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Direio Constitucional Aula 1 03 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Constitucional 
 Professor: Pedro Lenza 
Aula: 03 | Data: 04/03/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
Controle Difuso 
1. Discussão quanto à abstrativização do Controle Difuso de Constitucionalidade 
 
Controle Concentrado 
1. ADI 
2. Competência para o julgamento da ADI 
3. Legitimação Ativa da ADI 
4. Procedimento da ADI 
 
Controle Difuso 
 
1. Discussão quanto à abstrativização do Controle Difuso de Constitucionalidade 
 
Abaixo são analisados os votos dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Gilmar Mendes e Eros Grau, 
trouxeram à baila a teoria da abstrativização, segundo a qual os efeitos da declaração de inconstitucionalidade no 
caso concreto não se restringiriam apenas às partes envolvidas no litígio, mas passariam a ter eficácia erga omnes 
e efeito vinculante, não sendo necessária a participação do Senado Federal, que está prevista no artigo 52, inciso 
X, da Constituição Federal, entenderam que deve ser aplicada a mutação constitucional. No quadro estão 
exemplificados os votos e fundamentos dos Ministros: 
 
Mutação Constitucional – para dar 
efeito “erga omnes”, não precisa de 
Resolução do Senado, é 
automático. 
Artigo 462, CP – o juiz no momento 
do julgamento tem que considerar 
o fato novo (súmula vinculante nº 
26), o fato superveniente. 
 
Artigo 52, X - O STF não admite a 
mutação constitucional com base 
nesse artigo. 
Gilmar Mendes Teori Sepúlveda 
Eros Grau Barroso Joaquim Barbosa 
 Rosa Weber Lewandowski 
 Celso de Mello Marco Aurélio 
 
Mudanças com o novo código de processo civil: 
- Artigo 942 do novo código de processo civil: os juízes e tribunais devem observar as decisões do STF em controle 
concentrado: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Página 2 de 5 
 
Art. 942. Caberá reclamação da parte interessada ou do 
Ministério Público para: 
 
I – preservar a competência do Tribunal; 
II – garantir a autoridade das decisões do Tribunal; 
III – garantir a observância de súmula vinculante; 
IV – garantir a observância da tese firmada em incidente 
de resolução de demandas repetitivas; 
V – garantir a observância da tese firmada em incidente 
de assunção de competência. 
Parágrafo único. A reclamação, dirigida ao Presidente do 
Tribunal, instruída com prova documental, será autuada 
e distribuída ao relator da causa principal, sempre que 
possível. 
 
- Artigo 947 do CPC/2015 - IAC (incidente de assunção de competência), o acórdão proferido vinculará todos os 
juízes. Seria um efeito vinculante em casos isolados. 
 
Art. 947 O Presidente determinará o imediato 
cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão 
posteriormente. 
 
Com esse novo artigo o controle difuso deixaria de existir, violaria também o princípio da separação dos poderes, 
e isso seria inconstitucional. 
 
- IRDR – incidente de resolução de demandas repetidas. Artigo 976 do CPC/2015. 
 
Artigo 985 – CPC/15. 
§1º - cabe reclamação. 
 
Controle Concentrado 
 
O controle concentrado surgiu na vigência da CF de 1946 pela EC 16/45 criando uma nova ação que se chamou 
representação de inconstitucionalidade e tinha como característica a legitimação na mão do Procurador Geral da 
República. 
 
Em 1988 surgiram novas ações do controle concentrado que trouxeram mudanças significativas, são elas: 
 
- ADI – artigo 102, I, a lei 9868/99; 
- ADPF, artigo 102, §1º, lei 9882/99; 
- ADO, artigo 103, §2º, lei 12.063/2009 e Mandado de Injunção (quando controle difuso). Esta lei introduziu novos 
artigos na lei 9868/99; 
- ADC, artigo 102, I, a, lei 9868/99; 
- IF (intervenção federal/representação interventiva), artigo 36, III, lei 12.562/2011. 
 
1. ADI 
 
 
 
 
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Ação direta de inconstitucionalidade tem como objetivo declarar a inconstitucionalidade de uma lei em tese. É 
uma ação que tramita em abstrato, é um processo de natureza em abstrato, de caráter objetivo, se distingue do 
caráter subjetivo do processo. Aqui discute-se, em tese, em abstrato a validade de um ato normativo. É marcada 
pela generalidade, pela impessoalidade e pela abstração. 
 
2. Competência para o julgamento da ADI 
 
STF ou TJ, nenhum outro tribunal tem competência para julgamento da ADI. 
 
A definição de competência vai depender de dois fatores: 
 
1) objeto da ADI: o objeto da ação será uma lei ou um ato normativo. 
 
2) parâmetro ou paradigma de confronto: em face de que ou de quem é dirigida a inconstitucionalidade. O 
parâmetro é tudo aquilo que tem natureza de constituição, ou seja, abrange também regras de Emendas 
Constitucionais que não foram incorporadas formalmente na CF. 
 
Exemplo: A EC 45 estabeleceu a possibilidade de tratados internacionais de direitos humanos incorporados com o 
quórum das emendas, equivale às emendas, decreto 6949/09 (pessoas com deficiência), possui natureza de CF e 
qualquer lei que confrontar esse tratado será considerada inconstitucional. 
 
