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RESUMÃO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES DAS OBRIGAÇÕES: Relação jurídica de natureza bilateral. Um vínculo entre credor e devedor em que ambas as partes devem cumprir específica obrigação, que se extingue pelo cumprimento. Subjetivos: os sujeitos da relação jurídica (sujeito ativo ou credor e sujeito passivo ou devedor); Objetivo ou material: relativo ao seu objeto, que se chama prestação. Vínculo jurídico ou elemento imaterial (abstrato ou espiritual). Credor: é o sujeito ativo da relação obrigacional, que tem o direito de exigir, como titular daquela, o cumprimento da obrigação. (Qualquer pessoa pode ser credora) Devedor: é o sujeito passivo da relação obrigacional, é o que deve cumprir a obrigação. (Qualquer pessoa pode ser devedora, mas depende do negócio jurídico). Os sujeitos da obrigação, tanto o ativo como o passivo, podem ser PN ou PJ, de qualquer natureza. Devem ser, contudo, determinados ou, determináveis. Se PN não for capaz, será representada ou assistida por seu representante legal, dependendo em alguns casos, de autorização judicial. O objeto imediato da obrigação é a PRESTAÇÃO. O objeto mediato da obrigação é a COISA. E se chama prestação, que pode ser positiva (dar e fazer) ou negativa (não fazer). De dar: que pode ser de dar coisa (objeto) certa ou incerta: que consiste na obrigação de entregar. Dar coisa certa: certeza de que, e do que vou receber. Dar coisa incerta: não ter certeza de que, e do que vou receber. De fazer: emite declaração de vontade. Prestação de serviço mediante contrato. De não fazer: expresso no contrato o que não posso fazer. Não exige ação do agente = Omissão Requisitos para que a obrigação se constitua validamente. Lícito: o que não atenta contra a lei, a moral ou os bons costumes. Possível. Quando impossível, o negócio é nulo. Determinado ou determinável. ELEMENTO IMATERIAL, RITUAL OU ESPIRITUAL Vínculo jurídico da relação obrigacional (elemento abstrato) Vínculo que une o credor (suj. Ativo) ao devedor (suj. Passivo) a aquilo que deu causa ao negócio jurídico. Que confere ao primeiro o direito de exigir do segundo o cumprimento da prestação. (a) Débito ou vínculo espiritual, abstrato ou imaterial – é o vínculo que une o devedor ao credor e a uma obrigação que não se pode apalpar ou ver, mas é uma relação formada a partir de um contrato qualquer e que surge através de um negócio jurídico. (b) Responsabilidade ou vínculo material – confere ao credor, não satisfeito o direito, de exigir judicialmente o cumprimento da obrigação, submetendo àquele os bens do devedor. FONTES DA OBRIGAÇÃO: fatos jurídicos que dão origem aos vínculos obrigacionais, em conformidade com as normas jurídicas. Lei: fonte primária de todas as obrigações. Para celebração do contrato é necessário que as partes sejam em regra capazes e atentam os requisitos de validade e que realizados com boa fé. Contratos: acordo vinculativo firmado sobre duas ou, mas declarações de vontades opostas, mas harmonizáveis entre si. Através dos contratos as partes assumem obrigações. Atos ilícitos e abuso de direito: O efeito do ato ilícito é a obrigação de reparar o dano da parte que sofre o dano. Ao abuso de direito se caracteriza o enriquecimento ilícito de uma parte e aquele que sofre o dano o direito a indenização. Atos unilaterais: Os atos unilaterais são obrigações assumidas por alguém independente da certeza do credor. Os contratos podem ser atípicos, mas os atos unilaterais só podem ser criados pela lei. É possível alguém se obrigar sozinho? Sim, mas não através de um contrato, pois todo contrato é bilateral quanto às partes. Promessa de Recompensa: Toda pessoa que se comprometer a gratificar quem desempenhar certo serviço, contrai obrigação de fazer o prometido e mesmo sem contrato deve ser considerado como uma obrigação. Gestão de negócios: é a atuação de uma pessoa que, espontaneamente e sem mandato, assume a responsabilidade de negócio alheio, presumindo o interesse do próximo devendo arcar com tudo que nele seja gerado. OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA É quando o devedor se compromete à entrega de um bem ao credor com o conhecimento do que será entregue em quantidade, qualidade e gênero. Perecimento sem culpa do devedor: a obrigação resolve-se, isto é, extingue-se a obrigação, que voltam à situação anterior. Se o vendedor já recebeu o preço da coisa, deve devolvê-lo ao comprador, em virtude da extinção do contrato. Perecimento com culpa do devedor: por negligência, imprudência ou imperícia, o credor direito a receber o seu equivalente em dinheiro e não outro objeto semelhante, e mais as perdas e danos comprovados. (Prejuízo material por falta da entrega o que eu perdi e deixei de lucrar). Deterioração sem culpa do devedor: poderá o credor optar por resolver a obrigação, por não lhe interessar receber o bem danificado; ou aceitá-lo no estado em que se acha, com abatimento do preço, proporcional à perda. Deterioração com culpa do devedor: poderá o credor optar por resolver a obrigação exigindo o equivalente em dinheiro mais perdas e danos, ou aceitar a coisa, com abatimento, com direito, à indenização das perdas e danos comprovados. OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR COISA CERTA Obrigação de devolver: Caracteriza-se pela existência de coisa alheia em poder do devedor, a quem cumpre devolvê-la ao dono. Restituir pela perda da coisa sem culpa do devedor: Por não ter a presença de culpa