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Resumo Hegel - História da Filosofia

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Tema: Razão na História, a questão da Filosofia da História e a História da Filosofia dentro da metodologia hegeliana, dialética hegeliana e compreensão de História Universal.
Autor: 
Georg Wilhelm Friedrich Hegel nasceu no dia 27 de agosto de 1770 em Stuttgart, região pertencente ao Sacro-Império Romano Germânico e sobre tutela do Império Austríaco, hoje atual Alemanha, em sua juventude frequentou o seminário de Tübingen onde teve seu contato com a Filosofia Clássica, porém neste período Hegel se preparou para a formação eclesiástica e seus primeiro trabalhos possuíam sobre tudo assuntos teológicos, que mais tarde iriam permear suas obras Filosóficas, depois de um período em que trabalhou como tutor, em 1801 assume o cargo de docente livre na Universidade de Jena, até 1806, quando a Universidade foi dispersada devido vitória de Napoleão.
Além do interesse pelo problema religioso, Hegel sempre se preocupou com as questões políticas. Ele dizia que "a leitura dos jornais é uma espécie de oração da manhã realista". Em 1802, escreveu um trabalho sobre a constituição da Alemanha. A última obra que publicou em vida, Princípios da filosofia do direito, sistematiza suas idéias a respeito da sociedade e do Estado.
De 1807 a 1808, Hegel foi diretor de um jornal em Bamberg, e de 1808 a 1816, diretor do ginásio em Nuremberg. Tornou-se, então, professor da universidade de Heidelberg e, em 1818, foi chamado para Berlim, ocupando a cátedra de filosofia, vaga desde a morte de Fichte.
Hegel tinha grande talento pedagógico, mas era mau orador e pior estilista. Tampouco tinha qualquer atração pessoal, parecendo um pequeno-burguês tranquilo e às vezes sonolento, "o espírito do mundo em robe-de-chambre", segundo alguns de seus contemporâneos. Mas exerceu influência enorme e seus discípulos dominaram todas as universidades da Alemanha.
No que se refere aos fatos históricos, a Revolução Francesa e o advento de Napoleão são os acontecimentos capitais na vida de Hegel, para quem a Revolução é a tentativa de restauração da cidade antiga - o triunfo da razão e da liberdade, a construção do real de acordo com o pensamento - e Napoleão é "a alma do mundo", a individualidade superior que, perseguindo apaixonadamente seu objetivo, é agente “de um fim que constitui uma etapa na marcha progressiva do Espírito Universal”.
Principais Obras:
Fenomenologia do Espírito (1807) 
Enciclopédia das Ciências Filosóficas (1817)
Princípios da Filosofia do Direito (1820)
Lições Sobre a Filosofia da História (Póstumo: 1937) 
Ideia principal do texto.
Hegel procura introduzir a Razão na História através da Filosofia, para isso irá se utilizar da noção de liberdade que permeia todo o texto, sua noção de liberdade irá não só sustentar suas ideias como justifica-las, Hegel introduzirá a questão do pensamento na História, desafiando o antigo entendimento de que a História é uma sequencia de fatos isolados e inabaláveis, sua tese demonstra que a História é um todo, um Universal, onde os caminhos dos povos se cruzam e se completam, através de sua dialética que é a lei que estabelece a manifestação da Ideia. Para Hegel, a dialética é responsável pelo movimento em que uma ideia sai de si própria (tese) para ser outra coisa (antítese) e depois regressa à sua identidade, se tornando mais concreta, porém Hegel define sua dialética não só enquanto um método, mas enquanto um sistema filosófico, pois não é possível separar o método (filosofia) do objeto (história), o método é o objeto em movimento.
