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Direio Administrativo Aula 1 02 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Administrativo 
 Professor: Celso Spitzcovsky 
Aula: 02 | Data: 27/04/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
1. Princípio da Moralidade Administrativa 
2. Improbidade 
 
1. Princípio da Moralidade Administrativa 
 
Trata-se da moralidade relacionada à preservação do interesse público. Ato imoral passa a ser sinônimo de ato 
inconstitucional, passível de apreciação pelo judiciário. 
 
Espécie qualificada de imoralidade: improbidade administrativa. 
 
2. Improbidade 
 
1) Definição: sinônimo de desonestidade administrativa. 
 
2) Elemento comum: Quem pratica um ato de improbidade sabe exatamente o que está fazendo, ou seja, o 
elemento comum às hipóteses de improbidade é o dolo (a intenção do agente praticar o ato desonesto). Sem o 
dolo, pode no máximo existir uma imoralidade, mas improbidade não, não há improbidade sem dolo. 
 
A improbidade pode resultar de atos ou de omissões. 
 
Artigo 37, §4º, CF dispõe as sanções. Artigo 85, CF – possibilidade de processo por crime de responsabilidade. 
 
3) Legislação: lei 8429/92 é a principal legislação regulamentadora. 
 
4) Hipóteses: artigos 9, 10 e 11 da lei: 
 
O critério utilizado pelo legislador para dividir as hipóteses é a gravidade do ato: 
 
a) enriquecimento ilícito (artigo 9): considerada a mais grave pelo legislador. Deve ter ocorrido um 
enriquecimento ilícito que resulte numa vantagem patrimonial indevida que seja em razão da titularização de um 
cargo, emprego, função ou mandato dentro da Administração Pública nas quatro esferas de Governo. 
 
Artigo 13 - essa lei exige que para que o agente público possa tomar posse do cargo apresente declaração de 
bens. A lei exige que essa declaração de bens seja renova periodicamente. Se eventualmente essa declaração não 
for repetida periodicamente a sanção será a de demissão a bem do serviço público. 
 
Exemplos de enriquecimento ilícito: 
 
1º - desvio de verbas públicas; 
2º - cobrança ou recebimento de vantagem patrimonial indevida (“propina”); 
3º - uso de servidores ou equipamentos públicos para fins particulares; 
4º liberação indevida/ilegal de verbas públicas. 
 
 
 
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Artigo 6º, diz que o responsável pelo ato deve perder todos os valores que tenham sido ilegalmente acrescidos ao 
patrimônio. 
 
b) lesão ao erário/aos cofres pública (artigo 10): 
 
Requisitos: lesão ao erário que leve a uma perda patrimonial (prejuízo), desvio, dilapidação de verbas públicas. 
Único grupo de improbidade em que o legislador admite as formas dolosa e culposa. 
 
Exemplos: 
 
1º - alienação de bens públicos abaixo dos valores de mercado (exemplo: o bem vale um milhão e o administrador 
aliena o bem público por cem mil a fim de dividir os lucros com que adquiriu o bem); 
2º - aquisição de bens particulares acima dos valores de mercado (superfaturamento). 
 
Se houver condenação com base nesse artigo 10, o artigo 15 estabelece a necessidade de quem foi condenado 
ressarcir integralmente os danos causados ao erário. 
 
c) agressão a princípios da Administração Pública (artigo 11): só se admite a modalidade dolosa. 
 
Exemplos: 
 
1º - contratar sem concurso quando deveria ter sido aberto; 
2º - negar de forma indevida publicidade à atos oficiais (princípio da publicidade); 
3º - oferecimento de informações privilegiadas sobre a área econômica ou política. 
 
As hipóteses dos artigos 9, 10 e 11 são meramente exemplificativas, existem situações de improbidade fora desta 
lei (exemplo: no estatuto da cidade). 
 
5) Ações: 
 
a) ação popular: 
 
- sujeito ativo (legitimidade para promover a ação): artigo 5º, LXXIII, CF – qualquer cidadão (e não qualquer 
pessoa). 
 
Cidadão é o nacional de um Estado que se encontra no pleno exercício dos direitos políticos (possui capacidade 
de votar e de ser votado). 
 
A lei 4717/65 exige que a inicial desta ação seja instruída de documentos da comprovação da condição de eleitor, 
o autor vai a juízo não em nome próprio, mas sim para substituir os interesses da coletividade. 
 
Conclusões: 
 
1- pessoa jurídica está fora da hipótese de propositura da ação popular porque não tem cidadania; 
 
2- o STF editou a súmula 365 que diz que pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular; 
 
 
 
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3- só o cidadão pode propor dessa forma o MP não possui legitimidade, afinal o MP é um órgão que integra a 
Administração direta federal e estadual e os órgãos em geral não possuem personalidade jurídica, mas diferente 
dos demais órgãos o MP possui capacidade processual, mas para propor ação popular não; 
 
4- estrangeiro não pode propor ação popular, mesmo que seja naturalizado, afinal mesmo naturalizado não 
poderá ser eleito a determinados cargos (artigo 12, §3º, CF). 
 
