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Resumo - direito das obrigações

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RESUMO DIREITO CIVIL 
1º PROVA 
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
 
Conceito: relações jurídicas de natureza pessoal cujo conteúdo é a prestação patrimonial e 
permite movimentação da máquina judiciária em caso de inadimplemento. 
 Tem como características ser um direito relativo, pois só é oponível às partes do 
contrato e ser o direito a uma prestação positiva ou negativa. 
 
Obrigação híbrida propter rem: existe quando o titular de um direito real é obrigado, devido 
à sua condição, a satisfazer certa prestação a favor de outrem. Características: 
 Vinculado a um direito real 
 Pode-se exonerar o devedor com o abandono da coisa 
 É transmissível por meio de negócio jurídico 
 
Conceito de obrigação: vínculo jurídico temporário estabelecido entre sujeito ativo e sujeito 
passivo visando um objeto. 
 O vínculo requer manifestação de vontade livre e esclarecida, capacidade plena e 
objeto lícito, possível, determinado ou determinável 
 Por ser temporário, sempre há um termo inicial e um termo final. Se estes não forem 
definidos no momento da celebração do NJ, pode ser invocado pelas partes a qualquer 
momento. 
 O objeto precisa ter valor pecuniário, pois é um direito essencialmente patrimonial. 
 
Obrigações naturais (obrigação sem responsabilidade): obrigações onde uma das 
características necessárias para sua validez civil está ausente. O credor, então, não pode 
exigir do devedor a prestação; mas se esta for realizada, o devedor não pode pedi-la de volta 
(inexigível e irretratável). 
 Esta não pode ser compensada, pois não há vencimento e não comporta fiança. 
 Exceção: caso o herdeiro pague a dívida – ele pode pedir de volta pois a dívida não 
era dele 
 Dívida de jogo: jogos e apostas não são considerados contratos, portanto, só podem 
ser devolvidas as prestações pagas mediante dolo ou realizadas por incapaz. 
 
Responsabilidade sem obrigação: ocorre excepcionalmente com garantidores, como em 
casos de FIANÇA e AVAL. O contraente da obrigação não se beneficia em nada na relação 
jurídica. 
RESUMO DIREITO CIVIL 
1º PROVA 
 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO OBJETO DA RELAÇÃO JURÍDICA 
 
Obrigação de dar coisa certa: obrigação cujo objeto é certo e determinado. Segundo o art. 
356, não é possível entregar objeto diferente do acordado entre as partes, sendo necessário 
celebrar outro negócio jurídico. 
 As obrigações acessórias também devem ser entregues, salvo exceções (seguindo o 
princípio da gravitação jurídica) 
 Perda do objeto: 
o COM CULPA DO DEVEDOR: pagamento de perdas e danos 
o SEM CULPA DO DEVEDOR: resolve a obrigação e as partes retornam ao 
status quo ante 
 Deterioração do objeto: 
o COM CULPA DO DEVEDOR: o credor paga o equivalente + pagamento de 
perdas e danos 
o SEM CULPA DO DEVEDOR: o credor pode resolver o contrato ou aceitar o 
item com abatimento no preço 
 Riscos: o risco de avaria do objeto é do devedor até a tradição + há o risco do objeto 
vir com vício redibitório 
 Cômodos na obrigação de dar coisa certa: caso onde o bem recebe acréscimos, como 
frutos, produtos, etc. após a celebração do negócio jurídico e antes da tradição. O 
devedor, nesse momento, deve pagar pelo acréscimo 
 
Obrigação de dar coisa incerta: relação jurídica obrigacional onde o objeto será 
posteriormente determinado, a partir de uma escolha feita por uma das partes ou por terceiro, 
aparecendo no NJ apenas com sua determinação genérica e numérica. Sua prestação é 
indeterminada, mas é suscetível de determinação. O estado de indeterminação do objeto deve 
ser transitório, pois não se pode celebrar negócio jurídico sem individualização do objeto. 
 O ato jurídico da individualização da coisa é denominado concentração 
 
RESUMO DIREITO CIVIL 
1º PROVA 
 A escolha de quem fará a concentração é das partes, mas se nada for acordado, a 
escolha cabe ao devedor 
 Após a escolha, a obrigação torna-se obrigação de dar coisa certa e começa a seguir 
as normas da mesma 
 O devedor não pode faltar com a entrega do objeto, nem alegando caso fortuito ou 
força maior 
 
Obrigação de solver dívida em dinheiro: tipo de obrigação que abrange a prestação 
consistente em dinheiro, reparação de danos e pagamento de juros (dívida pecuniária, de 
valor e remuneratória), que deve ser paga em moeda corrente nacional 
 Obrigação pecuniária: obrigação de dar que tem como objeto uma quantidade de 
dinheiro (soma de valor). Diz respeito somente ao valor nominal da moeda, referido 
pelas unidades monetárias do sistema pelo qual a nota ou moeda é colocada em 
circulação com o valor cunhado pelo Estado. 
o Cláusulas de escala móvel: pagamentos que deverão ser feitos de acordo com 
as variações do preço de determinadas mercadorias ou serviços, para que o 
valor pago não pega o seu valor de uso. Dependendo da inflação, pode ser 
tanto um aumento quanto uma redução no valor das parcelas 
o Cláusulas de correção monetária: referentes ao aumento progressivo de 
prestações sucessivas que tenham periodicidade maior a um ano, decorrentes 
do nível de desvalorização da moeda. P. ex., os contratos de locação têm seu 
reajuste a cada 12 meses. 
 Dívida de valor: obrigação que não tem diretamente por objeto o dinheiro. Este 
funciona apenas como forma de medir o valor da prestação. Aqui, quem suporta os 
riscos concernentes à desvalorização é o devedor, pois este deve arcar com o custo 
que permita o credor a adquirir certos bens. P. ex. dívida alimentícia e direito à 
indenização 
 Dívida remuneratória: obrigação acessória concernente ao pagamento de juros, que é 
a remuneração pelo uso do capital alheio. Pressupõe a existência de uma dívida de 
capital (dinheiro ou outro bem fungível) e deve ser estipulada no contrato. 
 