Hegel define a História Concreta enquanto a história que segue a noção de liberdade, a História que não é permeada pela noção de liberdade é encarada como História Natural, quando pensa nos povos que fazem parte da História Concreta, Hegel se utiliza dos seguintes exemplos: Os Orientais possuem a liberdade do individuo, o que gera despostas e tiranos, seu povo se submete as vontades de um soberano, sua etapa de desenvolvimento é comparada com a infância, os Gregos entendem alguns enquanto livres, no entanto mantém a escravidão como base de sua economia, sua fase de desenvolvimento é comparada com a adolescência, os Romanos entendem que o cidadão é livre, ampliam o entendimento de cidadão dos gregos, portanto um maior numero de pessoas se torna livre, sua fase de desenvolvimento é comparada com idade madura, os povos Germânicos, devido as invasões bárbaras e a mistura com a cultura Romana e a religião Cristã, entendem o homem enquanto ser livre, todos os homens, portanto sua fase de desenvolvimento é comparada com a velhice.
Os povos que não possuem a noção de liberdade do individuo fazem parte da História Natural seus exemplos são os povos da Ásia, que mesmo possuindo a noção de liberdade ainda a entendem de forma embrionária, a África e a América, que por não possuírem Estados, são colocadas fora da História Concreta, com exceção da América do Norte, mais especificamente o Norte dos Estados Unidos, que na visão de Hegel é desenvolvido industrialmente e possui constituição, além de eleições, o que o torna civilizado.
Explicar a noção de liberdade de Hegel é um trabalho árduo e deverás complicado, portanto trabalharei me baseando em tópicos.
1.) Para entender a liberdade de Hegel devemos entender sua ligação com Deus, ou Providencia, Hegel não separa o mundo enquanto mundo físico e mundo espiritual, entende que ambos caminham juntos, para Hegel Deus pretende que o mundo livre tenha conhecimento de sua existência, não apenas como uma figura Divina mas enquanto existência real, Deus se utiliza do caminho Espiritual para concretizar tal vontade, caminho esse que possui a liberdade e que se força a liberdade, portanto o homem que é o ser para o qual Deus pretende demonstrar sua existência real é possuidor da Razão, único meio de entendimento e busca por liberdade.
“Deus é o ser eternos em e para si mesmo; aquilo que é original em e para si mesmo é sujeito do pensamento, e não do sentimento. É verdade que tudo que é Espiritual, todo o conteúdo da consciência, qualquer coisa que é produto do pensamento – em especial a religião e a moralidade – também deve, e orginalmente o faz, existir no modo do sentimento. Mas o sentimento não é a fonte de onde este conteúdo flui para o homem, mas apenas um modo primitivo em que ele existe no homem. È realmente o pior modo.” HEGEL, Georg – A Razão Na História. Pp. 61 – 1837
“Se a religião prometia a salvação em outro mundo, a filosofia promete algo mais perfeito: a liberdade neste mundo! O sentido efetivo da fé cristã de que “todos os homens são filhos de Deus” se traduz efetivamente pelo pensamento de que “todos os homens são livres” e que “a história é a realização da Liberdade”. Deus esta presente na História Universal, o tempo é o seu trabalho para se encontrar e se reconhecer, e por isso, a história só pode ser o reino do Bem.” – REIS, José Carlos - História da “consciência histórica” ocidental contemporânea. Pp. 72 – Autêntica Editora, 2011.
2.) A História é apresentada enquanto o esforço ou o caminho do homem para atingir a total liberdade, sendo que a História já possui seu traçado definido, não sendo possível alterá-lo, o homem se baseia na Moral para decidir o Bem e o Mal, Hegel afirma que todo homem possui o entendimento de Bem e Mal devido a sua Moral, que pode ser ligada a família, ao “bairro”, a região ou ao Estado, nesta ordem de valor, e seu estado de liberdade irá acompanhar o seu nível de desenvolvimento enquanto civilização. 
3.) A liberdade só se desenvolve através da quebra da Moral atual, grandes homens que buscam a realização de suas paixões enxergam inconscientemente os designíos do Espirito, que por meio deles busca se realizar em si mesmo, estes grandes homens não buscam a felicidade em seus atos, pois a felicidade não existe para aqueles que atuam na História, buscam a realização de seus objetivos que por si só trazem satisfação, os grandes homens portanto são as ferramentas para que o Espirito alcance a liberdade que lhe pertence.
