Buscar

Justiça Trabalhista

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Thiago José de Souza Oliveira, Graduado em História, Bacharelando em Direito pelo Centro Unisal/Lorena.
Professora Orientadora: Luiza Helena Lellis Andrade de Sá Sodero Toledo, Advogada, Mestre em Direitos Sociais e Cidadania, Especialista em Direito Público, Professora Universitária e da Pós-Graduação, Competência nas áreas do Direito Civil, Teoria Geral do Direito, Direito Previdenciário, Direito de Família, Direito de Sucessões, Introdução do Estudo do Direito, História do Direito, Hermenêutica Jurídica, Teoria Geral do Processo, Direito Processual Civil e Direitos Sociais e Direito das Minorias.
Consolidação da Lei Trabalhista:
Os direitos do Trabalhador advindo do poder ditatorial.
Fevereiro 2011
Resumo
Este breve artigo tem por objetivo analisar os motivos que incitaram na implantação e instituição de uma Justiça voltada inteiramente a razão do trabalhador, sendo este, averiguado pelo Estado como um ato de contrato firmado entre o empregado e empregador, tido como o lado fraco da corda.
O que faz interessante ressaltar e analisar é a influência que o período ditatorial civil-militar brasileiro acarretou para a formalização e promulgação dos direitos trabalhistas na sociedade. Do poder autoritário dispôs o ramo legislativo mais relevante e atuante da codificação normativa do país. 
Palavras-Chave: Justiça Trabalhista. CLT. Brasil. Ditadura Civil-Militar Brasileira.
Sumário: 1. Introdução. 2. Por que de uma Justiça Trabalhista? 3. Conclusão. 4. Referências.
Abstract
This brief article aims to analyze the reasons that prompted the implementation and establishment of a Justice dedicated entirely to the worker's right, this being, examined by the state as an act of contract between employee and employer, considered the weak side of the rope.
What makes it interesting to point out and analyze the influence that the period Brazilian civil-military dictatorship led to the formalization and enactment of labor rights in society. Disposed of authoritarian power the legislative branch more relevant and active encoding of the country.
Keywords: Labor Court. CLT. Brazil. Dictatorship.
Contents: 1. Introduction. 2. Why a Labour Justice? 3. Conclusion. 4. References.
1. Introdução
Com o advento da razão democrática na sociedade mundial, cada vez mais, foi de intenso encontro à busca pelo ideal de um dos personagens principais da elevação e sustentabilidade do setor Estatal, o trabalhador.
 Historicamente, outros meios legislativos tiveram presença no país, anteriormente a temporalidade do ano de 1943, ao qual corresponde a aprovação e consolidação do Decreto-Lei nº 5. 452 de 1º de maio, na tentativa de se organizar o âmbito social, e a relação regular contratual entre individuais e coletividade de trabalho.
Ressalta-se, porém, que no decorrer de tempo, anterior a década de 1930, alguns movimentos tiveram o significado de ação correspondente às normas, e até mesmo em determinados períodos, com características de revolta. No período heroico, assim denominado historicamente, eram numerosas e muito mais fortes as manifestações, protestos, agitações, reinvindicações, do que propriamente a intenção de criar uma legislação vinculada internamente à vontade trabalhista.
Por resolução de determinadas revoltas e manifestações, o governo em pronto instante estruturou e logo criou o Ministério do Trabalho, dando início a uma obra legislativa. Porém, em regime de exceção (ditatorial), com o poder legislativo dissolvido, toda a ação legislativa cabia ao chefe do Governo Provisório, mediante simples decreto.
Nossa legislação social foi elaborada de um ímpeto, como numa febre legiferante. Não é de modo algum obra de um só indivíduo, nem mesmo de alguns técnicos do Ministério. É obra de muitos, surgiu de uma colaboração quase anônima de todos os interessados, patrões e empregados, principalmente. Como quer que seja, de uma forma ou de outra, podemos realizar, em cerca de quatro anos, a elaboração de todo este vasto complexo jurídico. Que forma a legislação social vigente. É um edifício enorme e imponente, a que falta sem dúvida o que se chama propriamente acabamento. (VIANA, 1943).
Neste período pós-revolucionário, ao que se firmaram os direitos do trabalho, por intermédio de decretos, regulamentos, portarias, instruções, foi permeada, não raro, por conflitos e ações contraditórias. Ao que Oliveira Viana alude de “Febre Legiferante”, faltou justamente pensar os textos; nem sempre os princípios que norteavam as leis eram as mesmas, levando a diversas confusões e ao não entendimento por parte dos intérpretes.
Com duas constituições de permeio (1934 e 1937), em 29 de janeiro de 1942 foi designado, por intermédio da Portaria nº 791, uma comissão formada por dez membros para estudar e organizar um anteprojeto de Consolidação das Leis Trabalhista de Proteção ao Trabalho e Providência Social. 