- sujeito passivo (quem poderá ser condenado): artigo 6º da lei 4717/65: 
 
- contra pessoa física que praticou o ato de improbidade; 
- contra terceiros que se beneficiaram do ato, desde que sejam identificáveis; 
- contra pessoa jurídica que se prejudicou com o ato, pela possibilidade da PJ, uma vez acionada em juízo, 
reconhecer o pedido formulado pelo autor popular. A lei prevê a possibilidade da PJ sair do polo passivo e passar 
a figurar no polo ativo ao lado do autor popular. 
 
Artigo 14, §5º, CF – prevê que as autoridades relacionadas (prefeitos, governadores e presidentes) se 
candidatarem a uma reeleição sem renunciar ao mandato. 
 
b) ação civil pública: 
 
- sujeito ativo: artigo 129, III, CF – MP deve propor esta ação contra atos de improbidade. Não se trata de 
legitimidade exclusiva do MP (artigo 129, §1º), trata-se de legitimidade concorrente: defensoria pública, União, 
Estados, municípios e DF, autarquias, fundações, empresas públicas, sociedade de economia mista, associações 
desde que preencham os requisitos estabelecidos na lei: 1) provem estar legalmente constituídas; 2) em 
funcionamento há pelo menos um ano; 3) comprovem a pertinência temática. Particulares não possuem 
legitimidade. 
 
Exigir pertinência temática afasta a legitimidade universal das associações, ou seja, as associações só se legitimam 
se comprovarem que o ato de improbidade está incluído no seu objeto social. 
 
Exemplo: associação criada para o código de defesa do consumido só será legitimada para atos de improbidade 
relacionados à defesa do consumidor. 
 
Defesa do meio ambiente, defesa do consumidor, defesa da ordem econômica, da livre concorrência ou defesa 
do patrimônio público são temas que autorizam uma associação a promover ação civil pública, desde que 
comprovada a pertinência temática. 
 
Lei 7347/85, artigo 5º. 
 
Obs: O MP pode assumir o polo ativo da ação popular, ou seja, pode assumir a ação no curso dela quando no 
curso na ação proposta o autor popular desiste dela e, publicados os editais, ninguém se habilita a assumir o seu 
lugar. Nesse caso o MP deve substituir o autor popular. 
 
- sujeito passivo: lei 8429/92, artigos 2º e 3º - A ação deverá ser proposta em face do agente público (artigo 2º). 
 
 
 
 
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Agente público: expressão que envolve todas as pessoas que se encontrem dentro da Administração Pública, 
sendo irrelevante saber como entrou (se com ou sem concurso, qual regime etc). A lei com essa abrangência da 
expressão “agente público” mostra que qualquer dessas pessoas poderá ser responsabilizada. 
Exemplo: Artigo 37, §6º, CF – o Estado responde pelos danos de seus agentes (envolve todas as pessoas 
localizadas dentro da Administração). 
 
São Agentes públicos: 
 
- agentes políticos: são os agentes públicos que titularizam um mandato, entre eles não existe relação 
profissional. Este mandado pode ser eletivo ou não (exemplo: ministros, secretários de Estado).- servidores: abrange funcionários, empregados públicos, temporários. Servidores são os agentes públicos que 
mantém com o Estado um vínculo de natureza profissional. 
 
Funcionários públicos são os servidores que titularizam cargos públicos em caráter permanente, submetendo-se a 
um regime profissional estatutário. 
 
Empregados públicos titularizam um emprego público submetendo-se a um regime profissional celetista. 
 
Temporários são servidores que são contratados sem concurso e por prazo determinado, nas hipóteses previstas 
no artigo 37, IX, CF (hipóteses de excepcional interesse público em que a Administração precisa contratar, mas 
não tem tempo para abrir concurso). 
 
- particulares em colaboração com o Estado: são os agentes públicos que não integram a Administração, mas que 
com ela colaboram. Exemplo: os que exercem a função de jurados; os que prestam serviço militar obrigatório; os 
notários (titulares de cartório); mesários de eleição. 
 
No artigo 3º da lei 8429 está disposto que também serão responsabilizados, aqueles que não sendo agentes, 
tenham contribuído para que o ato ocorresse ou dele tenham se beneficiado. O STJ, por enquanto, entende que o 
particular sozinho não comete ato de improbidade (posição atual), o particular necessita da colaboração de um 
agente. 
 
Juízes e promotores podem ser responsabilizados por ato de improbidade? 
Próxima aula. 
 
6) Sanções

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