do devedor e a coisa se perde em decorrência de caso fortuito (por acaso) ou força maior, o credor sofrerá a perda. Se o devedor já estava em mora (atraso), o mesmo será obrigado a pagar o equivalente da coisa mais perdas e danos. Restituir pela perda da coisa com culpa do devedor: o devedor responderá pelo equivalente (sem restituir a coisa no estado que se encontrar) da obrigação mais perdas e danos. A resolução acontece com perdas e danos. Restituir pela deterioração da coisa sem culpa do devedor: a única possibilidade que o credor tem será a de exigir a coisa no estado em que se encontrar. Restituir pela deterioração da coisa com culpa do devedor: responderá o devedor pelo equivalente à coisa mais perdas e danos. O credor pode exigir o equivalente ou aceitar a coisa no estado que se encontrar, com direito a reclamar, em qualquer das duas hipóteses, indenização das perdas e danos. Qualquer obrigação não cumprida SEM CULPA do devedor o credor poderá reincidir o contrato. Obrigação não cumprida SEM CULPA, a obrigação se resolve (ninguém deve nada para ninguém). Obrigação não cumprida COM CULPA, acarreta a responsabilidade pelo pagamento de perdas e danos. Sobre Perdas e Danos: Perdas = aquilo que se deixou de ganhar. Danos = o prejuízo. OBRIGAÇÃO DE ENTREGA DE COISA INCERTA As partes só conhecem o bem pelo gênero e a quantidade. A incerteza está na qualidade do bem que só será descoberta pelo credor na data de entrega. Se faltar também o gênero, ou a quantidade, a indeterminação será absoluta, e o contrato, não gerará obrigação. Ocorre quando o devedor se compromete à entrega de um bem com gênero e quantidade igual ao tomado, mas com a qualidade incerta. A escolha da coisa incerta caberá uma das partes, se no contrato nada disser, a regra é que a escolha cabe ao devedor. OBRIGAÇÃO DE FAZER OU OBRIGAÇÃO POSITIVA Objeto é a prestação de serviço, em atos ou serviços a serem executados pelo devedor. Toda a obrigação deve ser cumprida e cumprida normalmente, a obrigação extingue-se. Não cumprida espontaneamente, acarreta a responsabilidade do devedor. Não havendo culpa do devedor, tanto para o impossível como na de recusa de cumprimento, fica afastada a responsabilidadedo obrigado e esta se resolverá. Em caso inadimplência por de culpa do devedor, seja a obrigação fungível, seja infungível (substituível ou não), será sempre possível ao credor optar pela conversão ao equivalente da obrigação mais perdas e danos. FUNGIBILIDADE: Quando a prestação é fungível, o credor pode optar pela execução por terceiro, à custa do devedor. O credor poderá desembolsar tal valor e depois exigir do devedor o reembolso. INFUNGIBILIDADE: Quando a obrigação é infungível intuito personae (personalíssimo), não pode ocorrer a substituição. Se ocorrer inadimplemento do devedor, o credor pode exigir que o devedor cumpra a obrigação de fazer mais perdas e danos, ou exigir o equivalente mais perdas e danos ou ainda exigir multa diária por atraso através de um processo judicial. OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER OU OBRIGAÇÃO NEGATIVA É aquela na qual o devedor se obriga a não praticar determinado ato que poderia livremente praticar se não tivesse se obrigado. Se praticarem o ato que se obrigaram a não praticar, podendo o credor exigir o desfazimento do que foi realizado. Se a omissão se tornar impossível sem culpa do devedor, extingue-se a obrigação. Se realizada (com culpa), ficará obrigado ao devedor pagar o equivalente que corresponda a prestação do serviço que desfaça essa obrigação, mais perdas e danos. A fungibilidade na obrigação de não fazer está presente, já que qualquer pessoa poderá desfazer-se daquilo que não era para ser feito. OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA: Obrigação alternativa é a que compreende dois ou mais objetos e extingue-se com a prestação de apenas um, mediante escolha do credor ou do devedor, que devem ser certas e determinadas. Em rega a escolha cabe ao devedor se nada vier estipulado no contrato. As obrigações alternativas oferecem maiores perspectivas de cumprimento, pelo devedor, pois lhe permitem selecionar, dentre as diversas prestações, a que lhe for menos onerosa. Ex para § 1º do citado art. 252. Ex.: Se, se obriga a entregar duas sacas de café ou duas sacas de arroz, por exemplo, não poderá forçar seu credor a receber uma saca de café e uma de arroz. O aludido dispositivo legal estabelece a indivisibilidade do pagamento. Se obrigação for de prestações periódicas (mensais, anuais, p. ex.), “a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período” (art. 252, § 2º). Poderá, assim, em um deles (no primeiro ano, por. ex.), entregar somente sacas de café, e no outro somente sacas de arroz, e assim sucessivamente. Se na data do cumprimento da obrigação, aquele que seria obrigado a escolher não fizer, o juiz ordenará que se faça a escolha. Se mesmo assim houver o descumprimento, se forem vários optantes e não houver consenso e no prazo razoável, quem fará esta escolha será o juiz (art. 252, § 3º). DA IMPOSSIBILIDADE DE UMA DAS PRESTAÇÕES Escolha do devedor: Se das duas obrigações uma se tornar impossível, sem culpa do devedor, então a obrigação recaí obrigatoriamente sobre a outra, o devedor terá que prestar aquela que remanesceu (restou) (art. 253). Aqui, se uma das coisas se impossibilita com culpa, não puder cumprir nenhuma das prestações, ficará obrigado a pagar o valor da última que se impossibilitou, mais perdas e danos (art. 254). Escolha do credor: Se a