[...] o espirito, devorando seuenvoltório mundano, não passa apenas para outro envoltório, mas renasce glorificado, transfigurado, um espirito mais puro. Ele age contra si mesmo, devora sua própria existência, elevando-se a um novo corpo.- REIS, José Carlos - História da “consciência histórica” ocidental contemporânea. Pp.89 - citando HEGEL, Georg – A Razão da História, 1837.
Entendidos estes pontos devo explicar a visão espiral da História de Hegel, que entende que a liberdade encontra em um Estado sua evolução e mesmo que este estado venha a cair devido à corrupção ou a estagnação de seu povo, a liberdade irá começar de onde parou no seio de outro povo, a espiral de inovação da liberdade e colapso de uma civilização é regra constante na teoria de Hegel, que diz ser parte necessária da evolução Histórica, Hegel compreende que a civilização Ocidental Europeia em particular os povos Germânicos são os mais próximos de alcançar a liberdade absoluta e que, portanto devem guiar os outros povos na busca pela liberdade.
Ideias secundárias:
1ª. Noção de Estado.
Para Hegel a liberdade só é plenamente alcançada na forma do Estado, que representaria a liberdade absoluta de seu povo, diferentemente de Rousseau que entende que o homem cede parte de sua liberdade para exercer uma liberdade limitada, no Estado de Hegel os interesses individuais do homem estão em harmonia com os interesses do Estado, o homem encontra a realização de suas paixões na concretude das ações do Estado, deixo claro aqui novamente que tal homem pensa na História Concreta e não na felicidade, portanto busca a realização e não a felicidade em si, este homem estaria satisfeito em seguir a Moral imposta pelo Estado, que em busca de realizar os anseios do Espirito busca a liberdade para todo o homem.
2ª Religiosidade e Filosofia. 
A visão teológica de Hegel segue sua tese, fica clara a influência da fé Cristã e principalmente da Moral protestante em suas ideias, o próprio Hegel argumenta que o Protestantismo é de grande importância para que o homem desenvolva a noção de liberdade, e que o povo Germânico atinge o ápice do entendimento de liberdade devido, em grande parte ao Protestantismo.
Para Hegel a religião e a filosofia não se separam, pelo contrário se completam a religião enquanto guia Moral e a filosofia enquanto busca racional da Deus e da verdade (verdade de Deus).
3ª Superioridade Europeia.
A todo o momento Hegel demonstra que a Europa é a região mais propicia ao desenvolvimento da civilização e que deve guiar os caminhos do homem, repetidas vezes exclui as outras regiões do mundo, entre suas explicações estão a religiosa: no caso das religiões Cristãs que possuem um Deus único, onipotente e onividente sendo as mais próximas da liberdade, por entender que todos os homens são filhos de Deus, portanto iguais, enquanto que as outras regiões apresentam muitos deuses, feitiçaria, rituais o que representaria a falta de razão na interpretação do mundo, seus representantes não são capazes de explicar sequer o clima sem recorrer as suas crenças, portanto são ignorantes a liberdade.
Outra explicação seria a geográfica, Hegel defende que o calor rígido ou frio intenso seriam barreiras para o desenvolvimento de uma civilização, e que portanto a Europa de Clima Temperado teria as condições ideais para o desenvolvimento da agricultura e portanto para o assentamento dos povos, que mais cedo formariam o Estado e estariam em constante contato com o desenvolvimento da liberdade.
Objetivos do autor:
Hegel busca inserir o pensamento racional na História, tenta demonstrar que a História é uma continuidade, e que as ações de um individuo ou de uma civilização podem ser interpretados de forma racional, de forma individual, e que o historiador deve interpretar o que leva na história, as grandes mudanças, os grandes acontecimentos, sejam os grandes heróis ou o movimento das civilizações.
