Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
30/04/2015 1 PUERPÉRIO E ASSISTÊNCIA FISIOTERAPÊUTICA NO PUERPÉRIO Profa. Bárbara Rose Bezerra Alves Ferreira FACULDADE ESTÁCIO DE ALAGOAS – CURSO DE FISIOTERAPIA – CAMPUS JATIÚCA PUERPÉRIO • Sinônimos: sobreparto, pós-parto. – “Período cronologicamente variável, de âmbito impreciso, durante o qual se desenrolam todas as manifestações involutivas e de recuperação da genitália materna havidas após o parto.” (Rezende, 11ª Ed. 2008) • Período que tem início uma hora após a saída da placenta, e termina um ano após o parto. • Também há manifestações gerais que se estendem até a completa regressão dos fenômenos gestacionais. • PERÍODO PUERPERAL – PUERPÉRIO IMEDIATO – 1º ao 10º dia – PUERPÉRIO TARDIO – 11º ao 45º – PUERPÉRIO REMOTO – Após o 45º dia PUERPÉRIO NORMAL • Não apresenta nenhuma intercorrência. • Modificações fisiológicas no PPI – Período de calmaria e importante exaustão – Diminuição da FC – PA – FR logo após o parto – Vulva edemaciada – Ânus – congestão e botão hemorroidário PUERPÉRIO NORMAL • Lóquios – Perda de sangue, muco e tecidos do interior do útero durante o período puerperal. – NÃO TEM ODOR! – Sanguinolento (lochia rubra), vermelhos até o 4º dia; – Róseo (lochia serosa ou fusca), castanhos até o 10º dia; – Seroso (lochia flava ou alba), mais esbranquiçado após o 10º dia. PUERPÉRIO IMEDIATO • Útero: – Fundo uterino localiza-se pouco acima da cicatriz umbilical, à altura dos rebordos costais (escavado epigástrico), firmemente contraído; – Útero com atividade contrátil rítmica inaparente e indolor (ocasionalmente cólicas dolorosas); – O ritmo de involução não é constante, sendo acelerado do 3º ao 10º dia pós-parto (+1cm/dia); – 10º dia: matriz uterina intrapélvica. – Cérvix: 3º dia encontra-se anatomicamente reconstituída – Reflexo útero-mamário • A estimulação dos mamilos e da árvore galactófora estimula a ejeção do leite e as contrações uterinas, acelerando a involução do útero, pela produção de ocitocina . 30/04/2015 2 Tamanho Uterino 24h – Cicatriz umbilical 2ª sem – intra-pélvico Peso Pós-parto – 1.000g Após 6 sem – 60g PUERPÉRIO TARDIO • “O puerpério tardio é o circuito biológico em que todas as funções são influenciadas pela lactação.” (Rezende, 11ª Ed, 2008) • Útero: – Recuperação genital: regressão lenta até 6 semanas, não retornando às proporções encontradas nas nulíparas. – 16º dia: recuperação completa da cavidade uterina. – O corrimento loquial prossegue de serossanguinolento para seroso. • Vagina: – 15º dia: regressão máxima alcançada na crise vaginal. • Período de duração impreciso (> 45º dia); • Nutrizes: o retorno da menstruação dependerá do tempo de amamentação; • Não-nutrizes: a menstruação retorna + 1,5 mês, precedida de ovulação. PUERPÉRIO REMOTO • Sistema Endócrino – O estrogênio mantêm-se baixo e a progesterona não é detectável; – O FSH e o LH mantêm-se baixos. – A prolactina encontra-se elevada; • Sistema Cardiovascular – Normalização imediata da pressão venosa nos MMII; – As varizes murcham, caso presentes; – Desaparecimento dos edemas. INVOLUÇÃO SIST. EXTRAGENITAIS • Sistema Urinário – Aumento da capacidade de retenção da bexiga; – Diurese aumentada (eliminação do líquido acumulado na gestação). – Retenção urinária • Definição: 6h após o parto • 0,5% das pacientes • 50% resolução espontânea com 1 semana • Fatores de risco – Nulípara – Parto prolongado e/ou instrumental – Cesárea – Anestesia epidural INVOLUÇÃO SIST. EXTRAGENITAIS • Pele – As estrias de abdome e mamas passam de vermelho-arroxeadas para esbranquiçadas; – A hiperpigmentação da pele do rosto, abdome e mamas podem desaparecer ou não. • Sistema Digestivo – Retorno das vísceras abdominais às posições anatômicas com o esvaziamento do útero; – 3º ao 4º dia: funcionamento fisiológico dos intestinos. • Perda ponderal – ↓ 50% do peso adquirido no puerpério – Perda lenta e gradual em 6 meses INVOLUÇÃO SIST. EXTRAGENITAIS 30/04/2015 3 • Musculatura do assoalho pélvico – Descida ou prolapso genital; – Distopia do assoalho pélvico; – Distúrbios da micção; – Distúrbios da evacuação; – Disfunções sexuais; – Flatulência vaginal. • Sistema respiratório – Melhora do padrão respiratório – Retorno diafragmático INVOLUÇÃO SIST. EXTRAGENITAIS PUERPÉRIO PATOLÓGICO • Hipotonia / Atonia – Útero não contrai bem ou não contrai; – Hemorragia puerperal; – Laceração do canal de parto. PUERPÉRIO PATOLÓGICO • Infecção puerperal – Altera o odor do lóquio uterino - odor fétido; – Sangramento abundante; – Geralmente causada