impossibilidade for sem culpa do devedor, a obrigação se cumpre com a outra. Porém se recair sobre todos os objetos, neste caso será extinta a obrigação (art. 256). Se uma das obrigações se torna impossível, por culpa do devedor, e esta seria exatamente a escolha do credor, ela poderá exigir a prestação remanescente (a que sobra) + perdas e danos ou requerer o valor equivalente da que de pereceu + perdas e danos (art. 255 1ª parte) DA IMPOSSIBILIDADE DE TODAS PRESTAÇÕES Por fim, se a escolha cabia ao credor e por culpa do devedor um dos objetos se tornar impossível, neste caso o credor poderá escolher o equivalente de qualquer um dos objetos + perdas e danos. (art. 255 2ª parte) Por escolha do devedor, se ambas obrigações não puderem serem cumpridas, em caso fortuito ou força maior, assim forem impossíveis, sendo sem culpa do devedor, a obrigação se extingue, naturalmente (art. 256). OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS Divisíveis: objeto dividido em tantos credores e devedores presentes da relação jurídica. É aquela que posso partilhar e o bem não perde o valor e a sua essência por ter sido dividido. Ex: sacas de feijão (art. 257) Pluralidade de devedores: sendo uma obrigação divisível cada devedor deve apenas a sua quota a parte. A, B e C devem 120 sacas de milho a X, por se tratar de prestação divisível cada devedor deve 40 sacas de milho. Pluralidade de credores: A deve para X, Y e Z 120 sacas de feijão, cada um dos credores tem direito a sua quota parte. Se a hipótese for de pluralidade de credores cada credor tem direito apenas a sua quota. Indivisíveis: A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto fato ou coisa insuscetível de divisão. Ex: cavalo, relógio, carro (art. 258) Na obrigação indivisível a prestação só pode ser cumprida por inteiro (ex: quem deve um cavalo não pode dar o animal em partes, (art. 258); mas se tal cavalo perecer e a dívida se converter em pecúnia (dinheiro), deixa de ser indivisível. (Art. 263). Pluralidade de devedores: como a prestação não pode ser efetuada em partes o credor pode exigir o pagamento de qualquer dos devedores, por inteiro, não sendo necessário exigi-la dos 2 devedores. (art. 259). Neste caso, se apenas um dos devedores entregou o bem ao credor, poderá exigir do outro co-devedor que lhe reembolse em R$, valor este que representa a quota parte do devido. Logo, a obrigação nasceu indivisível, mas tornou-se divisível. PU. Assim, aquele devedor que pagou sozinho a dívida indivisível poderá cobrar dos outros a respectiva quota atribuível a cada um na dívida. Pluralidade de credores: (art. 260) cada credor tem direito a pedir a prestação por inteiro, porém o devedor só se desonera cumprindo a obrigação na presença de todos os credores. Se um dos credores não estiver presente, o devedor terá o direito de exigir calção daquele que está recebendo a obrigação. Se um receber sozinho? Neste caso os outros credores poderão requerer ao que recebeu as suas quotas (art. 261). Remissão (perdão) da dívida: X deve um cavalo para A, B e C. A remite a dívida, perdoou a dívida. B e C deveram receber o cavalo e devolver a X o equivalente da prestação perdoada, conforme dispõe o (art. 262). Desconta-se o valor perdoado, não atingindo o crédito dos demais. Havendo perdão de um dos credores à obrigação indivisível, o credor que recebeu a obrigação por inteiro fica na responsabilidade de ressarcir o devedor a parte da obrigação que foi perdoada. Perda da indivisibilidade: art. 263, CC: Se a obrigação for descumprida por culpa dos devedores, além de equivalente, deverão pagar por perdas e danos e responderão por partes iguais. Mas se a obrigação ocorreu por culpa de apenas um deles, este sozinho será obrigado a pagar perdas e danos. OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS Há solidariedade quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito ou com responsabilidade pela dívida toda, como se fosse o único (art. 264). Ex: havendo os três credores e um devedor comum, qualquer dos credores pode exigir a totalidade. SOLIDARIEDADE ATIVA: Pluralidade de credores, chamados concredores, todos com o mesmo direito de exigir integralmente a dívida ao devedor comum se responsabilizando o repasse posterior a quota parte de cada um dos demais (art. 267). O devedor não precisa pagar a todos os concredores juntos, como na obrigação indivisível. Pagando apenas a um doscredores solidários, mesmo sem autorização dos demais, o devedor se desobriga, e se este credor for desonesto ou incompetente, e reter ou perder a quota dos demais, os concredores nada poderão reclamar do devedor, terão sim que reclamar daquele que embolsou o pagamento. Outro inconveniente é que se um dos credores perdoar a dívida, o devedor fica liberado, e os demais concredores terão que exigir sua parte daquele que perdoou (art. 272). Na solidariedade ativa cada credor fica sujeito à honestidade dos outros concredores. