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www.ResumosConcursos.hpg.com.br 
Apostila: Direitos Humanos – por Péricles Antunes Barrreira. 
 
 
 
Apostila de Direito Constitucional 
 
 
Assunto: 
 
 
DIREITOS HUMANOS 
 
 
 
 
 
Autor: 
 
PÉRICLES ANTUNES BARRREIRA. 
 
 
 
 
 
 1 
- EXPLICAÇÃO NECESSÁRIA – 
 
 
 
Esta apostila foi elaborada para o propósito específico de 
registrar os conteúdos dos esboços de aulas ministradas pelo autor 
para os cursos que digam respeito a DIREITOS HUMANOS. Por 
isso mesmo, tem o caráter e a qualidade precária de uma apostila. 
Tratando-se basicamente de esboços, certamente não contém todas 
as informações só possíveis de serem obtidas na bibliografia 
fornecida e através do estudo e reflexão sobre o tema. 
A apostila, nunca dispensa a consulta aos livros atinentes 
à matéria. 
Em algumas versões, junta-se publicações de revistas, 
internet e jornais no corpo da publicação ( ou em forma 
avulsa, disponibilizadas para fotocópias ), as quais servem 
de ilustração para alguns temas tratados, relacionando-os 
com os fatos diários pertinentes aos DIREITOS 
HUMANOS. Desnecessário dizer que sua circulação é 
restrita. 
Críticas serão sempre bem vindas, nos seguintes sítios: 
péricles.barreira@ibama.gov.br ou pabarreira@cultura.com.br 
 
 
 PÉRICLES ANTUNES BARREIRA, M.S. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Site ResumosConcursos
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 2 
- D I R E I T O S H U M A N O S – 
 
- Péricles Antunes Barrreira. 
(Organização ) 
 
1. Sinonímia 
 
Direitos do Homem e do Cidadão 
Direitos Fundamentais ( servem de fundamento a outros 
direitos ou subordinados a ele, sendo garantidos ao 
indivíduo pela constituição ) 
Liberdades Públicas 
Garantias Constitucionais 
Direitos e Garantias Individuais 
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos 
Direitos Subjetivos Públicos 
Declaração dos/de Direitos 
Anglo-saxões e Latinos: Direitos Humanos/Direitos do 
Homem( Bonavides ) 
 
2. Definições 
 
Varia de autor para autor. 
 
“Denominação genérica dos direitos que se referem 
diretamente ao indivíduo, decorrem da condição humana e 
estão de acordo com a lei natural.” 
“Relações jurídicas concernentes ao homem enquanto ser 
social; direitos que nascem com a pessoa humana, 
portanto, subjetivos, a ela inerentes em função de sua 
racionalidade e que fazem parte de toda a sua existência.” 
 (Selma Regina Aragão, p.2) 
 
 
 
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 3 
 
 
 
 
 
 
3. Os Direitos Humanos como um Adquirido da 
Humanidade – Origens Históricas 
 
Sua existência é bastante remota. 
Podem ser vistos, primeiramente, como uma evolução do 
pensamento filosófico-jurídicos. Fábio Konder Comparato 
propõe as seguintes etapas da formação do Conceito de 
pessoa, que ensejou a atribuição dos direitos humanos: 
 
3.1. FASES DO PENSAMENTO FILOSÓFICO 
 
1ª F A S E – Período Axial 
 
A)-Eixo histórico axial da humanidade, do século VIII a II 
a.C. Vieram no mesmo período histórico, em diversas 
partes do globo, grandes pensadores ( Zaratustra na Pérsia; 
Buda na Índia; Lao-Tsê e Confúcio na China; Pitágoras na 
Grécia e o Dêutero-Isaías em Israel ). Já se aponta para o 
abandono da explicações mitológicas . 
No séc. V A.C. ( o “século de Péricles” ), nasce a 
filosofia, substituindo o saber mitológico da tradição pelo 
saber lógico da razão. 
Para Sócrates e Platão a igualdade essencial do homem 
está na alma. O corpo é um instrumento e por isso a 
individualidade de cada ser humano não pode ser 
confundida com a sua aparência, estampada no rosto (FKC, 
p.155,16) 
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 4 
Para o Estóicos ( Zenão de Cítio ), as idéias centrais são: 
UNIDADE MORAL DO SER HUMANO E A DIGNIDADE 
DO HOMEM. 
B)- o homem como ser dotado de liberdade e razão. 
C)- o aparecimento da lei escrita. 
 
2ª F A S E – 
A elaboração do conceito de pessoa inaugurou-se com 
Boécio, no início do séc. VI. Seus escritos influenciaram 
profundamente todo o pensamento medieval. Dele a 
definição: “diz-se propriamente pessoa a substância 
individual da natureza racional”. A definição boeciana de 
pessoa foi integralmente adotada por Santo Tomás de 
Aquino. 
 
3ª F A S E – 
A FILOSOFIA DE KANT. 
Para ele, só ser racional possui faculdade de agir segundo a 
representação de lei ou princípios; só um ser racional tem 
vontade, que é uma espécie de razão, denominada de razão 
prática. 
Continua Kant: “Os entes, cujo ser na verdade não 
depende da nossa vontade, mas da natureza, quando 
irracionais, têm unicamente um valor relativo, como meios, 
e chamam-se por isso coisas; os entes racionais, ao 
contrário, denominam-se pessoas, pois são marcados, pela 
sua própria natureza como fins em si mesmos; ou seja, 
como algo que não pode servir simplesmente de meio, o 
que limita, em conseqüência, nosso livre arbítrio.” 
Daí decorre, como assinalou o filósofo, que TODO 
HOMEM TEM DIGNIDADE E NÃO UM PREÇO, COMO 
AS COISAS. A HUANIDAD COMO ESPÉCIE, E CADA 
SER HUMANO EM SUA INDIVIDUALIDADE, É 
PROPRIAMENTE INSUBSTITUÍVEL; NÃO TEM 
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 5 
EQUIVALENTE, NÃO PODE SER TROCADO POR 
COISA ALGUMA” ( FKC, P. 21,22 ). 
O mesmo filósofo afirma: “se o fim natural de todos os 
homens é a realização de sua própria felicidade, não basta 
agir de modo a não prejudicar ninguém. Isto seria uma 
máxima meramente negativa. Tratar a humanidade como 
um fim em si implica o dever de favorecer, tanto quanto 
possível, o fim de outrem. Pois sendo o sujeito um fim em si 
mesmo, é preciso que os fins de outrem sejam por mim 
considerados também como meus.” (FKC, 23). 
 
4ª FA S E 
 
Ainda Kant afirma que o HOMEM É O ÚNICO SER, NO 
MUNDO, DOTADO DE VONTADE, ISTO É, DA 
CAPACIDADE DE AGIR LIVREMENTE, sem ser 
conduzido pela inelutabilidade do instinto. ( FKC, p. 25 ). 
É sobre o fundamento último da liberdade que se assenta 
todo o universo axiológico, isto é, o mundo das 
preferências valorativas. 
Ora, isto exige, como condição da convivência humana 
harmoniosa, o consenso social sobre a força ética de uma 
tábua hierárquica de valores. Os bens ou ações humanas 
não se organizam, apenas, numa oposição primária de 
valores e contra-valores. 
Em síntese, “A PESSOA HUMANA E, AO MESMO 
TEMPO, O LEGISLADOR UNIVERSAL, EM FUNÇÃO 
DOS VALORES ÉTICOS QUE APRECIA, E O 
SUJEITO QUE SE SUBMETE VOLUNTARIAMENTE 
A ESSAS NORMAS VALORATIVAS” (FKC, 26). 
 
 
 
 
 
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 6 
A compreensão da realidade axiológica transformou, 
como não poderia deixar de ser, toda a teoria jurídica. OS 
DIREITOS HUMANOS FORAM IDENTIFICADOS 
COM OS VALORES MAIS IMPORTANTES DA 
CONVIVÊNCIA HUMANA, AQUELES SEM OS 
QUAIS AS SOCIEDADES ACABAM PERECENDO, 
FATALMENTE, POR UM PROCESSO 
IRREVERSÍVEL DE DESAGRAGAÇÃO.” (idem,p.26) 
 
5ª FA S E 
 
Na elaboração do conceito de pessoa, abriu-se o século XX, 
com a filosofia da vida e o pensamento existencialista. 
Como ração à crescente despersonalização do homem no 
mundo contemporâneo, como reflexo da mecani zação e da 
burocratização da vida em sociedade, o Séc. XX acentuou o 
caráter único e, por isso mesmo, inigualável e 
irreprodutível da personalidade individual. 
Confirmando a visão da filosofia estóica, reconheceu que a 
essência da personalidade humana não se confunde com a 
função ou papel que cada qual exerce na vida. 
A chamada qualificação pessoal ( estado civil, 
nacionalidade, profissão, domicílio ) é mera exterioridade, 
que nada diz da essência própria do indivíduo. 
Por último, a reflexão filosófica contemporânea salientou 
que o ser do homem não é algo permanentee imutável: ele 
é propriamente, um vir-a-ser, um contínuo devir. O 
homem é uma realidade em contínua transformação. 
“O caráter único e insubstituível de cada ser humano, 
portador de um valor próprio, veio a demonstrar que a 
dignidade da pessoa existe sjngularmente em todo 
indivíduo; e que, por conseguinte, nenhuma justificativa 
de utilidade pública ou reprovação social pode legitimar a 
pena de morte. O homicídio voluntário do criminoso pelo 
Estado... é sempre eticamente injustificável. 
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 7 
 
3.2. -PERÍODOS HISTÓRICOS 
 
3.2.1. Antigüidade Clássica Grega 
 
Antígona de Sófocles. 
Resumo: Antígona nasceu da união incestuosa de Édipo e 
Jocasta. O Rei Creonte deu sepultura a Etéocles e proibiu 
o sepultamento de Polinice. No entanto, Antígona sepultou 
o irmão. Questionada porquê desobedeceu a ordem do rei, 
disse: 
 “Mas toda a tua força é fraqueza diante das tácitas e 
imortais leis de Deus”. Antígona afirma a existência: “de 
decretos divinos, que jamais foram escritos e que são 
imutáveis” aos quais todos devem ser submetidos. 
 Há uma lei mais alta, a lei natural. 
 Os direitos naturais são inatos à condição humana. 
 Estão inscritos na consciência coletiva da 
humanidade. 
 
3.2.2. Antigüidade Romana 
 
Cícero ( De Legibus ) : 
“A lei é a razão suprema, gravada em nossa natureza, que 
prescreve o que se deve fazer e proíbe o que não se deve 
fazer.” No Livro III, Da República, Cícero aduz: “ não 
pode ser contestada, nem derrogada em parte, nem 
anulada; não podemos ser isentos do seu cumprimento pelo 
povo nem pelo senado.” 
 