Obrigação de fazer: vincula o devedor à prestação de um serviço ou ato positivo, material ou 
imaterial, seu ou de terceiro, em benefício do credor ou de terceira pessoa. Possui como 
prestação um ato ou confecção de coisa que deve ser entregue a outrem. 
 Obrigação de fazer infungível: obrigação que deve ser executada pelo devedor, visto 
que o negócio jurídico foi celebrado como motivo determinante os requisitos pessoais 
RESUMO DIREITO CIVIL 
1º PROVA 
do mesmo. Se o devedor se recusar a realizar a prestação, ele deve pagar por perdas 
e danos 
 Obrigação de fazer fungível: prestação que pode ser realizada indiferentemente da 
pessoa. Nessa obrigação, se o devedor não realizar, o credor pode contratar terceiro 
para fazê-lo as custas do devedor. 
o O devedor pode ou não ser importante para a obrigação de fazer: se for uma 
obrigação personalíssima, a não prestação da obrigação pelo devedor X leva 
ao pagamento de indenização por perdas e danos; se for uma obrigação de 
fazer fungível, um terceiro pode realizar a prestação e o credor pode cobrar do 
devedor o pagamento 
o O erro da pessoa na obrigação de fazer personalíssima pode causar 
anulabilidade do negócio jurídico, salvo em casos que o erro possa ser 
consertado. 
 Astreinte: multa pecuniária periódica, serve como instrumento coercitivo que vise 
compelir o devedor a realizar a prestação que lhe cabe e pode também ser utilizada 
nas obrigações de dar e de não fazer. Obs. Esta não modifica o direito do devedor de 
requerer perdas e danos do devedor. 
 Consequências do inadimplemento da obrigação de fazer: 
o Impossibilidade de realização da prestação: 
 SEM CULPA: a obrigação se resolve e as partes voltam ao status quo 
ante (art. 248, 1ª parte) 
 COM CULPA: o devedor responde por perdas e danos e a obrigação 
de fazer se converte em obrigação de dar a indenização (art. 248) 
o Inadimplemento voluntário da obrigação de fazer: 
 Se INFUNGÍVEL, o devedor se obriga a pagar a indenização por perdas 
e danos (art. 247) 
 Se FUNGÍVEL, o credor tem o direito de contratar terceiro para realizar 
a prestação e cobrar o devedor pelo pagamento, além do pagamento 
de indenização por perdas e danos (Art. 249) 
Se a obrigação for urgente, o credor pode mandar realizar o ato 
antes de entrar em juízo, e depois pedir pelo seu pagamento. 
(art. 249, parág. ún) 
 
Obrigação de não fazer: obrigação negativa onde o devedor assume o compromisso de se 
abster de algum ato que, se não fosse pela obrigação, poderia exercer livremente. 
 Descumprimento da obrigação de não fazer: 
RESUMO DIREITO CIVIL 
1º PROVA 
o Se houver impossibilidade da abstenção do ato, sem culpa, a obrigação se 
resolve e as partes retornam ao status quo ante (art. 250) 
o Se ocorrer pela inexecução culposa do devedor, o credor pode exigir que o ato 
seja desfeito (art. 251), sob pena de desfazer o ato sob as custas do devedor 
e cobrar perdas e danos, salvo se a posição anterior satisfaça ao credor. 
 Se for impossível ou inoportuno desfazer o ato, o devedor deve reparar 
o prejuízo do credor 
 Art. 390: nas obrigações negativas, o inadimplemento inicia no 
momento que o devedor realiza o ato 
 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A LIQUIDEZ DO OBJETO 
 
Obrigação líquida: obrigação certa quanto à sua existência e determinada quanto a seu 
objeto. O seu inadimplemento constitui o devedor em mora - descumprimento voluntário da 
obrigação em tempo, local e forma correta (art. 407) 
 A liquidez da obrigação é essencial em vários tipos de obrigações, como a 
compensação, imputação do pagamento, concessão de arresto, etc. 
 
Obrigação ilíquida: obrigação incerta quanto à sua quantidade e que se torna certa com a 
liquidação (ato de fixar o valor da prestação que antes era indeterminada). A liquidação se 
realiza, judicialmente, mediante liquidação, mas pode ocorrer também por transação e ajuste 
das partes. 
 Se o devedor não poder realizar a obrigação que foi ajustada, o seu valor pecuniário 
em moeda corrente será estipulado para pagamento. 
 Enquanto a obrigação não for liquidada, o devedor não pode encontrar-se em mora 
 A obrigação ilíquida não comporta compensação, imputação de pagamento, 
consignação em pagamento e concessão de arresto, mas é suscetível de fiança 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO MODO DE EXECUÇÃO 
 
Obrigação simples e cumulativa: obrigação simples é a que recai apenas sobre uma coisa 
ou sobre um ato, criando apenas um efeito. Obrigação cumulativa é uma relação obrigacional 
múltipla que contém duas ou mais prestações de dar, de fazer ou de não fazer. O 
RESUMO DIREITO CIVIL 
1º PROVA 
inadimplemento de uma das obrigações acarreta no seu total descumprimento, pois todas as 
prestações devem ser tratadas como se fossem apenas uma 
 