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, a solidariedade não se estende. Cada um destes herdeiros não pode exigir, por conseguinte, a totalidade do crédito e sim apenas a respectiva parte hereditária, isto é, a própria quota no crédito, salvo se for indivisível, aí sim poderão exigir a obrigação por inteiro e repassar a parte dos demais. (art. 270). Art. 271. Se a obrigação for descumprida por culpa dos devedores, a solidariedade ainda permanece para o pagamento de perdas e danos. Pode-se cobrar perdas e danos integral de apenas um dos devedores. Art. 273. Trata-se de exceções ligadas a determinada pessoa, não podendo ser alegada pelo devedor como desculpa do descumprimento da obrigação se os demais credores não estão envolvidos nessa exceção. SOLIDARIEDADE PASSIVA: Pluralidade de devedores: Consiste na ocorrência de dois ou mais devedores, cada um com o dever de prestar a dívida por inteiro, como se tivesse contraído a dívida sozinho (art. 275) Assim, havendo três devedores solidários, o credor terá três pessoas para processar e exigir pagamento integral, mesmo que a obrigação seja divisível. O credor escolhe se quer processar um ou todos os devedores (parágrafo único do art. 275). Aquele devedor que pagar integralmente a dívida, terá direito de regresso contra os demais coobrigados (art. 283). Mas cobrar um dos devedores solidários não significa a renúncia da dívida aos demais. art. 276. Os herdeiros só pagarão a dívida do falecido se este deixou patrimônio. As dívidas do falecido só serão pagas até o quinhão da herança. Os patrimônios particulares deles não serão atingidos. Os herdeiros, em conjunto, podem ser acionados para o pagamento da dívida toda. SOLIDARIEDADE MISTA: há vários devedores e credores atrelados por um vínculo jurídico. Nada impede que ela se constitua por manifestação de vontade das partes contratantes. Perdão (Remissão) art. 272 CC: Há a possibilidade de perdão da dívida por somente um dos credores. Daí é necessário então o desconto do valor perdoado da dívida total. Mas o credor que perdoa deve pagar aos demais. Na solidariedade mista, se um credor apenas perdoar um dos devedores, também será descontado do valor total da obrigação o valor perdoado. Continua podendo o credor que perdoou um dos devedores cobrar a dívida por inteiro dos demais devedores, descontando o valor perdoado. OUTRAS CLASSIFICAÇÕES QUANTO AO CONTEÚDO Obrigação de meio: o devedor não tem como garantir o resultado esperado pelo credor, mas é necessário que ele realize a sua responsabilidade com eficiência. É exigida, neste caso, somente uma atividade diligente. Caso o resultado esperado pelo credor não seja alcançado não há que se falar no dever de indenizar. Cabe indenização se for provado que o devedor foi negligente, imprudente ou imperito. (Responsabilidade subjetiva). Ex: cirurgião reparador. Obrigação de resultado ou de fim: quando a obrigação é de resultado, o devedor dela se exonera somente quando o fim prometido é alcançado. Não o sendo, é considerado inadimplente e deve responder pelos prejuízos decorrentes do insucesso. O credor terá o direito de ser indenizado. (Responsabilidade objetiva) Ex: cirurgião estético. Obrigação de garantia: tem por conteúdo a eliminação de um risco, que pesa sobre o credor; visa reparar as consequências de realização do risco; embora este não se verifique, o simples fato do devedor assumi-lo representará o adimplemento da prestação. QUANTO A LIQUIDAÇÃO Obrigação líquida: é aquela determinada quanto ao objeto e certa quanto à sua existência. Expressa por um algarismo ou algo que determine um número certo do valor a ser cobrado. (Obrigação de fazer + multa + perdas e danos = líquida) Obrigação ilíquida: é a obrigação quando, ao contrário, o seu objeto depende de prévia apuração, pois o valor ou montante apresenta-se incerto. Deve ela converter-se em obrigação líquida para que possa ser cumprida pelo devedor. QUANTO A DEPENDÊNCIA Obrigação principal: As principais subsistem por si, sem depender de qualquer outra. É aquela trazida como o objeto no contrato, como a de entregar a coisa no contrato de compra e venda. Obrigação acessório: têm sua existência subordinada a outra relação jurídica, ou seja, dependem da obrigação principal. Surge em decorrência do descumprimento. Ex: juros, multa. QUANTO AO CUMPRIMENTO (local de cumprimento) O local do cumprimento da obrigação pode ser livremente escolhido pelas partes e constar expressamente do contrato. Se não o escolherem, nem a lei o fixar, Quesível (quérable): Se não o escolherem, nem a lei o fixar, ou se o contrário não dispuser as circunstâncias, efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, devendo o credor buscar o pagamento no domicílio daquele. Portável (portable): Quando se estipula, como local do cumprimento da obrigação, o domicílio do credor, pois o devedor deve levar e oferecer o pagamento nesse local. Obs.: A regra geral é a de que as dívidas são quesíveis. Para serem portáveis, é necessário que o contrato expressamente consigne o domicílio do credor como o local do pagamento. QUANTO AO MOMENTO (tempo de adimplemento) Obrigação instantânea ou momentânea com cumprimento imediato: Se consuma num só ato em certo momento, sendo cumprida imediatamente após sua constituição, como na compra e venda à vista. Existe doutrinador que ainda acrescenta que o pagamento deve ser feito em dinheiro (ou cheque não pré-datado e cartão de débito) Execução continuada periódica ou de trato sucessivo: cumpre- se por meio de atos reiterados, como sucede na prestação de serviços, na compra e venda a prazo ou em prestações periódicas. Como o pagamento em parcelas que se prologam no tempo. ex. financiamento. Execução diferida: exigem o seu cumprimento em um só ato, sendo que sua execução/compensação deverá ser realizada em momento futuro. ex. entrega, em determinada data posterior, do objeto alienado. (Cheque pré-datado e cartão de crédito) Desse modo, tanto pode ser diferida a obrigação assumida pelo comprador, de pagar, no prazo de trinta dias, o preço da coisa adquirida, como a do