 
 
 
3.2.3. São Tomaz de Aquino ( Séc. XIII) 
 
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 8 
A Lei Eterna: Só Deus conhece a plenitude. 
A Lei Divina: Parte da Lei Eterna revelada por Deus ou 
declarada pela igreja. 
A Lei Natural: Gravada na natureza humana que o homem 
descobre por meio da razão. 
A Lei Humana: A lei positiva editada pelo legislador. 
 
3.2.4.A Magna Carta – 1215 ( João-Sem-Terra ). Sua 
forma definitiva só se deu em 1225, sob Henrique III. 
Conhecida como a “Grande Carta das Liberdades Inglesas”. 
 
Crítica: 
1)- “longe de ser a Carta das liberdades nacionais é, 
sobretudo, uma carta feudal, feita para proteger os 
privilégios dos barões e os direitos dos homens livres. Ora, 
os homens livres, nesse tempo, eram tão poucos que 
podiam contar-se, e nada de novo se fazia a favor dos que 
não eram livres.” (grifos fora do original). 
2)- Tornou-se um símbolo das liberdades públicas, nela 
embasando o esquema do desenvolvimento constitucional 
inglês e donde se extraíram os fundamentos da ordem 
jurídica democrática do povo inglês. 
Destaques: 
1)- Garantia de que “A Igreja da Inglaterra seja livre e 
goze de todos os seus direitos e liberdades.” 
2)- Não serão tomadas propriedades imóveis para 
pagamento de dívidas, uma vez que os bens móveis 
apresentados ao credor bastem para liquidar a dívida. 
3)- Um homem livre não poderá ser punido por um 
pequeno delito, senão proporcionalmente à gravidade do 
mesmo. 
4)- Nenhum homem será detido, nem encarcerado, nem 
desapossado de seus bens, nem colocado fora da lei ( out 
law ), nem exilado, nem molestado, senão em virtude de 
julgamento legal por seus pares e segundo a lei do país. 
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 9 
B)- Ainda na Inglaterra vieram o Habeas Corpus ( 1679) e 
o Bill Of Rights ( 1688 ) 
 
3.2.5. Outros Documentos Ingleses 
 
A)-A Petição de Direitos ( Petition of Rights, 1628 ) 
 
“documentos dirigido ao monarca em que os membros do 
Parlamento de então pediram o reconhecimento de 
diversos direitos e liberdades para os súditos de sua 
majestade. A petição constituiu um meio de transação entre 
o Parlamento e o rei, que este cedeu, porquanto aquele já 
detinha o poder financeiro, de sorte que o monarca não 
poderia gastar dinheiro sem autorização parlamentar.” 
Crítica:1)- Na verdade, a petição pede a observância dos 
direitos e liberdades já reconhecidos na própria Magna 
Carta.; 2)- O fato denota que tais mandamentos, entre 
outros, não eram respeitados pelo poder monárquico, que 
só aos poucos, com o crescimento e afirmação das 
instituições parlamentares e judiciais, foi cedendo às 
imposições democráticas.” (p. 140.) 
 
B)-O “Habeas Corpus Act” 
 
“reforçou as reivindicações de liberdade, traduzindo-se, 
desde logo, e com as alterações posteriores, na mais sólida 
garantia da liberdade individual, e tirando aos déspotas 
uma das suas armas mais preciosas, suprimindo as prisões 
arbitrárias.” 
 
 
 
 
C)- A “Declaração de Direitos” ( “Bill of Rights” ). 
1688. 
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 10 
 
Decorreu da revolução de 1688 na Inglaterra e firmou a 
supremacia do parlamento ante o rei. 
Crítica: 
O documento mais importante. 
Surgiu para a Inglaterra, a monarquia constitucional, 
submetida à soberania popular ( superada a realeza do 
direito divino). 
Principal teórico: Locke e serviu de inspiração ideológica 
para a formação das democracias liberais da Europa e da 
América nos séculos XVIII E XIX. 
 
D)-O “Ato de Sucessão no Trono” ( Act of Settlement ). 
1707. 
Votado pelo parlamento, completa o conjunto de limitações 
ao poder monárquico neste período. 
 
Crítica geral ( 3.4. a 3.7): 
1)- “Nestes documentos, nota-se sempre um processo 
evolucionista em defesa da liberdade, propriedade privada, 
segurança, direito de resistência contra os abusos da 
Coroa ( Estado ) e liberdade de consciência e de religião” 
( Feu Rosa, p. 159 ). 
 
2)- “Os textos ingleses apenas tiveram por finalidade 
limitar o poder do rei, proteger o indivíduo contra a 
arbitrariedade do rei e firmar a supremacia do 
Parlamento.” (p. 142 ). 
 
 
 
 
 
 
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 11 
3)- “Não são, porém, declarações de direitos no sentido 
moderno, que só apareceram no século XVIII com as 
revoluções americana e francesa. Tais textos, limitados e 
às vezes estamentais, no entanto, condicionaram a 
formação de regras consuetudinárias de mais ampla 
proteção dos direitos humanos fundamentais.” (p.139). 
 
3.2.6.A Declaração de Virgínia – 1776 
 
“Declaração de Direitos do Bom Povo de Virgínia ” 
(Anterior à Declaração de Independência dos E.U.A.) 
 
Enumerava as bases dos direitos do homem, tais como: 
“1) todos os homens são por natureza igualmente livres e 
independentes; 2) todo o poder está investido no povo e, 
portanto, dele deriva, e os magistrados são seus 
depositários e servos, e a todo tempo por ele 
responsáveis;3) o governo é, ou deve ser, instituído para o 
comum benefício, proteção e segurança do povo, nação ou 
comunidade;4) ninguém tem privilégios exclusivos nem os 
cargos ou serviços públicos são hereditários;5) os Poderes 
Executivo e Legislativo do Estado deverão ser separados e 
distintos do Judiciário e, para garantia contra a opressão, 
os membros dos dois primeiros teriam que ter investidura 
temporária e as vagas seriam preenchidas por eleições 
freqüentes, certas e regulares; 6) as eleições dos 
representantes do povo devem ser livres; 7) é ilegítimo todo 
poder de suspensão da lei ou de sua execução, sem 
consentimento dos representantes do povo;8)assegurado o 
direito de defesa nos processos criminais, bem como 
julgamento rápido por júri imparcial, e que ninguém seja 
privado de liberdade, exceto pela lei da terra ou por 
julgamento de seus pares; 9) vedadas fianças e multas 
excessivas e castigos cruéis e extraordinários; 10) vedada 
a expedição de mandados gerais de busca ou de detenção, 
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 12 
sem especificação exata e prova do crime;11)a liberdade 
da imprensa é um dos grandes baluartes da liberdade;12) 
“que a milícia bem regulada, composta de elementos do 
povo, com prática das armas, constitui a defesa própria, 
natural e segura de um Estado livre; que os exércitos 
permanentes, em tempo de paz, devem ser evitados, como 
perigosos para a liberdade; e que, em todos os casos, o 
militar deve ficar sob rigorosa subordinação ao poder civil 
e por ele governado”;13) todos os homens têm igual direito 
ao livre exercício da religião com os ditames da 
consciência.” 
Crítica:1)- “As Declarações de Direito, iniciadas com a da 
Virgínia, importam em limitações do poder estatal como 
tal, inspiradas na crença na existência de direitos naturais 
e imprescritíveis do homem.”(p. 142 ). 
 
3.2.7.A “DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA” DOS 
E.U.A. – 1776. 
De autoria de Thomas Jefferson e posterior à Declaração 
de Virgínia ( 04/07/1776), teve maior repercussão, ainda 
que não tivesse natureza jurídica como esta última. 
 
3.2.8.A “DECLARAÇÃO NORTE-AMERICANA”-
1787- 
 
A Constituição Americana aprovada na Convenção de 
Filadélfia ( 17/9/1787 ) não continha, inicialmente, uma 
declaração dos direitos fundamentais do homem. 
A aprovação da mesma, no entanto, dependia da 
ratificação de 9 dentre os 13 Estados independentes. 
Alguns destes, para deixarem de ser Estados e passarem a 
Estados-membros de uma federação, só concordaram se 
houvesse uma CARTA DE DIREITOS em que se 
garantissem os direitos fundamentais do homem. Assim, 
Thomas Jefferson e James Madison elaboraram as “DEZ 
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 13 
PRIMEIRAS EMENDAS” que constituem o “BILL OF 
RIGHTS” do povo americano, em que são assegurados os 
seguintes direitos fundamentais, dentre outros: 
“I- liberdade de religião e culto, de palavra, de imprensa, 
de reunião pacífica e direito de petição.(1ª Emenda); 
 
II- inviolabilidade da pessoa, da casa, de papéis e posses 
de objetos ( 4ª Emenda ); 
III- direito de defesa e de um julgamento por juiz natural e 
de acordo como devido processo legal, isto é, com 
garantias legais suficientes (5ª Emenda ); 
IV- garantia do direito de propriedade, de que não se 
poderá privar senão para uso público e com justa 
compensação( 5ª Emenda ); 
V- direito a um julgamento público e rápido por júri 
imparcial do Estado e distrito em que o crime tenha sido 
cometido, com direito de provas de defesa e assistência de 
um advogado ( 6ª Emenda).” 
 
Observações: 
1)- A 2ª Emenda consignou o direito do povo de possuir e 
portar armas, mas, à evidência, não se pode considerar tal 
faculdade como um direito fundamental do homem ,e tende 
mesmo a ser revogada nos EUA. 
2)- A 3ª Emenda também veda que qualquer soldado seja, 
em tempo de paz, alojado em qualquer casa sem o 
consentimento do proprietário, nem em tempo de guerra, 
salvo na forma estabelecida em lei. Isso era importante na 
época, mas é claro que, hoje, a garantia está consignada 
na inviolabilidade do domicílio. 
3)- A 10ª Emenda contém um princípio federativo: o dos 
poderes reservados aos Estados. 
 
