.
Críticas ao Método Dedutivo
É preciso compreendermos porque as premissas são verdadeiras
A dedutibilidade não só não é condição suficiente de explicação, mas também não é condição necessária, pois muitas são as explicações que não têm qualquer lei como premissa.
MÉTODO 
HIPOTÉTICO-DEDUTIVO
Posição de Popper perante a Indução e o Método Científico
Defende o conhecimento racional 
Construção de conjecturas:
submetidas a testes, 
à crítica intersubjetiva, 
ao controle mútuo pela discussão crítica, 
à publicidade crítica
ao confronto com os fatos, resistindo às tentativas de refutação e falseamento. 
Método Hipotético-Dedutivo
Tentativas e eliminação de erros
Não leva a certeza
Critérios para avaliar a validade das hipóteses
Clareza dos limites e limitações das teorias as quais se trabalha
Testes de rejeição
Confronto somente com a base empírica da pesquisa é insuficiente  necessidade de confronto com hipóteses concorrentes
Compara resultados de desempenho do confronto de diferentes hipóteses com os fatos, à luz de um pluralismo teórico. 
Tentativa de falseamento
Meio de teste: observação ou experimentação.
Quanto mais falseável for uma conjectura mais científica será.
Quanto mais informativa uma conjectura mais falseável ela será. 
A não descoberta de caso concreto negativo corroborá a hipótese. 
Refutação (rejeição)
Nova lacuna, contradição ou problema
Nova teoria
Corroboração (Não rejeição)
Avaliação das Conjecturas, Soluções ou Hipóteses
Análise dos Resultados
Testagem
Técnica de Falseabilidade
Consequências falseáveis - Enunciados deduzidos
Conjecturas, soluções ou hipóteses
Lacuna, contradição ou problema
Conhecimento Prévio - Teorias Existentes
Método Dialético
Construção do conhecimento nunca chega ao fim
No universo nada está isolado, tudo é movimento e mudança.
Pesquisas
qualitativas
Leis da dialética
Ação recíproca
Mudança dialética
Passagem da quantidade à qualidade
Interpenetração dos contrários
Ação recíproca
Fim de um processo  começo de outro
Todo unido, coerente, condicionando-se reciprocamente
Análise de um fato do ponto de vista das condições que o determinam e o explicam.
Mudança dialética
Extinção relativa das coisas  movimento absoluto  coincide com o repouso absoluto na unificação
Negação  ponto de transformação em seu contrário
Desenvolvimento dialético: prossegue por negações  nada é imutável
Passagem da quantidade a qualidade
Certos graus de mudança quantitativa  conversão qualitativa
Mudança quantitativa: aumento ou diminuição da quantidade
Mudança qualitativa: passagem de um estado para outro  rápida, súbitas, resultado da acumulação de mudanças quantitativas graduais
Interpenetração dos contrários
Qual o motor das mudanças?
Contradição interna, inovadora
Unidade dos contrários: condicionada, temporária, passageira e relativa.
Métodos específicos das Ciências Sociais
Método Histórico
Investigação de acontecimentos, processos e instituições do passado  influência na sociedade atual
Alterações influenciadas pelo contexto cultural particular de cada época. 
Preenchimento dos vazios dos fatos e acontecimentos  tempo  percepção da continuidade e do entrelaçamento
Método comparativo (Tylor)
Comparações  verificar similitudes e explicar divergências
Comparações de grupos no presente, no passado, sociedade de estágios de desenvolvimento iguais ou diferentes
Análise do dado concreto
Estudos qualitativos, quantitativos, largo alcance
Método Monográfico (Le Play)
Estudo de determinados indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades com a finalidade de obter generalizações.
Respeita a “totalidade solidária” dos grupos.
Método Estatístico (Quetelet)
De conjuntos complexos  representações simples  constatação das relações entre si
Descrição quantitativa da sociedade  todo organizado
Método de experimentação e prova
Método tipológico(Max Weber)
Semelhanças com o método comparativo
Comparação de fenômenos sociais complexos  tipos ideais (análise dos aspectos essenciais)
Tipo ideal: não existe na realidade  modelo para análise e compreensão dos casos concretos.
Bibliografia
KÖCHE, José Carlos. Ciência e método: visão histórica. In: ____. Fundamentos de Metodologia Científica: teoria da ciência e iniciação à pesquisa. 22. ed. Petrópolis: Vozes, 1997. p. 41 – 88. 
LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade. Métodos Científicos. In: _____. Metodologia Científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991. p. 44 – 98.

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