Obrigação alternativa: contém duas ou mais prestações com objetos distintos, da qual o 
devedor se libera ao realizar uma delas, mediante escolha de uma das partes ou de terceiro. 
É vantajosa para os contratantes pois permite ao devedor selecionar a que lhe for menos 
onerosa e garante maior possibilidade de realização da prestação ao credor. 
 A concentração do objeto é a escolha efetiva de um dos objetos, tornando a prestação 
simples e determinada. O CC permite às partes definirem quem fará a concentração, 
mas se nada for acordado, quem faz a escolha é o devedor. 
 O devedor não pode obrigar o credor a receber parte em uma prestação em parte em 
outra 
o Se houver mais de um credor e a escolha for deles, a mesma deve ser feita 
por unanimidade e se houver conflito quem deverá decidir é o juiz 
o Se quem deverá fazer a escolha for terceiro e este não quiser ou não puder 
escolher, a mesma deve ser feita pelo juiz, a não ser que haja acordo entre as 
partes 
o Nada obsta que a escolha seja feita por sorteio e a ela não se aplica o princípio 
do meio-termo 
o Se a obrigação for periódica, a escolha pode ser feita de formas diferentes em 
cada momento de realização da prestação 
 Inexiquibilidade das prestações: 
o Perecimento sem culpa do devedor: se apenas uma das prestações se 
impossibilitar, acontecerá uma concentração automática. Se as duas 
prestações se impossibilitarem, a extinção se extingue por falta de objeto. 
 só há exoneração se o devedor não estiver em mora, se não, responde 
também pela impossibilidade 
o Perecimento por culpa do devedor: se a escolha competir ao devedor e uma 
das prestações perecer, o credor terá o direito de exigir a ou a prestação 
subsistente ou o valor da outra + perdas e danos. Se nenhuma das prestações 
forem possíveis, este deve pagar a que por último se impossibilitou + perdas e 
danos. Se a escolha pertencer ao credor e ambas prestações forem 
inexequíveis, o credor pode requerir o valor de qualquer uma + perdas e danos. 
o Perecimento por culpa do credor: se a escolha competir ao devedor, o devedor 
se libera da prestação se preferir não realizar a obrigação, exigindo perdas e 
danos. Se a escolha for do credor, atingindo o perecimento de uma das 
RESUMO DIREITO CIVIL 
1º PROVA 
prestações, o devedor é liberado dela, salvo se o credor preferir exigir a outra 
ou ressarcir perdas e danos 
o Impossibilidade da primeira prestação sem culpa e da segunda por culpa do 
devedor (ou vice-versa): 
 Se a 1ª prestação se impossibilitar sem culpa e a 2º por culpa, a 
obrigação subsiste quanto à prestação remanescente, respondendo o 
devedor pelo equivalente + perdas e danos 
 Se perecer a primeira por culpa do devedor e a segunda sem culpa, o 
credor pode decidir optar pela subsistente ou pelo equivalente a outra 
+ perdas e danos 
o Perecimento da primeira prestação por caso fortuito e a segunda por culpa do 
credor: o devedor é exonerado da obrigação 
o Inexiquibilidade de uma das prestações por culpa do devedor e outra por culpa 
do credor: o devedor é exonerado da obrigação 
 
Obrigação facultativa: nessa obrigação não há possibilidade de escolha, mas de 
subsistência da obrigação por substituição da prestação devida. O devedor apenas a pagará 
assim se preferir, desde que não esteja em mora; o credor, por sua vez, não pode reclamar a 
faculdade da obrigação e, havendo sua impossibilidade, extinguir-se-á a prestação, enquanto 
apenas o defeito da prestação devida pode causar sua nulidade. Se a impossibilitar resultar 
do devedor, o credor poderá pedir o equivalente mais perdas e danos. 
 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO TEMPO DE ADIMPLEMENTO 
 
Obrigação momentânea ou instantânea: obrigação que se consuma num só ato em certo 
momento 
Obrigação de execução continuada ou periódica: se protrai no tempo, caracterizando-se 
pela prática ou abstenção de atos reiterados, solvendo-se num espaço mais ou menos longo 
de tempo. Existem vários créditos, cada um com uma prestação, mas isso não fraciona a 
obrigação. 
 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AOS ELEMENTOS ACIDENTAIS 
 
Obrigação condicional: obrigação que contém cláusula que subordina seu efeito a evento 
futuro e incerto 
RESUMO DIREITO CIVIL 
1º PROVA 
 São consideradas quanto a possibilidade, a licitude, a natureza, a participação da 
vontade dos contraentes (casuais, potestativas, promíscuas, mistas) e ao modo de 
atuação 
o Modos de atuação: 
 Suspensiva: obrigação cujo efeito se adia até a ocorrência do evento 
futuro e incerto. Consequências: (a) pendente a condição, o credor não 
pode exigir seu implemento; (b) se o devedor pagar a obrigação antes 
do implemento da condição, paga mal; (c) se a condição não se realizar, 
a obrigação se extingue; (d) se alguém dispuser de um bem sob 
condição suspensiva e as novas disposições forem incompatíveis, elas 
são inválidas 
 o devedor pode praticar normalmente os atos normais de 
gestão, bem como perceber os seus frutos, enquanto não 
ocorrer a condição 
 se ocorrer o adimplemento da obrigação, na mesma data a 
obrigação deve ser cumprida 
 resolutivas: obrigação cuja ineficácia se subordina a evento futuro e 
incerto – tem efeito ex tunc. Os riscos da coisa alienada ficam a cargo 
do credor, porque a resolução impõe restituição do bem 
 
Obrigação modal: obrigação que se encontra onerada com um modo ou encargo. 
 Não suspendea aquisição ou exercício do direito, salvo se exposto no negócio jurídico 
 A iliceidade ou impossibilidade do encargo leva a considera-lo como não escrito, a não 
ser que este seja o motivo determinante do negócio jurídico 
 É compulsório pois não pode ser retirada do negócio jurídico 
 O instituidor, seus herdeiros, pessoas beneficiadas pelo encargo ou o MP podem exigir 
o cumprimento da obrigação 
 A resolução do negócio jurídico por inadimplemento do encargo não prejudica os 
direitos de terceiros 
 
Obrigação a termo: aquela em que as partes subordinam o efeito da obrigação a um evento 
futuro e certo. O termo pode ser inicial (dies a quo), final (dies ad quem), certo (com data 
definida) ou ainda incerto (irá ocorrer, mas não possui data definida) 
 A obrigação que não tenha termo inicial é exequível desde logo, salvo se necessite 
ser realizada em outro lugar ou depender de tempo 
 Esta obrigação só pode ser exigida depois de expirado o termo 
RESUMO DIREITO CIVIL 
1º PROVA 
o Exceção: concurso creditório – falência do devedor; execução de penhora por 
outro devedor; as garantias do débito acabarem ou forem insuficientes 
 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À PLURALIDADE DE SUJEITOS 
 
