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U N I VER S ID AD E F ED ER AL D O C E AR Á C E N T R O D E C IÊN C I AS D E P AR T AM EN T O D E B IO LO G I A M I C R O B IO LO G I A G ER AL E ST U D O D IR IG ID O M AC R O E M IC R O C U LT I VO D E B O LO R ES G AB R IE L A AL VE S VAL EN T IM 1. Diferencie: cogumelos, bolores e leveduras. Os fungos são organismos eucarióticos e heterótrofos, com parede celular de quitina e que utilizam o glicogênio como reserva energética. Estes organismos podem apresentar-se em três morfotipos: leveduras, bolores e cogumelos. As leveduras são organismos fúngicos unicelulares, com tamanhos consideravelmente maiores que os das bactérias e que se reproduzem por simples divisão celular (brotamento). Os bolores são fungos formados por uma rede de filamentos que são chamados de hifas. As hifas são constituídas por paredes celulares que envolvem a membrana plasmática. Estas hifas podem apresentar septos, sendo chamadas de septadas, ou não, sendo classificadas como hifas cenocíticas. O conjunto de hifas chama-se micélio. Os fungos filamentosos, ou bolores, podem se reproduzir de forma sexuada, através da fusão de gametas unicelulares, células haploides ou hifas especializadas. A reprodução pode ser, ainda, assexuada, através do crescimento de hifas aéreas contendo estruturas reprodutivas que liberam esporos. O cogumelo é originado a partir da fase reprodutiva sexuada de um grupo de fungos conhecidos como basidiomicetos. Neste grupo a reprodução acontece a partir da fusão de micélios de linhagens sexuais diferentes, gerando um micélio dicariótico. Este é inicialmente um micélio que se diferencia em uma pequena estrutura subterrânea com forma de botão. Esta estrutura se expande até formar o basidiocarpo adulto, que é o cogumelo. Na face inferior do cogumelo estão as lamelas onde os basídios realizam a fusão de dois núcleos, formando basídios com núcleos diploides. Após uma divisão meiótica destes basídios são originados quatro basidiósporos haploides, geneticamente distintos, que serão dispersos pelo vento. 2. Que características dos fungos podem ser observadas através do macrocultivo em placa? O macrocultivo em placa constitui o cultivo da colônia fúngica sobre o meio de cultura em uma placa de Petri. Alguns esporos de uma cepa fúngica são colocados sobre o meio para se desenvolver. Este tipo de cultura permite a observação das características morfológicas da colônia, como cor do anverso, cor do verso, cor da borda, cor difundida no meio de cultura, formato da borda, textura e relevo da colônia. Pode- se observar também o ritmo de crescimento da colônia, relacionando o tamanho da colônia com o tempo de cultivo. 3. Que características dos fungos podem ser observadas através do microcultivo em lâmina? A técnica do microcultivo consiste na montagem de uma lâmina com um cubo de meio de cultura e uma lamínula. O cubo de meio é inoculado com esporos de um fungo e incubado. Este sistema é mantido dentro de uma placa de Petri estéril, com um algodão ou papel filtro que deve ser mantido úmido. Diariamente a lamínula deve ser retirada do sistema e colocada sobre uma lâmina contendo um corante, como, por exemplo, azul de algodão. Através da observação da impressão das hifas na lamínula do microcultivo é possível observar as características das hifas e estruturas reprodutivas, como ascósporo, conidióforos e esporangióforos. A observação destas estruturas é essencial para a identificação taxonômica da cepa fúngica. 4. Dê o nome, a composição/Litro e o pH dos 2 meios de cultura mais utilizados para o cultivo de fungos. Os dois meios de cultura mais utilizados para o cultivo de fungos são o Sabouraud Dextrose Agar e o Agar Dextrose Batata. O meio de cultura Sabouraud Dextrose Agar é um meio não seletivo para cultura e manutenção de fungos. Este meio é constituído por 40,0g/L de dextrose, 10,0g/L de peptona e 15,0g/L de ágar, possuindo pH de aproximadamente 5,6. O meio de cultura Agar Dextrose Batata é indicado para o isolamento e enumeração de leveduras e bolores. Ele é composto por 200,0g/L de infusão de batatas, 20,0g/L de dextrose e 15,0g/L de ágar, possuindo pH de cerca de 5 ou 5,6, a depender do fabricante. 5. Explique o processo bioquímico da produção de pão. Um organismo muito utilizado no processo de panificação é a levedura Saccharomyces cerevisiae, que possui a função de produção e liberação de CO2 na massa dos pães. Quando este organismo é privado do oxigênio ele realiza o processo conhecido como fermentação. A fermentação é uma forma de catabolismo anaeróbico onde um composto orgânico é tanto doador quanto aceptor de elétrons. Durante a glicólise o ATP é sintetizado por fosforilação em nível de substrato. A glicose é fosforilada pelo ATP, originando glicose-6-fosfato, que é convertida em frutose-6-fosfato. Uma segunda fosforilação leva a produção de frutose-1,6-bifosfato. Esta última é clivada em duas moléculas: o glicoceraldeído-3-fosfato e o di-hidroxiacetona-fosfato. O di-hidroxiacetona-fosfato pode ser convertido em gliceraldeído-3-fosfato, que sofre oxidação em ácido-1,3-bifosfoglicérico. Nesta reação, a enzima gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase reduz a coenzima NAD+ para NADH. Simultaneamente, cada molécula de gliceraldeído -3- fosfato é fosforilada pela adição de uma molécula de fosfato inorgânico. A síntese de ATP ocorre quando uma molécula de ácido-1,3-bifosfoglicérico é convertido em ácido 3-fosfoglicérico e cada molécula de fosfoenolpiruvato é convertida em piruvato. O NADH produzido durante a glicólise deve ser novamente oxidado a NAD+ para que a glicólise prossiga. Isso ocorre por meio da redução do piruvato pelo NADH a etanol, com a produção de dióxido de carbono (CO2). O CO2 liberado faz com que a massa dos pães aumente de tamanho e o outro produto da fermentação, o álcool, é volatilizado durante o cozimento.
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