 
 
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 14 
 
 3.2.9.DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E 
DO CIDADÃO-1789 
 
Características: 
1)- É “universalizante” 
2)- Intelectualista: “desenvolveu-se mais no plano das 
idéias. Era antes de tudo um documento filosófico e 
jurídico que devia anunciar a chegada de uma sociedade 
ideal.” 
3)- Mundialista: valor universal, transcende aos indivíduos 
de um determinado país. 
4)- Individualista: preocupa-se em defender o indivíduo 
contra o Estado. 
Críticas: 
As fontes filosóficas e ideológicas das declarações de 
direitos americanas como da francesa são européias 
(Mirkine-Guetzévitch). 
Do Homem: de caráter pré-social, concernentes ao homem 
independentemente de sua integração em uma sociedade 
política, são, nos seus termos, a liberdade, a propriedade, e 
a segurança, isto é: tudo aquilo que os franceses chamam 
hoje, com duvidosa pertinência, de liberdades públicas. 
Do cidadão: são os direitos pertencentes ao indivíduo 
enquanto participantes de uma sociedade política e são o 
direito de resistência à opressão, o direito de concorrer, 
pessoalmente ou por representantes, para a formação da 
lei, como expressão da vontade geral, o direito de acesso 
aos cargos públicos. 
“O texto da Declaração de 1789 é de estilo lapidar, 
elegante, sintético, preciso e escorreito, que, em dezessete 
artigos, proclama os princípios da liberdade, da igualdade, 
da propriedade e da legalidade e as garantias individuais 
liberais que ainda se encontram nas declarações 
contemporâneas, salvas as liberdades de reunião e de 
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 15 
associação que ela desconhecera, firmada que estava numa 
rigorosa concepção individualista.”( Duverger). 
A declaração francesa influenciou as Constituições 
européias do século XIX e SÉC.XX. 
 
 3.2.10)-A Declaração do Povo Trabalhador e 
Explorado-1918 
 
Contraste: No séc. XVIII E XIX voltaram-se, basicamente, 
para a garantia formal das liberdades como princípio da 
democracia política ou democracia burguesa. 
Contudo, a burguesa estava oprimida politicamente, não 
economicamente. 
 
Crítica: “No entanto, o desenvolvimento industrial e a 
conseqüente formação de uma classe operária logo 
demonstraram a insuficiência daquelas garantias formais, 
caracterizadoras das chamadas liberdades formais, de 
sentido negativo, como resistência e limitação do poder. 
Pois a opressão não era, em relação a ela, de caráter 
político formal, mas basicamente econômico. Não vinha do 
poder político do Estado, mas do poder econômico 
capitalista. De nada adiantava as constituições e leis 
reconhecerem liberdades a todos, se a maioria não 
dispunha e ainda não dispõe, de condições materiais para 
exercê-las.” 
 
“A burguesia liberal aparenta conceder a todos a 
liberdade de imprensa, liberdade de associação, os direitos 
políticos, as possibilidades de oposição política: mas, de 
fato, tais direitos e liberdades não podem ser exercidos 
realmente senão pelos capitalistas que são os que têm os 
meios econômicos indispensáveis para que tais liberdades 
sejam reais. E assim, no caso do direito do sufrágio, este 
serve para camuflar diante dos olhos do proletários uma 
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 16 
papeleta de voto, mas a propaganda eleitoral se encontra 
nas mãos das forças do dinheiro. Simula-se conceder-lhes 
o direito de formar sindicatos e partidos políticos, mas as 
oligarquias capitalistas conservam, direta ou 
indiretamente, o controle” ( Juan Ferrando Badía ) 
 
 3.2.11.OUTROS DOCUMENTOS 
 
A)- No nível socialista: O MANIFESTO COMUNISTA – 
1848 (“comparado por Harold Laski com a Declaração de 
Independência Americana e com a Declaração dos Direitos 
de 1789, foi o documento político mais importante na 
crítica socialista ao regime liberal-burguês.” 
B)- No nível religioso: A ENCÍCLICA RERUM 
NOVARUM – 1891 – PAPA LEÃO XIII. 
C)- No nível jurídico: 1)- CONSTITUIÇÃO 
MEXICANA DE 1917, esp.art.123-Declaração dos 
Direitos Sociais ( trabalho e previdência social); 2)- 
CONSTITUIÇÃO ALEMÃ DE WEIMAR (1919)- 
Direitos e Deveres Fundamentais dos Alemães (inclui o 
direito da vida social, da vida religiosa, da educação e 
escola, da vida econômica. Esta Constituição influenciou o 
constitucionalismo do pós-Primeira Guerra Mundial, 
inclusive a Constituição brasileira de1934. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 17 
 
 
 4.PREVISÃO NORMATIVA 
 
4.1. A questão do domínio reservado dos Estados 
4.2. Delimitação da Matéria: 
 
4.2.1. DIREITOS HUMANOS STRICTU SENSU 
4.2.2. DIREITOS HUMANOSLATO SENSU: 
 
A)- DIREITOS HUMANOS PROPRIAMENTE DITOS 
B)- DIREITO HUMANITÁRIO ( OU DIREITO DOS 
CONFLITOS ARMADOS ) 
C)- DIREITO DOS REFUGIADOS 
D)- DIREITO DE ASILO DIPLOMÁTICO E 
TERRITORIAL 
 
4.3. INSTRUMENTOS JURÍDICOS 
INTERNACIONAIS 
 
A)- DIREITOS HUMANOS SETRICTU SENSU 
 
4.3.1. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO 
HOMEM ( 1948 ) 
4.3.2.. PACTO INTERNACIONAL DOS DIREITOS 
CIVIS E POLÍTICOS ( 1966 ) 
4.3.3. PACTO INTERNACIONAL DOS DIREITOS 
ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS (1966) 
 
Pode-se dizer, genericamente, que tais instrumentos 
formam o “CÓDIGO INTERNACIONAL DOS DIREITOS 
HUMANOS” 
 
 
 
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 18 
 
SISTEMAS REGIONAIS DE PROTEÇÃO: 
SISTEMA EUROPEU: 
4.3.4. “CONVENÇÃO DE SALVAGUARDA DOS 
DIREITOS DO HOMEM E DAS LIBERDADES 
FUNDAMENTAIS” – Roma- 1950. 
“PROTOCOLOS ADICIONAIS” 
4.3.5. CARTA SOCIAL EUROPÉIA- Turim- 1961. 
 
SISTEMA AMERICANO ( ou INTERAMERICANO ) 
4.3.6. “DECLARAÇÃO AMERICANA DOS DIREITOS E 
DEVERES DO HOMEM”- Bogotá, 02/05/l948 (Antes, 
portanto, da DUDH) 
4.3.7.“ CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS 
HUMANOS” (PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA, 
1969). “O Brasil é signatário dos mais importantes 
tratados internacionais sobre DH ” ( www.mj.gov.br ) 
Vinculado a ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS 
AMERICANOS - O.E.A. - 
 
SISTEMA AFRICANO 
 
4.3.8. “ CARTA AFRICANA DOS DIREITOS DO 
HOMEM E DOS POVOS” – 1981. FUNCIONA DENTRO 
DA ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AFRICADOS 
(O.U.A.) 
DOCUMENTO ISLÂMICO 
4.3.9. DECLARAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS DOS 
POVOS ÁRABES. 
 
 
 
 
 
4.3.10.Outros Instrumentos/Eventos Internacionais: 
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 19 
A)- CONVENÇÃO CONTRA TORTURA E OUTROS 
TRATAMENTOS OU PENAS CRUÉIS, DESUMANOS E 
DEGRADANTES; B)- CONFERÊNCIA MUNDIAL DE 
DIREITOS HUMANOS DA O.N.U. ( “a crescente disparidade 
entre os países economicamente desenvolvidos e os países em 
desenvolvimento impede a realização dos direitos civis e 
políticos.”); C)- CONVENÇÃO PARA PREVENÇÃO E 
SANÇÃO DO DELITO DE GENOCÍDIO; D)- CONVENÇÃO 
SOBRE DIREITOS POLÍTICOS DA MULHER; E) 
DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA; F)- 
DECLARAÇÃO E CONVENÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO 
DE TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL. 
 
 
 
DIREITOS HUMANOS LATO SENSU 
 
B)- DIREITO INTERNACIONAL 
HUMANITÁRIO (DIREITO DOS CONFLITOS 
ARMADOS ) 
 
4.3.11. QUATRO CONVENÇÕES DE 
GENEBRA ADOTADAS EM 12/08/l949: DENOMINADO 
DIREITO DE GENEBRA - ( Promulgado no Brasil pelo 
Decreto 42.l2l 21/8/57)-(I)-Melhoria da Sorte dos Feridos e 
Enfermos dos Exércitos em Campanha; (II)- Melhoria da Sorte 
dos Feridos, Enfermos e Náufragos das Forças Armadas no 
Mar; III)- Relativa à Proteção dos Prisioneiros de Guerra; IV) - 
Relativa à Proteção dos Civis em Tempo de Guerra. Dois 
Protocolos Adicionais ( adotados em l977 ): PROTOCOLO I: 
Relativo à Proteção das Vítimas dos Conflitos Armados 
Internacionais; PROTOCOLO II: Relativo à Proteção das 
Vítimas dos Conflitos Armados Não Internacionais ( 
Promulgados no Brasil pelo Decreto 849 25/6/93). Obs. As 4 
Convenções foram ratificadas por 186 países; Os protocolos, 
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 20 
respectivamente, por 135 e 125 Estados. ( Perfazem cerca de 
600 artigos de proteção da pessoa humana em caso de conflitos 
armados ). 
 
4.3.12. CONVENÇÕES DE HAIA ( 
CONHECIDAS COMO DIREITO DE HAIA )- O Direito da 
guerra propriamente dito. 
Relativas, entre outros, às leis e costumes da guerra, 
aos direitos e deveres das potências neutras em caso de guerra 
terrestre, ao regime dos navios de comércio no início das 
hostilidades, à transformação dos navios de comércio em navios 
de guerra, à colocação de minas submarinas automáticas de 
contacto, ao bombardeamento por forças navais em tempo de 
guerra, à adaptação dos princípios da Convenção de Genebra à 
guerra marítima e à proibição de lançar projéteis e explosivos a 
partir de balões. 
Tais regras estão nas CONVENÇÕES DE HAIA DE 
1899 (revistas em l907); e algumas regras constantes do 
Protocolo I Adicional às Convenções de Genebra de 12 de 
agosto de l949. 
4.3.13. CHAMADAS REGRAS DE NOVA 
IORQUE, por terem sua base a atividade desenvolvida pela 
ONU no sentido de proteger os direitos humanos em período de 
conflito armado. RESOLUÇÃO 2.444 (XXIII): “RESPEITO 
DOS DIREITOS HUMANOS EM PERÍODO DE CONFLITO 
ARMADO”. 
 
