Buscar

Resumo prova 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Resumo segunda prova de farmaco !
Antimicrobianos !!
Antibiose é o processo natural de seleção pelo qual um ser vivo destrói um outro para assegurar sua 
sobrevivência (vuillemin, 1889). Antibiótico é uma substancia elaborada por seres vivos, geralmente 
microscópicos, capazes de agir como tóxicos seletivos, em pequenas concentrações, sobre os 
microorganismos (Walksman, 1942).!
A descoberta da penicilina se deu por Alexander Fleming, em 1928, então diretor do departamento de 
bacteriologia em St. Mary’s, Londres. Fleming retornou de uma viagem para seu laboratório bagunçado e 
desordenado. Enquanto limpava uma pilha de placas de petri que se acumulavam sobre o rastro do lysol, ele 
reparou, em uma das placas de petri que não tinha sido tocada pelo lysol, um estranho fenômeno. Nessa 
placa de petri haviam colônias de staphylococcus e perto da borda da placa havia uma mancha. Nessa 
mancha não haviam staphylococcus visíveis, ou em alguns lugares, havia apenas um pequeno grupo 
semitransparente, descritos como “fantasmas”. Fleming denominou a pequena mancha de penicilina, um 
termo que usou para explicar que a substancia “penicilina” tinha sido derivada de uma planta do gênero 
penicilium. Como essa substância tinha sido produzida pela penicilium, ele foi muito criterioso no nome da 
substancia, chamando-a de penicilina. !
Essa cultura em que havia semeado estafilococos, ocorreu contaminação por um fungo, causando a lise 
das bactérias ao seu redor. A substancia produzida pelo fungo foi a penicilina. !!
Como são obtidos os antibióticos !
Os antibióticos foram descobertos ao acaso como uma substancia produzida por um organismo vivo. Uma 
outra situação é que o antibiótico é produzido industrialmente, não devendo ser chamado de antibiótico, pois 
não temos organismos vivos produzindo, deveria ser chamado de quimioterápico (sintético). !
Antibióticos biossintéticos (microrganismos): são aqueles obtidos a partir de cultura de !
microrganismos, a qual acrescentam-se substâncias químicas capazes de alterar a estrutura molecular do 
antibiótico que está sendo produzido. Podem ser produzidos por fungos, por bactérias (ex. bacillus, 
streptomyces, penicillium, cephalosporium). !
Antibióticos semissintéticos: são obtidos em laboratório acrescentando-se radicais químicos ao !
núcleo ativo de um antibiótico isolado de um meio de cultura no qual cresce um microrganismo. Os semi-
sintéticos foram metade produzidos por microorganismos e uma parte foi adicionada quimicamente. Ex: 
derivados da penicilina, cefalosporina. !
Antibióticos sintéticos: antibióticos obtidos exclusivamente por síntese laboratorial, tanto parcial !
como total, porém a partir do estudo dos precursores obtidos de microrganismos. Ex: cloranfenicol, que 
atualmente tornou-se mais barato por ser possível produzi-lo por síntese laboratorial. !!
Classificações: !
Há várias maneiras de classificar determinado antibiótico pelo grupo farmacológico, pelo grupo que ele 
possui, por sua estrutura química: !
Ação da bactéria: o primeiro exemplo do antibiótico é o resultado de sua ação sobre a bactéria.!
O antibiótico pode ser bactericida (mata a bactéria) ou bacteriostático (impede o crescimento da bactéria). É 
preferível a ação bactericida sobre a bactéria. !
Modo de ação: é o modo como o antibiótico atua sobre a célula bacteriana. Existem várias formas de !
atuação do antibiótico. !
O antibiótico não vai atuar no hospedeiro e sim na bactéria. Na célula bacteriana temos alguns alvos que 
ao serem ligados aos fármacos irão ser inibidos. Os antibióticos podem atuar de diferentes maneiras: inibindo 
a síntese do DNA ou RNA (ex. quinolonas); inibindo a síntese de proteínas (ex. aminoglicosídeos); inibindo a 
síntese da parede celular (ex. beta-lactâmicos); inibindo a síntese do folato (sulfas); e despolarizando a 
membrana (daptomicina). !
A grande massa dos antibióticos atua na parede (membrana). O inibidor de síntese protéica em particular o 
aminoglicosídeo, atua bem em sinergismo com o inibidor da parede (se liga a estreptomicina). Não se escolhe 
o fármaco pelo mecanismo de ação na bactéria. !!
Outras classificações:!
Segundo o grupo farmacológico: em beta-lactâmicos, aminoglicosídeos, tetraciclinas, etc.!
Segundo as aplicações: em penicilinas antiestafilocócicas, antianaeróbicos, antibiótico que atua na !
parede celular, etc. !!
BETA-LACTÂMICOS!
São antibióticos que apresentam o anel b-lactâmico em sua estrutura química. A principio todos os 
antibióticos são b-lactâmicos, por isso sua denominação. Dentro dos b-lactâmicos temos 4 grandes grupos: 
penicilina, cefalosporina, monobactâmicos, carbapenêmicos. !
A parede celular é uma estrutura que recobre a membrana citoplasmática encontrada apenas nas 
bactérias, sendo responsáveis pelas funções de proteção, sustentação e manutenção da forma da bactéria. 
Como a parede celular é uma estrutura fundamental para a manutenção da vida da bactéria, a supressão da 
sua síntese conduz a desintegração da célula. Portanto, os antimicrobianos que inibem a síntese da parede 
celular são bactericidas.!
O envoltório do gram-positivo é diferente do gram-negativo. Tanto o gram positivo quanto o gram negativo 
possuem naturalmente membrana plasmática, mas possuem um envoltório ao redor, evitando a lise osmótica 
bacteriana. O gram negativo tem a camada mais espessa, em contraposição aos gram positivos. Nas 
bactérias gram-positivas existe apenas uma camada homogênea e espessa de petidoglicanos. Nas bactérias 
gram-negativas (coram em vermelho) a camada de peptidoglicano (folheto interno) é mais delgada e sobre 
esta existe uma camada constituída de lipopolissacarídeos e lipoproteínas. Alguns microrganismos tem ainda 
uma cápsula envolvendo a parede celular. !
Entre essas duas membranas plasmáticas das bactérias gram-negativas há um espaço, o periplasma 
(importante para algumas enzimas que degradam antibiótico). Existe no periplasma uma determinada 
proteína próxima a membrana plasmática importante para a síntese do peptideoglicano. Se a bactéria não 
conseguir produzir o peptideoglicano ela vai explodir. !
Os antibióticos betalactâmicos (penicilinas e cefalosporinas) inibem as transpeptidases que estão 
envolvidas na ligação cruzada do peptidoglicano. !!
PENICILINAS!
O principal mecanismo de ação da penicilina é principalmente a atuação na parede da bactéria, e não há 
formação de peptideoglicano. As penicilinas são divididas em dois grandes grupos: o primeiro grupo é de 
penicilinas naturais e o segundo de penicilinas semi-sintéticas. !!
Naturais: dividida em penicilina G ou V. !!
Penicilina G: a penicilina G foi produzida pelo fleming em 1929. Ela foi o primeiro antibiótico descoberto. É 
obtida a partir da fermentação do fungo penicillium notatum. Uma outra característica é a busca de uma meia 
vida maior (pouco se diz respeito da meia vida), e outra característica é a dor que ela causa (bem dolorosa). 
Para as penicilinas naturais a dose é expressa em unidade internacional. !
Este fungo teve um baixo rendimento inicial, havendo busca por outras espécies de fungo Penicillium, 
como o P. chrysogenumm. As penicilinas foram formuladas como ésteres na forma de penicilina G associada 
à procaína ou benzatina para reduzir a dor e aumentar o tempo de meia-vida.!
Possui dificuldade em ser absorvida por via oral, pois é inativada pelo pH ácido do estômago, razão pela 
qual é usada exclusivamente por vias parenterais. Sua biodisponibilidade oral é de 15 a 30% se administrada 
com estômago vazio. Geralmente as vias utilizadas são IM, IV e devem ser feitas por veículo oleoso (por isso 
não pode ser feito por via endovenosa). Somente em casos graves, usa-se penicilina G potássica e sódica. !
A distribuição é ampla, exceto no líquido céfalo raquidiano (se meninges não-inflamadas), articulações e 
leite. Se liga a proteínas plasmáticas (60% fica ligada). Compete por esta ligação com fenilbutazonae 
antiinflamatórios não esteroidais. !
As penicilinas se difundem pelo líquido extracelular e se distribuem por vários tecidos, tendo dificuldade de 
atravessar a barreira cérebro-sangue íntegra; não são biotransformados no organismo, sendo eliminadas 
pelos rins, geralmente em sua forma inalterada. O processo de secreção tubular pode ser inibido pela 
probenecida. !
A penicilina é excretada por via renal. A penicilina não deve ser usada em bovinos com mastite por 
exemplo, pois não pode haver resíduos no leite. Outro empecilho é o uso em iogurtes e etc pois ele mata os 
lactobacilos mudando o gosto. A penicilina benzatina pode requerer até 30 dias para ser excretada da carne/
leite, é o chamado período de carência. !
Período de retirada (carência): para penicilina G procaína, no leite ela é de 2 dias, e no gado de corte em 
não-ruminantes (7 dias), suínos (6 dias), ruminantes (4 dias bovino, 8 dias ovino). No caso da penicilina G 
benzatina, no gado de corte é cerca de 30 dias.!
A penicilina G é utilizada em cães, gatos, ruminantes, equinos, suínos e pássaros. Ela é um medicamento 
extremamente útil para tratamento de gram-positivos (estreptococos). Damos dois enfoques as bactérias 
gram-positivas: o staphylo e o streptococcus. Para as infecções estreptocócicas em geral, temos a penicilina 
G ainda como a principal escolha. Começaram a aparecer mais na área médica resistência dos streptococcus 
pneumônicos para a penicilina G. Em geral as infecções estreptocócicas são bem controladas pela penicilina 
G. As infecções staphylcocicas por outro lado já são uma situação a parte, pois já temos bastante resistência. !
Penicilina G é útil também na infecção por alguns anaeróbicos, em particular pelos clostridiums. A 
penicilina também é interessante para alguns coccus negativos (para bacillus não), a listeria é um exemplo de 
coccus negativo que responde bem a penicilina. Leptospira causa infecções importantes nos felinos. A 
penicilina G também não resolve todos os problemas, as infecções pelos bacilos gram-negativos não são 
tratadas com a penicilina G, também não se trata erliquiose, não se trata tuberculose nem micoplasma, e 
vírus muito menos. !