vendedor, que se compromete a entregá-la no mesmo prazo. QUANTO A NATUREZA Obrigação real ou popter rem: obrigação que abrange ao mesmo tempo um direito pessoal e um direito real, trazendo ao devedor a responsabilidade de seu cumprimento. Ex. IPTU O exemplo mais comum de obrigação popter rem é as despesas de condomínio, que estão vinculadas ao imóvel, vendendo o imóvel, vende-se a obrigação conjuntamente. Obrigação natural: obrigação que não pode ser exigida pelo credor pela falta de existência do nexo causal. O devedor paga se quiser. Na obrigação natural existe o débito, mas não há a obrigação de pagar. Ex: dívida prescrita, dívida de jogo, gorjeta, flanelinha. Os efeitos da obrigação natural podem ser assim resumidos: seu devedor não pode ser compelido judicialmente a cumprir a obrigação, mas, se a realiza espontaneamente, efetua pagamento válido, não podendo mais recobrar o que pagou. CESSÃO DE CRÉDITO É um negócio jurídico bilateral onde o credor transfere a terceiro seu direito de recebimento. Cedente = credor(que transfere os direitos); cessionário = terceiro (o beneficiário); cedido = devedor. O devedor deve ser notificado, mas não é necessária sua anuência; O cessionário (novo credor) precisa de concordar, caso contrário não ocorrerá a cessão. Se o devedor não for notificado por falha, e este realiza o pagamento ao credor primitivo, este pagamento será válido. Não pode ser transferido créditos de natureza alimentar (pensão), de direito indisponível (herança), qualquer credito que traga prejuízo a terceiro. O cedido não poderá recuar de cumprir a cessão de credito total, sob a alegação de que existe estre ele e o cedente uma outra relação jurídica. Legal/Necessária: por força da lei se transfere a obrigação principal e seus acessórios. Judicial: Tem origem na sentença (decisão). Ex. partilha, adjudicação Convencional (mais comum): celebrada pelo acordo de vontade entre as partes. Oneroso: O cessionário paga pelo recebimento do crédito (é quando se vende um crédito a um terceiro). Compra e venda. Gratuito: não existe relação jurídica. Ocorre espécie de doação. Total: transferência do valor total da obrigação. Parcial: transferência de parte do crédito. O devedor só se desobriga quando paga ao cessionário. Exceção Pessoal (matéria de defesa): o cedido e o cessionário não poderá recusar de cumprir a cessão de crédito sob a alegação de que existe entre ele e o cedente uma OUTRA relação jurídica. Responsabilidade do Cedente: se responsabiliza com o cessionário apenas pela existência do crédito e não pela solvência do devedor (adimplemento do crédito). Exceto se houver disposição escrita. Se o crédito for penhorado não poderá ser transmitido a terceiros, não poderá ocorrer a cessão. O devedor que pagar, não tendo notificação dela, fica exonerado ASSUNÇÃO DA DÍVIDA OU CESSÃO DE DÉBITO Negócio jurídico bilateral, por meio do qual terceiro assume a responsabilidade da dívida (o devedor transfere a responsabilidade do cumprimento da obrigação) contraída pelo devedor originário, sem que a obrigação deixe de ser ela própria. (É a mesma dívida). Cedente = devedor (que transfere a dívida); cessionário = terceiro (que assume a responsabilidade); cedido = credor. Ocorre a substituição do devedor. É necessária a concordância expressa do credor no prazo estipulado pelo devedor primitivo. Se o credor permanecer inerte, em silêncio, significa que não concorda, não ocorrerá a cessão. Garantias especiais: garantia oferecida pelo devedor ao credor além da obrigação principal, que não serão transferidas ao devedor cessionário, salvo autorizado pelo devedor primitivo. Por Expromissão: terceiro assume a dívida por vontade própria, necessita do consentimento do credor e não do devedor primitivo. Liberatória> devedor primitivo se exonera da obrigação. Cumulativa> exprominente entra da relação como novo devedor ao lado do devedor primitivo. Por Delegação: o devedor primitivo transfere o débito a terceiro, mediante consentimento do credor. Assunção da Dívida (delegação) > Notificação > Silêncio do Credor = Recusa (art. 299, p. único) PAGAMENTO Forma direta de adimplemento das obrigações, é a execução voluntária e exata, por parte do devedor, da prestação devida ao credor, no tempo, forma e lugar previstos no título constitutivo. É o fim da obrigação. É o seu cumprimento. Extinção sem pagamento: prescrição, remissão. O pagamento acontece de forma livre, a não ser que haja uma solenidade prevista em lei. Natureza jurídica: contrato (negócio jurídico bilateral): acordo de vontade com finalidade obrigatória e que se submete aos princípios que regem os contratos. Requisitos essenciais: vínculo obrigacional (Lei ou Negócio Jurídico). Solvens (devedor, quem deve pagar) – Accipiens (credor, pessoa a quem se deve pagar) Objeto do pagamento> prestação. Prova do pagamento>quitação. Credor não é obrigado a aceitar pagamento parcial. Lugar do pagamento: quérable ou quesível (pagamento no domicilio do devedor) – portable ou portável (pagamento no domicilio do credor) Não cabe recusa do credor em receber, se houver recusa faz-se a consignação em pagamento (depósito judicial). Quem pode pagar? Qualquer pessoa pode pagar, a não ser que a obrigação seja personalíssima que necessitará da anuência do credor. O devedor, ou representante (legal, contratual ou preposto) ou sucessores. Terceiro interessado: é aquele que de uma forma ou de outra se obriga (fiador, coobrigado, herdeiro, outro credor do devedor, adquirente de imóvel hipotecado). Terceiro não