Objeto:
O objeto de Hegel é a História, que por ele é interpretada como o desenvolvimento da liberdade através do pensamento.
Fontes: 
Hegel irá utilizar das ideias de Goethe, Schiller, Rousseau e Kant para desenvolver seu pensamento próprio.
Métodos de análise:
Hegel se utiliza da dialética hegeliana, já explicada em momento anterior no texto.
Breve apresentação do comentador:
José Carlos Reis é um historiador e filósofo, graduado em História pela UFMG (1981), mestrado em Filosofia pela UFMG (1987), mestrado em Filosofia pela Université Catholique de Louvain (1989) e doutorado em Filosofia pela Université Catholique de Louvain (1992). É pós-doutor pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (Paris, 1996/97), pela Université Catholique de Louvain (Bélgica, 2007/08) e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2014/15). Atualmente é professor associado 4 da Universidade Federal de Minas Gerais. Tem experiência na área de História, com ênfase em Teoria da História e História da Historiografia, atuando principalmente nos seguintes temas: epistemologia, temporalidade, historiografia brasileira, historiografia francesa, pensamento histórico alemão.
Dialogo do Comentador com o Autor:
José Carlos Reis apresenta as ideias de Hegel de forma simplificada, porém seu trabalho se apresenta enquanto uma critica a dialética hegeliana, Reis critica não só a dialética em si, mas coloca Hegel enquanto um homem de sua época, e diz que até certo ponto suas intenções com o texto eram de forma explicita elevar os povos Europeus e principalmente os povos Germânicos ao posto de lideres do mundo, justificando seus atos em relação a violência cometida com outros povos, José Carlos Reis critica principalmente a “demonização” dos povos não europeus, que Hegel coloca fora da História, ignorando completamente suas culturas, organizações sociais, relações comerciais e História em si.
Reis coloca Hegel enquanto um Europeu que defende a Europa, enquanto um pensador que procura não só mascarar as atrocidades cometidas por tais povos, mas justificar suas ações por meio de sua filosofia.
Entretanto Reis assume a importância de Hegel para a historiografia mundial, e compreende que a História sofre um grande impacto positivo devido a inovação do pensamento e razão introduzidos no momento e indivíduos históricos da qual Hegel é criador, reconhece o valor de se reconhecer a História enquanto algo Universal, e além de tudo compreende que por ser um homem de seu tempo, Hegel está inserido na Moral de seu tempo.
Questões complementares:
Esta foi a primeira vez que tive contato direto com Hegel, e me sinto realizado em perceber que sua filosofia foi impactante em muitos movimentos históricos nos séculos XIX e XX, sua importância vai além da questão histórica pois permeia os mais diferentes âmbitos das instituições Ocidentais, também pode ser percebido nas construções ideológicas, sociais e religiosas de todo o período.
Sua contribuição para a História é notável e notável também é sua contribuição para diversos atos sanguinários da História recente.
Bibliografia:
HEGEL, Georg. A Razão Na História: Uma introdução Geral à Filosofia da História: Introdução HARTMAN, R.S. Tradução: SIDOU, Beatriz. 4ª ed. São Paulo. Editora Centauro, 2012
REIS, José Carlos. História da “consciência histórica” ocidental contemporânea. Belo Horizonte/MG. Autentica Editora, 2011
LALANDE, André. Vocabulário Técnico e Crítico da Filosofia. 3ª ed. São Paulo. Livraria Martins Fontes. 1999.
FRANÇA, Lincoln. Hegel, o movimento especulativo do Espírito e a História. .
BOURGEOIS, B. O pensamento politico de Hegel. Tradução Paulo Neves da Silva, São Leopoldo/RS. Editora Unisinos, 2000.
SANTOS, J.H. O trabalho do negativo: Ensaios sobre a Fenomenologia do Espirito. São Paulo. Loyola, 2007.

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