Obrigação divisível e indivisível: obrigação divisível tem sua prestação suscetível de 
cumprimento parcial, sem prejuízo de sua substância ou seu valor. Com multiplicidade de 
devedores ou credores, ela será presumida em dividida por tantos quanto forem os credores 
ou devedores (art. 257). Obrigação indivisível tem como prestação algo que só possa ser 
entregue por inteiro, por motivo econômico, natural, convencional ou judicial. Se houver 
pluralidade de devedores, cada um deverá a dívida por inteiro; e se houver pluralidade de 
credores, cada um deles poderá exigir o débito por inteiro (mediante entrega de caução de 
ratificação) 
 Art. 314: o credor não pode ser obrigado a receber nem o devedor a pagar por partes, 
se assim não se ajustou 
 Efeitos da obrigação indivisível: 
o Se houver pluralidade de devedores, (a) todos são devedores da dívida inteira 
(art. 259); (b) o devedor que pagar a dívida por inteiro sub-roga-se no direito 
do credor – sub-rogação legal (art. 259, parágrafo único; art. 346, III; arts. 283 
e 285); (c) o credor não pode recusar pagamento por inteiro, podendo ficar em 
mora se o fizer; (d) a prescrição aproveita a todos os devedores e sua 
suspensão aproveita e prejudica a todos; (e) a nulidade se estende a todos 
o Se houver pluralidade de credores, (a) cada um poderá exigir o débito por 
inteiro (art. 260, caput); (b) o devedor é desobrigado pagando a todos 
conjuntamente, mas pode pagar para apenas um se autorizado ou se receber 
o caução de ratificação (art. 260, I e II); (c) cada credor pode pedir sua parte 
no total (art. 261); (d) o credor que quiser manter o objeto pode fazê-lo pagando 
a quota cabível a cada outro credor; (e) a remissão da dívida por parte de um 
dos credores não afeta a dívida com os outros, apenas diminui seu valor 
 Perda da indivisibilidade: se a obrigação for indivisível por sua natureza, por ser 
natural, judicial, legal ou convencionalmente indivisível, o desaparecimento da 
indivisibilidade dissipa a obrigação. Quando convertida ao seu valor pecuniário por 
perdas e danos, cada devedor passa, portanto, a dever a sua quota-parte (art. 263). 
Se apenas um dos devedores for o culpado pela inadimplência, só ele responderá 
pelas perdas e danos, enquanto os outros responderão pelo equivalente ao bem 
perdido 
RESUMO DIREITO CIVIL 
1º PROVA 
 