Os intervalos posológicos variam, pois a meia vida do sódio também varia. A unidade internacional é 0,6 
miligramas (10 na menos 3). Em equinos também usamos penicilina para infecções respiratórias, infecções 
estreptocócicas, as clostridioses também, no tétano, no botulismo. !
Indicações clínicas: bactérias gram positivas (estreptococos), anaeróbios (clostrídios), Cocos gram 
negativos (Neisseria spp), espiroquetas (leptospira, treponema). Sem efetividade: bacilos gram-
negativos como salmonela e E. coli, riquéttsias, micobactérias, micoplasmas, fungos e vírus.!
A unidade internacional de penicilina (UI) é a atividade específica de penicilina contida em 0,6 ug do sal 
sódico de penicilina G.!!
1 UI -> 0,6 microg penicilina G !
“X” UI -> 1000,0 microgr (1 mg) penicilina G !
= 1 mg penicilina G sódica contém 1.670 UI!!
Penicilina V: a única diferença que temos é que a penicilina V tem uma biodisponibilidade maior que a 
penicilina G (60%). O espectro e o mecanismo de ação são semelhantes à penicilina G. É relativamente 
menos ativa que a penicilina G. A vantagem da penicilina V é seu uso via oral em monogástricos (cães, gatos, 
equinos), pois é resistente a hidrólise ácida. A distribuição é semelhante a penicilina G; possui 80% de ligação 
a proteínas plasmáticas. Sua excreção é predominantemente renal. !
Esses medicamentos por via oral são melhores feitos quando o animal está com o estômago vazio (até 
administrado junto com um petisco, 1h ou 2h após as refeições). Deve-se evitar colocar o antibiótico junto 
com a refeição do animal pois ele estará ingerindo uma grande quantidade de comida podendo ocasionar a 
perda do efeito do medicamento. Algumas penicilinas seguem o padrão de mg/kg e outras seguem o padrão 
internacional.!!
Semi-sintéticas: tiveram uma modificação para trazer algum ganho terapêutico. São muito utilizadas !
na veterinária. Existem os métodos fermentativos e a introdução de radicais para obtenção dessas 
penicilinas. !
Essas penicilinas são derivadas do ácido 6-aminopenicilânico, presente em todas penicilinas (não precisa 
decorar o nome). Nessas penicilinas semi-sintéticas adicionamos outros compostos para obtenção da 
penicilina desejada. Temos as penicilinas de espectro ampliado que é a ampicilina e a amoxicilina, e as anti-
pseudomônicas.!
São três principais grupos, as aminopenicilinas (ampicilina, amoxicilina), as lenicilinase-resistentes ou 
“antiestafilococicas” (meticilina, oxacilina); e as penicilinas “antipseudomonas” (carbenicilina, ticarcilina); e 
outras (azlocilina, mezlocilina, piperacilina e mecilinam). !!
Ampicilina: as penicilinas de largo aspecto de ação surgiram na busca de medicamentos cada vez mais 
eficientes, visando atingir a grande maioria dos agentes infecciosos. Todos são sensíveis a penicilinase. Por 
esse motivo, os inibidores das betalactamases podem ser associados a essas penicilinas, a fim de se obter 
efeito sidérico sobre bactérias produtoras de betalactamases. !
Faz parte do grupo das aminopenicilinas (ampicilina, amoxicilina, congêneres). Penicilinas com espectro 
ampliado: E. coli, Klebsiella, Haemophilus spp. Sem atividade: Pseudomonas aeruginosa, Proteus, 
Enterobacter, Critrobacter, Acinetobacter, riquéttsias, micobactérias, micoplasmas, vírus e fungos.!
A ampicilina trouxe uma vantagem de espectro basicamente, isso é importante quando não sabemos qual 
é a bactéria, se ela é gram-positiva ou gram-negativa, necessitando de um medicamento com um espectro 
maior. A infecção urinária é um exemplo. Essas penicilinas conseguem pegar bactérias gram-negativas 
também, e essa é uma característica que ajuda muito na antibioticoterapia. Só que essas penicilinas não 
conseguem controlar infecções microbianas se a bactéria produz uma enzima que quebra o anel beta-
lactâmico, chamada de beta lactamase. As vezes podemos conjugar a penicilina com algum outro 
medicamento que iniba a lactamase, ai sim o tratamento da certo.!
Só podemos usar por via parenteral, subcutâneo, intramuscular e endovenoso, isso ajuda mas também 
atrapalha no tratamento crônico. Ela não atravessa bem o trato digestório (a mucosa do intestino delgado), 
por isso apresenta uma biodisponibilidade baixa. Ela se distribui bem. Pode ser utilizada para diferentes tipos 
de infecções. Ela não ultrapassa a barreira hematoencefálica. Sua distribuição é ampla (10 a 60% do nível 
sérico é atingido no LCR se as meninges estiverem inflamadas). !
As vias recomendadas são as vias parenterais, subcutâneas, endovenosa, e a via oral não deve ser 
utilizada e se for utilizada a dose deve ser maior. Deve-se tomar o cuidado com o medicamento via oral para 
que o animal não esteja com o estômago vazio (1h antes ou 2h após a refeição). Sua metabolização é 
hepática e sua excreção é renal. A meia vida dura de 45 a 80 minutos no cão e gato e 60 minutos em suínos. 
É usado em cães, gatos, bovinos, equinos, suínos, coelhos, aves e répteis.!
Um antimicrobiano de amplo espectro geralmente é bom que seja prolongado por alguns dias, para 
prevenir a resistência, pelo menos dois dias, mas varia de acordo com o grupo. !
A ampicilina é uma das penicilinas de espectro aumentado que nos trouxe uma vantagem de pegar um 
espectro maior de bactérias e uma boa farmacocinética, apenas sua absorção que é ruim. A amoxicilina é 
bastante utilizada pois ela superou esse problema da ampicilina. Ela pode ser usada por via oral. !!
Amoxicilina: nos da a disponibilidade de via oral (70%), porém deve-se separar do alimento. A distribuição 
da amoxi é igual a da ampicilina, tem um bom espectro de ação. Tem um bom Vd. A amoxicilina é semelhante 
a ampicilina quanto a estrutura química e o espectro de ação. A característica mais marcante é a sua 
absorçãomais efetiva no TGI, podendo alcançar até 90% da dose administrada. O fármaco não é degradado 
no suco gástrico. !
O alimento retarda a velocidade de absorção (não a extensão), porém se o animal possui problemas 
gástricos concomitante, devemos administrar o medicamento junto com o alimento. Sua distribuição é ampla 
(músculo, fluidos sinovial, ascético e pleural, e fígado). Atinge 10 a 60% da concentração plasmática no LCR 
se as meninges estiverem inflamadas. Liga-se até 13% das proteínas plasmáticas (albumina) em cães. As 
vias de administração são PO, SC, IM, e IV. As espécies que podem ser tratadas com amoxicilina são os 
cães, gatos, bovinos, equinos, aves e répteis.!
O ácido clavulâmico é uma molécula que pode ser usada em adição ao beta-lactâmico, ela é usada 
quando sabemos que temos uma bactéria resistente. Ela promove inibição das beta-lactamases. Ele não é 
usado separadamente, pois seu uso isolado é fraco. Geralmente é usado com as amoxicilinas. O ácido 
clavulâmico tem um anel beta-lactâmico, ele é usado como falso substrato, ele vai sendo digerido enquanto 
poupa o antibiótico essencial que á a amoxicilina. Funciona muito bem com a amoxicilina. É um fármaco um 
pouco mais caro que antibióticos da mesma linha de ação e há uma certa possibilidade de oxidação. 
Funcionam muito bem para vários tipos de situações. !
A via de administração do ácido clavulâmico é oral. Pode ser usado em cães e gatos. Usado em distúrbios 
do trato urinário, pele, tecidos moles e doenças periodontais. Ele é estável no suco gástrico, possui 
distribuição ampla, e excreção renal (34-53%).!!
Penicilinas penicilinase-resistentes (antiestafilocócicas - meticilina, oxacilina): são as oxacilinas, 
cloxacilinas e dicloxacilinas (espectro de ação e uso terapêutico equivalente). Possuem menor atividade 
antimicrobiana contra microorganismos sensíveis a penicilina G, mas efetiva contra S.aureus produtor de 
penicilinase. Seu uso terapêutico é para infecções nos ossos, pele e tecidos moles por S. aureus produtor de 
penicilinase e no tratamento de mastite. !
O grupo das penicilinas que atuam com o staphylococcus aureus, não devem ser usados para outros 
grupos bacterianos, apenas em fortes suspeitas de infecção por staphylococcus, um exemplo típico são as 
piodermas ou as infecções mamárias em bovinos, infecções de tecidos moles. Pode ser usada por várias 
vias, em bovinos por via intramamária. As vias recomendadas são oral, IV e IM. As espécies tratadas são 
cães, gatos, bovinos (infecções mamárias). !
Sua biodisponibilidade oral é de 37 - 60%. Possui distribuição ampla, exceto no líquido cefalorraquidiano. 
Possui relato de casos de resistência em veterinária.!!
Penicilinas “antipseudomonas” - carbenicilina, ticarcilina: possuem espectro para E.coli, klebsiella, 
haemophilus, Pseudomonas, Acinetobacter. São inativadas pelas beta-lactamases. Utilizadas no tratamento 
de infecções por pseudomonas e devem ser associadas a aminoglicosídeos. Seu uso é feito em cães, gatos e 
pássaros.!!
CEFALOSPORINAS!
As cefalosporinas provêm do fungo Cephalosporium acremonium. O núcleo básico destes antibióticos é o 
ácido 7-amino-cetfalosporânico, que é bastante semelhante aquele das penicilinas. O isolamento deste 
núcleo foi fundamental para a obtenção dos derivados semissintéticos das cefalosporinas atualmente 
disponíveis no comércio. O mecanismo de ação das cefalosporinas e cefamicinas é semelhante ao das 
penicilinas, isto é, impedem a síntese da parede do microrganismo; portanto, são antibióticos bactericidas. E 
são tempo-dependentes. !
