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Direio Civil Aula 13 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Civil 
 Professor: José Simão 
Aula: 13 | Data: 14/04/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL 
1. Culpa 
2. Nexo de causalidade 
3. Dano 
 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL 
 
1. Culpa 
É a inobservância de um dever de cuidado. 
O cuidado, a prudência e a diligência se opõe a culpa. 
 
1) Espécies de culpa 
 
Culpa em sentido amplo – “lato sensu” 
 
a. Culpa em sentido estrito – “stricto sensu” 
É a conduta não intencional do agente. Ex.: Descuido que causa dano. 
 
b. Dolo 
É a conduta intencional 
 
Nota  O Código Civil ao utilizar o vocábulo “culpa” o faz em sentido amplo, o que inclui o dolo. 
 
 
2) Modalidades de culpa 
 
a. Imprudência 
É a culpa no agir (culpa comissiva). Ex.: Trafegar acima do limite permitido por lei. 
 
b. Negligência 
É a culpa por omissão. Ex.: Fazer conversão sem sinalizar. 
 
Obs.: Imperícia não é modalidade autônoma de culpa, pois se trata da negligência ou da imprudência no exercício 
da profissão (Aguiar Dias). Logo o médico que esquece material cirúrgico na cavidade abdominal é negligente na 
profissão e chamado de imperito. 
 
Nota  As modalidades de culpa não influenciam o valor da indenização, por que a medida da indenização é o 
tamanho do dano. 
 
 
 
 
 
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3) Graus de culpa 
 
1º Grau. Culpa grave ou lata 
O agente não deseja o resultado, mas sua conduta é tão grave que parece deseja-lo  A culpa grave ao dolo se 
equipara. Ex.: No contrato de transporte gratuito (simples cortesia – carona) o transportador responde quando 
incorrer em dolo ou culpa grave (Súmula 145 do STJ). 
 
STJ, 145. No transporte desinteressado, de simples cortesia, o 
transportador só será civilmente responsável por danos causados ao 
transportado quando incorrer em dolo ou culpa grave. 
 
2º Grau. Culpa leve 
É aquela analisada de acordo com a conduta do homem médio, ou seja, um padrão social de culpa. 
 
3º Grau. Culpa levíssima 
Apesar de se observar o dever de cuidado ainda assim a pessoa atua com culpa. 
 
“in lege aquilia et levíssima culpa venit” – A mais leve das culpa implica em responsabilidade civil 
 
Historicamente os graus de culpa não influenciam o valor da indenização, conduto o Código Civil muda está 
orientação, em dois dispositivos: 
 
– Art. 944, paragrafo único do CC 
A regra do sistema é que a indenização se mede pela extensão do dano, mas o paragrafo único admite que se 
houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano o juiz pode reduzir a indenização por 
equidade. 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade 
da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a 
indenização. 
 
O dispositivo permite que se a culpa for leve ou levíssima e o dano enorme que a indenização seja inferior ao 
tamanho do dano. O parâmetro de redução é a equidade, ou seja, a justiça no caso concreto, em que se suaviza o 
rigor da Lei. Por opção do legislador a vítima suportará uma parte do dano, pois o dispositivo represente exceção 
ao princípio da reparação integral do dano (Enunciado 46 do CJF). 
 
O dispositivo permite reconhecer que o causador do dano é pessoa humana que necessita de proteção. 
 
A redução da indenização pode se verificar tanto nos danos morais quanto nos danos materiais. Há parte da 
doutrina que entende que apenas os danos morais podem ser objeto de redução na indenização. 
 
Nas hipóteses de responsabilidade objetiva pode haver redução da indenização por equidade? 
Para a fixação do próprio dever de indenizar a resposta é negativa, pois a culpa é irrelevante (“an debeatur” há 
dever de indenizar?). Para a fixação da indenização a culpa pode ser trazida, ou seja, para o momento da 
quantificação da indenização (“quantum debeatur” como responde?). 
 
 
 
 
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O Enunciado 380 do CJF revogou a parte final do Enunciado 46 do CJF para permitir a aplicação do dispositivo à 
responsabilidade objetiva. 
 