Obrigação solidária: aquela que, com multiplicidade de credores e/ou de devedores, cada 
credor terá o direito à totalidade da prestação, bem como cada devedor estará obrigado ao 
débito por inteiro (art. 264) 
 Caracteres da obrigação solidária: (a) pluralidade de sujeitos ativos ou passivos; (b) 
multiplicidade de vínculos obrigacionais; (c) unidade de prestação; (d) 
corresponsabilidade dos interessados 
 Princípios comuns à solidariedade: 
o Variabilidade do modo de ser da obrigação na solidariedade, pois esta diz 
respeito à prestação e não ao modo pela qual se deve (art. 266) 
o Não presunção de solidariedade: o ordenamento argue que a solidariedade 
deve ser explicitada na relação jurídica ou na lei, pois implica em um 
agravamento da obrigação (art. 265) 
 Não há indução de solidariedade por parentesco, salvo se existir 
dispositivo legal ou convencional que verse o contrário 
 Quanto a obrigações assumidas por sócios ou condôminos, presumir-
se-á que cada um assumiu responsabilidade por seu quinhão 
proporcional 
 Não há solidariedade apenas porque as obrigações se contraíram na 
mesma ocasião 
o Fontes da obrigação solidária: 
 legal: quando vier de comando normativo expresso (não existem casos 
de solidariedade ativa no ordenamento) 
 convencional: se decorrer da vontade das partes pactuada em contrato 
(sem necessidade de solenidades, apenas a utilização de expressões 
equivalentes a ao todo, por inteiro, etc.). pode ser estabelecida junto 
com a obrigação ou posteriormente, em ato separado 
o Distinção entre obrigação solidária e obrigação indivisível: 
 a fonte da obrigação solidária é o título onde as partes estão obrigadas, 
enquanto a indivisibilidade é proveniente da natureza da prestação 
 a solidariedade se extingue com a morte de um dos codevedores e um 
dos credores, mas a indivisibilidade não altera a situação jurídica 
 se um dos cocredores morrer e deixar herdeiros, cada um terá 
direito de receber a sua parte (art. 270) 
 se um dos codevedores morrer e deixar herdeiros, esses não 
serão obrigados a pagar mais do que sua quota-parte (art. 276) 
RESUMO DIREITO CIVIL 
1º PROVA 
 a solidariedade perdura mesmo com a conversão da obrigação em 
perdas e danos (art. 279); enquanto a indivisibilidade cessa a partir do 
momento em que a conversão ocorre (art. 263) 
 na obrigação solidária, todos os codevedores respondem pelos juros 
moratórios causados por inadimplemento (art. 280), enquanto na 
indivisibilidade apenas o culpado pelo inadimplemento se encarrega 
das perdas e danos (art. 263, §2º) 
 na solidariedade, a interrupção da prescrição aproveita e/ou prejudicar 
a todos os credores e devedores, bem como seus herdeiros, enquanto 
na indivisibilidade a interrupção da prescrição aproveita e/ou prejudica 
apenas o credor ou devedor (art. 204, §§1º e 2º) 
 Solidariedade ativa: multiplicidade de credores que possuem, cada um, direito a uma 
quota-parte da prestação, mas que podem cobrar a dívida por inteiro. Esse tipo de 
solidariedade facilita a extinção da obrigação, no entanto, o credor que receber todo o 
pagamento pode tornar-se insolvente ou apropriar-se da prestação sem repor o que é 
dos outros credores. Além disso, só poderá ser revogada ou modificada se todos os 
cocredores concordarem com isso 
o Efeitos jurídicos - relações externas: 
 Cada um dos cocredroes tem direito de exigir do devedor o 
cumprimento da prestação por inteiro (art. 267) 
 Qualquer credor poderá pedir medidas assecuratórias do direito de 
crédito 
 Cada um dos cocredores poderá constituir em mora o devedor sem o 
concurso dos demais 
 A interrupção da prescrição requerida por um cocredor se estende a 
todos 
 A suspensão da prescrição em favor de um dos credores solidários só 
aproveita aos outros se o objeto for indivisível 
 A renúncia da prescrição em face de um dos credores aproveita aos 
demais 
 Qualquer cocredor poderá ingressar em juízo com ação para que se 
extingua o débito 
 O devedor não pode opor defesas pessoais contra outros 
credores (art. 273) 
 Se um dos cocredores decai da ação, os ouros podem acionar o 
devedor comum 
RESUMO DIREITO CIVIL 
1º PROVA 
 Se um dos credores se tornar incapaz, isso não influencia a 
solidariedade 
 Enquanto algum dos credores não demandar o devedor, este pode 
pagar a qualquer um (art. 268) 
 O credornão pode se recusar a receber a prestação 
 Prevenção judicial: se um dos cocredores acionar o devedor, 
este só se libera da dívida ao pagá-la por inteiro para este 
cocredor 
 O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o 
montante do que foi pago (art. 269) 
 A compensação pode ser utilizada pelo devedor contra um dos 
credores até o montante integral do débito 
 A confusão na pessoa de um dos credores ou do devedor tem eficácia 
pessoal (art. 383) 
 A constituição em mora do credor solidário, por oferta de pagamento 
por parte do devedor comum, prejudicará a todos os demais (art. 400) 
 Conversão da prestação em perdas e danos não altera a solidariedade 
(arts. 271, 389, 404, 405, 407) 
o Efeitos jurídicos - relações internas: o credor que remitiu a dívida do devedor 
responderá aos outros pela parte que lhe cabe (art. 272) 
 Os outros credores têm direito de regresso, que é exigir do credor que 
perdoou ou recebeu a prestação a entrega do que lhes competir 
 Solidariedade passiva: existência de vários devedores, onde o devedor comum possui 
o direito de cobrar toda a dívida de apenas um deles, podendo ser o que possui maior 
idoneidade financeira ou patrimônio suficiente para responder ao débito 
o O credor tem o direito de escolher quem vai pagar independente se haverá 
concentração do débito, exigindo desse a prestação 
o Se o credor reclamar parte da dívida a solidariedade se mantém em razão dos 
codevedores (art. 275) 
o Havendo pagamento parcial, os codevedores se liberam da importância paga, 
e se tudo for pago, a relação se extingue (art. 346) 
o Consequências jurídicas (relações externas): 
 Os devedores têm liberdade de cumprir a prestação por liberalidade, 
desde que paguem a dívida toda. Se outro devedor pagar por não saber 
que a dívida já foi paga, este pode acionar o credor a repetição do 
indébito (art. 876 e s.) 
RESUMO DIREITO CIVIL 
1º PROVA 
 Nem o pagamento nem a remissão de dívida sobre um dos devedores 
afeta os demais (art. 277) 
 Se algum dos devedores for insolvente, cabe ao credor suportar 
o desfalque 
 Se a remissão for absoluta, extingue-se a dívida 
 Cláusula, condição ou obrigação adicional contra um devedor não afeta 
aos outros, salvo se estes concordarem com a mesma (art. 278) 
 A interrupção da prescrição contra um dos coobrigados estende-se aos 
seus herdeiros, mas a interrupção contra um dos herdeiros não 
prejudica a outrem 
 A morte de um dos devedores solidários não rompe a solidariedade, 
exceto quanto a seus herdeiros, que não participam da solidariedade 
(se o devedor deixar apenas um herdeiro, este ocupa seu lugar na 
solidariedade) 
 O credor pode renunciar em favor de um, alguns ou todos os devedores 
(art. 282) 
 A confusão extingue a dívida na proporção do débito adquirido 
 A novação entre o credor e um dos devedores exonera os outros 
devedores da obrigação (art. 365) 
 O devedor solidário só poderá compensar com o credor o equivalente 
a dívida comum 
 A transação só aproveita e/ou prejudica quem nela interviu, exceto se 
essa for concluída (art. 844) 
 A cessão de crédito só tem validade se o credor-cedente notificar todos 
os devedores solidários 
 O credor não é inibido de cobrar de outros devedores se acionar um 
deles em juízo 
 Todos os devedores solidários responderão por juros moratórios, 
mesmo que apenas um deles tenha culpa e/ou sofra a ação (art. 280, 
1ª parte), exceto devedor com cláusula condicional (onde este só 
responderá pela dívida após a condição) 
 O devedor demandado pode opor ao credor as exceções ou defesas 
que lhe forem pessoais e comuns a todos (art. 281) 
 Exceções comuns: relacionadas ao objeto da obrigação 
 A sentença proferida contra um dos codevedores não pode constituir 
coisa julgada relativamente aos outros que não foram parte na 
demanda (CPC, art. 506) 
RESUMO DIREITO CIVIL 
1º PROVA 
 O recurso interposto por um dos codevedores aproveita aos outros se 
as defesas opostas contra o credor forem comuns (CPC, art. 1.005, 
parágrafo único) 
 O credor poderá executar a dívida antes do vencimento se um dos 
devedores se encontrar nas situações apresentadas no art. 333, I, II e 
III 
 A impossibilidade da prestação, se (a) sem culpa, acarretará a extinção 
da relação obrigacional, se (b) com culpa de um ou alguns devedores, 
a solidariedade subsiste quanto ao pagamento do equivalente, mas das 
perdas e danos só se encarregam os culpados 
o Consequências jurídicas (relações internas): 
 o credor que satisfaz espontânea ou compulsoriamente a dívida tem o 
direito de cobrar dos devedores a quota-parte de cada um; 
 o coobrigado que solver a prestação sub-roga-se pleno jure no lugar do 
credor, mas sem a solidariedade; 
 se um dos coobrigados for insolvente, os outros devem pagar essa 
parte, incluindo os exonerados da dívida; 
 o codevedor culpado pelos juros moratórios responderá aos outros pela 
obrigação acrescida (princípio da responsabilidade pessoal pelos atos 
culposos) 
 Solidariedade mista: pluralidade subjetiva ativa e passiva 
 Extinção da solidariedade: 
o A solidariedade ativa se extingue se os credores desistirem dela, 
estabelecendo, por convenção, que o pagamento será realizado pro rata 
o A solidariedade passiva desaparecerá com o óbito de um dos codevedores em 
relação aos seus herdeiros, mas sobrevive quanto aos outros devedores; bem 
como se houver renúncia total do credor, onde cada um dos devedores deverá 
apenas sua quota parte (art. 282, parágrafo único) 
 
MÉTODOS DE EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 
 Pode ser por (a) pagamento direto, (b) pagamento indireto, (c) pela prescrição, 
impossibilidade de execução sem culpa do devedor e pelo implemento de condição ou termo 
extintivo, e (d) pela execução forçada, em virtude de sentença. 
 
PAGAMENTO DIRETO 
 
RESUMO DIREITO CIVIL 
1º PROVA 
Conceito: em sentido lato, é designar a execução satisfatória da obrigação, abrangindo 
quaisquer meio de extinção da relação obrigacional. Em sentido restrito, é um meio extintivo 
da obrigação, onde há a execução voluntária e exata, por parte do devedor, da prestação 
devida ao credor, no tempo, modo, forma e lugar previstos no título constitutivo. Em outras 
palavras, o pagamento é uma espécie do gênero adimplemento. 
 