Estava-se em busca por um antibiótico com amplo espectro, resistente às beta-lactamases, com absorção 
por via oral e parenteral e com baixa toxicidade. Neste cenário, foi descoberta a cefalosporina, a partir do 
fungo Cephalosporium acremonium, nas águas marítimas da sardenha, em 1945, na Itália. !!
Classificação: !
As cefalosporinas são classificadas em gerações, segundo certas características e ordem cronológica de 
sua síntese. Atualmente, são quatro as gerações de cefalosporinas. Uma cefalosporina de primeira geração 
não é melhor que uma de terceira, depende da situação. De modo geral, as cefalosporinas tem 
características semelhantes aquelas das penicilinas. São antibióticos muito pouco tóxicos. !!
1 geração: cefalotina, cefalexina, outras (cefapirina, cefacetrila, cefazolina, cefradine, cefadroxil). Tem 
efeito bactericida para gram negativos e positivos, possui um anel beta-lactâmico, são resistentes as beta-
lactamases, tem um espectro melhor. Não atuam bem em grans negativos produtores de b-lactamase. Tem 
espectro de ação em estafilococos, estreptococos, bactérias anaeróbias e corinebactérias, dentre outros. !
Não é usada para enterococus, MRSA, proteus indol-positivos (ex. p vulgaris); bacterioides fragilis; 
pseudomonas, enterobacter, serraria, citrobacter. !
Absorvidas por via parenteral: Cefalotina, Cefapirina, Cefacetril. Absorvidas por via oral: Cefalexina, 
Cefadroxil.!
Cefalotina: a cefalotina foi a primeira cefalosporina semi-sintética a ser produzida, em 1962. Apresenta 
forma de sal sódico. Sua via de administração pode ser IM (porém causa muita dor) e por EV. Ela não é 
absorvida de via oral (deve ser usada por via parenteral). Pode ser usada em várias espécies (cães, gatos, 
bovinos, equinos, pássaros, répteis). É excretada por via renal sem biotransformação (maior parte não é 
metabolizada). A meia vida em cães é de 42 - 51 minutos e de equinos 49 minutos. Geralmente a dose do 
gato é bem menor. !
A resistência a esses antibióticos pode ocorrer de duas formas: natural, em que a parede celular se torna 
impermeável ao antibiótico e à ação de enzimas; adquirida, de forma vertical, em que há mutação 
cromossômica; ou horizontal em que há transdução ou conjugação plasmidial com transferência de 
transposons capazes de quebrar a cefalosporina (cefalosporinases).!
Cefapirina: seu espectro de ação é semelhante à cefalotina. É usada em cães, gatos, equinos (IM e IV) e 
bovinos. Pode ser usada por via intramamária em bovinos no tratamento da mastite. No período seco da vaca 
há a possibilidade de haver mastite, é sempre um período de estresse no veterinário e no fazendeiro se ela 
tem a mastite. O uso intramamário é uma prática que tem acontecido, no início do período seco, evitando que 
a vaca tenha uma mastite antes do próximo parto. Durante a lactação usa-se a cefapirina sódica; e no início 
do período seco usa-se a cefapirina benzatina. O uso intra-uterino é indicado no tratamento da metrite.!
Cefalexina: uso oral, todas as recomendações são idênticas. As doses variam de acordo com o tipo de 
doença e o tipo de animal. Usado em cães, gatos, equinos, pássaros (oral), bovinos (uso intramamário no 
caso de mastites). O tratamento deve ser prolongado em até 5 - 7 dias após a resolução da doenca, ou 
preferivelmente, até resultados negativos de cultura. !!
2 geração: cefuroxina, cefaclor, cefamandole, cefonicida, ceforanida, cefoxitina. Não nos interessa, tem 
pouco espaço terapêutico e um risco de seleção de resistência. Seu uso é muito limitado em veterinária. 
Possuem uma pequena vantagem que é atuar sobre o bacterioides fragilis. Seu espectro de ação para gram-
positivos é semelhante às cefalosporinas de primeira geração e para gram-negativos possui um maior 
espectro, que atinge os bacterioides fragilis. !
Cefoxitina: tem atividade além do fragilis, contra a klebsiela, proteus (resistentes a cefalosporinas de 
primeira geração), e.coli. E contra microrganismos anaeróbicos (bacterioides fragilis). Possui baixa absorção 
por via oral, devendo ser feito o uso parenteral. Possui excreção renal. Usado em cães, gatos e equinos. !!
3 geração: cefoperazona, ceftiofur, ceftazidima, ceftriaxona, cefotaxima, moxalactam, ceftiozoxima, 
cefixima. Não tem nenhum protótipo. Tem um espectro semelhante as cefalosporinas de primeira e segunda 
geração,mas tem um espectro ampliado para enterobacteriaceae (salmonela). As ceftazidima e cefoperazona 
tem ação sobre P. aeruginosa. Também pode ser usada para infecção por pseudomonas. !
Cefotaxima: para gram-positivas é menos ativa que as cefalosporinas de primeira geração sobre o S. 
aureus. E para gram-negativos possui espectro ampliado sobre a família enterobacteriaceae (klebsiella, E. 
coli, Salmonella, Serratia marcescens, Proteus e Enterobacter), sobre anaeróbios (bacterioides fragilis, 
clostridium, fusobacterium, peptococcus, peptoestreptococcus). Geralmente não possuem efetividade sobre P. 
aeruginosa. !
É ruim por via oral (baixa absorção), é melhor por via parenteral. É difícil de ser absorvida pelo TGI mas 
quando absorvida atua muito bem. Sua distribuição é ampla em ossos, humor aquoso, bile, fluidos pleural e 
peritoneal. Cruza a barreira hematoencefálica se as meninges estiverem inflamadas. Sua eliminação é feita 
por metabolização hepática e excreção renal. Usado em cães, gatos, equinos, pássaros e répteis. !
Ceftiofur: é semelhante a cefotaxima. Sua atividade é contra pasteurela, salmonela, estreptococos, 
estafilococos, e. coli. Contra microrganismos atua sobre a pasteurella haemolytica e P. multocida (doenças 
respiratórias bovinas), haemophilus, streptococcus zooepidemicus (doença respiratória equina). Afeta 
bovinos, equinos, cães e répteis. !!
4 geração: cefepime. (não falou nada a respeito)!!
Efeitos colaterais: podem acontecer por qualquer geração. Os efeitos adversos são de baixa freqüência e 
baixa gravidade. Pode ocorrer em reações de hipersensibilidade (pacientes alérgicos - reações cruzadas com 
outros beta-lactâmicos). Seu uso oral possui efeitos no TGI, como anorexia, vomito, diarréia associada ao 
antibiótico (alteração da microbiota). Deve ser usado com cautela em pacientes medicados com 
anticoagulantes orais (cefalosporinas podem causar sangramento). Em altas doses e usos prolongados 
podem causar neurotoxicidade, distúrbios hematológicos, hepáticos e renais. Porém em linhas gerais são 
antibióticos seguros. !
Antimicrobianos - continuação !!
ANTIMICROBIANOS NÃO BETA LACTÂMICOS!!
Aminoglicosídeos!
Em 1939, Walksman e cols., New Jersey, EUA, começaram estudos sobre antimicrobianos obtidos de 
microrganismos do solo. Eram substâncias com ação antimicrobiana porém muito tóxicas. Em 1943 a partir 
da analise de cepas de Streptomyces griseus, obteve-se um antibiótico ativo contra bactérias Gram-positivas 
e Gram-negativas e de baixa toxicidade para o homem, chamado de estreptomicina. O seu reconhecimento 
cientifico foi em 1944 e foi usado no tratamento da tuberculose.!
São antibióticos constituídos por um núcleo de hexose (2-desoxiestreptamina) unido a aminoaçúcares 
mediante ligações glicosídicas; por isso são chamados também de aminociclitois. No caso da estreptomicina, 
o anel base é a Streptidine. A maioria dos antibióticos deste grupo é produzida por microrganismos; contudo, 
há também aqueles semissintéticos. !!
Espectro de ação: varia em função do aminoglicosídeo. No geral são: gram-negativos aeróbios como 
Enterobacteriacea (E. coli, Klebsiella, Proteus, Pseudomonas, Salmonella, Enterobacter, Serratia, Shigella); 
Micoplasma; Estafilococos (gentamicina e netilmicina – se combinadas com β-lactâmicos). !
Os aminoglicosídeos não apresentam efeito antimicrobiano (contra fungos, vírus e bactérias anaeróbias), 
então, se usarmos apenas aminoglicosídeos, os estafilococos não serão erradicados. Já se combinar com 
beta-lactâmicos, ele prejudica a síntese da parede celular, criando fissuras, e o aminoglicosídeo entra por 
essas fissuras. !!
Mecanismo de ação: os aminoglicosídeos são antibióticos bactericidas que interferem na síntese proteica 
ligando-se a subunidade 30 S do ribossomo (atravancando a tradução do RNA mensageiro), e para 
exercerem esse efeito há necessidade de penetrarem na célula bacteriana. É por isso que antimicrobianos 
que interferem na síntese da parede celular, com os antibióticos betalactâmicos, são associados aos 
aminoglicosídeos para obter efeito sinérgico, uma vez que facilitam a entrada desses últimos no interior da 
bactéria. !
A passagem dos aminoglicosídeos para o interior da bactéria se dá por meio de um mecanismo ativo de 
transporte (depende de energia e oxigênio), associado a diferença de potencial elétrico existente entre os 
meios exterior e interior da bactéria. Inicialmente, os aminoglicosídeos se difundem no folheto externo da 
parede celular das bactérias gram-negativas por meio de canais aquosos formados pela porina. Uma vez no 
espaço periplasmático, um processo de transporte dependente de oxigênio carreia os aminoglicosídeos para 
o interior da célula bacteriana, atravessando a membrana celular. Esse transporte dependente de oxigênio 
está acoplado a um sistema de transporte de elétrons que torna o citoplasma da bactéria negativo em relação 
ao meio exterior, o que faz com que os aminoglicosídeos sejam atraídos para o citoplasma, pelo fato de terem 
carga elétrica positiva.!
Uma vez no interior da bactéria, os aminoglicosídeos se ligam irreversivelmente a um ou mais receptores 
de proteínas da subunidade 30 S do ribossomo bacteriano, interferindo em vários mecanismos no processo 
de translação do RNA mensageiro. Pode então haver a incorporação de aminoácidos incorretos na cadeia 
polipeptídica que está sendo formada no ribossomo, dando origem a proteínas defeituosas. Essas proteínas 
participam de estruturas essenciais da célula, alteram o funcionamento da membrana celular e provocam a 
saída de sódio, potássio, aminoácidos e outros constituintes celulares, resultando em morte do 
microrganismo. !!