DIREITO DOS REFUGIADOS 
 
4.3.13. CONVENÇÃO INTERNACIONAL 
RELATIVA AO ESTATUTO DOS REFUGIADOS – 
ADOTADA EM GENEBRA, 1951 ( Promulgada no Brasil 
pela Lei 9474/1997 ). PROTOCOLO ADICIONAL SOBRE O 
ESTATUTO DOS REFUGIADOS. Atualmente, A Convenção 
sobre o Estatuto dos Refugiados de l95l, encontra-se em vigor 
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 21 
por força do Decreto 99757/1990, SEM QUALQUER 
RESERVA. 
 
 
 
 
 
4.4. Instrumentos Internos 
 
4.4.1. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
4.4.2. Legislação infraconstitucional 
4.4.3. Programa Nacional de Direitos Humanos 
 
 
 
 
5. CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS 
FUNDAMENTAIS 
 
5.1. Historicidade 
Possuem um antecedentes fático. Para alguns, nasceram com o 
Cristianismo, pois este alçou o homem a um novo patamar de 
dignidade. Com o passar do tempo veio a época do 
“adormecimento”. Tais direitos despertaram com as 
declarações de direitos humanos: Magna Carta Libertarum, de 
1215; a Declaração de Direitos do Bom Povo de Virgínia de 
1776 e as Dez Emendas da Constituição Americana; 
Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, 
sobrevindo a Declaração Universal de Direitos do Homem na 
ONU. 
 
 
 
 
5.2. Universalidade 
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 22 
São destinados a todos os seres humanos. Constituem uma 
preocupação generalizada da raça humana. 
 
5.3. Limitabilidade 
 
Os direitos fundamentais não são absolutos: isso quer dizer 
que, por vezes, dois direitos fundamentais podem chocar-se. 
Chama-se conflito positivo. São várias as escolas doutrinárias 
de interpretação. 
 
5.4. Concorrência 
 
Os direitos fundamentais podem ser “acumulados” 
 
5.5. Irrenunciabilidade 
Eles são irrenunciáveis, ou seja, os indivíduos não podem 
deles dispor. Podem, eventualmente, deixar de exercê-los, mas 
não renunciá-los. 
 
 
 
 
6. Espécies: As Gerações/Dimensões dos Direitos 
Humanos 
 
A)- Para Hildebrando ACCIOLY: 
1)- Direitos de 1ª Geração: Direitos Civis e Políticos. 
Direito à Liberdade – tradição individualista; Direitos 
Civis e políticos: Direito à vida, a uma nacionalidade, a 
liberdade de movimento, ao direito de asilo. 
Proibição de tortura e tratamento cruel, desumano ou 
degradante. Proibição da escravidão. A liberdade de 
opinião, liberdade de atividades políticas e trabalhistas. 
2)- Direitos de 2ª Geração: Direitos econômicos, sociais e 
culturais. 
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 23 
É como se existisse uma dívida da sociedade para com o 
indivíduo. 
Só podem ser desfrutados com o auxílio do Estado. 
Direito ao Trabalho em condições justas e favoráveis; o 
Direito à educação e cultura; Direito a um nível adequado 
de vida, Direito à seguridade e seguro social; 
3)- Direitos de 3ª Geração: Direitos de Solidariedade e 
Direito Humano ao Meio Ambiente sadio. 
Direito à Paz, Direito ao Desenvolvimento, Direitos aos 
Bens que constituem o patrimônio comum da humanidade. 
Os Direitos Sociais são desfrutados de maneira coletiva, ou 
seja, a soma do indivíduo, Estado e outras entidades 
públicas e privadas. 
“o problema inerente a esses direitos de terceira geração é 
o de identificar seus credores e devedores”. 
 
 
B)-Outro autor: 
1)-Direitos Fundamentais de PrimeiraGeração 
“São os direitos de defesa do indivíduo perante o Estado. 
Assim sendo, estabelecer qual o domínio das atividades 
individuais e qual o das Estatais. Impondo um dever de 
abstenção do Estado, em certas matérias ou domínio da 
atividade humana”. “São as chamadas liberdades públicas 
negativas ou direitos negativos pois exigem do Estado um 
comportamento de abstenção. 
Ex.: Direito à vida, à intimidade, à inviolabilidade do 
domicílio. 
2)- Direitos Fundamentais de 2ª Geração: “Os direitos 
fundamentais da Segunda geração são os que exigem uma 
atividades prestacional do Estado, no sentido de se buscar 
a superação das carências individuais e sociais.” São 
chamados de “direitos positivos”. Só exigem presença do 
Estado em ações voltadas à minoração dos problemas 
sociais. Ex: Direito previdenciário. 
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 24 
 
 
3)- Direitos Fundamentais de 3ª Geração: Constituem, 
basicamente, os direitos difusos e coletivos ( meio 
ambiente, defesa do consumidor, proteção da infância e da 
juventude, direito da informática, etc.). 
 
C)-Na visão de SELMA REGINA ARAGÃO ( Direitos 
Humanos na Ordem Mundial ): 
1)- Direitos Humanos de 1ª Geração: Liberdades públicas; 
Direitos Subjetivos, de Resistência, de Oposição ao Estado; 
Direitos da Liberdade. 
2)- Direitos Humanos da 2ª Geração: Direitos Econômicos 
e Sociais. Nascem com o princípio da igualdade. Direitos 
da Igualdade. 
3)- Direitos da 3ª Geração: Direito ao Desenvolvimento; 
Direito à Paz; Direito ao Meio Ambiente; Direito de 
Propriedade sobre o Bem (ou Patrimônio ) Comum da 
Humanidade. Direito da Comunicação; Direito de 
Solidariedade ou Fraternidade; 
4)-Direitos Humanos da 4ª Geração: Globalização dos 
Direitos Fundamentais. 
 
D)- Na visão de Ingo Wolfgang Sarlet ( in: “A eficácia dos 
direitos fundamentais”): 
1)- Direitos Humanos da 1ª Dimensão: “Direito de 
Resistência ou de Oposição perante o Estado” (Bonavide). 
Os consagrados nas primeiras Constituições escritas. 
Liberdade de expressão coletiva. 
2)- Direitos Humanos da 2ª Dimensão: “Direito de 
Participar do Bem Estar Social” (Lafer). Liberdade por 
Intermédio do Estado. Direito a Prestações Sociais 
Estatais. 
3)- Direitos Humanos da 3ª Dimensão: Desprendem-se da 
figura do homem. 
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 25 
Indivíduo como seu titular, destinando-se à Proteção dos 
Grupos Humanos ( família, povo, nação ). 
Uma resposta do fenômeno denominado “ Poluição das 
Liberdades” ( Pérez Luño ). 
 
 
4)- Direitos Humanos da 4ª Dimensão: “Compreendem o 
futuro da cidadania e o porvir da liberdade de todos os 
povos. Tão somente com elas será legítima a possível 
globalização política.” (Bonavides). 
 
E)-Na visão de Jack Donnely: Internacional Human 
Rights: a regime analyses. 
“DIREITOS HUMANOS: 
Direitos Pessoais: à vida, à nacionalidade, ao 
reconhecimento perante a lei, à proteção contra punições, 
cruéis e degradantes, contra discriminações. 
Direitos Judiciais: o acesso a remédios contra violações, a 
presunção de inocência, a garantia de processo justo e 
imparcial, a irretroatividade das leis penais, a proteção 
contra detenção, prisão ou exílio arbitrários,etc. 
Liberdades Civis: de pensamento, consciência e religião, 
de opinião e expressão, de movimento e residência, de 
reunião e associação pacífica. 
Direitos de Subsistência: particularmente à alimentação e 
a um padrão de vida adequado. 
Direitos Econômicos: ao trabalho, ao repouso e ao lazer, à 
segurança social e à propriedade. 
Direitos Sociais e Culturais: especialmente os direitos à 
instrução e à participação na vida cultural e comunidade. 
Direitos Políticos: principalmente os de tomar parte no 
governo e as eleições legítimas, com sufrágio universal e 
igual. 
 
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 26 
F)- LIBERDADES INDIVIDUAIS: Exclusivamente da 
pessoa humana, sem as exigências sociais, considerando-se 
o indivíduo isoladamente. 
G)- LIBERDADES PÚBLICAS: O Homem dentro da 
sociedade, como “ser social”. 
 
 
7. A DIMENSÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS 
HUMANOS STRICTU SENSU 
 
7.1. Antecedentes Históricos Imediatos à Declaração 
Universal dos Direitos do Homem-DUDH- 
 
Comissão de Direitos Humanos presidida pela Sra. 
Eleonora Roosevelt com 3 encargos: 
A)- Preparar uma Declaração Universal relativa aos 
direitos civis, econômicos e sociais do homem; 
B)- Elaborar um pacto ou uma Convenção, em termos 
legais, relativo aos direitos civis e políticos, de 
cumprimento obrigatório para todos os Estados que a 
assinassem e ratificassem. 
C)- Propor medidas para implementar os princípios da 
Declaração e os dispositivos da Convenção e para 
examinar as petições e reclamações de indivíduos ou 
grupos. 
Ela inspirou-se no Bill of Rights da Constituição dos EUA. 
Foi assinada em Paris. 
A DUDH foi fortemente influenciada pelo horror e a 
violência da primeira metade do século, sobretudo pelas 
atrocidades cometidas durante a Segunda Guerra Mundial, 
a Declaração estende a igualdade a todos os humanos, 
incluindo direitos nos campos econômicos, sociais e 
culturais. 
 
Críticas: 
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 27 
“A Declaração Universal dos Direitos Humanos(DUDH) – 
aprovada a 10 de dezembro de 1948 pela Assembléia Geral 
das Nações Unidas – foi o mais amplo documento 
concebido em favor da humanidade até essa data. Nos seus 
30 artigos, essa Declaração de caráter internacional 
contém uma súmula dos direitos e deveres fundamentais do 
homem, sob os aspectos individual, social, cultural e 
político” ( Ligia Bove in www.dhnet.org.br) 
 
-Assinada inicialmente pelos pouco mais de 50 países que 
compunham a ONU em 1948, inclusive pelo representante 
do Brasil, Austregésilo de Athayde – a Declaração foi 
seguida por diversos encontros, que produziram, por sua 
vez, outros documentos , como os pactos sobre Direitos 
Civis e Políticos e sobre Direitos Econômicos, Sociais e 
Culturais, em dezembro de 1966( para ver porque o Brasil 
não assinou, basta conferir a data ) e de uma importante 
Declaração Final sobre Direitos do Homem em 1993, em 
Viena, na qual se estabeleceu em definitivo que todos os 
direitos humanos são universais, indivisíveis, 
condicionam-se mutuamente e são interdependentes. Este 
foi ratificado por 171 países, inclusive o Brasil, que 
incorporou a maior parte dos direitos na sua Constituição 
de 1988.” 
“Como texto legal, a DUDH padece dos mesmos mal e 
ambição da nossa extensa constituição vigente: confusão 
entre o ideal e a realidade, ou entre um direito imanente e 
um direito proativo. Resultado de uma multiplicidade de 
influências que seriam responsáveis pelo texto 
heterogêneo, compartes que conflitam entre si, ou de um 
deliberado desígnio de desmoralização pelo excesso.” 
 (J.Roberto Whitaker Penteado) 
 
 
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 28 
“A simples e rápida leitura dos 30 artigos da Declaração 
evidencia que em nenhum dos mais de 200 países e 
territórios independentes hoje existentes no mundo esses 
direitos são totalmente respeitados.” (Idem). 
 