interessado: juridicamente é aquele que não está vinculado à relação obrigacional, embora possa ter de ordem moral. A Quem Pagar? Credor, ou representante (legal, contratual ou preposto) ou sucessores. (Art. 308). Se o pagamento for feito à pessoa errada, o devedor deve pagar novamente, salvo se provar que a culpa foi do credor. Se o credor é incapaz de quitar, o pagamento é inválido. (Art. 310) CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO Para não entrar em mora, o devedor utiliza-se do depósito judicial ou extrajudicial da quantia ou coisa devida, com o objetivo de liberar-se da obrigação. (Meio indireto de pagamento) Extrajudicial: fora do poder judiciário, pagamento em dinheiro, feito em banco oficial (bb ou caixa) em nome do credor, que deverá em no prazo de 10 dias consentir de forma escrita, positivo ou negativo. Se nada fizer, concordou e o devedor estará exonerado da dívida, se recusa, o devedor fará levantamento do dinheiro, que logo poderá ajuizar uma ação e consignação em pagamento com prova de depósito e carta de recusa do devedor, no prazo máximo de 30 dias depois do conhecimento da recusa. Judicial: diante da recusa, o devedor ajuíza uma ação contra o credor que deverá informar ao juiz o motivo da recusa, se for injusta proferirá sentença declarando quitação da obrigação. Se o credor tiver razão em recusar, o juiz trará sentença condenatória ao devedor para que pague o restante da obrigação. Hipóteses: poderá haver consignação toda vez que o devedor não possa efetuar o pagamento válido, ou seja, toda vez que quiser pagar e não conseguir por fato alheio à sua vontade. (art. 335). Por sub-rogação: o terceiro poderá assumir a obrigação do devedor, quita-la ou requerer deste, todos os direitos que seriam do credor. (Substituição de uma pessoa ou coisa por outra na relação jurídica) Pessoal: transferência de titularidade do credito Real: substituição de coisa por outra com o mesmo ônus. Legal: de acordo com a lei, terceiro interessado que paga a dívida, todo ou em parte, interesse na quitação. Convencional: ocorre por contrato celebrado entre o devedor originário e o terceiro que realiza o pagamento. Efeitos liberatórios: o credor fica satisfeito, dando como quitada a obrigação. O devedor continuará obrigado ante terceiro; não se tem extinção da obrigação, mas substituição do sujeito ativo. Extinção da obrigação: extingue para o credor; mas para o devedor originário a obrigação será extinta quando quitá-la com terceiro que fez o pagamento da dívida. IMPUTAÇÃO É a faculdade de escolher dentre várias prestações de coisa fungível, devidas ao mesmo credor pelo devedor, qual dos débitos irá satisfazer. Ordem de imputação: 1° devedor (em regra), 2° credor (acordado entre as partes), 3° lei) Ordem de pagamento: 1° - juros vencidos; 2° - mais antiga; 3° - mais onerosa Requisitos: Pluralidade dos débitos – de igual natureza (fungíveis) - líquidos e vencidos – pagamento cobrir débitos. Pagamento deverá ser feito por inteiro. DAÇÃO EM PAGAMENTO O devedor oferece ao credor objeto móvel ou imóvel com o intuito de extinguir a obrigação. Trata-sede acordo de vontades em receber prestação diversa do que anteriormente pactuada. Credor não é obrigado a aceitar. Requisitos: dívida, consentimento do credor, entrega de coisa diversa, intenção de extinguir a obrigação. Elementos: obrigação anteriormente contratada; substituição do objeto contratado; acordo entre as partes. Substituição pode ser de: dinheiro por um bem móvel ou imóvel; uma coisa por outra coisa; dinheiro por título de credito; coisa por obrigação de fazer. Ação revogatória: devedor oferece bem de valor maior que o objeto da obrigação, mas tem outros credores sem garantia de pagamento, estes poderão ajuizar ação revocatória, demostrando no processo o prejuízo que lhes foi causado pela dação realizada. Extinção das obrigações COM PAGAMENTO: Consignação, sub-rogação, imputação e dação. Extinção das obrigações SEM PAGAMENTO: Novação, Compensação, Transação, Confusão, Compromisso e Remissão. NOVAÇÃO Ocorre quando as partes criam obrigação nova para extinguir uma antiga (a anterior). Substituição de obrigação por outra = novo contrato. Não produz satisfação imediata do crédito. Obrigação anterior deve ser válida. Não pode ser objeto obrigações nulas ou extintas. Só haverá novação se houver vontade entre as partes. Não se presume e nem ocorre por força de lei. Requisitos: consentimento de ambos / concomitância (velha e nova) e validade da nova obrigação / existência de uma obrigação anterior/ criação de uma obrigação nova / elemento novo / intenção de novar (acordo entre as partes) animus novandi / capacidade e legitimação das partes Novação objetiva ou real: Quando o elemento se refere ao objeto. Há alteração do objeto e as partes permanecem as mesmas. O devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir a primeira. Novação subjetiva: quando o elemento diz respeito aos sujeitos da relação jurídica. Ativa: substituição do credor. Novo credor sucede ao antigo e extingue o vínculo do primeiro. Antigo credor renuncia o credito e o novo credor aceita o credito. Passiva: substituição do devedor. Novo devedor sucede ao antigo e este fica quite com o credor. Nos dois casos deve haver concordância do credor. Passiva por expromissão: um terceiro assume a dívida do devedor originário por vontade própria e o credor antigo concorda. Independe do consentimento do devedor. Passiva por delegação: há o consentimento do devedor originário (antigo). Este