Publicado o anteprojeto no Diário Oficial da União de 5 de janeiro de 1943, com o intuito de receber sugestões de empregados e empregadores, mormente através de seus órgãos de classe, chegaram, determinadas sugestões, ao número exorbitante de, aproximadamente, duas mil sugestões normativas. Sendo, em 31 de março do mesmo ano, ultimada a tarefa, vindo a ser aprovada em 1º de Maio, pelo Decreto-Lei nº 5. 452 a Consolidação das Leis Trabalhistas, entrando em vigor no dia 10 de novembro. 
No entanto, o que gera polêmicas e a resultante da desconfiança de determinadas leis é, que poderia o presidente da República expedir decretos-leis, mistos de leis e de decretos executivos; não havia, no período do Governo Provisório, nem Câmara nem Senado, Poder Legislativo concentrado nas mãos do Chefe do Estado. Ora, em pleno instante ditatorial, com decretos-leis baixados diariamente, aos montes, constitui-se a polêmica em torno da pura natureza jurídica da CLT, que tanto tem desprestigiado os juristas no âmbito público.
Não havia ao menos, preocupação ou consequência jurídica, saber se a CLT compunha o âmbito dos códigos ou da consolidação, pois, a autoridade que a promulgou tinha pleno poder constitucional para decretar ambos. No entanto, para a temporalidade, para atender suas necessidades, foi determinadas consolidações, dentro das circunstâncias, satisfatória e coerente, vindo a coroar o sentido evolutivo da política trabalhista do Brasil.
2. Porque de uma Justiça Trabalhista?
Nos primeiros instantes do Século XX, a gama da razão trabalhista brasileira era constituída pela forte atuação operária. O operariado, em especial o paulista, era constituído por estrangeiros, principalmente, espanhóis e italianos, e por um número não muito significativo de brasileiros pobres e migrantes internos.
Apesar da composição heterogênea da classe operária, tinham em organização jornais, associações de ajuda mútua e alguns sindicatos. Entre os períodos de 1917 e 1920, ocorreu um ciclo de greves, provocadas pela carestia causada pela Primeira Guerra Mundial e influenciadas pela Revolução de Outubro na Rússia. Dentre as várias manifestações grevistas pelo mundo, São Paulo também foi alarmado na década de 1917, atingindo cerca de 50 mil trabalhadores, denominada de “A Greve Geral”.[1: A Revolução Russa foi uma série de eventos políticos, que após a substituição da autocracia russa, e depois do Governo Provisório, resultou no estabelecimento do poder soviético sob o controle do Partido Bolchevique. O resultado deste processo foi à criação e instituição da União Soviética, que fez da Rússia o primeiro país socialista do mundo, sustentando-se até 1991. ]
Ideologicamente, o “anarcossindicalismo” atuou no âmbito social predominantemente até 1920, além de ações como do anarquismo e do socialismo que reivindicavam defesas econômicas e até transformações radicais, com a intenção de implantar uma sociedade igualitária.
As greves que fumegaram São Paulo, Rio de Janeiro e interior foram duramente reprimidas no decorrer da década de 1927. Patrões e policiais atribuíram os movimentos grevistas a agitadoresprofissionais, pagos por governos estrangeiros para aniquilar a industrialização nascente do Brasil. No mesmo ano, por segurança nacional, o governo promulgou a Lei Celerada (Lei Adolpho Gordo), que autorizava a expulsão de líderes operários estrangeiros e o internamento dos brasileiros que comprometessem a segurança nacional.[2: “A Lei Adolfo Gordo foi uma lei antioperária, não foi uma lei contra a liberdade de imprensa. Foi uma lei que resultou das greves, das grandes greves de 1917 e 1919, que foram os maiores movimentos da massa operária que se deram no Brasil até hoje. A de 1917 foi ainda mais forte, mais ampla. Em vários pontos, por exemplo, do Rio Grande e de São Paulo, os anarquistas estiveram eventualmente no poder”. Depoimento de Barreto Leite Filho ministrado ao repórter Gilberto Negreiros para o Jornal Folha de S. Paulo, Jornalistas contam a História, Folha de S. Paulo: São Paulo, sexta-feira 5 de janeiro de 1979. Fonte: http://almanaque.folha.uol.com.br/memoria_1.htm Acesso: 01/07/2011]
Nos primeiros instantes da vigência da Lei, foram expulsos 152 líderes estrangeiros, ao longo dos anos, centenas foram extraditados. Posteriormente, foi instituído o decreto nº 1. 637 que outorgava a exigência para os sindicantes operários a naturalidade de brasileiros, natos ou naturalizados.
A legislação repressiva, por conta dos problemas internos e pela governabilidade ditatorial, continuou a se radicalizar; as atenuantes do Decreto nº 1. 641 que punia com a expulsão os estrangeiros, que por qualquer motivo, comprometesse a segurança nacional ou a tranquilidade pública, foram revogadas pelo Decreto nº 2.741, de 08/01/1913 promulgado por Hermes da Fonseca. Dezenas de anarquistas passaram a ser caçados em São Paulo e, uma vez presos, deportados do Brasil no prazo de 15 dias. Os motins grevistas, ao longo da temporalidade foram controlados. O Estado reprimiu todos os movimentos operários com força policial e tendo por meios legais, denotando a famosa frase: “Questão social é caso de polícia”.