Requisitos essenciais ao pagamento: é preciso que haja (a) existência de vínculo 
obrigacional, (b) intenção de solver a obrigação (animus solvendi), e (c) satisfação exata da 
prestação 
 
Quem deve pagar: se for obrigação personalíssima, apenas este deverá cumpri-la, devendo 
estar presente no momento o pagamento. Se não, quem paga é indiferente, podendo ser 
quem contraiu a dívida, terceiro interessado (garantidores, coobrigados, etc.) ou até terceiro 
não interessado (salvo oposição do devedor). 
 Se um terceiro não interessado solver a dívida em nome e à conta do devedor (“pago 
a dívida de X”) – art. 304, parágrafo único, será considerado seu representante e, 
portanto, não possuirá direito à reaver o valor pago. Se o terceiro pagar em seu próprio 
nome (“eu, Y, pago em nome de X”), este recebe o direito de receber o valor pago, 
bem como só terá direito ao reembolso na data de vencimento da dívida – art. 305 
 O pagamento feito por terceiro, interessado ou não, só é passível de reembolso se o 
devedor tiver ciência e não se opor ao pagamento (casos onde o devedor tinha meios 
para ilidir o pagamento) – art. 306 
 Em pagamentos com transmissão de propriedade (bem móvel ou imóvel), o solvens 
precisa ter legitimidade para entregar o objeto (art. 307) 
o Caso a entrega de bem fungível seja feita e o credor estiver de boa-fé e já tiver 
consumido o bem, ele não é obrigado a restituir se o devedor não tinha 
legitimidade para entrega-lo 
 O devedor, se pagar a alguém absolutamente incapaz, sem a devida representação, 
terá o pagamento considerado como nulo, independente se o fez de boa-fé;se pagar 
a alguém relativamente incapaz, sem o seu representante, poderá ter o pagamento 
anulado, salvo se o representante ou o próprio incapaz (quando for capaz) 
confirmarem a veracidade do pagamento. 
o Se o pagamento a relativamente incapaz se reverter em proveito do credor e 
puder ser comprovado, será válido 
 Se o credor estiver legalmente proibido de recebe devido a penhora ou concurso de 
credores, o devedor apenas se exonera do débito se consignar judicialmente o 
pagamento 
RESUMO DIREITO CIVIL 
1º PROVA 
 O pagamento feito a representante é válido quando este for representante legal, 
judicial ou convencional (por mandato expresso ou tácito) 
 Pagamento feito a terceiro desqualificado não tem força liberatória, salvo se o credor 
ratificar o pagamento, se o mesmo se reverter em benefício do credor, ou se o 
pagamento for feito a credor putativo (que se apresenta como verdadeiro credor, mas 
não é, e o devedor não tinha como descobrir o fato, dando-lhe o crédito da boa-fé no 
pagamento) – art. 309 
 
Da prova do pagamento: o devedor, tendo direito de pagar o que deve, tem também o direito 
de receber do credor algo que o exonere do débito, que é a quitação regular (art. 319). Se 
esta não lhe for entregue, o devedor tem direito de reter ou pagamento ou consignar em 
pagamento (art. 335), bem como de realizar as outras formas de exoneração do devedor. O 
art. 320 define os requisitos necessários para a quitação: 
 Sempre poderá ser pactuada por instrumento particular, ou seja, qualquer envolvido 
da relação jurídica pode entrega-lo 
o Designará o valor e a espécie da dívida quitada 
o Nome do devedor ou quem por este pagou (terceiro interessado ou não) 
o Tempo e lugar do pagamento 
o Assinatura do credor ou do seu representante (accipiens) 
 Parágrafo único: mesmo sem todos os requisitos, se puder ser 
comprovado que o pagamento foi feito, a quitação valerá 
 Requisitos do pagamento: identidade (o pagamento deve ser o que foi compactuado), 
integralidade (o solvens deve pagar tudo o que deve), e indivisibilidade (o accipiens 
não deve ser compelido a receber em partes se não for convencionado) 
 Presunção do pagamento: a presunção relativa do pagamento ocorre em três 
situações 
o Pagamento em prestações periódicas, pois o pagamento da última parcela 
presume o pagamento de todas as anteriores (art. 322); 
o Quitação do capital sem reserva de juros, onde a quitação de um capital que 
não defina os juros que foram pagos presumem que todos eles já estão 
quitados (art. 323); 
o Entrega de título ao devedor, visto que o título de crédito deve permanecer com 
o credor até o pagamento – se for entregue ao devedor, presume-se pago, 
salvo em caso de prova de má-fé do devedor em conseguir a posse do 
documento (art. 324) 
RESUMO DIREITO CIVIL 
1º PROVA 
 Parágrafo único: a presunção do pagamento só é relativa por 60 dias 
após o pagamento, depois torna-se presunção absoluta 
 Despesas com a quitação: as despesas necessárias para quitação do débito, salvo 
convencionado pelas partes, é do devedor. No entanto, se as mesmas forem 
aumentadas por fato do credor, ele deve pagar a despesa acrescida (art. 325) 
 O credor, ao não aceitar o pagamento, encontra-se em mora creditoris 
 Objeto do pagamento na indenização por ato ilícito: por ser ato ilícito, há a obrigação 
acessória de pagar perdas e danos, em vista de restituir a outrem para que volte a 
situação inicial 
 Pagamento de obrigação pecuniária não pode ser feito em moeda estrangeira (salvo 
exceções) 
o Não há impedimento de comprar metais preciosos ou moedas estrangeiras 
(art. 315 e 318) 
 Cláusula de aumento das parcelas e obrigações desproporcionais: 
o Cláusula de aumento de parcelas = índice progressivo e sucessivo de 
prestação pecuniária, art. 316 
o Obrigações desproporcionais = o ordenamento permite que o Estado 
intervenha para que o juiz revise o contrato e a obrigação volte ao equilíbrio, 
art. 317 
 Os fatores revisionais vêm do direito romano e da teoria da imprevisão 
 Pode-se aplicar o índice de correção monetária para o aumento correto 
das parcelas 
 A CF veda a utilização do valor do salário mínimo como índice de 
correção monetária 
 