 
 
 
 
 
 
7.2. ADENDOS: 
 
A)-“Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos”- 
Protocolo facultativo. 
B)- “Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais 
e Culturais”. São direitos que a pessoa deve fruir como 
membro da sociedade. 
Ficaram abertos à assinatura, ratificação e adesão pela 
Resolução da AGNU em 19/12/1966. 
Brasil ratificou em Janeiro de 1992 e entrou em vigor em 
julho. 
São de cumprimento obrigatório. Contudo, mais que isso, a 
DUDH é tida como direito costumeiro ( ao nível de “jus 
cogens”). 
 
7.3. A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DA 
O.N.U.7.3.1. CRONOLOGIA DE SUA ATUAÇÃO 
Sua missão inicial foi de redigir a DUDH, o que foi 
cumprido em um(1) ano. Sua atuação pode ser agrupada em 
períodos, assim dispostos: 
Primeiro Período: 1946/1947- Redação da D.U.D.H. 
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 29 
Segundo Período: 1947-1966 ( primeiros 20 anos ): 
Concentrou seus esforços em criar um corpo de leis internacionais 
sobre direitos humanos, que culminou na adoção, pela Assembléia 
Geral da ONU, das duas Convenções sobre Direitos Civis e Políticos 
e Convenção sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. Assim, 
tais Convenções e a DUDH formam a CARTA INTERNACIONAL 
DOS DIREITOS HUMANOS. Em 1947, a Comissão e o Conselho 
Econômico e Social entendiam que não tinham competência para 
negociar sobre reclamações sobre violações dos direitos humanos. 
 
 
Terceiro Período: Em 1967, a COMISSÃO DE DIREITOS 
HUMANOS foi especificamente autorizada pelo Conselho 
Econômico e Social e encorajada pela Assembléia Geral da ONU a 
iniciar seus trabalhos referentes às violações sobre os direitos 
humanos. Desde então, a COMISSÃO elaborou mecanismos e 
procedimentos voltados para os Países ou Temas de Interesse, 
operando através de Relatórios Especiais e Grupos de Trabalhos 
para monitorar as reclamações dos Estados relativas aos Direitos 
Internacionais dos Direitos Humanos e investigante alegadas 
violações dos Direitos Humanos, enviando missões para países em 
todas as partes do mundo, ricos e pobres, tais como os países 
desenvolvidos ou em desenvolvimento. Assim, como exemplo, cita-
se a elaboração do Relatório Especial sobre Intolerância Religiosa 
que visitou a China e a elaboração do Relatório Especial sobre 
Formas Contemporâneas de Racismo que visitou os Estados Unidos 
da América. 
Quarto Período: Entre as décadas de 1970-1980 a 
COMISSÃO concentrou-se na implementação dos mecanismos e 
procedimentos. 
Quinto Período: Na Década de 1990, a COMISSÃO tem 
voltado sua atenção para a necessidade dos Estados serem providos 
com Serviços de e Assistência Técnica para suplantar os obstáculos 
para assegurar o cumprimento dos Direitos Humanos. 
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 30 
Ao mesmo tempo, foi dado mais ênfase na promoção dos 
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, incluindo o DIREITO AO 
DESENVOLVIMENTO e o DIREITO DE ADEQUADOS 
PADRÕES DE VIDA. 
Também foi dado ênfase à proteção dos Direitos Humanos 
de Grupos Vulneráveis na Sociedade, incluindo MINORIAS E 
POVOS INDÍGENAS e a proteção dos DIREITOS DAS 
CRIANÇAS E DAS MULHERES, incluindo a questão da 
VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES e a atenção aos 
DIREITOS DE IGUALDADE PARA AS MULHERES. 
 
 
Estas ênfases são percebidas eloqüentemente na 
DECLARAÇÃO DE VIENA E NO PROGRAMA DE AÇÃO 
decorrentes da CONFERÊNCIA MUNDIAL SOBRE DIREITOS 
HUMANOS ocorrida em Viena em 1993, cujo tema estabelecido 
era: “A democracia e o desenvolvimento como parte integrante dos 
Direitos Humanos”. 
 
 
FUNCIONAMENTO 
Integrada por 53 Estados 
Coordena grande parte dos trabalhos da ONU em favor do 
desenvolvimento e a aplicação dos direitos humanos. 
Reuniões ordinárias: Todos os anos, entre março e abril ( 6 
semanas ). 
Local: Genebra, Suíça. 
Participação: mais de 3.000 delegados representado os 
Estados-membros, os países observadores e as ONG. Instância não-
judicial. 
 
 
 
 
 
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 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
7.4. OS SISTEMAS REGIONAIS DE PROTEÇÃO DOS 
DIREITOS HUMANOS 
 
Coexiste com a DUDH e o sistema mundial. 
 
7.4.1. O SISTEMA EUROPEU 
“Convenção Européia para a proteção dos Direitos 
Humanos e das Liberdades Fundamentais”(CEDH) – 
Roma, 1950 
Corte Européia dos Direitos Humanos ( Estrasburgo ) 
Carta Social Européia de 1961 e os sucessivos protocolos ( 
Atualmente, protocolo nº11) 
Vinculado ao CONSELHO DA EUROPA 
 
A)- CORTE EUROPÉIA DOS DIREITOS DO HOMEM 
(Art. 19º CEDH): Funcionamento permanente. 
O número de juízes rege-se pelo número das Altas-Partes 
contratantes. 
Qualificação: “gozar da mais alta reputação moral e 
reunir as condições requeridas para o exercício de altas 
funções judiciais ou ser jurisconsultos de reconhecida 
competência” ( Art. 20º da CEDH ) 
Mandato: 6 ( seis ) anos, reelegíveis. ( O mandato cessará 
tão logo os juízes atinjam a idade de 70 anos ). 
Os juízes gozam no exercício de suas funções, os 
privilégios e imunidades do art. 40 do Conselho da Europa. 
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 32 
Exame dos assuntos: 1)- Comitês ( 3 juízes ); 2)- Seções ( 7 
juízes ); 3)- Tribunal Pleno ( 17 juízes ), sendo obrigatório 
a participação do Presidente, dos vice-presidentes, dos 
presidentes de seções. 
Denúncia: uma Alta-Parte contratante pode denunciar a 
CEDH ao fim do prazo de 5 anos de sua entrada em vigor, 
mediante um pré-aviso de 6 meses. ( Art. 58 CEDH ) 
 
 
 
Petição: (Denúncia ou queixa ) pode ser formulada por 
qualquer pessoa singular, organização não governamental 
ou grupo de particulares, além dos Estados-partes. 
Condições: a)- esgotadas todas as vias do recursos 
internas e até seis ( 6 ) meses após tal decisão definitiva. 
b)- A petição não pode ser anônima; c)- não ser, no 
essencial, idêntica a uma petição anteriormente examinada 
pelo Tribunal ou já submetida a outra instância 
internacional de inquérito ou de decisão e não contiver 
fatos novos. (Art. 35º CEDH ). 
Admitida a petição, a Corte fará uma apreciação 
contraditória e poderá realizar um inquérito. 
As Audiências serão públicas. 
A sentença do Tribunal pleno é definitiva. 
A sentença da Seção se tornará definitiva : a)- se as partes 
declararem que não requererão a devolução do assunto ao 
Tribunal pleno; b)- três meses após a data da sentença, se 
a devolução do assunto ao Tribunal pleno não for 
solicitada. C)- se o coletivo do Tribunal pleno rejeitar a 
petição de devolução formulada nos termos do art. 43. 
As sentenças, bem como as decisões que declarem a 
admissibilidade ou inadmissibilidade das petições, serão 
fundamentadas. ( art. 45º) 
O Tribunal pode emitir pareceres a pedido do Comitê de 
Ministros do Conselho da Europa. 
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 33 
As despesas da Corte serão suportadas pelo Conselho da 
Europa. 
Avanços: O protocolo nº 11 à Convenção (1994): tornou a 
jurisdição obrigatória e o acesso é feito diretamente ao 
Tribunal. 
Obs.: É tido como o sistema mais aperfeiçoado. No 
entanto, leia textos relativos aos 50 anos da CEDH anexos. 
 
 
 
 
 
 
7.4.2. SISTEMA INTERAMERICANO 
 
7.4.2.1. Base Normativa: 
A)-DOCUMENTO INICIAL 
“Declaração Americana dos Direitos e Deveres do 
Homem”- Bogotá, abril de 1948. 
B)- “ CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS 
HUMANOS” firmada em São José da Costa Rica em 
22/11/1969: Conhecida como Pacto de São José. 
Assinada por 12 Estados. 
Em 1993: 22 Repúblicas Americanas ratificaram. Brasil: 
setembro de 1992. 
Destaques 
Deveres dos Estados: (Cap. I, artigo 1º) 
- Respeitar os direitos e liberdades nela reconhecidos. 
- Garantir seu livre e pleno exercício a toda pessoa que 
esteja sujeita a sua jurisdição. 
- Criar suas normas internas sobre os Direitos Humanos. 
 