Gentamicina: é obtida a partir do micromonaspora purpúrea. Apresenta-se na forma de sal (sulfato de 
gentamicina). Suas vias de administração são IM, IV, oral (só se for infecção na mucosa intestinal), colírio e 
soluções otológicas, e subcutânea em cães e gatos. !
Pode haver desenvolvimento de resistência. A resistência adquirida aos aminoglicosídeos pode ser 
cromossoma ou carreada por plasmídios, sendo essa última mais frequente e conferindo resistência múltipla, 
envolvendo simultaneamente vários antimicrobianos. Existem três mecanismos reconhecidos de resistência 
bacteriana aos aminoglicosídeos: alteração dos locais de ligação no ribossomo; redução da penetração do 
antibiótico no interior da bactéria; e modificação enzimática do antibiótico. !
As espécies tratadas são: cães, gatos, roedores, bovinos (IM e intra-mamário), equinos, suínos, pássaros 
e repteis. A absorção é baixa por via oral (exceto em enterites) ou intra-uterina. Pode ser usada por via tópica, 
exceto pele. Também utilizamos a via parenteral para o tratamento de infecções sistêmicas. Demora de 30 a 
60 minutos para agir após injeção IM em cães e gatos. Possui uma boa distribuição, bastante ampla. Em 
níveis terapêuticos, vai pro osso, coração, bexiga urinaria e pulmões.!
Tem pouca penetração na BHE, mas cruza a barreira placentária. Seu Vd é relativamente baixo, porém, a 
ligação seletiva aos tecidos pode ocorrer, como, por exemplo, nos rins, onde os resíduos podem permanecer 
por períodos prolongados podendo gerar nefrotoxicidade. O acúmulo também ocorre nos ouvidos internos, 
podendo gerar surdez. !
Esses antibióticos não são biotransformados de maneira significativa no organismo animal. A eliminação 
renal, na sua forma inalterada ocorre por filtração glomerular. Seu tempo de meia vida varia de 0,15 a 3 horas 
nas diferentes espécies.!!
Precauções e efeitos colaterais: dois efeitos colaterais clássicos, que são a nefrotoxicidade e a 
ototoxicidade, podem causar sinais auditivos e sinais vestibulares em cães e gatos. Ao ser usado, é 
necessário monitorar a função renal a partir de exame de urina, verificar a micção, monitorar audição e função 
vestibular. Pode causar reações de hipersensibilidade.!
Outros possíveis efeitoscolaterais são o bloqueio neuromuscular, edema facial, dor, e inflamação no sítio 
de injeção, neuropatias, hipersensibilidade. O uso cauteloso é feito no caso de doentes renais (avaliar 
dosagens), idosos, neonatos, gestação (toxicidade fetal), desidratados, septicemia, febre, pacientes com 
distúrbios neuromusculares.!!
Fluoroquinolonas!
Na década de 1980, intensas pesquisas realizadas a partir destas primeira quinolonas originaram as 
denominadas quinolonas de segunda geração, a partir de enato denominadas fluoroquinolonas.São 
antimicrobianos bactericidas sintéticos. Logo, são quimioterápicos e não antibióticos (na teoria, mas podemos 
chamá-los de antibióticos na vida real). Os principais representantes são a ciprofloxacina e enrofloxacina. A 
base estrutural das quinolonas é o anel 4-quinolona. Este anel vem sendo bastante modificado, com o 
objetivo de obter quinolonas com espectro de ação aumentado. !
Possuem amplo espectro de ação, alta potência, excelentes propriedades farmacocinéticas, como alta 
biodisponibilidade oral, ampla distribuição, tempo de meia-vida possibilitando a administração uma vez por 
dia, e pode ser usado por diferentes vias, além de ter baixa toxicidade.!!
Mecanismo de ação: as quinolonas são antimicrobianos bactericidas, e sua atividade antimicrobiana se 
relaciona com a inibição das topoisomerases do tipo II, também conhecidas como DNA girase. Também 
inibem a topoisomerase IV da bactéria, gerando prejuízo na replicação e na transcrição do DNA bacteriano, o 
que gera lise celular e morte da bactéria. As topoisomerases são enzimas que catalisam a direção e a 
extensão do espiralamento das cadeias de DNA. As quinolonas inibem a DNA girase, impedindo o 
enrolamento da hélice de DNA em uma forma superespiralada. !!
Espectro de ação: Gram-negativas (ativa na maioria das bactérias aeróbias): Enterobacteriacea 
(Escherichia coli, Klebsiella spp., Proteus spp., Salmonella spp. e Enterobacter spp.); Actinobacillus 
pleuropneumoniae, Haemophilus somnus, Pasteurella haemolytica e P. multocida, Bordetella bronchiseptica; 
Brucella spp., Clamydia spp., Mycoplasma spp. e Ureaplasma. A sensibilidade de Pseudomonas aeruginosa e 
variável (ciprofloxacina é mais ativa).!
As gram positivas (atividade é variável): S. aureus* e S. intermedius* são sensíveis (há relatos de 
resistência). * Alternativa para resistência aos beta-lactâmicos (MRSA); Estreptococos e anaeróbios são 
resistentes!!!
Resistência: ao contrário das quinolonas de primeira geração, a administração clínica das 
fluoroquinolonas produz mutantes resistentes em uma freqüência ainda relativamente pequena. Por outro 
lado, deve-se considerar que há uma grande preocupação quanto ao uso indiscriminado de fluoroquinolonas; 
para se ter uma idéia, o ciprofloxacino foi o antibacteriano mais consumido no mundo nestes anos iniciais da 
primeira década do século XXI. Este fato, sem dúvidas, propicia a promoção de rápido desenvolvimento de 
resistência bacteriana as fluoroquinolonas de maneira geral. !
A resistência a estes quimioterápicos é atribuída a modificações na DNA girase; por bombas de efluxo que 
mandam o antibiótico para fora da célula; ou alteração de permeabilidade na parede da célula bacteriana. Os 
mutantes isolados mostram reação cruzada com as diferentes quinolonas.!!
Efeitos colaterais: problemas na cartilagem em filhotes. Algumas infecções são bem resolvidas, como as 
infecções urinárias. Não atua em estreptococos. Para Estafilococos, não usar como primeira escolha, apenas 
contra estafilos que são resistentes aos beta-lactâmicos.!!
Metronidazol!
O metronidazol é um compostos nitroimidazólico heterocíclico, com estrutura química semelhante a dos 
nitrofuranos. É utilizado no controle de protozoários como a Giardia. São agentes bactericidas, que interferem 
nas funções do DNA bacteriano. Seu mecanismo de ação ainda não está perfeitamente esclarecido, 
sugerindo-se entretanto, que tenha mecanismo semelhante ao dos derivados nitrofurâmicos. !
Espectro de ação: agem contra a maioria dos anaeróbios, tanto gram-negativos (Bacterioides spp., 
incluindo B. fragilis); quanto Gram-positivos (Clostridium difficile, C. perfringens, C. septicum); Helicobacter; 
ação antiprotozoárica (Giardia, Entamoeba histolytica).!
É usado para cães e gatos. Altas doses podem gerar intoxicação causando problemas no SNC, como 
letargia, depressão, ataxia, vômitos e convulsão. Causa a inibição da ação do GABA. O tratamento é feito 
com benzodiazepínicos, como o Diazepam.!!
Vancomicina!
Os glicopeptídeos de maior interesse são a vancomicina, a teicoplanina e a avorpacina. São antibióticos 
com atividade contra bactérias gram-positivas, em particular, os cocos. Os glicopeptídeos interferem na 
síntese da parede celular ligando-se a D-alanina D-alanina e com isso inibem a transpeptidação. São 
antibióticos bactericidas, com peso molecular relativamente alto. !
A vancomicina foi isolada do Streptomyces orientalis em 1956. As penicilinas e cefalosporinas eram muito 
ativas contra a maioria das bactérias gram-positivas nas décadas de 60 e 70, então a vancomicina quase não 
foi utilizada. Porém, com o surgimento de infecções causadas por estafilococos e enterococos resistentes, o 
uso de vancomicina se tornou relevante em seres humanos. !
A via de administração é a endovenosa, que deve ser lenta, diluída em soro glicosado ou fisiológico. Deve-
se evitar as vias IM ou SC pois estas geram dor intensa. Não é absorvida por via oral, mas atua sobre gram-
positivos do TGI no caso de enterites. !
Atua sobre gram-positivos. Suas indicações de uso são em infecções por estafilococos resistentes aos 
beta-lactâmicos como é o caso do S. aureus; e em infecções por enterococos resistentes à ampicilina.!!
Tetraciclinas!
São antimicrobianos bacteriostáticos obtidos a partir de espécies de Streptomyces (tetraciclina, 
oxitetraciclina e clortetraciclina). Amplo espectro e pouco efeito colateral. Os derivados semi-sintéticos são a 
doxiciclina e minociclina (diferenças na farmacocinética e espectro). As tetraciclinas são assim denominadas 
por causa de sua estrutura química, formada por quatro anéis. !
Apresentam amplo espectro de ação: bactérias gram positivas e gram negativas, aeróbios e anaeróbios e 
também protozoários. Também atua sobre microrganismos intracelulares, a exemplo do micoplasma, clamídia 
e riquétsia. Geralmente usada para microrganismos intracelulares.!!
Mecanismo de ação: as tetraciclinas são antibióticos bacteriostáticos que inibem a síntese proteica dos 
microrganismos sensíveis, ligando-se aos ribossomos. Estes antibióticos, após penetrarem no interior da 
bactéria por um processo mediado por carreador, ligam-se reversivelmente a subunidade 30 S do ribossomo 
do microrganismo, impedindo que o RNA-transportador se fixe ao ribossomo e, com isto, a síntese proteica 
seja inibida.!!
Doxiciclina: suas diferenças em relação a tetraciclina é a doxiciclina possui alta lipossolubilidade, portanto 
possui maior penetração em tecidos e células, aumentando sua ação sob patógenos intracelulares. Possui 
excreção fecal, na forma de conjugado ou quelato. Tem pouca interferência na microbiota intestinal e não 
necessita de ajustes de dosagem em pacientes nefropatas pois a excreção é fecal. Possui alto tempo de 
meia-vida (7-10 horas). Tem biodisponibilidade oral ampla, e o alimento não interfere.!