indica um novo devedor, realizando um novo contrato trazendo este terceiro como o devedor. Efeitos: extingue automaticamente a obrigação antiga e libera o devedor daquele vínculo. Há novo objeto, novo credor, novo devedor. COMPENSAÇÃO Quando se extinguir a obrigação pelo fato de duas ou mais pessoas serem reciprocamente credoras e devedoras uma das outras, que poderão ser compensadas naquilo que se iguala. Compensação total: compensação na totalidade da dívida pois se igualam com o mesmo valor e natureza da obrigação. Compensação parcial: igualdade somente em uma parte da dívida em relação ao restante da obrigação. A responsabilidade permanece. Compensação legal: ocorre automaticamente por forca da lei, independentemente da vontade dos interessados, em obrigações de naturezas iguais salvo estipulado ao contrário. Compensação convencional: quando decorre da manifestação da vontade das partes, declarando o desejo de verem extintas suas obrigações recíprocas. Ocorrerá mesmo que seja de natureza diversa contando que não haja favorecimento ou prejuízo das partes. Compensação judicial: por determinação judicial, uma parte alega seu direito contra a outra. Requisitos: reciprocidade das obrigações / liquidez das dívidas, certeza e exigibilidade (vencidas) atual das prestações / fungibilidade das prestações; CONFUSÃO É a reunião em uma única pessoa e na mesma relação jurídica, da qualidade de credor e devedor, se tornando a mesma pessoa, a mesma parte e extingue a obrigação. Extingue-se a dívida, pois ninguém pode ser credor ou devedor de si mesmo. Confusão total: A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida. Confusão parcial: ou só de parte dela, o restante permanece para o devedor cumpri-la; Possibilidade da confusão: direito patrimonial disponível; casal escolhe comunhão universal de bens, A confusão extinguindo a dívida, liquida os acessórios, liberando os fiadores. Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a obrigação anterior. REMISSÃO DE DÍVIDAS É perdão dado pelo credor ao devedor. É direito exclusivo do credor exonerar do devedor, é ato bilateral porque depende da aceitação do devedor. Só haverá perdão de direitos patrimoniais de caráter provado e que não prejudique o interesse público ou de terceiros. Total: perdão da totalidade da dívida Parcial: perdão de uma parte da dívida, ex. perdoa juros. Expresso: perdão feito por escrito por declaração do credor. Tácito: um gesto do credor caracteriza o perdão. Ex, credor rasga a nota promissória. Remissão e solidariedade passiva: perdão a um dos devedores solidários a solidariedade não se extingue. Se o bem for divisível – será descontado o valor total do valor perdoado. Mas se for bem indivisível – o objeto da obrigação permanece o mesmo e será devolvido ao devedor perdoado a quantia que seria de sua responsabilidade. Se for solidariedade de credores e um dos credores manifesta seu perdão, permanece para o outro o direito de cobrar a dívida. Se for divisível – será descontado do valor da dívida, o valor perdoado. Se indivisível – o credor que recebeu o bem por inteiro, fica responsável em devolver o valor perdoado. Perdão tácito e penhor: penhor é a garantia dada pelo devedor ao credor que o pagamento será realizado, a partir do momento que p credor devolve ao credor. O objeto dado a um penhor não significa que que a dívida foi perdoada, houve apenas uma renúncia da garantia dada. MORA É o atraso culpável no cumprimento da obrigação, seja por parte do devedor, em pagar, seja por parte do credor, em receber. É o inadimplemento relativo. Critério de distinção = utilidade para o credor. Se for útil é mora. Se não for útil é inadimplemento. Ex. bolo da festa para entregar às 3:00h é entregue às 5:00h => mora. Se for entregue no outro dia depois da festa, não é mais útil ao credor => inadimplemento. Mora do devedor (solvendi): atraso ou imperfeito cumprimento da obrigação, por ato culposo do devedor. Requisitos: certeza (não está subordinado a nenhuma condição) / liquidez (não necessita de apuração do valor) e exigibilidade (vencida). Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e danos. Culpa ou dolo do devedor: Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora. Mora ex re: decorre da lei, resultando do próprio fato do descumprimento da obrigação, independentemente da provocação do credor. Ex. se não paga a conta de luz no vencimento já está em mora. Mora ex persona: ato do credor: quando não há estipulação de prazo certo para a execução da obrigação. É imprescindível que o credor constitua o devedor em mora, mediante interpelação, notificação, protesto judicial, extrajudicial ou citação. Ato ilícito: quando a mora é em relação a ato ilícito a mora já ocorre desde o ato. Ex. bateu no táxi, o infrator já está em mora a partir do ato ilícito. Caso fortuito ou força maior (fatos imprevisíveis e inesperados): se o devedor já estivesse em mora quando ocorreu o caso fortuito ou forca maior ele responde pela mora. Ex. João devia entregar uma geladeira no dia 4, não entrega, e no dia 5 acontece um incêndio naloja, responde pela mora. Efeitos da mora solvendi: (juros, atualização monetária, custas, perdas e danos, multa (cláusula penal). - Efetivação do pagamento + indenização por perdas e danos (art. 395, 402 e 404). Perdas e Danos: São o equivalente do prejuízo suportado pelo credor, em virtude do devedor não ter cumprido, total ou parcialmente, a obrigação, expressando-se em uma soma de dinheiro, correspondente ao desequilíbrio sofrido