– Art. 945 do CC: Culpa concorrente 
Na hipótese de culpa concorrente, ou seja, em que o agente e a vítima agiram culposamente o juiz deve reduzir a 
indenização de acordo com os graus de culpa. 
 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento 
danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade 
de sua culpa em confronto com a do autor do dano. 
 
A culpa concorrente implica na redução de indenização por um preceito ético. Se a vítima também deu causa ao 
dano, não seria justo indeniza-la por conduta própria, logo a indenização se reduz de acordo com os graus de 
culpa. 
 
Obs.: Na pratica forense costuma-se reduzir a indenização em 50%. 
 
 
2. Nexo de causalidade 
É a relação de causa e efeito entre a conduta culposa (responsabilidade subjetiva) ou o risco criado 
(responsabilidade objetiva) e o dano experimentado pela vítima. 
 
O nexo causal é essencial para as hipóteses de responsabilidade objetiva, alias em sendo responsabilidade 
objetiva o nexo passa a ser o elemento mais importante para fixar a responsabilidade civil. Em matéria de direito 
do consumidor o nexo é essencial. 
 
Contudo existe uma teoria que dispensa o nexo (é exceção), ou seja, o dever de indenizar independe do nexo, é a 
Teoria do Risco Integral, que no Brasil se aplica aos danos ambientais, já que o meio ambiente tem proteção 
transgeracional (para alguns autores a Teoria do Risco Integral também pode ser aplicada ao dano nuclear). 
 
 
1) Teses do Nexo Causal 
Havendo concausalidade o direito civil cria Teorias para explicar se há o dever de indenizar. 
 
1ª. Teoria da Causalidade Adequada (Von Kries) 
É causa do dano todo antecedente adequado ou apto (abstratamente) a produzir o resultado danoso. Ex.: Pessoa 
da um soco em outra, que cai e morre por conta de doença cerebral preexistente. O soco não é causa apta a 
morte, logo o agente não responde por ela. No caso da pessoa levemente atropelada que entra na ambulância e 
morre, pois esta capota, novamente quem atropelou não responde pelo dano. 
 
2ª. Teoria do Dano Direto e Imediato ou Interrupção do Nexo Causal 
Rompe-se o nexo causal quando entre a conduta do agente e o dano houver culpa do terceiro, da própria vítima, 
ou caso fortuito e força maior. 
 
Ex.: Por defeito de projeto, imóvel desaba destruindo os móveis internos, bem como causando dano ao muro, o 
que permitiu o furto dos móveis externos. O projetista não responde pelo furto dos móveis externos, pois a 
conduta do ladrão interrompe o nexo, mas responde pelos móveis internos. 
 
 
 
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 Rompe o nexo causal 
 
 
 
 
Conduta Dano 
 
As duas Teorias tem amparo na doutrina e na jurisprudência. Caio Mario e Aguiar Dias, adotam a Teoria da 
Causalidade Adequada e no STJ há uma tendência à adoção dessa Teoria (Resp. 1.094.758/RS). 
 
Resp. 1.094.758/RS. EMENTA – AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO 
ESPECIAL CRIMINAL. LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE. NEXO 
DE CAUSALIDADE ENTRE A CONDUTA DO AGENTE E O RESULTADO 
MORTE. INEXISTÊNCIA. DESCLASSIFICAÇÃO DO CRIME PARA LESÃO 
CORPORAL SIMPLES. MATÉRIA DE DIREITO. INAPLICABILIDADE DA 
SÚMULA 07 DO STJ. RECURSO PROVIDO. 1. Não incide a Súmula 07 
do STJ quando os fatos delineados pelas instâncias ordinárias se 
revelarem incontroversos, de modo a permitir, na via especial, uma 
nova valoração jurídica, com a correta aplicação do Direito ao caso 
concreto. 2. Não há a configuração do crime de lesão corporal 
seguida de morte se a conduta do agente não foi a causa imediata do 
resultado morte, estando ausente o necessário nexo de causalidade.3. Agravo regimental provido. Sentença restabelecida. 
 
Já Augustinho Alvim e Orlando Gomes, entendem que o Código adota a Teoria dos Danos Diretos e Imediatos em 
razão da redação do art. 403 do Código Civil. 
 