As tetraciclinas são uma classe segura quanto aos efeitos colaterais. O que pode ocorrer são problemas 
no TGI, fígado e rins. O uso em fêmeas gestantes e filhotes é contra-indicado pois pode gerar alterações de 
coloração dentária e problemas no crescimento ósseo.!!
USO DE ANTIBIÓTICOS!
A terapêutica é feita com foco no paciente e no antibiótico. As seguintes perguntas devem ser feitas pelo 
medico na hora de prescrever um antibiótico ao paciente: 1. O uso do antimicrobiano foi embasado em 
achados clínicos? 2. As amostras clinicasforam analisadas? 3. Quais microrganismos estão associados a 
doenca infecciosa? 4. Qual o melhor antimicrobiano para tratamento da infecção? 5. É necessário usar 
associações? 6. Há limitantes para o uso do antibiótico? 7. Qual a via de administração? 8. Qual dose deve 
ser administrada? 9. É necessário mudar a antibioticoterapia após a cultura e antibiograma? 10. Qual a 
duração do tratamento?!!
RESISTÊNCIA MICROBIANA!
A resistência bacteriana é o fenômeno biológico que possibilita aos microorganismos a capacidade de 
multiplicação ou persistência na presença de níveis terapêuticos do antimicrobiano em questão. 
“Provavelmente não há nenhuma droga terapêutica que uma bactéria não possa reagir de alguma forma 
adquirindo resistência” Alexander Fleming, 1946. !
Em uma visão molecular: a bactéria resistente apresenta genes que codificam proteínas envolvidas em 
mecanismos moleculares que prejudicam a ação dos antimicrobianos. !
Visão farmacológica: o antimicrobiano, mesmo atingindo níveis adequados nos diversos compartimentos 
orgânicos, não será efetivo pois seu mecanismo de ação está prejudicado.!
Visão evolutiva: a bactéria resistente apresenta material genético que lhe confere vantagem competitiva e 
que garante sua sobrevivência e proliferação de linhagem na presença do antimicrobiano.!
Visão clínica: a infecção não será mais controlada pois a bactéria sobreviverá à antibioticoterapia.!
E visão microbiológica: linhagens de bactérias resistentes apresentam um MIC superior àquele 
normalmente encontrada em sua espécie.!
A resistência pode ocorrer pela aquisição de genes de resistência (normalmente situados em elementos 
transmissíveis, plasmídios ou transposons), por recombinação de DNA exógeno no cromossoma da bactéria 
ou ainda por mutação. Assim, caso a bactéria adquira resistência, poderá multiplicar-se na presença do 
antimicrobiano em questão e, ao ocupar o nicho deixado pela população de bactérias sensíveis, tornar-se a 
variante dominante da espécie.!!
Tipos de resistência: resistência natural: estável, codificada no cromossomo; compartilhada por todos 
indivíduos da espécie microbiana. Ex. bacilos Gram-negativos (E. coli, Proteus) resistentes à penicilina G. 
Resistência adquirida: mudança no genoma bacteriano (mec. genéticos) → fenótipo de resistência; fenótipo 
incomum na população microbiana daquela espécie. Ex. S. aureus resistentes à penicilina G.!!
Mecanismos de resistência:!
1) Inativação enzimática do antibiótico;!
2) Alteração do alvo do antibiótico;!
3) Menor acesso do antibiótico à célula bacteriana;!
4) Efluxo do antibiótico.!!
Uso veterinário de antibióticos e resistência!
Uso terapêutico/profilático: deve-se considerar o paciente, o antibiótico e o perfil de sensibilidade.!
Para uso como promotor de crescimento, como melhorador de desempenho.!!
Resistência cruzada: um único mecanismo de resistência confere resistência a todos os membros de 
determinada classe de antimicrobianos. Deve-se ser feito controle da resistência bacteriana: uso prudente 
dos antimicrobianos; vigilância da resistência; análise de risco; pesquisa científica.!!!!
Farmaco - Antiparasitários!!
A parasitologia sempre foi uma área importante da veterinária. A parasitologia leva a prejuízos a saúde dos 
animais (diarréia, perda de peso, diminuição do desenvolvimento do animal, perfurações/obstrução intestinal, 
problemas em outros órgãos com pele, pulmão e coração - dirofilaria immitis); disseminação de outras 
doenças (carrapato: ehrlichiose canina - carrapato marrom, babesiose canina); prejuízos econômicos 
(animais de produção como bovinos, frangos, suínos). !
As helmintoses constituem um problema socioeconômico pela alta prevalência entre os animais 
domésticos e silvestres e por algumas delas serem classificadas como zoonoses. O controle de helmintos 
baseia-se, quase totalmente, na utilização de anti-
helmínticos. A finalidade do tratamento é liminar a 
eliminação de ovos e larvas nas fezes e, 
consequentemente, reduzir o número de estágios 
infectantes no meio onde vivem os hospedeiros. !
O maior grupo de vendas é de antiparasitários. Os 
fármacos de controle de parasitos são os anti-
helmínticos e os ectoparasiticidas. Os helmintos são 
divididos em duas grandes categorias, que são os 
Platyhelminthes (cestódeos e trematódeos) e os 
nemathelmintes (nematódeos). Quando pensamos em 
uma medicação antiparasitária pensamos em controle de cestódeos ou nematódeos. !!
Cestódeos: Os cestódeos tem o corpo plano (“achatado”) caracterizando a morfologia do cestódeo, e 
segmentados (forma de fita). Temos poucos vermífugos para controle de cestódeos, não tanto quanto de 
nematódeos. Nos animais os cestódeos não causam grandes lesões, eles impactam mais na questão da 
saúdas pública, pois o homem adquire a larva ou o verme pela ingestão da carne (geralmente crua). O 
parasito completa o ciclo dentro do hospedeiro (homem) que libera posteriormente os ovos para o meio, os 
animais ingerem os ovos e o parasito fica alojado na carne do animal (cisticerco). Posteriormente, o homem 
ingere a carne e se infecta. !
A transmissão dos animais ao homem se da pela teníase, cisticercose ou hidatidose. A teníase é um dos 
mais famosos cestódeos. Pode ser a taenia saginata (bovinos) ou a taenia solium (suínos). O homem ingere 
a cisticercose através da ingestão de água ou alimento contaminado com os ovos. O mais preocupante é a 
neurocisticercose. Outros exemplos de cestódeos são: dipylidium caninum, echinococcus, moniezia. !
Além do controle do parasita, com praziquantel ou niclosamida, usamos glicocorticóides, 
anticonvulsivantes e até mesmo a cirurgia para remoção do cisticerco ou do parasito. !!
Trematódeos: são parasitos de corpo achatado, não segmentado, e alguns tem aspecto de uma folha, 
como o gênero fasciola, sendo este de maior interesse para a medicina veterinária. !!
Nematódeos: os nematódeos possuem corpo cilíndrico, não segmentado e alongado. Constituem a classe 
de maior destaque entre os helmintos, por sua patogenicidade e ampla distribuição geográfica 
(epidemiologia). Tem grande importância dentro da medicina veterinária. Temos vários antiparasitários e 
vermífugos relacionados a esses parasitos. Exemplos de nematódeos são o ancylostoma, ascaris e 
haemonchus. !!
Temos uma certa especificidade de determinados parasitos com determinados hospedeiros. É o caso dos 
parasitos de cães e gatos. Exemplos são: nematódeos ascarídeos (toxocara canis, T. leonina e T. cati), 
ancilóstomos (ancylostoma caninum), estrongilóides (strongyloides stercolaris), tênias (dipylidium caninum, 
echinococcus granulosus). A pulga é HI do D. caninum. O controle de pulgas é feito pelo controle do animal e 
do ambiente. Temos também parasitos específicos de bovinos, equinos, etc.!!
ANTI-HELMÍNTICOS!
Os controle de helmintos sempre foi fundamentado na aplicação de medicamentos anti-helmínticos em 
esquemas curativos, táticos, estratégicos e seletivos. Os medicamentos classificados como anti-helmínticos 
são usados no controle dos endoparasitos nematódeos, cestódeos e trematódeos, localizados nos órgãos e 
tecidos dos animais, principalmente no TGI. !
Os anti helmínticos são medicamentos empregados para eliminar helmintos adultos ou suas formas em 
desenvolvimento, que invadem órgãos e tecidos. Geralmente os anti-helmínticos só atuam em formas 
adultas, tendo que tomar uma segunda dose posteriormente. Não temos um anti-helmíntico ideal, tentamos 
usar o anti-helmíntico mais adequado. !
Um anti-helmíntico “ideal" possui estabilidade na composição química; possui efetividade em diferentes 
espécies, atuam em linhagens com resistência a outros grupos de fármacos; um fármaco que permita 
associações com outros fármacos; não prejudique a imunidade dos pacientes tratados, atuação nos estágios 
de parasita adulto e em desenvolvimento, e a questão do manejo. !
O veterinário deve pensar na administraçãoa vários números de animais (rebanhos), e a forma de 
aplicação, assim como a palatabilidade. De preferencia doses únicas com esquemas de curta duração. 
Também buscamos uma diminuição na toxicidade com uma maior margem de segurança e um período de 
retirada curto, para que não haja formação de resíduos. !
Após a administração do fármaco, temos duas formas de chegada até os anti-helmínticos: (1) se o parasito 
estiver no TGI, a fração não absorvida chegará no parasito após administração oral. (2) se o parasito estiver 
no TGI ou outros tecidos, o fármaco chegará pelo sangue após ser absorvido, então, chegará em sua fração 
absorvível. !
O veterinário deverá escolher o melhor tipo de administração que pode ser por: preparação oral (absorção 
no estômago e intestino), preparações injetáveis (absorção pelo subcutâneo e intramuscular) e preparações 
por pour-on (absorção pela pele). Após absorção, o fármaco será distribuído pelo organismo animal e sofrerá 
biotransformação, na maioria no fígado, sendo excretado pela urina (maioria) ou fezes. Os fatores que afetam 
a metabolização e excreção são a espécie e o produto veterinário (dose, preparação e via de administração).!!
CLASSIFICAÇÕES DOS ANTI-HELMÍNTICOS!
