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A descoberta da Infância Introdução: Tendo como base principal o texto "A Descoberta da Infância" do livro História Social da Criança e da Família de Philippe Ariès, elaborado como trabalho pedagógico da disciplina de História da Educação e da Pedagogia. O conceito de infância não existe, mas isso não significa que as crianças eram negligenciadas, abandonadas ou desprezadas. O conceito de infância não deve ser confundido com atenção aos filhos: corresponde a uma tomada de consciência da criança em particular, consciência esta que não existia. Educação na Idade Média: Contexto histórico Período de mil anos: 476 a 1453. Alta idade média: Séc. V ao X. Baixa idade média: Séc. XI ao XV. Feudalismo: ruralização, castelos. Sociedade aristocrática: susserania e vassalagem. Nobreza (reis, duques, marqueses, viscondes, barões, cavaleiros) e Clero (papa, cardeais, bispos, padres). No período medieval, a educação era desenvolvida estreitamente ligada à igreja, com a fé cristã e com as instituições eclesiásticas. Da igreja partiram os modelos educativos e as praticas de formação. Crianças: A humanidade nem sempre viu a criança como um ser em particular e por muito tempo a tratou como “um adulto em miniatura”. O sentimento de infância não significa o mesmo que afeição pelas crianças. Corresponde à consciência da particularidade infantil, que distingue essencialmente a criança do adulto. A criança se vestia como adulto É algo que caracteriza a criança, a sua essência enquanto ser, o seu modo de agir e pensar, que se diferencia do adulto. E na Idade Média, a infância era determinada como o período que vai do nascimento dos dentes até os sete anos de idade. Até o Séc. XVII Até o séc. XVII a sociedade não dava muita importância às crianças. E, devido as más condições sanitárias, a mortalidade infantil alcançava níveis alarmantes, por isso a criança era vista como um ser ao qual não se podia apegar, pois a qualquer momento ela poderia deixar de existir Neste contexto, as crianças eram vistas, igualmente como adultos, desempenhavam tarefas, se vestiam e se portavam como tais. O brincar era algo que as crianças desconheciam, pois eram criadas desde cedo sem nenhum tratamento especial, elas viviam e participavam de um mundo adulto. Tiradas do convívio familiar, aos sete anos, passavam a ser criadas por famílias estranhas, onde aprendiam todo tipo de serviço doméstico. Esses ensinamentos práticos eram considerados muito importantes naquela época. A partir do Séc. XVII Marco importante no despertar do sentimento de infância. As reformas religiosas católicas e protestantes contribuíram decisivamente. A afetividade ganhou mais importância no seio da família. O trabalho com fins educativos foi substituído pela escola, que passou a ser responsável pelo processo de formação. A Igreja e a aprendizagem Direcionava a aprendizagem. Preocupada com a formação moral da criança. Corrigir os desvios das crianças. Crianças como fruto do pecado. Criança guiada para o caminho do bem. As crianças começam a ser batizadas e ganham presença cada vez mais central nas representações artísticas. Duas atitudes contraditórias: Criança ingênua, inocente e graciosa. E criança como um ser imperfeito, incompleto, que necessita de “moralização” e educação. Esses dois sentimentos são originados por uma nova postura de família em relação à criança, que a começa perceber como um investimento futuro, que precisa ser preservado e portanto deve ser afastada de maus físicos e morais. Não é a família que é nova, mas sim o sentimento de família inseparável do sentimento de infância, que surge nos séc. XVI e XVII. A família no séc. XVII Aos poucos a família assume um papel que antes era destinado à comunidade. A família ganha um caráter mais privado. Representa um padrão burguês, que se transformou universal. Passou a se interessar pelas questões relacionadas a higiene e à saúde da criança. A Aprendizagem Preocupação em conhecer a mentalidade das crianças. Adaptação dos métodos de educação. “Testemunho da inocência batismal”. Educação com caráter cristão. Nos séc. XVIII e XIX Surgimento de instituições para crianças desfavorecidas. Uma de boa qualidade para a elite. Outra servia de custódia e disciplina para os desfavorecidos. As crianças eram educadas por todo o mosteriro até a idade de quinze anos. O sistema medieval e monástico previa a aplicação de castigos. Conclusão Como vimos o sentimento de infância presente na sociedade moderna, nem sempre recebeu muita importância, de modo que durante a idade média, inexistia um sentimento de infância e ainda menos de adolescência. Até o século XVIII a adolescência foi confundida com infância. A criança era vista como adulto em miniatura e logo que apresentava algum desenvolvimento misturava-se ao mundo dos adultos, participando das mesmas atividades como festas, jogos e brincadeiras. Nessa época a família não tinha função afetiva, sendo que na Idade Média ''era muito mais uma realidade moral e social que sentimental". Assim, como dito antes, as crianças não tinham valor, pois a infância era desconhecida, sendo só um período de transição, tanto que o número elevado de óbitos de crianças acontecia sem muito lamento pela perda, já que o índice de natalidade também era elevado. Era presente o sentimento de que a reprodução era para que se tivesse várias crianças, de modo que algumas delas pudessem ser conservadas, preservando-se, assim, a ideia da procriação (reforçando a inexistência de um sentimento pela infância na época). A criança é, primordialmente, um ser distinto do adulto, possuidora de valores próprios como fantasia, ingenuidade, ludicidade.
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