 
 
 
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7.4.2.2. ESTRUTURA DO SISTEMA INTERAMERICANO 
 
 
 
A)- CORTE INTERAMERICANA DE D.H. 
Sediada em São José da Costa Rica 
Composição: Sete (7) juízes nacionais dos Estados-
Membros da ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS 
(O.E.A.) 
Requisitos: Juristas da mais alta autoridade moral e 
reconhecida competência em Direitos Humanos. 
Mandato: 6(seis) anos, com uma reeleição. 
Quorum: 5(cinco) juízesGozarão dos privilégios e imunidades dos agentes 
diplomáticos da O.E.ª ( poderão ser complementados por tratados 
multilaterais e bilaterais ) . Extensíveis aos membros da Comissão 
de D.H. 
Direito de petição: Só os Estados e a Comissão ( Art. 61º, 1, 
PSJ ). 
Sentença: Definitiva e inapelável 
 
B)- A COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS 
HUMANOS 
Sede: Washington, D.C. 
Composição: 7(sete) membros, os quais representam todos 
os Estados-membros. Tem 1 Presidente e dois vice-Presidentes. 
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 35 
Diretoria: formada pelo Presidente e os dois Vice-
Presidentes. 
Requisitos Pessoais: Alta autoridade moral e reconhecido 
saber em matéria de Direitos Humanos. 
Mandato: Eleitos por 4 (quatro) anos, permitida uma 
reeleição, contada a partir de 1º janeiro do ano posterior à eleição. 
Limitação: Não pode ter mais de um nacional de um 
mesmo Estado. 
Direito de Petição ou Queixa: Qualquer pessoa ou grupo de 
pessoas ou entidade Não-Governamental reconhecida em um ou 
mais Estados-membros da OEA. 
Condições: 
a) Que haja sido interpostos e esgotados os recursos de 
jurisdição interna; 
b) Prazo de seis (6) meses em que o presumido prejudicado 
foi comunicado da decisão definitiva. 
c) Que a matéria não esteja pendente de outro processo de 
solução internacional. 
d) Identificação do peticionário ou reclamante ( art. 46º,d ) 
Exceções: Art. 46º, 2, a, b, c e d. 
Rejeição do Pedido: Art. 47º, a, b, c e d. 
 
 
7.4.3. O SISTEMA AFRICANO 
 
COMISSÃO AFRICANA DOS DIREITOS HUMANOS E 
DOS POVOS JUNTO A ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE 
AFRICANA 
Conhecida como Carta de Banjul , 1981. 
Composição: 11 membros eleitos pelos Chefes de Estado e 
de Governo. 
Mandato: 6(seis) anos, renovável. 
Imunidade: Privilégios e imunidades da O.U.A. ( Art. 43º 
C.B. ) 
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 36 
“Chamada de Atenção”: De um Estado para outro, para o 
Secretário-Geral da O.U.A. e para o Presidente da 
Comissão. Resposta no prazo máximo de três meses. 
 
 
 
 
 
 
Lista de Comunicações do Secretário da Comissão: 
Condições: 
a)- esgotar os recursos internos ( salvo se os recursos 
prolongarem de modo anormal ) 
b)- a maioria absoluta dos membros concordar. 
 
7.4.4. MENÇÃO: 
 
PROJETO DE “CARTA DE DIREITOS HUMANOS 
DOS POVOS DO MUNDO ÁRABE” – 1971. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8.SITUAÇÕES INTERNACIONAIS 
(PROBLEMAS MUNDIAIS ) 
 
8.1. TRÁFICO DE PESSOAS 
 
Hoje em dia, refere-se ao Tráfico de Mulheres e ao 
Tráfico de crianças. 
8.1.1. TRÁFICO DE MULHERES E DE CRIANÇAS 
 
Antecedentes 
 
Em 18 de maio de 1904 foi firmado um acordo para a 
repressão do tráfico de mulheres brancas e em 4 de maio de 1910, 
foi assinada a Convenção Internacional relativo à repressão do 
Tráfico de Mulheres Brancas. 
No programa da Sociedade das Nações (SDN), previa o 
combate ao tráfico de mulheres e crianças. 
Foi elaborada a “Convenção Internacional de Genebra 
para a Repressão do Tráfico de Mulheres e Crianças” 
30/09/1921, complementada em 11/10/33 relativa a 
mulheres maiores. 
A Carta da Organização das Nações Unidas foi um 
retrocesso, pois silencia-se sobre o assunto. 
Em 1946, a A.G. endossou a sugestão ao comitê legal, 
assumindo para si vários encargos da SDN, dentre eles, o 
combate ao tráfico de mulheres e crianças. 
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 38 
Em 1949, os documentos e tratados anteriores, foram 
juntados numa só Convenção para o Combate do Tráfico 
de Mulheres e Crianças. 
Não contou com o apoio da maioria dos países 
industrializados. 
Foi aceita pelos países da Europa oriental. Da Europa 
ocidental, recebeu apenas o apoio da Espanha, França e 
Noruega. Daí a importância da Convenção anterior, pois 
vincula muitos países industrializados. 
 
 
Previsão Normativa 
 
“ O tráfico de escravos e o tráfico de mulheres são 
proibidos em todas as suas formas “ ( art. 6º, 1, Pacto de S. José ) 
“Ninguém será mantido em escravatura ou em 
servidão; a escravatura e o tráfico dos escravos, sob todas as 
formas, são proibidos.” ( artigo 4º da DUDH) 
 
Casos concretos. 
 
Prostituição forçada; pedofilia, etc. 
 
8.1.2. CONDIÇÕES DE TRABALHO 
EQÜITATIVAS E HUMANAS 
 
A DUDH estipula no artigo XXIII, § 1º: 
“Todo homem tem direito ao trabalho, à livre escolha do 
emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e a 
proteção contra o desemprego” 
 
§ 3º: “o direito a uma remuneração justa e satisfatória, que 
lhe assegure, assim como à sua família, uma existência 
compatível com a dignidade humana”. 
Atualmente, vive-se uma fase de retrocesso. 
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 39 
Exemplos: 
A)- O tratamento dado aos trabalhadores estrangeiros 
para o reerguimento da Europa ocidental, especialmente 
na Alemanha. 
Trabalhadores dos países europeus mais pobres, 
principalmente procedentes da Turquia, reergueram a 
Alemanha, mas o direito de permanência não era 
reconhecido. 
Os que permanecem, contentam-se com empregos 
desprezados pelos nacionais. 
B)- A França com relação aos nacionais do antigo Império 
Colonial Francês, especialmente Argelinos, Marroquinos e 
Tunisianos. 
C)- A Inglaterra reconhecia a qualidade de cidadão 
britânico ( isto é, distinto do súdito inglês), aos nacionais 
dos países que integram a Comunidade Bitânica ( British 
Commonwealth of Nations ). Depois, deixou de reconhecer 
as regalias que eram asseguradas, tanto que a imigração 
de Jamaicanos, Indianos e Pasquitaneses é severamente 
controlada. 
No fundo, ocorre uma discriminação pautada em motivos 
raciais, religiosos e de nacionalidade, condenada 
taxativamente pela Declaração de 1946 (DUDH) 
 
8.1.2.1.- Problemas Correlatos 
 
A)- A imigração dos países pobres para os mais ricos (ver 
texto anexo ) 
B)- O “Crime Organizado” ( ver texto anexo ) 
C)- O sofrimento humano ( questão da dignidade humana. 
Ver textos) 
 
 
 
 
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 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8.1.3. O CRIME DE GENOCÍDIO 
 
A par dos progressos tecnológicos, o século XX pode 
ser conhecido como “O SÉCULO DO GENOCÍDIO”. 
Antecedentes: 
A história do século XX inclui pelo menos nove (9) 
episódios de Genocídio ( ver a obra de Zygmunt Bauman: 
Modernity and the Holocaust. Londres: ed. Polityt Press, 1991 ): 
 
1)- Massacre dos Armênios pela Turquia moderna ( 
1915-16 ); Os militares turcos foram responsáveis pelo massacre de 
600.000 ( seiscentos mil ) Armênios, segundo a comissão que 
investigou as violações das leis e costumes da guerra. Não foram 
julgados e no Tratado de Lausanne/1927, os militares turcos foram 
anistiados ( razões de conveniência político-estratégicas: os turcos 
eram necessários para impedir a passagem de navios soviéticos para 
o Mar Mediterrâneo ). 
 
2)- Extermínio, pela fome de milhões de camponeses 
ucranianos pelo regime stalinista ( 1923-1933 ). 
3)- O aniquilamento da população de Nanquim e seus 
arredores pelos ocupantes japoneses ( 1937-38 ). 
4)- O holocausto da população judia da europa 
perpretado pelos nazistas ( 1941-45 ). 
5)- O assassinato de milhões de indianos muçulmanos 
e hindus por ocasião da secessão da índia (1947-48 ). 
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6)- Milhões de vítimas da chamada revolução cultural 
realizada na China pelo regime de Mao Tse-Tung ( décadas de 50-
60 ). 
7)- Destruição da população cambojana ( 1975-78 ). 
8)- Extermínio de parte da população do Timor-Leste 
pelo exército indonésio e pelas milíciaspró-indonésia a partir de 
1975. 
9)- Liquidação da comunidade Tutsi pelo regime Hutus 
em Ruanda, 1994. 
COMPETÊNCIAS DO TRIBUNAL PENAL 
INTERNACIONAL E ENTRADA EM VIGOR 
 
Só após a entrada em vigor do Estatuto no Estado 
signatário. O Estatuto é um Tratado Multilateral. 
120 Estados assinaram. 
Entrada em vigor: 1º dia do mês seguinte ao termo de 
um prazo de 60 ( sessenta ) dias após o depósito do 60º instrumento 
de ratificação junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas. ( Não 
admite reservas ). 
 
 
Definições de Genocídio: 
 
1)- “Qualquer ato, em tempo de paz ou de guerra, com 
a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, 
étnico, racial ou religioso tal como: assassinato ou dano grave à 
integridade física ou mental de membros do grupo; a subjugação 
intencional do grupo a condições de existência que lhe ocasione a 
destruição física total ou parcial; medidas desatinadas a impedir o 
nascimento no seio do grupo e a transferência forçada de crianças 
do grupo para outro grupo.” ( “Convenção para a Prevenção e a 
Sanção do Delito de Genocídio” – 1948 – artigo 2º). 
 
 
 
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 42 
2)- “O genocídio é um ato criminoso, organizado e 
praticado de modo sistemático, com o objetivo de exterminar 
comunidades civis escolhidas segundo critérios de nacionalidade, 
de raça ou de religião.” 
 
 
 
 
 
 
Crimes Correlatos: 
Crimes contra Humanidade, Crimes de Guerra e Crime 
de Agressão ( São imprescritíveis ). 
Há ainda os Tribunais Penais Internacionais 
provisórios, estabelecidos para um mandato específico: Tribunal 
Penal para a Iugoslávia e Tribunal Penal para Ruanda, os quais já 
têm colecionado resultados positivos. Como exemplo, leia texto 
anexo. 
9)- DIREITO INTERNACIONAL 
HUMANITÁRIO 
 
9.1. DIREITO INTERNACIONAL HUMANITÁRIO 
 
Conceito: “é um ramo do Direito Internacional 
Público constituído por todas as normas convencionais ou de 
origem consuetudinária especificamente destinadas a regulamentar 
os problemas que surgem em período de conflito armado “ (dhnet). 
Pode-se conceituar também como: “É um conjunto de 
regras internacionais que tem por objetivo proteger as pessoas e 
seus bens afetados por conflitos armados e limite o uso das armas e 
os métodos de guerra”. 
Suas regras estão contidas em tratados os quais os 
Estados aderem voluntariamente, comprometendo-se a respeitá-los e 
fazê-los respeitar; ou têm origem no costume internacional, pela 
repetição de determinadas condutas com a convicção de que devem 
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ser respeitadas e de que sua violação é rejeitada por todos. Exemplo: 
atacar o inimigo que se rende ou violar uma trégua. 
O D.I.H. é universal. Praticamente toda a comunidade 
internacional reconhece a vigência do DIH: 188 Estados são partes 
nas Convenções de Genebra; 146 no Protocolo I e 138 no Protocolo 
II. A aplicação das convenções ocorre mesmo quando não houver 
declaração de guerra. 
 