Os anti-helmínticos são classificados em endoparasiticidas e ectoparasiticidas, de acordo com o tipo de 
parasita (interno ou externo) ao organismo animal. A classificação também se baseia na interferência sobre as 
funções do parasito e o mecanismo de ação do anti-helmíntico. !
Os endoparasiticidas focam em nematódeos e cestódeos. Já os ectoparasiticidas são os 
anticolinesterásicos (organofosforados e carbamatos), piretróides (crisântemo), formamidinas (amitraz), 
avermectinas (endectocidas) e pulicidas. !
Outra classificação é entre a interferência nas funções do parasito e no mecanismo do ação do anti-
helmíntico. Temos os anti-helmínticos que atuam no metabolismo energético e os que atuam na função 
neuromuscular. !!
Metabolismo energético: é o grupo dos benzimidazóis (albendazol, fembendazol, mebendazol, 
tiabendazol, etc.). Os princípios ativos do grupo dos benzimidazóis são usados, principalmente, como 
medicamentos antinematódeos. Outros compostos benzimidazóis agem com eficácia sobre trematódeos e 
cestódeos, mas requerem doses mais altas. !
O efeito que esses anti-helmínticos causam é de bloqueio da polimerização da tubulina, com paralisia, 
morte por inanição e efeito ovicida (morte dos ovos). !
Outros grupos que atuam no metabolismo energético são os substitutos fenólicos (disofenol, bitionol) e os 
salicilanilidas (niclosamida, closantel) que são desacopladores da fosforilação oxidativa, causando inanição 
do parasito. !
Ainda um terceiro grupo são as sulfonamidas (clorsulon) que causam a inibição da glicólise, com inanição 
do parasito. São eficazes no controle de estágios adultos e imaturos de fasciola hepática. O medicamento é 
absorvido no TGI. !!
Função neuromuscular: temos vários grupos, como imidazotiazóis (levamisol, tetramisol), pirimidinas 
(morantel, pirantel). Atuam como agonista colinérgico que causa paralisia espástica. !
Também temos o grupo de organofosforados (coumafós, diclorvos, fention), que atuam como inibidores da 
acetilcolinesterase causando paralisia espástica do parasito. São absorvidos no TGI, porém apresentam um 
grau de instabilidade variável em meio alcalino, de modo que podem ser parcialmente hidrolisados nas áreas 
alcalinas do ID. São medicamentos lipossolúveis, facilmente absorvidos através da pele. !
Também temos o grupo pirazinoisoquinolona (praziquantel), que atuam na inibição da bomba de sódio e 
potássio, com aumento da permeabilidade da membrana a cátions (ex. Ca 2+) causando paralisia espástica 
do parasito. !
Temos a piperazina (dietilcarbamazina e piperazina) que causam potencialização do GABA com paralisia 
flácida do parasito. !
E por último temos as avermectinas (ivermectina, abamectina, doramecina) e as milbemicinas 
(milbemicina, moxidecina) que aumentam a afinidade de agonistas sobre os canais de cloreto do parasito, 
causando sua paralisia flácida. !!
GRUPOS FARMACOLÓGICOS DE ENDOPARASITICIDAS!!
Febantel: anti-helmíntico, anti nematódeo. Consegue atuar nas duas fases, nas quais os parasitos são 
larvas e nas quais eles são adultos. Possui uma ação sobre o parasita relacionado na interferência com o seu 
metabolismo de carboidratos (há diminuição das reações mitocondriais e diminuição da fumarato redutase, 
interferindo no transporte da glicose). !
Depois que é metabolizado a benzimidazol ele liga-se a tubulina (proteína estrutural) e previne a 
polimerização dos microtúbulos, com redução da absorção de nutrientes. Tem um espectro amplo, em 
equinos, cães e gatos, bovinos, ovinos e caprinos. Normalmente os anti-parasitários que contém febantel 
contém também um anti-cestódeo. !
É usado em equinos (strongylus vulgaris, S. edentatus, S. equinus, parascaris equorum, oxyuris equi), em 
cães e gatos (ancylostoma caninum, uncinaria stenocephala, toxocara canis, T. leonina, Trichuris vulpis), e em 
bovinos, ovinos e caprinos. Em cães usamos o febantel associado ao praziquantel para combate de a. 
caninum, u. stenocephala, t. vulpis, t. canis, t. leonina, dipylidium caninum, taenia psiformis. Em gatos usamos 
o febantel associado ao praziquantel para combate de a. tubaeforme, t. cati, d. caninum, taenia taeniaeformis. !!
Praziquantel: associado ao febantel, ivermectina e as vezes pirantel, com a tentativa de aumentar o 
controle nas espécies e sobrepor a resistência já existente. É um anti-cestódeo, anti-helmíntico. Geralmente 
atua em indivíduos adultos, muito relacionado ao mecanismo de ação (libera o cálcio, interferindo no parasito 
adulto). É amplamente utilizado e possui uma maior segurança. Usado pelas vias PO, IM, SC. Em altas 
doses, atua sobre estágios imaturos no hospedeiro intermediário. !
Sua ação sobre o parasito está relacionada a toxicidade neuromuscular e paralisia por alteração da 
permeabilidade de cálcio. É indicado para cestódeos como dipylidium caninum, taenia pisiformis, 
echinococcus granulosos, e. multilocularis (cães), dilipidium caninum (gatos), taenia taeniaeformis (gatos), 
anoplocephala perfoliata (equinos). É associado ao febantel que controla os nematódeos. !!
Fembendazol: é um anti-helmíntico, antinematódeo, controla nematódeos gastrointestinais e pulmonares 
em grandes animais, pequenos, aves e suínos. É mais seguro, apresentando eventualmente diarréias e 
vômitos. Tem uma ação sobre os microtúbulos do parasito (captação da glicose), evita a polimerização dos 
túbulos do citoesqueleto. Atua sobre o estágio adulto e imaturo, além de ser um ovicida. Indicado para várias 
espécies. Funciona muito bem. Causa um bloqueio irreversível da captação de glicose, com isso há 
diminuição do estoque de energia que pode causar morte ao parasita. !
As indicações são para toxocara, toxascaris, ancylostoma, trichuris. As espécies tratadas são cães, gatos, 
equinos, bovinos, ovinos e caprinos. !!
Pirantel: é um anti-helmíntico para nematódeos gastrintestinais. É bastante seguro. É um vermífugo que 
atua sobre a função neuromuscular do parasito. É um agonista pro receptor nicotínico, afeta a transmissão 
ganglionar levando a uma paralisia do parasito, que é expulso via peristaltismo intestinal e eliminado pelas 
fezes. Atua sobre estágio adulto e imaturo. Pode ser usado para equinos, suínos, cães e gatos e em diversas 
espécies parasitárias. !!
Ivermectina: vermífugo introduzido recentemente, uma das ultimas classes de vermífugos lançados. Faz 
parte das lactonas macrocíclicas. Possui um mecanismo de ação mais fácil de ser entendido. Tem um 
espectro muito amplo. Potencializam os canais de cloreto controlados por glutamato (efeito neurotóxico), com 
isso há aumento da permeabilidade do cloreto com hiperpolarização da célula nervosa, levando a paralisia e 
morte do parasita. A ivermectina potencializaos canais de cloreto controlados por GABA. !
Atua em equinos, bovinos (controla os ectoparasitos que causam sarna), suínos, cães e gatos 
(procuramos evitar seu uso, pois seu uso isolado é feito com muita cautela, podendo causar toxicidade). Tem 
um maior padrão de toxicidade em cães com focinho mais comprido. O uso em cães e gatos é mais restrito 
ou feito em baixas doses na combinação de anti-helmínticos para parasitos externos, dirofilariose, infecções 
intestinais muito graves. !
Os mamíferos não apresentam canais de cloreto controlados por glutamato, e sim canais mediados por 
GABA, mas a barreira hemato encefálica impede a penetração da ivermectina. O efeito é seletivo para o 
parasito. Cruzam com dificuldade a barreira hematoencefálica. !
Porém, em raças de focinho comprido sua barreira hematoencefálica é mais permeável, devendo-se evitar 
a ivermectina. Geralmente tem o quadro neurotóxico. Isso é causado devido a uma mutação de glicoproteínas 
P, que codificam a bomba de efluo do medicamento no SNC. Os problemas neurológicos são depressão, 
ataxia, problema de visão e coma. !!
MECANISMO DE AÇÃO!!
Polimerização da tubulina: os microtúbulos são organelas intracelulares presentes no reino animal, 
vegetal e nos fungos. Sua função é no esqueleto estrutural das células; movimento dos cromossomos durante 
a divisão celular (quando os cromossomos se dividem, caminham de uma célula a outra em direção aos fusos 
mitóticos pelo microtúbulo); movimento de partículas intracelulares, como metabólitos energéticos; e 
exocitose. !
O microtúbulo se forma a partir da polimerização da alfa e beta-tubulina. As unidades alfa e beta vão se 
ligando e formando esse microtúbulo. Cada proteína possui 450 aminoácidos. A célula forma um canudo 
progressivamente e pode se desfazer. Tem um polo negativo (onde ocorre a despolimerização) e um positivo 
(onde ocorre a polimerização), o que permite a plasticidade celular. Os fatores que favorecem a polimerização 
são o aumento da temperatura (a 37 graus), GTP e MG2+. E os fatores que favorecem a despolimerização 
são a diminuição da temperatura (a 4 graus), presença de cálcio ou calmodulina.!
Os fármacos com esse mecanismo de ação impedirão a formação do microtúbulo pela extremidade 
positiva. Substâncias se ligam ao polo positivo, o chamado capeamento, e inibem a formação dos 
microtúbulos. Ex. colchicina, vimblastina, vincristina, inibidores mitóticos, e benzimidazóis. Outros fármacos 
que atuam na gota única também atuam sobre o microtúbulo. O mecanismo de ação dos benzimidazóis é a 
ligação seletiva às moléculas de beta-tubulina do nematódeo causando um efeito de inibição da formação dos 
microtúbulos. !
Os fármacos que inibem a polimerização dos microtúbulos são os benzimidazóis ( tiabendazol, 
cambendazol, mebendazol, fembendazol, oxibendazol, oxfendazol, albendazol, parbendazol, flubendazol, 
tricabendazol) e as pró drogas (netobimina, febantel, tiofanato). !!