Art. 403, CC. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as 
perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes 
por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei 
processual. 
 
2) Rompimento do Nexo Causal 
 
– Hipóteses em que não há dever de indenizar 
. Culpa exclusiva da vítima 
. Culpa de terceiro 
 
A razão das excludentes é de cunho ético, pois não se pode indenizar dano causado por outrem, ou seja, pela 
própria vítima ou terceiro. O CC não menciona tais excludentes e nem precisaria, pois estão na base do sistema. 
Já o CDC as menciona expressamente para evitar dúvidas ao interprete (art. 12, §3º e art. 14, §3º ambos do CDC). 
 
Com relação ao contrato de transporte temos uma exceção em que havendo culpa de terceiro o transportador 
responde, e tem direito de regresso contra o terceiro (Súmula 187 do STF e art. 753 do CC). 
 
Culpa da vítima ou 3º 
Caso fortuito / Força maior 
 
 
 
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STF, 187. A responsabilidade contratual do transportador, pelo 
acidente com o passageiro, não é elidida por culpa de terceiro, contra 
o qual tem ação regressiva. 
 
. Caso Fortuito ou Força Maior 
Debateu-se no STJ se o assalto em ônibus urbano era de responsabilidade do transportador. Prevaleceu 
entendimento de que se trata de fortuito externo pelo qual o transportador não responde (Recl 4.518/RJ). 
 
Recl 4.518/RJ. EMENTA RECLAMAÇÃO – RESOLUÇÃO STJ Nº 12/2009. 
DIVERGÊNCIA ENTRE ACÓRDÃO DE TURMA RECURSAL ESTADUAL E A 
JURISPRUDÊNCIA DO STJ. RESPONSABILIDADE CIVIL. ASSALTO NO 
INTERIOR DE ÔNIBUS COLETIVO. CASO FORTUITO EXTERNO. 
EXCLUSÃO DA RESPONSABILIDADE DA EMPRESA TRANSPORTADORA. 
MATÉRIA PACIFICADA NA SEGUNDA SEÇÃO. 1. A egrégia Segunda 
Seção desta Corte, no julgamento das Reclamações nº 6.721/MT e nº 
3.812/ES, no dia 9 de novembro de 2011, em deliberação quanto à 
admissibilidade da reclamação disciplinada pela Resolução nº 12, 
firmou posicionamento no sentido de que a expressão 
"jurisprudência consolidada" deve compreender: (i) precedentes 
exarados no julgamento de recursos especiais em controvérsias 
repetitivas (art. 543-C do CPC) ou (ii) enunciados de Súmula da 
jurisprudência desta Corte. 2. No caso dos autos, contudo, não 
obstante a matéria não estar disciplinada em enunciado de Súmula 
deste Tribunal, tampouco submetida ao regime dos recursos 
repetitivos, evidencia-se hipótese de teratologia a justificar a 
relativização desses critérios. 3. A jurisprudência consolidada neste 
Tribunal Superior, há tempos, é no sentido de que o assalto à mão 
armada dentro de coletivo constitui fortuito a afastar a 
responsabilidade da empresa transportadora pelo evento danoso daí 
decorrente para o passageiro. 4. Reclamação procedente. 
 
Apesar de não haver rompimento de nexo existem atos lícitos pelos quais não responde o agressor. 
 
São hipóteses de dano justo (art. 188, CC): 
 
a. Legitima Defesa 
É a reação proporcional a uma injusta agressão atual ou iminente, prestes a ocorrer. 
Utilizando-se o ofendido de meios de defesa colocados à disposição, moderadamente. 
 
Obs.: A legítima defesa putativa não afasta o dever de indenizar, sendo ato ilícito (Resp. 513.891/RJ). Nas palavras 
de Pontes de Miranda ocorre negligência na apreciação equivocada dos fatos (Resp. 1.119.886/RJ). 
 
Resp. 513.891/RJ. EMENTA – CIVIL. DANO MORAL. LEGÍTIMA DEFESA 
PUTATIVA. A legítima defesa putativa supõe negligência na apreciação 
dos fatos, e por isso não exclui a responsabilidade civil pelos danos que 
dela decorram. Recurso especial conhecido e provido. 
 