Do tempo do pagamento: para definir a data correta do vencimento, é preciso verificar: 
 Se há determinação legal a respeito – se as partes estipularam data para o 
cumprimento da dívida, esta deverá ser paga no dia do vencimento, sob pena de 
encontrar-se em mora (arts. 394 e 389). O devedor não pode retardar o pagamento, 
bem como o credor não pode adiantá-lo 
o Exceções: 
 Se o devedor antecipar o pagamento para sua conveniência (quando o 
prazo incorre a seu favor) 
 Se o prazo incorrer a favor do credor, o devedor não pode 
obrigá-lo a receber antes 
RESUMO DIREITO CIVIL 
1º PROVA 
 Se há a antecipação do pagamento em virtude de lei, para garantir a 
segurança das relações creditórias, em caso de falência do devedor, 
concurso creditório, execução de bens hipotecados ou empenhados, e 
outros previstos no art. 333, I a III 
 Se há omissão do vencimento, segundo o art. 331, o pagamento pode ser exigido 
imediatamente (princípio da satisfação imediata) 
 Obrigações condicionais suspensivas se cumprem no dia do pagamento da condição 
suspensiva (art. 332) 
 
Do lugar do pagamento: está, em regra, indicado no título do negócio jurídico. Se as partes 
não convencionarem, o pagamento deverá ser feito no domicílio atual do devedor (no tempo 
do pagamento) – art. 327 
 Pagamento quesível: o credor vai até o devedor – regra geral 
 Pagamento levável ou portável: o devedor vai até o credor (funciona com a renúncia 
do art. 327) 
 Se as circunstâncias exigirem outro lugar para o cumprimento, as partes devem se 
transportar até o local necessário 
o Exceção à regra: quando ocorrer motivo grave ou quando se presumir a 
renúncia do credor ao local desejado (art. 330) 
 Se a natureza da obrigação exigir local específico, este será o lugar do pagamento, 
assim como se a lei dispuser o local onde deve ocorrer o pagamento 
 Lugar alternativo: escolha de dois ou mais lugares onde o credor pode escolher o que 
for mais favorável para realizar o pagamento 
 se ocorrer motivo grave (p. ex. calamidade pública), para que o devedor não incorra 
em mora por falta de pagamento, este pode depositar o pagamento em juízo ou enviar 
pelo correio (art. 329) 
 
Pagamento indevido: caso típico de obrigação de restituir fundada no princípio do 
enriquecimento sem causa (ninguém pode enriquecer à custa alheia, sem causa que o 
justifique), bem como se a razão que justifica o enriquecimento deixou de existir (art. 885), 
sendo obrigado à restituir o valor pago (art. 876). 
É uma das formas de enriquecimento ilícito, sendo normalmente causada por erro do 
solvens. 
 Pagamento objetivamente indevido: o sujeito paga uma dívida inexistente, por não 
haver nenhum vínculo obrigacional ou um débito já extinto. Art. 877 
RESUMO DIREITO CIVIL 
1º PROVA 
o Se a pessoa tinha consciência que o pagamento já tinha sido realizado, 
considera-se mera liberalidade, portanto não cabe restituição 
 Pagamento subjetivamente indevido: pagamento feito por quem erroneamente 
considerava-se devedor, ou seja, a relação obrigacional é em relação a terceiro. 
Também ocorre em caso onde há erro sobre o accipiens 
 Para que haja pagamento indevido, é necessário: 
o Enriquecimento patrimonial do accipiens sobre outrem 
o Empobrecimento do solvens 
o Relação de imediatidade: o enriquecimento do accipiens deve ser direta da 
diminuição patrimonial do solvens 
o Ausência de culpa do empobrecido (o ônus da prova competirá ao solvens) 
o Falta de causa jurídica do pagamento efetuado pelo solvens 
o Inexistência de maneira que permita ao solvens retornar a parte perdida de seu 
patrimônio (subsidiariedade da ação in rem verso – art. 886), p. ex. indenização 
por perdas e danos,ação de nulidade negocial 
o Se for obrigação a termo, a renúncia do devedor sobre ele não acarreta 
pagamento indevido 
 Prazo prescricional: três anos 
 Efeitos da restituição do pagamento: depende do animus do accipiens e da natureza 
da prestação 
o se o accipiens estiver de boa-fé, deverá restituir o que recebeu indevidamente, 
podendo manter para si os frutos percebidos e ser indenizado pelas 
benfeitorias necessárias e úteis que tenha feito 
o se o accipiens estiver de má-fé, deverá restituir tudo que recebeu, acrescido 
do que poderia ter recebido (frutos, cômodos, etc.) 
 se o objeto do pagamento for um IMÓVEL, deve-se observar: 
o se o accipiens estava de boa-fé e o NJ tenha sido realizado por título oneroso, 
este responde somente pelo preço recebido, mas se estava de má-fé, 
responderá pelo valor do imóvel + perdas e danos (art. 879) 
o se o imóvel foi alienado gratuitamente ou alienado onerosamente por terceiro 
de má-fé, caberá ao que pagou por erro o direito de reivindicação (art. 879, 
parágrafo único). Poderá, também, reivindicar o imóvel, se estiver em poder do 
accipiens; se o alienou a título gratuito; ou se o alienou onerosamente com má-
fé do terceiro adquirente 
 exclusão da repetição do indébito: casos onde o pagamento indevido não comporta 
direito à restituição 
RESUMO DIREITO CIVIL 
1º PROVA 
o (a) quando o accipiens, ao receber do devedor errado o pagamento por dívida 
verdadeira, inutiliza o título, deixa prescrever o a ação ou abre mão de 
garantias que asseguravam seu direito (art. 880, 1ª parte) 
 O solvens mantém o direito de propor ação regressiva contra o 
verdadeiro devedor e fiador (art. 880, 2ª parte) 
o (b) quando o pagamento se destina a solver dívida prescrita ou dívida de jogo 
(art. 882) 
o (c) quando o solvens paga a importância em busca de fim ilícito ou imoral (art. 
883) – ninguém pode ser salvo alegando a própria torpeza 
 O que é pago por tal motivo é revertido para ações beneficentes (art. 
883, parágrafo único) 
 
DO PAGAMENTO INDIRETO 
 
Pagamento em consignação: meio indireto de o devedor exonerar-se do liame obrigacional, 
consistente no depósito em juízo (consignação judicial) ou em estabelecimento bancário 
(consignação extrajudicial), nos casos e formas legais. Só pode se recorrer à consignação em 
casos especificados em lei. (art. 334 CC, art. 539 CPC). 
 Só se pode consignar obrigação pecuniária, de dar coisa móvel e imóvel, bem como 
obrigação de fazer ligada a uma de dar (p. ex. requerer a entrega do resultado da atividade 
do devedor) 
 Arts. 334 a 345 CC; arts. 539 a 549 CPC 
 