O DIH reconhece que o COMITÊ INTERNACIONAL 
DA CRUZ VERMELHA ( CICV ), organismo humanitário 
independente e imparcial, tem o direito de livre acesso às vítimas 
de conflitos armados internacionais, para conhecer suas 
necessidades e intervir em seu favor. É outorgado em particular ao 
CICV o direito de visitar prisioneiros de guerra, os internados 
civis, os feridos, em geral a população civil afetada pelo conflito. 
Também lhe é reconhecida a possibilidade de adotar iniciativas em 
favor das vítimas dos conflitos armados. 
O direito de iniciativa da CCVI também permite 
oferecer seus serviços às partes em conflito nas situações de 
violência interna com fundamentos em seus próprios estatutos. 
REGRAS ESSENCIAIS: 
- Distinguir entre os objetivos militares e civis. 
Somente podem ser atacados os objetivos militares; 
- Recolher e dar assistência aos feridos, aos doentes e 
aos náufragos, sem discriminação alguma. 
- Tratar com humanidade o adversário que se rende ou 
é capturado, assim como aos prisioneiros ou detidos. Não devem ser 
atacados ou maltratados. 
- Respeitar os civis e seus bens. 
 - Não causar sofrimento ou danos excessivos. 
- Não atacar o pessoal médico ou sanitário nem suas 
instalações e permitir que eles façam seu trabalho. 
- Não colocar obstáculos ao pessoal da Cruz Vermelha 
no desempenho de suas funções. 
 
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 44 
 
 
 
Artigo 3, comum às QUATRO CONVENÇÕES DE 
GENEBRA: 
1)- As pessoas que não participam diretamente das 
hostilidades, inclusive os membros das forças armadas que tenham 
deposto as armas e as pessoas postas fora de combate por doença, 
ferimento, detenção ou por qualquer outro motivo, serão, em todas 
as circunstâncias, tratadas com humanidade, sem distinção alguma 
de índole desfavorável, baseada na raça, na cor, na religião ou 
crença, o sexo, nascimento ou posição scial, ou qualquer outro 
cirtério semelhante. 
2)- A este respeito, são proibidos, em qualquer 
tempo e lugar, em relação às pessoas acima mencionadas: 
a)- os atentados contra a vida e a integridade corporal, 
especialmente o homicídio em todas as suas formas, as mutilações, 
os tratamentos cruéis, a tortura e os suplícios. 
b)- a tomada de reféns; 
c)- os atentados contra a dignidade pessoal, 
especialmente os tratamentos humilhantes e degradantes. 
d)- as condenações ditadas e as execuções sem prévio 
julgamento perante um tribunal legitimamente constituído, com 
garantias judiciais reconhecidas como indispensáveis pelos povos 
civilizados. 
3)- Os feridos e doentes serão recolhidos e receberão 
assistências. 
Um organismo humanitário imparcial, tal como o 
Comitê Internacional da Cruz Vermelha poderá oferecer seus 
serviços às partes em conflito. Além disso, as Partes em conflito 
farão o possível para por em vigor, através de acordos especiais, a 
totalidade ou parte das outras disposições da presente Convenção. A 
aplicação das anteriores disposições não surtirá efeito sobre o status 
jurídico das partes em conflito. 
 
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QUADRO COMPARATIVO 
 
DIREITOS HUMANOS DIREITO INTERNACIONAL HUMANITÁRIO 
 
São aplicáveis em qualquer tempo É aplicável em tempo de conflito armado. 
Ou lugar Protege especificamente as pessoas afetada 
Os direitos humanos protegem as pessoal por um conflito armado: a população civil, 
Em qualquer situação ( direitos civis, eco- feridos, doentes, prisioneiros de guerra ou 
nômicos, sociais e culturais ) detidos civis; assim como o pessoal medi- 
O exercício de certos direitos como a li- co, sanitário ou religioso, civil ou militar, 
berdade de imprensa ou de circulação pode e o pessoal da Cruz Vermelha, a fim de 
Ser suspenso durante a vigência do Estádio que possam fazer sua tarefa durante o 
De Sítio. Mas há outros direitos que nunca conflito. 
Podem ser suspensos ou derrogados como O DIH protege contra infrações graves 
O direito à vida e a um julgamento justo de instituições do próprio Estado ou de 
E imparcial. Estados em conflitos armados interna- 
Existem mecanismos de supervisão interna- cionais, de grupos ou indivíduos arma- 
cional universais como o Comitê do Pacto dos sob um comando responsável em 
De Direitos Civis e Políticos no seio das situação de conflito armado interno. 
nações Unidas, ou regionais, como a Comis- Nunca podem ser suspensos ousão Interamericana de Direitos Humanos derrogados. 
De acordo com o Pactos de São José. Estabelece a obrigação dos Estados 
 Adotarem medidas nacionais (exem- 
 plo: leis penais) que punem a viola- 
 Cão destes direitos. 
 Foi criado o Tribunal Penal Interna- 
 cional encarregado de julgar os 
 Crimes de guerra, crime de 
 Genocídio, crimes contra a humani- 
 nidade, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 46 
 
 
 
DIREITOS DOS REFUGIADOS12 
 
Ainda que parecido, o Direito dos Refugiados é diverso 
do Direito de Asilo. 
“A situação dos asilados e refugias é tão antiga quanto 
a própria histórica, mas a efetiva proteção aos refugiados pela 
comunidade internacional somente surgiu com a SOCIEDADE DAS 
NAÇÕES.” 
Após a 1ª Guerra, “o mundo viu-se diante de grandes 
problemas de movimetos massivos relacionados, principalmente, 
com a Revolução Russa e o desmoronamento do Império Otomano. 
Naquela época, a comunidade internacional teve de 
enfrentar o problema de definir a condição jurídica dos refugiados, 
organizar o assentamento ou repatriação em vários países e realizar 
atividades de socorro. 
Com a 2ª guerra Mundial, o problema dos refugiados 
tomou proporções jamais vistas, com o deslocamento de milhões de 
pessoas por diversas partes do mundo.” 
DEFINIÇÃO: “Todas as pessoas de qualquer 
procedência que, como resul tado de acontecimentos na Europa, 
tiveram que abandonar seus países de residência por terem em 
perigo suas vidas ou liberdade, devido a sua raça, religião ou 
crenças políticas”. ( www.mj.gov.br/estrangeiros ). 
PRINCÍPIOS ESTABELECIDOS PELA O.N.U.: 
1)- O problema dos refugiados tem alcance e caráter 
internacional; 
2)- Não se deve obrigar o regresso ao país de origem 
aos refugiados que expressarem objeções válidas ao retorno; 
 
1 A maioria das informações foram copiadas do site www.mj.gov.br/estrangeiros do artigo escrito por Luiz 
Paulo Teles F. Barreto, Diretor do Departamento de Estrangeiros da Secretaria Nacional de Justiça do 
Ministério da Justiça e Membro suplente do Ministério da Justiça no Comitê Nacional para Refugiados. 
2 As demais informações foram retiradas do SILVA SOARES, Guido Fernando. Curso de Direito 
Internacional Público. São Paulo: Atlas, 2002. 
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 47 
3)- Um órgão internacional deveria ocupar-se do futuro 
dos refugiados e pessoas deslocadas; 
4)- Tarefa principal consistiria em estimular o pronto 
retorno dos refugiados e ajuda-los por todos os meios possíveis. 
Em 1947 é criada a Organização Internacional de 
Refugiados ( OIR ) para tratar dos problemas residuais dos 
refugiados depois da 2ª Guerra Mundial. Foi o PRIMEIRO 
ORGANISMO INTERNACIONAL que se ocupava de todos os 
problemas dos refugiados. 
Em 3/12/1949 a Assembléia Geral das Nações Unidas 
aprovou a RESOLUÇÃO Nº 319(IV) denominada “Refugiados e 
Pessoas Apátridas” e nela foi prevista a criação do ALTO 
COMISSARIADO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA OS 
REFUGIADOS (ACNUR), cuja sede é Genebra, tendo sido feito o 
seu Estatuto um ano depois, pela RESOLUÇÃO Nº 429(V). Sua 
função é proporcionar proteção internacional aos refugiados. Trata-
se de uma instituição apolítica, humanitária e social. 
DOCUMENTOS NORMATIVOS: 
1)- CONVENÇÃO SOBRE O ESTATUTO DOS 
REFUGIADOS DE 1951 ( “Magna Carta dos Refugiados” ) 
2)- PROTOCOLO SOBRE O ESTATUTO DOS 
REFUGIADOS, DE 1967. Daí em diante, estende sua atuação além 
dos refugiados de l95l, embora continuasse a se referir à Europa, o 
que fez que a ACNUR só atuasse nessa região do mundo. ( O Brasil 
promulgou-o pelo Decreto 70.946, de 07/08/l972 . Na atualidade, a 
Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados de l95l encontra-se em 
vigor por força do Decreto 99.757 de 03/12/l990, o qual a ratificou 
sem reservas ). 
Na América Latina aplicava-se o instituto do Asilo 
para todas as situações. 
Em 1970, a ACNUR passou a atuar na América Latina. 
O Brasil positivou especificamente o assunto através da 
LEI 9474 DE 22/7/1997, na qual define mecanismos para a 
implementação do Estatuto dos Refugiados de l95l. 
 