Com a implantação do governo Vargas, que caracterizou a historiografia brasileira no período de 1930-45, refletiu-se uma nova situação no país e em nível mundial, que determinou a necessidade de expressa reformulação nas estruturas governamentais. 
De um lado com a crise internacional iniciada com a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, e a decadência da elite agrária, que sustentara o Brasil com a prática da exportação cafeeira, e de outro a reorganização do Estado, com novos grupos e interesses que chegaram junto com Getúlio Vargas.
Uma das principais características do governo Vargas, foi o forte discurso nacionalista, transferida para o setor econômico. Por decorrência deste nacionalismo exacerbado, motivou-se o aumento da industrialização, consequentemente o aumento, também, da classe operária, uma classe organizada em sindicatos e que nas últimas décadas havia mobilizado milhares de trabalhadores e obtido conquistas, uma classe que em momentos de reivindicações era liderada por anarquistas estrangeiros, principalmente italianos, uma classe politizada e relativamente bem organizada.
Neste efervescente momento de crescimento industrial nacionalista, foi necessária uma política que enfraquecesse a classe operária e que eliminasse as possíveis lutas de classe. Era necessário um operariado que se enquadrasse ao projeto de conciliação e não se opusesse a ele. 
Este foi um dos principais fatores característicos da “Era Vargas”, desenvolver uma política que colocasse o operariado de acordo com o projeto de conciliação, um projeto de desenvolvimento nacional. O projeto trabalhista de Getúlio Vargas se insere no contexto de uma classe operária que deve ser controlada e subordinada aos interesses do Estado ou, aos interesses da Nação.
A política trabalhista de Vargas, inspirada na Carta Del Lavoro, permitiu que o Estado passasse a condição de árbitro na relação entre capital e trabalhador. Dessa forma o governo atraiu o apoio dos trabalhadores, controlando este movimento para evitar a expansão de ideias de esquerda e criou condições para o desenvolvimento industrial sob a égide do nacionalismo.[3: A Carta Del lavoro (Carta do Trabalho), é um documento de 1927, onde o Partido Nacional fascista, liderada por Benito Mussolini, apresentou as linhas de orientação que deveriam guiar as relações de trabalho na sociedade, nomeadamente entre a patronato, os trabalhadores e o Estado.]
Contudo, Getúlio Vargas criou o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e a Justiça do Trabalho, no intuito de arbitrar possíveis conflitos entre patrões e empregados. Instituiu uma extensa legislação de caráter assistencialista para o proletariado urbano, apresentando-se como “pai” dessas leis, incorporadas a Constituição de 1934 e, posteriormente, organizadas na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT – 1943). Ainda, as greves foram praticamente controladas e, para melhorar a condição trabalhista, foi instituída a lei do salário mínimo; os sindicatos foram subordinados a razão governamental, devido à exigência de filiação ao Ministério do Trabalho, à obrigatoriedade de sindicatos únicos por categoria e ao imposto sindical.
3. Conclusão
	A Consolidação das Leis Trabalhistas constituiu como um todo, fonte de direito positivo do trabalho no Brasil. Mesmo tendo nascida de contraditórias discussões e interesses, o corpo sistemático da CLT abrange objetivo foco na razão de interesse entre patrões e trabalhadores, dispondo importantes direitos ao simples trabalhador, como direito ao salário mínimo, a carteira de trabalho, os direitos da mulher gestante, permite por direito a primeira relação contratual ao jovem, direito a férias etc., reconhecendo a ampla gama do setor trabalhista.
	Por intermédio de toda a movimentação social, envolvendo o setor operário, pelas inúmeras greves e revoltas, foi possível repensar as condições trabalhistas do país; rever a razão da pessoa humana e sua condição de trabalho e produção e, principalmente, a interação entre o patronato e o subordinado, o trabalhador.
4. Referências
ABREU, Hugo. O outro lado do poder. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1979.
AGUIAR, Hernani d'. A Revolução por dentro. Rio de Janeiro: Artenova, 1976.
ALBUQUERQUE, Manuel Maurício. Pequena história da formação social brasileira. Rio de Janeiro: Graal, 1981.
ALEXANDER, Robert J. A organização do trabalho na América Latina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1967.
CABRAL, Castelar. Homens da República. Rio de Janeiro: Revista dos Tribunais, s.d.
FAUSTO, Bóris. A crise dos anos vinte e a Revolução de 1930. In: O BRASIL republicano. Org. por Boris Fausto. São Paulo: Difel. v. 2, (História geral da civilização brasileira, 9), 1977.
FREDERICO, Celso (Org.). A esquerda e o movimento operário, 1964 - 1984. Belo Horizonte: Oficina de Livros, 1990 – 1991. 
VIANA, Francisco José de Oliveira. Problemas de direito sindical. São Paulo: Max Limonad, 1943.

Continue navegando