Casos legais de consignação (art. 345) 
 Se o credor não puder, ou se, sem justa causa, se recusar a receber ou entregar a 
quitação regular (arts. 319, 304, 320) 
 Se o credor não for nem mandar alguém ir até o local devido para recebimento da 
prestação (em caso de dívida quesível) – arts. 327, 341 
o O credor que não diligencia o recebimento da prestação não pode colocar o 
devedor em situação de mora 
 Se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, estiver declarado ausente, 
residir em lugar incerto, de acesso perigoso (p. ex. onde há uma pandemia) ou difícil 
(p. ex. barreiras intransponíveis por meios de comunicação) 
 Se houver dúvida sobre quem é o credor, p. ex. dois credores que se apresentam 
como tal (art. 344, 345) 
o CPC art. 547 e 548: procedimento sobre o processo de consignação 
RESUMO DIREITO CIVIL 
1º PROVA 
 Se pender litígio sobre o credor e terceiro – se o devedor, sabendo do litígio, entrega 
a prestação ao credor, corre o risco de ter sua ação invalidada, pois a sua validade 
estará suscetível ao resultado do processo 
o Se a dívida vencer durante o litígio, qualquer um dos possíveis devedores pode 
requerer a consignação (art. 345) 
 
IMPORTANTE: esses são os únicos casos onde a consignação é permitida 
 
Requisitos subjetivos e objetivos 
 Objetivos: a consignação deve ser livre, completa e real 
o Em caso de obrigação modal, é necessário o cumprimento do prazo para 
consignação, mas se o prazo for em favor do devedor, ele pode renunciá-lo 
(art. 332) 
o A oferta deve ser realizada no local convencionado (art. 337). Se a coisa devida 
for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no local onde está, o devedor 
pode citar o credor para recebê-la nesse local, sob pena de ser depositada (art. 
341 e 328) 
o Se a escolha do objeto pertencer ao credor, na citação, o juiz determinará a 
data, hora e local para a escolha, sob pena de depósito do objeto que o devedor 
escolher (art. 342, 244, 252) 
 Subjetivos: 
o A ação deve ser dirigida a quem possa ser accipiens 
o Deve ser feita por quem pode pagar (devedor, representante legal, mandatário, 
terceiro interessado ou não interessado) 
 O essencial é a entrega correta do bem 
 
Direito do consignante ao levantamento do depósito 
 O consignante pode requerer o levantamento da coisa depositada nos seguintes 
casos: 
o Antes da aceitação ou da impugnação do depósito pelo credor (consignatário) 
– considera o depósito como não feito, tendo efeito ex tunc 
o Depois da aceitação, com anuência do credor (que perderá a preferência e 
garantia que tinha) – caso haja fiadores e/ou codevedores que não concordem 
com o levantamento, esses ficam desobrigados 
 As partes da ação realizam nova relação jurídica para substituir o 
débito, extinguindo o processo 
RESUMO DIREITO CIVIL 
1º PROVA 
o Após a sentença que julgou procedente a ação de consignação, se o credor 
consentir e houver anuência dos coobrigados e fiadores, acatando 
reestabelecimento do débito (art. 339) 
 
Procedimento da ação de consignação 
 Se o valor devido for uma quantia em dinheiro, abrem-se dois caminhos: 
1. Depósito bancário com fins de consignação: procedimento extrajudicial (sem 
necessidade de contratar advogado). A pessoa busca um banco oficial (BB ou Caixa), 
leva os dados do devedor e do credor e o valor em dinheiro e busca abrir uma conta 
específica com fins de consignação (conta remunerada, ou seja, com rendimento de 
juros). O banco envia uma correspondência para o credor e o mesmo notifica 
recebimento para admitir ciência do valor depositado. O credor tem 10 dias para 
recusar o depósito se a quantia não corresponder ao valor devido (o aceite do valor 
consignado é uma forma de quitação, portanto o valor deve estar correto). Se o credor 
se manter inerte, seu silêncio é considerado como aceitação. Transcorrido esse prazo, 
a obrigação considera-se quitada e o valor fica à disposição do credor. Se houver 
recusa, o devedor pode retirar o valor ou aproveitar do valor designado e entrar com 
ação de consignação em juízo, tendo 30 dias para tal. 
a. CPC, art. 539 
2. Ação de consignação: procedimento judicial (precisa de advogado) para consignação 
de dinheiro ou objeto. 
a. se o depósito já existe, o advogado deve incluir, na petição inicial, os requisitos 
do pagamento e basear-se em um dos incisos autorizadores de consignação, 
além de incluir prova do depósito e da recusa do pagamento. 
b. Se o depósito não existir, deve-se ingressar com o procedimento e apresentar, 
posteriormente, o depósito 
i. Art. 542, I – o depósito pode ser feito em até 5 dias após a petição 
inicial. O depósito, assim, fica vinculada em juízo, só podendo ter seu 
valor levantado com autorização judicial. 
ii. Art. 543 – se a prestação for indeterminada e a escolha couber ao 
credor, o mesmo é citado para concentrar em 5 dias, sob pena de, caso 
contrário, ter o objeto depositado em fiel depositário ou depositário 
nomeado 
1. O pagamento do depositário nomeado faz parte dos ônus da 
sucumbência, portanto quem paga é quem perde a ação 
c. O réu pode alegar, na contestação (art. 544 CPC) que não recusou, que teve 
motivo para recusar, que o prazo do pagamento é incorreto ou que o depósito 
RESUMO DIREITO CIVIL 
1º PROVA 
não é integral. Se o credor alegar que o depósito nãoé integral, ele deve indicar 
o montante correto do devido. 
i. No caso de alegação de insuficiência, o devedor pode completar o 
pagamento em até 10 dias 
1. O devedor pode pedir o levante da quantia depositada e 
continuar o processo quanto a quantidade que falta (MAIS 
COMUM) 
2. A sentença que concluir a insuficiência do pagamento 
determinará o montante devido e passa o processo para o 
procedimento de execução, onde o credor pode executar o 
devedor 
 
Efeitos do depósito judicial 
 Exonerar o devedor da dívida 
 Constituir o credor em mora 
 Cessar, para o depositante, os juros da dívida e os riscos a que estiver sujeita a coisa 
depositada (art. 337) 
 Transferir os riscos incidentes sobre a coisa para o credor 
 Liberar os fiadores 
 Impor ao credor o ressarcimento dos danos que sua recusa causou ao devedor

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