 
 
 
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Resp. 1.119.886/RJ. EMENTA – CIVIL E PROCESSO CIVIL. 
ENQUADRAMENTO JURÍDICO DOS FATOS. REVISÃO PELO STJ. 
POSSIBILIDADE. LEGITIMA DEFESA PUTATIVA. DANO. INDENIZAÇÃO. 
CABIMENTO. LEGÍTIMA DEFESA REAL. REQUISITOS. CULPA. 
CONCORRÊNCIA. INDENIZAÇÃO DA VÍTIMA. PROPORÇÃO ENTRE A 
CULPA DA VÍTIMA E A DO AUTOR DO DANO. 1. O conhecimento do 
recurso especial como meio de revisão do enquadramento jurídico dos 
fatos realizado pelas instâncias ordinárias se mostra absolutamente 
viável; sempre atento, porém, à necessidade de se admitirem esses 
fatos como traçados pelas instâncias ordinárias, tendo em vista o óbice 
contido no enunciado nº 07 da Súmula/STJ. 2. Não se admite como 
proporcional ao questionamento feito pelo autor, ainda que em tom 
sarcástico, no sentido de saber se o réu ainda estava falando mal dele, 
seguido do ato de segurar, de forma amistosa, o braço do seu 
interlocutor, a reação do réu, de imediatamente desferir no autor um 
golpe com a cabeça, com força tal que fraturou o nariz da vítima e 
cortou o supercílio do próprio agressor. Não se ignora que, antes desse 
fatídico dia, o autor havia sido descortês com o réu, mas sua atitude 
não passou de um comportamento reprovável do ponto de vista da 
etiqueta social, quando muito um ato injurioso, inexistindo nos autos 
registro de conduta pretérita que permitisse ao réu supor que o autor 
pudesse adotar qualquer atitude tendente à violência física. Não 
bastasse isso, as partes se encontravam no interior de um posto 
bancário, sendo certo que naquele momento estavam no local outras 
pessoas, ou seja, um ambiente tranquilo e cordial, nada ou pouco 
propício a levantar a suspeita de um possível ataque físico. 3. Tendo o 
réu incorrido em equívoco na interpretação da realidade objetiva que 
o cercava, supondo existir uma situação de perigo que, aos olhos do 
homem-médio, se mostra totalmente descabida, sua conduta 
caracterizou legítima defesa putativa, a qual não exclui a 
responsabilidade civil decorrente do ato ilícito praticado. 4. A legítima 
defesa real, prevista no art. 25 do CP, possui como pressupostos 
objetivos não apenas a existência de agressão injusta, mas moderação 
no uso dos meios necessários para afastá-la. 5. Na concorrência de 
culpas, a indenização da vítima será fixada tendo-se em conta a 
gravidade de sua culpa, em confronto com a do autor do dano, nos 
termos do art. 945 do CC/02. 6. Recurso especial provido 
 
b. Estado de Necessidade 
É a deterioração ou destruição de coisa alheia para remover perigo iminente. Temos duas espécies: 
 
. Estado de Necessidade Defensivo: O dono da coisa deteriorada é o causador do perigo. Nessa hipótese não há 
indenização. Ex.: Quebro o vidro da casa para salvar proprietário do incêndio. 
 
. Estado de Necessidade Agressivo: Causa-se um dano ao terceiro que não criou o perigo. Nessa hipótese o 
causador do dano indeniza o terceiro, mas tem direito de regresso contra o causador do perigo. Ex.: Bato o carro 
para não atropelar uma criança, logo indenizo o dono do carro e cobro dos pais da criança. 
 
 
 
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3. Dano 
É sinônimo de prejuízo. 
Sem dano não há indenização, mesmo porque a indenização e medida pela extensão do dano. 
 