por restos placentários, ou bolsa rota de mais de 12h. • Tromboembolismo Venoso – Observar sinais de TVP • Transtornos psiquiátricos – Disforia pós-parto (Blue syndrome) • 60% das puérperas - alterações do humor transitórias, benignas e autolimitadas • 3º - 14º dia - Não necessita de tratamento farmacológico – Depressão pós-parto • Primeiras 4 semanas do puerpério • História de ansiedade e/ou depressão e/ou trauma psicológico durante a gravidez – Psicose puerperal FISSURAS MASTITE FISIOTERAPIA NO PUERPÉRIO OBJETIVOS • Prevenir ou intervir no edema de MMII; • Observar o aparecimento de possíveis complicações; – TVP, infecção, hemorragia, problemas na amamentação. • Facilitar o retorno venoso; • Melhorar a função intestinal e vesical; • Promover conscientização, reeducação, e fortalecimento do assoalho pélvico; • Promover conscientização e tonificação da musculatura abdominal; • Melhorar função pulmonar; • Melhorar flexibilidade da coluna; • Minimizar possíveis queixas álgicas; • Dar entendimento pós-parto; • Dar instruções de exercícios a longo prazo. 30/04/2015 4 CONTRA-INDICAÇÃO ABSOLUTA • Hipertermia • TVP ou suspeita • Hemorragias • Infecção AVALIAÇÃO DA PUÉRPERA • Tipo de parto • Idade • História gestacional GPA • QP • Aparência • SSVV • Mamas • Abdome – Involução uterina • MMII • Eliminações • Postura – Alinhamento de cinturas e postura cifótica INVOLUÇÃO UTERINA INVOLUÇÃO UTERINA • Palpação do fundo do útero: – Imediatamente após a expulsão da placenta: Cerca de 2 dedos abaixo do umbigo; – Após 1 dia: cerca de 1 dedo abaixo do umbigo – Após 5 dias: a meia distância entre o umbigo e sínfise púbica; – Após 10 dias: 2 dedos acima da sínfise; – Após 12 dias: no nível da sínfise. – Após 14 dias - impalpável DIÁSTASE DOS RETOS ABDOMINAIS • Mensuração – Erguer a cabeça até o pescoço se afastar ± 20 cm do solo, braços alongados para a frente e queixo próximo ao peito; – Colocar dois dedos 5 cm acima e abaixo da cicatriz umbilical. Uma separação de 2 dedos já é significativa e considerada na prescrição de exercícios especiais. TVP 30/04/2015 5 TESTE DE HOMANS SINAL DE BANDEIRA SINAL DE BANCROFT PONTOS DOLOROSOS À PALPAÇÃO EM CASO DE TROMBOSE E SINAIS PRECOCE DE TROMBOSE VENOSA PRINCIPAIS QUEIXAS • Algia na FO / episiotomia / abdominal • Tonturas • Cefáleias pós anestesia • Gases • Dificuldades para amamentar • Constipação • Sensação de peso em MMII • Retenção Urinária OBJETIVOS DA TERAPIA E RECURSOS # OBJETIVOS RECURSOS 01 Estimular o metabolismo Profilaxia da trombose 02 Normalizar as funções de bexiga e intestinoPosição correta para urinar e evacuar; mobilização visceral 03 Mobilização Treinamento das atividades cotidianas em postura correta, postura para troca as fraldas, o modo de levantar e segurar o bebê, a maneira de subir escadas. 04 Fortalecimento da musculatura insuficiente Treinamento funcional, em especial da musculatura do AP e abdome. 05 Alivio da dor Massagem , duchas, envoltórios, posicionamento, correções da postura, posições corretas para amamentar o bebê. MODELO DE PROTOCOLO DE ATENDIMENTO HOSPITALAR • Deambulação precoce • Alongamento global • Alongamento da mm. respiratória • Respiração diafragmática • Padrões ventilatórios • Mobilização ativa de cinturas • Exx. ativo-livres • Exx. metabólicos • Exx. perineais – 5 séries de 3 repetições • Exx. tonificação abdominal • Massoterapia • Orientações sobre aleitamento • Orientações domiciliares 30/04/2015 6 30/04/2015 7 Decúbito ventral terapeutico Travesseiro colocado sob o umbigo -estimula as contrações uterinas, - favorece o fluxo loquial, - involução do útero, - alivia a dor. Duração 20 a 30 minutos 3 ou mais vezes ao dia Posição genupeitoral com apoio sobre os cotovelos Posição quadrúpede com elevação do tronco promove a contração da musculatura abdominal Medidas de Combate a Dor - Micção embaixo do chuveiro; - Aplicação de gelo de ação rápida ou de saquinhos esfriados; - Banhos de ar ou aplicação de ar frio com secador de cabelo, para manter a região seca; - Sentar sobre a bola Suíça; - TENS; - Ninho com lençóis; - Posicionamento. Fortalecimento da musculatura abdominal em decúbito lateral, com apoio sobre o antebraço Posição sentada – eixo longitudunal do corpo ligeiramente inclinado para trás – pouca elevação 30/04/2015 8 Medidas especiais após a cesariana - Mudanças de posições dolorosas do decúbito dorsal para a posição de pé. - Fixação da cicatriz operatória para tossir -Paciente levantando-se em bloco a partir do decúbito lateral, após operação cesariana
Compartilhar