Desacoplamento da fosforilação oxidativa: no nível celular temos uma organela muito importante na 
produção de energia (ATP). Essa organela é a mitocôndria. Se não temos formação de ATP a célula entra em 
falência energética. !
A produção de ATP está acoplada ao gradiente de prótons através da membrana interna mitocondrial. A 
fosforilação oxidativa promove o carregamento de elétrons do NADH e FADH através de complexos protéicos 
da membrana int. mitocondrial. Os prótons são bombeados para fora da matriz mitocondrial, devido a uma 
força para movimento de prótons causada pelo gradiente de pH e potencial elétrico transmembrana. O ATP é 
produzido por complexo enzimático, quando os prótons voltam para a matriz mitocondrial. A fosforilação 
oxidativa ocorre nos animais parasitados e nos helmintos.!
Os ionóforos de prótons (closantel e nitroxinil) são anti-helmínticos cujas moléculas contém próton 
detectável. São moléculas lipofílicas e podem introduzir os prótons na membrana interna da mitocôndria. Com 
isso retira o gradiente de prótons da membrana mitocondrial e “desacopla” a fosforilação oxidativa. Assim, a 
oxidação do NADH e FADH não ficará ligada à produção de ATP. !
O mecanismo de ação é pelo desacoplamento da fosforilação oxidativa mitocondrial com efeito sobre a 
biotransformação energética do parasito. Os fármacos que atuam por desacoplamento da fosforilação 
oxidativa são as salicilanilidas (closantel, rafoxanida, oxiclozanida, brotianida); substitutos fenólicos (nitroxinil, 
niclofolan, hexaclorofeno dibromsalam, niclosamida) e antitrematódeos e anticestódeos.!!
Canais iônicos: atuam na função neuromuscular. Não vai ser bloqueados do cálcio, vai favorecer sua 
entrada, levando a contração muscular do parasita.!
O cálcio é importante para a contração muscular do parasita. O Praziquantel atua aumentando o influxo 
de cálcio, causando efeito na contração muscular do parasita. Ocorre a abertura dos canais de cálcio e a 
liberação do cálcio presente no interior dos retículos sarcoplasmáticos. Os alvos do medicamento são os 
canais iônicos de cálcio na membrana do parasito, no tegumento e na célula muscular.!
Os agonistas nicotínicos são seletivos de receptores colinérgicos nicotínicos das células musculares dos 
nematódeos. O efeito do fármaco é de aumentar a condutância ao Na+ causando contração e paralisia 
espástica do parasito. A eliminação do parasito é feita pelo pulmão, pelo muco brônquico ou do TGI pela 
fezes.!
Os agonistas nicotínicos são os Imidazotiazoles (levamisol, butamisol); Tetrahidropirimidinas (pirantel, 
morantel, oxantel); Sais de amônio quaternário (befenium, teniun); Pirimidinas (metiridina). !
Os agonistas de canais iônicos gabaérgicos e glutamatérgicos são agonistas GABA (piperazinas), e 
potenciadores do receptor de cloreto ativado por glutamato (avermectinas), que possuem sítios de ligação do 
anti-helmíntico (subunidades alfa) e sítios de li’ação do glutamato (subunidades beta). !!
Antiinflamatórios não esteroidais - DAINE!!
Temos um conjunto de alterações biológicas relacionadas ao estresse. O diálogo é de célula para célula, 
leucócito para leucócito, etc, chamadas mediações químicas. Em um indivíduo saudável, o organismo 
encontra-se preparado e capaz de proteger-se contra agressões, através de mecanismos fisiológicos, tais 
como reações imunes e anti-inflamatórias. !
Qualquer estímulo, seja ele de natureza química, física ou mecânica, capaz de iniciar um processo 
inflamatório no organismo detonará, de forma mais ou menos extensa, a produção de uma série de 
mediadores químicos, que terão sua ação centrada principalmente sobre eventos vasculares ou celulares. !
Vários são os mediadores químicos envolvidos no desenvolvimento do processo inflamatório, podendo ser 
de origem tissular, como: aminas vasoativas, fator de ativação plaquetária, eicosanoides, citocinas, radicais 
livres superóxidos, óxido nítrico e neuropeptídeos, ou d’ origem plasmática, como: sistema de coagulação, 
sistema complemento e sistema das cininas. !!
AUTACÓIDES!
Os mediadores químicos endógenos que cuidam da nossa vida, do nosso organismo são medicamentos 
que o corpo produz. Autacóides são substancias que o organis’o produz em resposta a estímulos específico, 
como a dor. Atuam comumente no próprio local da síntese permanecendo ativos por curto período. Um 
exemplo é a histamina, bradicinina, prostaglandinas. Os autacóides são os anti-histamínicos, DAINEs, 
corticosteróides. !
Os DAINES surgiram a partir da religião. O reverendo Edward Stone descobriu o composto a partir da 
casca do salgueiro. Esses chás que ele fazia com a casca do salgueiro eram muito bons para tirar a dor, a 
febre. O salgueiro crescia em regiões onde havia malária, sendo muito útil no tratamento da malária. Alguns 
anos depois Leroux (1829) conseguiu isolar a salicina (efeito antipirético). E mais pra frente foi criado o 
salicilato de sódio, sendo usado na febre reumática e como antipirético(1875).!
A descoberta ganhou o mercado farmacêutico depois do Dr. Felix Hoffman que conseguiu fazer a síntese 
do ácido acetilsalicílico transformando-o em aspirina. A aspirina como o próprio nome diz, teve seu nome 
cunhado a partir da planta que o produzia. Aspirina é o protótipo dos antiinflamatórios não esteroidais, ela 
representa um grande grupo de fármacos chamado de drogas antiinflamatórias não esteroidais (DAINE), 
antipiréticos, antiinflamatórios, analgésicos. Mas isso não significa que ela seja o melhor fármaco. !
A maioria dos antiinflamatórios é bem diferente da aspirina, seu efeito que é comum. O grupo de 
compostos é quimicamente heterogêneos. Em linhas gerais, os DAINES compartilham o mecanismo de ação, 
os efeitos terapêuticos e muitos dos efeitos colaterais. São também denominados de analgésicos, 
antipiréticos e antiinflamatórios. !
Os DAINES tem três efeitos clássicos: analgésico, antipirético e anti-inflamatório. Varia muito a intensidade 
desses efeitos de acordo com os grupos farmacológicos. Por exemplo: o paracetamol é bom para a dor, mas 
não é bom como anti-inflamatório. !
O efeito analgésico é o controle de alguns tipos de dor (dores inflamatórias e dores dos músculos 
esqueléticos), dores de intensidade fraca a moderada. O efeito antipirético diminui a temperatura se elevada. 
O efeito inflamatório causa redução da resposta inflamatória, coisa que o opióide não faz.!!
INFLAMAÇÃO!
Pode ser causada por uma resposta infecciosa (acompanhada por resposta inflamatória) e por algum tipo 
de trauma (sem ser de natureza infecciosa). É o conjunto de eventos de tecidos, eventos de células, que 
ocorrem em resposta a um patógeno invasor ou a um trauma. A pesar de não gostarmos da inflamação ela 
nos protege. São reações protetoras, importantes para a sobrevivência, mas se impróprias são prejudiciais ao 
organismo.!
Temos os sinais cardiais da inflamação, que são: calor (aumento de temperatura no local inflamado), rubor 
(eritema), tumor (edema), dor (hipersensibilidade) e disfunção. A inflamação é muito complexa. Os 
mediadores que atuam na inflamação são os eicosanóides. O representante é o ácido araquidônico. !!
Mediadores da inflamação !
O termo eicosanóide refere-se aos lipídios insaturados, derivados da cisão do ácido araquidônico a partir 
de enzimas específicas. Ao contrário da histamina, os eicosanóides não são pré-formados no tecido, sendo a 
sua produção vinculada a uma série de estímulos. Assim, uma lesão qualquer que danifique a membrana das 
diferentes células do organismo será capaz de liberar frações de fosfolipídeos, denominados ácidos 
araquidônicos, através da ação enzimática da fosfolipase A2 (FLA2). O ácido araquidônico, quando liberado, 
não tem ação inflamatória; entretanto, os produtos de sua degradação, formados através da ação de enzimas 
denominadas ciclo-oxigenase (COX) e lipo-oxigenase (LO), são mediadores químicos fundamentais para o 
desenvolvimento do processo inflamatório. !
A quebra do ácido araquidônico pelas COX origina as prostaglandinas (PG), prostaciclinas (PGI2) e 
tromboxanas (TX). Por sua vez, as LO dão origem aos leucotrienos (LT). Durante este processo, as diferentes 
vias enzimáticas podem gerar radicais livres. !
O ácido araquidônico é o precursor dos mediadores da inflamação, é formado por fosfolipídeos que sofrem 
ação da fosfolipase PA2 (fosfolipase 2), que é ativada em respostas de estresse. Essa enzima atua sobre os 
fosfolipídeos plasmáticos da célula, gerando o ácido araquidônico (precursor). Outra enzima importante 
também é a COX (ciclooxigenase). Sobre o ácido 
araquidônico atuam a COX-1 e COX-2. !!
Como são formados os eicosanoides !
Os eicosanóides são formados em situações de 
estresse, onde forma-se também as prostaglandinas (PGs). 
As prostaglandinas formadas pela cascata do ácido 
araquidônico possuem composição parecida ao ácido 
araquidônico. Temos diferentes prostaglandinas, 
prostaciclinas e tromboxanos. As prostaglandinas atuam em 
receptores próprios a cada uma delas, ligados a proteína G, 
que vão alterar mensageiros celulares das células que 
forem responder as prostaglandinas. Dessa maneira a 
prostaglandina modula o processo inflamatório, os sinais 
cardiais da inflamação. !!
PROSTAGLANDINAS!
A célula endotelial próximo ao vaso, próximo ao músculo 
liso (responsivos ao cálcio, aumento do cálcio causa 
contração e diminuição do cálcio causa relaxamento), é 
controlada por prostaglandinas. O tromboxano promove uma contração nos vasos, relacionado ao aumento 
do cálcio. O tromboxano e a prostaglandina causam a mesma excitação. O controle da perfusão dos órgãos é 
feita pelo SN simpático, porém as prostaglandinas também atuam nesse controle. !
PGD2: Causa vasodilatação arteriolar;!