pelo lesado. Para conceder a indenização o juiz deverá considerar se houve: - Dano positivo ou emergente: déficit real no patrimônio do credor. - Dano negativo ou lucro cessante: privação de um ganho pelo credor ou lucro que deixou de auferir. Pagamento em dinheiro e juros moratórios: a obrigação não foi cumprida no tempo, modo e lugar convencionados. JUROS Obrigação acessória, relacionada a obrigação principal. São frutos ou rendimentos do capital empregado. Juros moratórios (atraso): cobrados diante o inadimplemento da obrigação no prazo estipulado. Efeitos dos juros moratórios: são devidos independentemente da alegação de prejuízo, decorrendo da própria mora. E deverão ser pagos, seja qual for a natureza da prestação, pecuniária ou não. Convencionais: negociado, acordado entre as partes na celebração do contrato. Legais: são aqueles estabelecidos por lei, quando as partes não se convencionam, não podendo ultrapassar 1% ao mês e 12 % ao ano. Juros compensatórios: decorrem de uma utilização consentida do capital alheio, cobrados na celebração de um negócio embutidos na prestação do contrato. LEI DE USURA Juros legais não ultrapassem meio por cento ao mês e 6 por cento ao ano. Proíbe a cobrança de juros o que não recai na realidade. Anatocismo: cobrança de juros sobre juros. Flavio Tartuce: 2% ao mês e 24% ao ano, como limite da cobrança de juros. Purgação da Mora: É efetuar ou receber pagamento. Purgar a mora é neutralizar os seus efeitos. Por parte do devedor: ocorre com a oferta da prestação pelo devedor acrescida da importância dos prejuízos ocorridos até o dia do pagamento. Por parte do credor: o credor de oferece para receber o pagamento sujeitando aos efeitos da mora já ocorridos. Art. 401. INADIMPLEMENTO Quando o devedor não efetuar o pagamento da obrigação. Culposo: fato imputável ao devedor a título de dolo ou culpa. – Cumprimento forçado ou indenização cabível. Caso fortuito ou força maior (fatos imprevisíveis e inesperados): se o inadimplemento for involuntário (caso fortuito ou força maior) não responderá pelos prejuízos, a não ser que esteja contratualmente expresso que o devedor responderá mesmo havendo caso fortuito ou força maior. Absoluto: obrigação não cumprida em tempo, lugar ou forma convencionado se for tardio e inútil ao credor. Se o devedor não pagar ou não tiver bens de penhora será considerado insolvente. Relativo: Descumprimento da obrigação em que a consequência gerou juros e correção monetária pelo simples atraso. - (mora do credor) o credor injustificadamente se recusa a receber o pagamento ou fornecer a quitação. - (mora do devedor) o devedor em mora além de ser obrigado a cumprir ainda responde por perdas e danos, juros atualização monetário e honorários advocatícios. Perdas e danos: gerada quando o descumprimento da obrigação trouxer a credor um dano patrimonial além daquele da própria obrigação. Dano material: aquilo que o credor perdeu. Lucros cessantes: aquilo que o credor deixou de receber, deixou de lucrar Dano material: indenização de direito do credor, quando o dano provocado lhe gera um constrangimento. Não será cabível se for um mero aborrecimento. Teoria perda de uma chance: o dano causado trouxer perda de uma chance de ganho caberá o direto de indenização. Responsabilidade objetiva: responsabilidade de ressarcimento do dano, independente de culpa, comprovando somente os fatos ao nexo causal. Responsabilidade subjetiva: aquele que sofreu o dano deve provar a culpa daquele que o cometeu. CLAUSULA PENAL Penalidade com o objetivo de reforçar o cumprimento da obrigação principal diante o atraso ou descumprimento total da obrigação. Representa fixação antecipada do valor das perdas e danos. Pode ser chamada de multa contratual ou convencional. Função coercitiva: intimida o devedor a cumprir a obrigação. Função ressarcitória: prefixação das perdas e danos devidos no caso de inadimplemento. Compensatória: inadimplemento total da obrigação, multa ultrapassa o valor de regra da prática de 10% trazendo a ideia de que o negócio seja compensável, já que não pode se aplicar juros compensatórios. Moratória: corresponde a mora, ocorre pelo atraso do cumprimento da obrigação. Limites: não poderá ultrapassar o valor da obrigação principal. Limite é o valor da própria obrigação. Multa deverá ser reduzida: cumprimento parcial da obrigação, proporcionalmente e excessividade da clausula (pelo juiz). ARRAS OU SINAL Quantia ou coisa entregue pelo comprador ao vendedor como forma de confirmar a celebração ou como forma de garantia de perdas e danos. Confirmatórias: função de confirmar o contrato, garante serenidade das negociações, não admitem direito de arrependimento, e seu valor poderá ser descontado no valor restante do pagamento. Também chamada de arras antecipatórias. Penitenciais: atuam como pena convencional, natureza de perdas e danos, permitem o direito de arrependimento entre as partes, não admite cobrança de indenização suplementar, o devedor arca com juros moratórios e custas processuais se ajuizado. Arras tem natureza acessória e não se fala em perdas e danos. EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO Compromisso arbitral: sentença proferida pelo arbitro a solução do conflito. Transação: extinção por contrato, onde as partes decidem em um acordo por mediação ou conciliação. Renúncia: aquele que tem direito a receber a obrigação, abre mão de uma parte desse direito. Não depende da aceitação da outra parte.
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