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Direio Penal Especial Aula 1 01 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Penal Especial 
 Professor: Gustavo Junqueira 
Aula: 01 | Data: 17/04/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
CRIMES CONTRA A PESSOA 
1. Início da vida extrauterina 
2. Momento da morte 
3. Homicídio 
 
CRIMES CONTRA A PESSOA 
 
Direito à vida: a vida é protegida no CP em sua manifestação endouterina e extrauterina. Endouterina é protegida 
no crime de aborto e extrauterina no homicídio, na participação de suicídio e no infanticídio. 
 
1. Início da vida extrauterina 
 
Deriva de uma interpretação comparativa dos tipos da parte especial. A vida extrauterina tem seu marco inicial 
definido na expressão “durante o parto” no crime de infanticídio. Tal expressão permite concluir que a vida 
extrauterina começa no início do parto. 
 
Momentos do início do parto: 
 
a) no parto normal é o rompimento da bolsa amniótica em razão das contrações uterinas; 
b) no parto cirúrgico é a primeira incisão. 
 
2. Momento da morte 
 
O conceito de morte adotado no Brasil é morte encefálica: é a parada total e irreversível da atividade eletro-
encefálica, artigo 3º, da lei 9434/97 (lei de transplantes). 
 
Art. 3º A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo 
humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser 
precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e 
registrada por dois médicos não participantes das equipes de 
remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e 
tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de 
Medicina. 
 
3. Homicídio 
 
Artigo 121, CP – matar alguém. 
 
a) Sujeito ativo: qualquer um. 
b) Sujeito passivo: é o ser vivo nascido de mulher ou que está nascendo. 
 
 
 
 
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A docimasia hidrostática de Galeno faz prova plena de vida, mas não se ausência de vida, pois adotado conceito 
de morte encefálica. 
 
- Gêmeos xifópagos: quem atira em um na lição de Custódio da Silveira tem ao menos dolo eventual em relação 
ao outro. Hoje, ensina Bitencourt que seria ao menos dolo direto de segundo grau. 
 
Gêmeo xifópago atira em alguém: Ensina Custódio da Silveira que como não se pode punir um inocente os dois 
teriam que ser absolvidos. 
 
- Denominações especiais: 
 
a) feticídio: é a morte do nascente durante o parto; 
b) parricídio: a morte do pai; 
c) matricídio: morte da mãe; 
d) fratricídio: morte do irmão; 
e) uxoricídio: morte da esposa. 
 
- Tipo Subjetivo - o homicídio pode ser: 
 
a) doloso 
b) culposo 
 
STF (HC 98.712) entendeu que a transmissão deliberada do vírus HIV em relação sexual desprotegida não é 
tentativa de homicídio. O STF entende que é lesão gravíssima (HC 160.982). 
 
É possível responder por tentativa de homicídio e homicídio consumado contra a mesma vítima? 
Sim, é possível, desde que as condutas tenham sido praticadas em contextos diferentes. 
 
1) Homicídio Privilegiado: §1º, artigo 121, CP. O privilegio tem natureza de causa especial de diminuição de pena, 
diminui de 1/6 a 1/3 e por se tratar de circunstância de caráter subjetivo não se comunica no concurso de 
pessoas. 
 
São privilégios: 
 
a) relevante valor moral: aprovado pela moral prática com referência individual (ou seja, o sujeito vislumbra o 
motivo e verifica se também faria). 
Exemplo: eutanásia, matar para aliviar a dor de um ente querido é menos reprovável. 
 
Eutanásia x Distanásia x Ortotanásia 
 
Eutanásia pode ser ativa ou passiva. Ativa é a provocação da morte por motivo de piedade. Aqui a ação é 
comissiva (provoca). Passiva se pelo mesmo motivo são omitidos cuidados básicos, providências ordinárias para 
manutenção da vida (exemplo: ente querido está definhando em dor, o sujeito percebe que o ente engasgou e 
deixa ele sufocar até morrer). 
 
Distanásia é o prolongamento obsessivo da vida com o uso de métodos extraordinários (normalmente por 
interesses afetivos ou financeiros, deixar a pessoa viva sentindo dor fere a dignidade da pessoa). 
 
 
 
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Ortotanásia é a interrupção dos métodos extraordinários de manutenção da vida, permitindo que o processo de 
morte chegue ao final. 
 
A grande polêmica e distinguir ordinário de extraordinário. 
 
b) relevante valor social: é a morte no interesse da coletividade, da comunidade. 
Exemplo: matar o traidor da pátria. 
 
c) homicídio emocional: é o domínio de violenta emoção, logo após injusta provocação da vítima. Não confundir 
domínio com influência, a influência é mera circunstância atenuante do artigo 65, III, c, CP. No domínio o sujeito 
está fora de si, na influência o sujeito está bravo. 
 
A expressão “logo após” não indica quantidade de tempo, mas sim relação de continuidade, de não interrupção. 
 
STJ: entendeu que quem vai à casa do amigo pedir opinião, não é logo após, interrompe o tempo. 
 
A expressão “injusta” não tem o sentido técnico de antijuridicidade, mas sim o sentido vulgar de errado, de 
injustificável. 
Exemplo: sujeito namora moça há 10 anos e resolve comemorar o aniversário de primeiro beijo, surpreende a 
moça e flagra ela com outro isso é injusta provocação, apesar de ela não estar cometendo nenhum ilícito jurídico. 
 
O privilégio emocional abranda aos efeitos do artigo 28, I, CP (não exclui a imputabilidade penal, mas pode 
reduzir a pena). 
 
A provocação não precisa incidir diretamente no autor, podendo recair sobre terceiro ou mesmo sobre animal 
(exemplo: provocou-me batendo no meu filho ou no meu cachorro). 
 
Ensina Nelson Hungria que se o provocador for criança ou doente mental fica afastado o privilegio, pois inidôneo 
a provocar violenta emoção (posição minoritária).

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