Bloco de constitucionalidade: tudo aquilo que tem natureza de constituição, possui status de Constituição. 
 
A definição de competência de tribunal está na Constituição Federal (artigos 102, 105, 114 e 109) - Princípio de 
Reserva de Competência. Se a CF não prevê, o Tribunal não terá competência. 
 
Artigo 102, I, a, CF. 
Artigo 125, §2º, CF – competência do TJ. 
 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a 
guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo 
federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de 
lei ou ato normativo federal. 
 
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios 
estabelecidos nesta Constituição. 
§ 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de 
inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou 
municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da 
legitimação para agir a um único órgão. 
 
STF TJ 
Lei ou ato normativo federal ou estadual que atentar 
contra a CF 
Lei ou ato normativo estadual ou municipal em 
inconformidade com a CE 
 
 
 
 
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 Lei municipal que viola CF não cabe ADI por falta de previsão na CF – silêncio eloquente. 
 
Não cabe ADI de lei municipal contestada originariamente no STF em controle concentrado. O STF pode declarar 
lei municipal inconstitucional por controle difuso ou por ADPF. Desta forma, cabe meio concentrado para discutir 
inconstitucionalidade de lei municipal por meio da ADPF (mas não através de ADI). 
 
A CE é uma norma que copia regras da CF, essa regra estadual é chamada de norma de reprodução obrigatória da 
CF na CE. A CE é um espelho da CF, é a chamada simetria. 
 
Exemplo: Determinadas matérias são de iniciativa do Presidente da República (exemplo: matéria de servidores- 
Artigo 61, §1º, II, CF). Por simetria essas matérias de iniciativa do Presidente na CF, são de iniciativa do 
Governador no âmbito estadual. 
 
Em casos de inconstitucionalidade na regra da simetria caberá RE contra acordão do TJ para o STF julgar, esse RE 
será julgado como uma ADI. O intérprete final da CF é o STF e não o TJ, quem interpreta a CF é o STF. RE inerente 
ao controle difuso, sendo utilizado no controle concentrado por meio da ADI no TJ para levar a questão sobre a 
constitucionalidade da lei para o STF, já é que o intérprete final da CF. 
 
Desta forma, é possível o STF analisar uma lei municipal em ADI, não de forma originária, mas é possível. 
 
Artigo 32, §1º, CF - ao DF são atribuídas as competências reservadas aos Estados e aos Municípios. Apesar do DF 
não ser separado em municípios, tem competência para legislar nos municípios. TJDFT é o Tribunal do DF e tem 
como baselei orgânica (que tem status de CE) e lei distrital municipal e estadual. 
 
3. Legitimação Ativa da ADI 
 
Artigo 103, CF. 
 
Os incisos IV, V e IX são chamados de legitimados interessados ou especiais, eles têm que demonstrar pertinência 
temática (interesse de agir). Os demais são legitimados neutros ou universais. 
 
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a 
ação declaratória de constitucionalidade: 
 
 I - o Presidente da República; 
II - a Mesa do Senado Federal; 
III - a Mesa da Câmara dos Deputados; 
IV a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do 
Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 
2004) 
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
VI - o Procurador-Geral da República; 
VII - o Conselho Federal (e não Seccional) da Ordem dos Advogados 
do Brasil; 
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; 
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
 
 
 
 Página 5 de 5 
 
 
Exemplo: Estado de São Paulo proibiu a circulação de amianto no Estado, o Estado de Goiás é o maior produtor de 
amianto do Brasil e isso implicaria a economia nacional (pertinência de classe), desta forma, a entidade de classe 
ingressou com ação contra a decisão de São Paulo. 
 
Obs: Ler jurisprudência na área do aluno. 
 
4. Procedimento da ADI 
 
Lei 9868/99. Proposta a ação pelos legitimados, os requeridos serão os responsáveis pelo ato normativo que 
serão intimados para se manifestar. O Advogado Geral da União será citado (artigo 103, §3º, CF) para defender o 
ato ou o texto impugnado. 
 
§ 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a 
inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, 
citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o 
ato ou texto impugnado. 
 
O AGU pode não defender, é o direito de manifestação, ele tem que se manifestar, mas não é obrigado a 
defender, especialmente quando houver precedente do STF. 
 
Instrumentos de pluralização do debate: participação do “amicus curiae”. 
Livro: Peter Haberle – “a sociedade aberta dos intérpretes da Constituição”. O autor entende que há o intérprete 
togado (juiz) e os intérpretes leigos (“amicus curiae) que ampliam discussões, pluralizam os debates. 
 
“Amicus curiae” são amigos da corte que possuem interesse em seu grupo, não discute interesse subjetivo, 
interesse individual, não é o ingresso como parte, é apenas uma manifestação em favor de um determinado 
grupo. Está previsto no artigo 7º, §2º da lei 9868/99. Pessoa física não é admita como “amicus curiae”. O STF tem 
admitido parlamentar como “amicus curie”, afinal está representando a entidade. 
Exemplo: um deputado federal pode ser “amicus curiae” e estará se manifestando como deputado federal e não 
como uma pessoa física. 
 
O artigo 138 do novo CPC inova e admite a participação de pessoa física como “amicus curiae”. 
 
Próxima aula: efeitos da ADI.