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 48 
 
 
 
 
DIFERENÇAS ENTRE O INSTITUTO DO 
REFÚGIO E DO ASILO: 
1)- O Asilo constitui exercício de um ato de soberania 
de um Estado, sendo decisão política cujo cumprimento não se 
sujeita a nenhum organismo internacional. O Refúgio uma 
instituição convencional de caráter universal, aplica-se de maneira 
apolítica, visando a proteção de pessoas com fundado temor de 
perseguição. ( posição contrária: “Nenhum Estado poderá rechaçar 
um postulante a refúgio e devolver a pessoa para os territórios de 
outros Estados ( refoulement) em particular daqueles nos quais sua 
vida ou sua liberdade sejam ameaçadas, em virtude de raça, 
religião, nacionalidade, do grupo social a que pertence ou de suas 
opiniões políticas ( art. 33, § 1º da Convenção sobre o Estatuto dos 
Refugiados de l95l e seu Protocolo de l967 ); da mesma forma e nas 
mesmas circunstâncias, não poderá deportá-la ou restituir a pessoa, 
a não ser que seja considerado como um perigo para a segurança 
do país em que se encontre ou que tendo sido condenada, 
definitivamente, por crime ou delito particularmente grave, 
constitua ameaça para a comunidade do Estado em que se encontre 
e no qual deseja solicitar refúgio. No caso de expulsão de 
refugiados, a qual nunca poderá ser para o país de onde proveio, 
deverão os Estados signatários conceder ao refugiados um tempo 
para este obter admissão legal em outros país. As entradas 
irregulares de tripulantes de navios ou aeronaves ou de passageiros 
clandestinos não poderão ser impedimentos para um estrangeiros 
solicitar refúgio. Finalmente, a cessação da condição de refugiados 
NÃO MAIS DEPENDE DE UM ATO DISCRICIONÁRIO DOS 
ESTADOS, mas sim de um ato administrativo vinculado às 
condições arroladas na Convenção, no art. 1º, Seção C: (a) se o 
refugiado voltou a valer-se da proteção diplomática do país de que 
é nacional; (b) havendo perdido a nacionalidade, o refugiado a 
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 49 
recuperou voluntariamente; (c) se o refugiado adquirir nova 
nacionalidade e gozar da proteção diplomática do país cuja 
nacionalidade adquiriu, etc.) 
2)-O Asilo normalmente é aplicado em caso de 
perseguição política individualizada. O Refúgio aplica-se em casos 
em que a necessidade de proteção atinge a um número elevado de 
pessoas, onde a perseguição tem aspecto mais generalizado. 
Geralmente, o indivíduo está FUGINDO de agressões generalizadas, 
dando origem na maioria das vezes a fluxo massivo de população 
que atravessa a fronteira em busca de proteção. Ocorre também em 
casos de ocupação ou dominação estrangeira, violação dos direitos 
humanos ou acontecimentos que alterem gravemente a ordem 
pública interna no país de origem. Está associado à preocupação da 
Comunidade Internacional com o abalo das estruturas de 
determinado país ou região, gerando potenciais vítimas de 
perseguições ou que têm seus direitos humanos ameaçados. 
Para caracterizar o Instituto do Refúgio, basta o 
fundado temor de perseguição ( no Asilo, a perseguição é atual e 
efetiva ). O Refúgio só é admitido quando o indivíduo está fora do 
país. 
Procedimento noBrasil, em caso de REFÚGIO: “Tem 
início na Polícia Federal, onde são tomadas por termo declarações 
que o solicitante presta à autoridade imigratória. Por ocasião da 
formalização de declaração, o solicitante é informado que deverá 
comparecer à sede da Cáritas Arquidiocesana, no Rio de Janeiro ou 
São Paulo, para preencher um questionários onde estarão contidos 
os dados relativos à identificação completa, qualificação 
profissional, grau de escolaridade, bem como relato das 
circunstâncias e fatos que fundamentaram o pedido de refúgio, 
inclusive, se possível, com a indicação de elementos de provas 
pertinentes. Manifestada a vontade de solicitar refúgio o 
estrangeiro será entrevistado por um funcionário da 
COORDENAÇÃO-GERAL DO COMITÊ NACIONAL PARA OS 
REFUGIADOS -CONARE- Informado do processo, o caso é 
submetido à apreciação do Comitê, órgão colegiado vinculado ao 
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 50 
Ministério da Justiça, que decidirá quanto ao reconhecimento ou 
não da condição de refugiado. 
OBSERVAÇÕES: 
1)- Não há obrigatoriedade de conceder o refúgio ( pois 
não constitui direito subjetivo do estrangeiro). 
2)- É concessão do Estado dentro do seu poder 
discricionário. 
3)- Não estão sujeitos à reciprocidade. 
4)- Protegem os indivíduos independentemente de sua 
nacionalidade. 
5)- Pela tradição, o refúgio tem caráter universal. 
Pelo ordenamento jurídico brasileiro, no entanto, 
alguns pontos se destacam: 
 a)- igualdade de tratamento com aquele conferido aos 
nacionais do Estado que concede o refúgio; assim: a liberdade de 
praticar sua religião e liberdade de instrução religiosa de seus filhos 
( art. 4º, Decreto 99757 de 3/12/1990); o direito ao livre acesso aos 
tribunais ( art. 16, § 1º), o direito de educação primária ( art. 22), o 
direito à assistência médica e à assistência social, em particular a 
refugiados considerados indigentes ( art. 23 ), o direito ao trabalho e 
a condições dignas de trabalho e direito à seguridade social ( art. 24 
), os deveres de submeterem-se a racionamentos, nas mesmas 
condições impostas à população em geral ( art. 20 ) e igualdade de 
imposição de deveres tributários exigidos dos nacionais do Estado 
que concede o refúgio ( art. 29 ). 
b)- igualdade de tratamento no Estado de refúgio, com 
aquele por este conferido aos nacionais do refugiados; trata-se da 
aplicação, no caso dos refugiados, daquelas situações em que 
existem favores recíprocos instituídos em tratados bilaterais, 
aplicáveis, no território de cada Estado, aos nacionais do outro, em 
geral, na dependência da reciprocidade. São várias situações, mas no 
que se refere aos refugiados, a Convenção expressamente cita: o 
reconhecimento dos direitos de propriedade industrial e direitos de 
autor ( art. 14 ), o direito à assistência judiciária e favores de isenção 
de cauções judiciais ( art. 16, § 2º ). 
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 51 
c)- tratamento mais favorável que aquele concedido a 
estrangeiros, nas mesmas circunstâncias, como: o direito de 
associação em entidades sem fins políticos nem lucrativos e aos 
sindicatos profissionais ( art. 15 ), e nas atividades assalariadas. 
d)- tratamento tão favorável quanto possível e, em 
todos caso, tratamento não menos favorável do que é dado nas 
mesmas circunstâncias, a estrangeiros em geral, como o direito ao 
exercício da profissão assalariadas ( art. 18 ) ou de profissão 
liberados aos portadores de diplo0mas universitários ( art. 19 ), 
aquisição de bens móveis ou imóveis ( art. 13 ), direito à educação e 
o acesso a ela, além do ensino primário, reconhecimento de 
certificados de estudos, de diplomas e títulos universitários 
estrangeiros, direito à isenção de taxas e à concessão de bolsas de 
estudo ( art. 22, § 2º. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8.1.4. DIREITO DE ASILO 
 
Introdução 
 
O Asilo é uma instituição colocada dentre os denominados 
Direitos Humanos e não exige reciprocidade. 
O Asilo Territorial não deve ser confundido com o Asilo 
Diplomático. 
 
 
 
Definição 
 
 
“A proteção dada por um Estado, em seu território, a uma 
pessoa cuja vida ou liberdade se acha ameaçada pelas 
autoridades de seu país por estar sendo acusado de haver 
violado a sua lei penal ou, o que é mais freqüente, tê-lo 
deixado para livrar-se de perseguição política. 
 
“É o acolhimento, pelo Estado, de estrangeiro perseguido 
alhures – geralmente, mas não necessariamente no seu 
próprio país patrial - por causa de dissidência política, de 
delitos de opinião, ou por crimes que, relacionados com a 
segurança do Estado, não configurem quebra do direito 
penal comum” (Rezek). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Previsão Normativa 
 
“Toda pessoa tem o direito de buscar e receber asilo 
em território estrangeiro, em caso de perseguição por delitos 
políticos e de acordo com a legislação de cada Estado e com as 
convenções internacionais” ( Pacto de São José, art. 22º, 7 ). 
 
 
 Artigo XIV da Declaração Universal dos Direitos do 
Homem: “todo homem, vítima de perseguição, tem o direito de 
procurar e gozar asilo em outros países” 
§2º: “ não pode ser invocado em caso de perseguição 
motivada legitimamente por crimes de direito comum ou 
por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações 
Unidas.” 
 
Observação: Fala no direito de procurar Asilo, mas não na 
obrigação do Estado em concedê-lo. 
 
 
 
 
Convenção de Havana sobre o Asilo, de 1928. 
Foi substituída pela Convenção sobre o Asilo Político de 
Montevidéu de 1933. 
Modificada pela Convenção sobre Asilo Diplomático de 
Caracas de 1954. 
 
 
Resolução 3.212 (XXII) de l967 da Assembléia Geral. 
Diretrizes básicas do Asilo Territorial: 
 
a)- O Asilo é um direito do Estado baseado em sua 
soberania; 
b)- deve ser concedido a pessoas que sofrem perseguição; 
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c)- a concessão de Asilo deve ser respeitada pelos demais 
Estados e não deve ser motivo de reclamação; 
d)- a qualificação do delito incumbe ao Estado Asilante, 
que pode negar o asilo por motivos de segurança nacional; 
e)- as pessoas que fazem jus ao Asilo não devem ter a sua 
entrada proibida pelo país Asilante nem devem ser 
expulsas a um Estado onde podem estar sujeitas a 
perseguição; 
 
Disciplina do Asilo Diplomático 
1)- A natureza política dos delitos atribuídas ao fugitivo; 
2)- Atualidade da perseguição ( Estado de urgência ); 
3)- Locais: Missões Diplomáticas, isto é, não é repartições 
consulares. Via de regra, o embaixador a examinará as 
situações acima e, se entender presentes, reclamará da 
autoridade local a expedição do salvo-conduto para deixar 
o país. 
Imóveis invioláveis, segundo o costume internacional: 
navios de guerra acostados no litoral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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9 – QUESTÕES RELATIVAS À 
RECEPÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL 
DOS DIREITOS HUMANOS 
 
1. Introdução 
 
Como é feita a recepção como regra ? E no caso dos 
Direitos Humanos ? Que controvérsias podem surgir ? Como fica o 
caso do artigo 7º, nº 7 do Pacto de São José ? 
 
2. Exame da Questão 
 
2.1. Do Ponto de Vista da Legislação 
Constitucional brasileira: 
Artigo 21 C.F.: 
“Compete à União: 
I- Manter relações com Estados estrangeiros e 
participar de organizações internacionais. “ 
Artigo 49 da C.F.: 
“É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
I- Resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou 
atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos 
gravosos

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