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DISCIPLINA Psicologia Jurídica SEMANA 6

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DISCIPLINA: Direitos Fundamentais
Semana 6
 
PERSONALIDADE
 
Um dos maiores temas de interesse de estudo da Psicologia, que ao mesmo tempo é bastante utilizado pelo Direito, é a personalidade.
A personalidade se refere aos aspectos da subjetividade do indivíduo, resultado da interação de seus aspectos físicos com seus aspectos psíquicos. Ou ainda, na lição de Ana Mercês BahiaBock et al (Psicologias. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 1999, p. 114):
De modo geral, a personalidade refere-se ao modo relativo constante e peculiar de perceber, pensar, sentir e agir do indivíduo. A definição tende a ser ampla e acaba por incluir habilidades, atitudes, crenças, emoções, desejos, o modo de comportar-se e, inclusive, os aspectos físicos do indivíduo. A definição de personalidade engloba também o modo como todos esses aspectos se integram, se organizam, conferindo peculiaridade e singularidade ao indivíduo.
Ainda, segundo a mesma obra, a psicologia geral se ocupa de estabelecer leis gerais sobre o funcionamento da personalidade humana (ou seja, o que existe em comum em todos os seres humanos), ao mesmo tempo em que uma psicologia diferencial busca o singular em cada personalidade, permitindo a descoberta da individualidade.
Ressalte-se que não há valoração de aspectos da personalidade, isto é, não existem bons ou maus atributos, mas sim, características que se repetem de modo relativamente constante no indivíduo.
Existem diversas teorias da personalidade propostas pelas correntes psicológicas, cada uma com um determinado enfoque. Ana Mercês Bahia Bock et al nos fornece os princípios que norteiam a abordagem da personalidade (Psicologias. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 1999, p. 117):
a) Alguns estudiosos colocam em destaque na formação da personalidade determinantes conscientes (Kurt Lewin), enquanto outros sustentaram a predominância dos determinantes inconscientes;
b) Dependendo da teoria adotada, a personalidade humana pode ser produto do determinismo ambiental, ou seja, o homem nasce como uma “folha em branco” sendo preenchida ao longo do tempo em sua vida, ou do determinismo psíquico, que defende a ideia do indivíduo como fonte de seus atos;
c) Destaca-se a relevância de aspectos genéticos e a base biológica sobre a formação da personalidade, variando a intensidade da influência desses fatores sobre o indivíduo. Assim, alguns estudiosos sustentarão que as características hereditárias ou biológicas determinarão de forma preponderante a personalidade do homem, enquanto outros autores defenderão a influência de forma bastante relativa;
d) Para teorias isoladas, a personalidade é fruto do contexto sociocultural em que vive, defendendo que o comportamento pode ser moldado pelas condições culturais do meio.
O instituto da personalidade sofre tratamento multifacetado pelo Direito, obtendo desde proteção constitucional até a previsão nos mais diversos diplomas legais. A título de exemplo, o Código Civil trata de aspectos da personalidade em seus dois primeiros capítulos. Por sua vez, o art. 59 do Código Penal determina que o juiz atentará para a personalidade do agente, dentre outras circunstâncias, para a fixação da pena.
TEXTOS INDICADOS:
 
         OLIVEIRA, Dalton. Psicologia Jurídica in VADE MECUM HUMANÍSTICO (coord. por Álvaro de Azevedo Gonzaga et al). 2ª Edição. Ed. Revista dos Tribunais: São Paulo, 2011.
 
QUESTÕES:
 
1)     Como pode ser definida a personalidade?
2)     Como se justifica o estudo da personalidade para a compreensão do Direito?

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