1) Hipóteses de presunção de dano 
Excepcionalmente temos presunções de dano, ou seja, casos em que o direito presume que o dano ocorreu 
mesmo que não tenha ocorrido. 
 
a. Cláusula penal (art. 416, CC) 
O dano é presumido e não admite prova em contrário. Presunção absoluta ou “iuris et de Iuri”. 
 
b. Perda de partes do corpo 
 
c. Perda de parentes e cônjuge ou companheiro 
No caso dos presos que morreram em São Paulo, no caso do Carandiru, há decisões não concedendo o dano 
moral pela falta de convívio da família com o preso – presunção relativa de dano. 
 
d. Descumprimento de Seguro Saúde 
Não é todo o descumprimento contratual que gera dano moral presumido, pois se assim fosse qualquer 
inadimplemento geraria automaticamente dano moral, mas emsituações excepcionais há dano moral presumido. 
Ex.: Descumprimento pelo seguro saúde, que mexe com valores fundamentais – dano moral é presumido. 
 
e. Inscrição indevida em cadastros de mal pagador 
A inscrição indevida nos cadastros de maus pagadores (SERASA e SPC) segundo a doutrina gera dano moral 
presumido. Contudo a Súmula 385 do STJ abrandou o entendimento, pois na hipótese de anotação devida 
seguida de uma indevida não há dano moral pela segunda, só se admitindo o seu cancelamento. 
 
STJ, 385. Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, 
não cabe indenização por dano moral, quando preexistente legítima 
inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento. 
 
f. A devolução indevida de cheque caracteriza dano moral (Súmula 388 do STJ) 
 
STJ, 388. A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano 
moral. 
 
2) Espécies de Dano 
 
1º) Dano Material 
Atinge o patrimônio da vítima. Divide-se em duas espécies: 
 
a. Danos emergentes 
São os prejuízos já suportados pela vítima. 
 
b. Lucros cessantes 
Aquilo que a vítima razoavelmente deixou de ganhar. 
 
 
 
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2º) Dano Estético 
É toda alteração morfológica, irreversível, que causa um afeamento à vítima. 
 
Não há relação entre dano estético e cirurgia plástica. Alias se o cirurgião promete um resultado que não é obtido 
há inadimplemento do contrato e não dano estético. O dano estético independe de perda de capacidade 
laborativa e pode ser cumulado com danos materiais e morais (Súmula 387 do STJ). 
 
STJ, 387. É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e 
dano moral. 
 
3º) Dano Moral 
É aquele que causa um sofrimento (dano moral próprio – “pretim doloris”, preço da dor) ou que atinge direito da 
personalidade (dano moral impróprio). 
 
A indenização tem natureza compensatória, pois não coloca a vítima no estado anterior, é um lenitivo para o 
dano (ex.: dinheiro não substitui filho). 
 
. Dano Moral Direto 
É a dano experimentado pela própria vítima. 
 
. Dano Moral Indireto 
Também é chamado de “dano em ricochete”. É dano causado sobre certa pessoa ou coisa, mas atinge outro. Ex.: 
Perda de um objeto com valor afetivo (cachorro que é atropelado); Queda de avião em que morre o filho, os pais 
sofrem dano moral indireto. 
 
 
 Dano moral a pessoa jurídica 
Com a separação entre sofrimento e dano moral admite-se que a pessoa jurídica sofra dano moral por ofensa aos 
direitos de personalidade por força do art. 52 do Código Civil. Orientação Sumulada pelo STJ na Súmula 227. 
 
STJ, 227. A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. 
 
 
Obs.: Corrente minoritária entende que o dano à pessoa jurídica nunca é moral, pois este é próprio de lesão a 
valores de pessoas físicas, tal como dignidade e etc. (Gustavo Tepedino). 
 
 
 Natureza jurídica da indenização 
A indenização por danos morais tem dupla função. 
 
1ª Função – Compensação da vítima 
Tem caráter reparatório. 
 
2ª Função – Punitiva acessória 
É o valor de desestímulo. Alguns chamam de conduta dissuasória ou educativa, pois evita nova prática do ato 
danoso (Enunciado 379 do CJF). 
 
 
 
 
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 Quantificação do dano 
O STJ adota um sistema bifásico: 
 
1ª Fase: Analisam-se os valores concedidos para casos semelhantes. 
Ex.: A média de indenização por morte no STJ é de 400 salários mínimos. 
 
2ª Fase: Analisam-se as peculiaridades do caso concreto e este valor pode ser reduzido ou aumentado.

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