PGE2: É a principal PG relacionada com o processo inflamatório agudo, produzindo vasodilatação 
arteriolar e potencializando a dor e a permeabilidade vascular produzida por outros mediadores químicos;!
PGF2α: Luteólise.!
PGI2 (prostaciclina): Inibe a agregação plaquetária e causa vasodilatação arteriolar.!
As prostaglandinas também fazem controles como aumento do fluxo sanguíneo renal, a proteção da 
mucosa gástrica e atua em músculo liso dos vasos sanguíneos fazendo “sintonia fina” da irrigação tecidual.!!
Prostaglandinas e a dor!
Além das prostaglandinas participarem do controle da irrigação sanguínea elas também tem importância 
na dor. Elas não causam dor, mas modulam ela. A dor é uma percepção desagradável originária de uma 
região específica do corpo; ela incomoda, é uma sensação dominante, e não conseguimos sentir prazer em 
outras coisas se a dor for muito intensa. A dor é considerada um adjunto psíquico das respostas de proteção 
do corpo, funciona como um alarme, e sua função é proteger o organismo de uma lesão. Ela é um sinal de 
injúria e pessoas que não sentem dor morrem cedo. !
A dor é percebida por receptores neuronais presentes nos órgãos em geral, por exemplo na pele. O 
neurônio é chamado de bipolar e possui dois axônios. Quando esse neurônio é ativado ele libera alguns 
mediadores que causam ou vasodilatação ou aumento de permeabilidade, processos de início de inflamação. 
A prostaglandina não é um mediador que vai causar dor, ela mobiliza o neurônio a estímulos subliminares. !
A dor periférica é iniciada por bradicinina e histamina e amplificada pela ação das prostaglandinas, 
principalmente a PGE2 e a PGI2, através de sua ligação a receptores nociceptivos, verificando-se a 
diminuição do limiar doloroso e a promoção de descargas elétricas, através da variação no potencial de 
repouso dos nociceptores. Esta ação resulta em estímulos dolorosos, em função da estimulação de regiões 
talâmicas. A PGi2 está relacionada com a hiperalgia imediata e de curta duração, enquanto a PGE2 se 
relaciona com a hiperalgia longa e que pode persistir por um período de até 6h. !
Temos agentes que sensibilizam o nociceptor, diminuindo o limiar. Antes aquele estímulo que não 
provocava dor, se houver uma lesão nesse lugar vai haver uma hipersensibilidade. Temos substancias que 
são liberadas durante a inflamação que ativam o nociceptor e causam dor. !!
Prostaglandinas e a febre!
A história da prostaglandina na febre está diretamente relacionada a regulação da temperatura que 
realizamos em todo momento. Cada organismo tem seu metabolismo e vai se regulando. Quem faz o controle 
da temperatura é uma região hipotalâmica que recebe informação térmica dos receptores profundos e não 
profundos, e leva essa informação ao hipotálamo para tomar a decisão. O gato faz lambedura quando está 
muito quente. !
O caminho é diferente para o aumento da temperatura e para a diminuição. Tem gatos que procuram locais 
de calor quando estão com frio. Os animais de produção tendem a se agrupar para reunir calor. !
O processo febril ocorre quando os leucócitos, que estão fagocitando partículas estranhas, liberampirógenos endógenos (citocinas), que após liberados, ligam0se a receptores endoteliais cerebrais ou 
interagem com células da micróglia, ativando a formação de ácido araquidônico, via fosfolipase A2. Então, a 
COX cerebral produz PGE2, que por sua vez, aumenta a temperatura corporal, por desregular o 
funcionamento hipotalâmico. !
O desequilíbrio dos mecanismos que controlam a temperatura corporal faz com que o organismo reaja 
como se a temperatura externa estivesse baixa, produzindo vasoconstrição periférica, piloereção e tremores. 
A temperatura continuará elevada até que não existam mais patógenos e PGE2. !!
Hipertermia: é a temperatura corporal acima do normal para aquela espécie. É um termo utilizado para 
descrever qualquer aumento da temperatu’a central do corpo acima do normal para a espécie em questão. A 
hipertermia tem várias causas, costumeiramente olhamos para a hipertermia como sinal de uma infecção 
bacteriana ou viral (febre verdadeira com produção de pirógenos endógenos), mas também temos outras 
doenças que geram aumento da temperatura. !
A dissipação inadequada ou intermação (ex: animais que ficam 
em um local fechado sem ventilação), nesse caso pode ocorrer 
um caso de CID levando a morte. Também temos hipertermia do 
exercício (por exercício normal, tetania hipocalcêmica e distúrbios 
convulsivos); hipocalcemia (animal pós-parto); e patológicas ou 
farmacológicas (lesões no hipotálamo anterior, hipertermia 
maligna, distúrbios hipermetabólicos, distúrbios do metabolismo 
de monoamina). !
A febre verdadeira é causada por agentes infecciosos. Temos 
uma resposta de pirógenos exógenos que são capazes de 
mobilizar células imunes que ativam a interleucina 1. A IL1 
chegando ao hipotálamo causa um aumento de prostaglandina. O 
aumento do conteúdo de prostaglandinas no hipotálamo prejudica 
o termostático hipotalâmico; exemplo: o hipotálamo observa a 
temperatura de 37 e interpreta como se tivéssemos hipotermia, 
aumentando a temperatura. O hipotálamo faz isso pois quando 
aumentamos a temperatura há um benefício para as infecções 
microbianas (um aumento d’ temperatura impede a reprodução da 
bactéria). E também o aumento de temperatura ativa o sistema 
imune, sendo uma indicação que está ocorrendo um processo 
infeccioso. !!!
ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (ASPIRINA)!
Dentre os AINE, o ácido acetil-salicílico é o anti-inflamatório padrão. Ele é muito utilizado, apesar de haver 
vários novos compostos novos no mercado. Ele é o padrão de comparação com outros fármacos do grupo. 
Sua estrutura química está relacionada ao ácido salicílico (ácido ortohidroxibenzóico), que é muito irritante 
(uso apenas externo). Isso fez com que houvesse a busca de derivados do ácido salicílico para uso sistêmico, 
chegando ao ácido acetil salicílico (AAS). !
Cumpre bem a função de controlar a febre, e os sinais da inflamação. Possui propriedades analgésicas, 
anti-inflamatórias e antipiréticas, além de também promover a inibição da agregação plaquetária, e não possui 
ação sobre a produção de superóxidos, atuando somente sobre a dor induzida pela liberação de PG. !
Funciona também para remoção de queratina. Como o próprio nome diz ele é um ácido, seu pKa é 3,5. 
Causa um efeito erosivo (pirose - estômago doi). Ele é bem absorvido no TGI (absorção rápida), pois se 
apresenta na forma não ionizada no estômago. Seu grande sítio de absorção é o ID. Embora os AINE 
encontrem0se, em sua maior parte, ligados às proteínas plasmáticas, o ácido acetilsalicílico constitui uma 
exceção a regra, pois somente cerca de 50 a 70% deste composto fazem este tipo de ligação. !
O ácido acetilsalicílico é metabolizado no fígado, conjugado com ácido glicurônico (glicuronil transferase) e 
glicina. Os gatos tem deficiência da glicuronil transferase, e sua meia vida é de 38h nestes animais, 
considerada muito longa, pois há um acúmulo da droga no organismo. A excreção é renal e temos filtração e 
secreção tubular. !!
Mecanismo de ação: seu mecanismo de ação é de 
diminuir as prostaglandinas. Ele inibe enzimas que ativam 
a prostaglandina, as ciclooxigenases. Consegue inibir tanto 
a COX 1 quanto a COX 2 (inibição por ligação covalente 
irreversível). Inibindo essas enzimas ele produz efeitos 
analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios e é um 
inibidor da agregação plaquetária, impedindo a formação 
de trombos. Faz com que haja baixa biossíntese protéica 
resultando em baixa regeneração da enzima e 
consequentemente inibição da agregação plaquetária. !
Na medida que há remoção da prostaglandina (que 
causa vasodilatação), temos uma redução da hiperemia, 
diminuição do calor, ambos gerados pela dilatação do vaso. Também temos uma diminuição do edema 
(prostaglandina aumenta a permeabilidade) e também diminui a hiperalgesia (menos prostaglandinas 
formadas e menos sensação de dor). Além disso temos o efeito antipirético; com a remoção das 
prostaglandinas que atuam no hipotálamo temos a diminuição da hipertermia. !!
Uso clínico: a aspirina desempenha bem suas funções nas diferentes espécies, e também ajuda a 
reverter a CID. É usada como analgésico, antipirético e anti inflamatório em cães, gatos, bovinos, equinos, 
suínos e aves. A CID que relatamos precisa ser enfrentada e nem sempre é reversível. O animal deve perder 
a temperatura o mais rápido possível, com uso de bolsas de gelo combinado a fármacos. As doses de 
aspirina podem ser aumentadas em caso de CID. O tratamento da CID e a redução da agregação plaquetária 
(agente antitrombótico) são feitos geralmente em cães. !
Os gatos não conjugam bem o ácido glicurônico devido a falta da enzima. Ele pode receber até a mesma 
dose do cão, mas o intervalo posológico é aumentado. Em gatos usamos como tratamento coadjuvante da 
cardiomiopatia felina (agente antitrombótico). !!
Contra indicações e efeitos adversos: o ácido acetilsalicílico é contra-indicado em pacientes com 
hipersensibilidade ao fármaco; portadores de úlcera gastrintestinal (com sangramentos); uso muito cauteloso/
contra indicado em pacientes com desordens hemorrágicas, asma, insuficiência renal; deve ser feito o ajuste 
de dose para hipoalbunemia, doenca renal ou hepática; uso de ser suspenso (se possível) uma semana antes 
de cirurgias; evitar uso no último estágio de gestação (atrasa o parto); uso cauteloso em gatos e neonatos. !
Os efeitos adversos podem ser irritação gástrica/ intestinal (perda de sangue oculto nas fezes - informar ao 
proprietário); vômitos, anorexia e se grave, anemia, hipoproteine’ia. O animal pode chegar até a morrer. Em 
cães é preferível as preparações tamponadas ou de liberação intestinal. !
Esses efeitos colaterais que os antiinflamatórios causam tem uma relação direta com a fisiologia do ácido 
clorídrico. O ácido clorídrico é um componente do estômago, da digestão. O cloro vai para a luz estomacal 
junto com os prótons que vão controlar o HCL. Os prótons vão para a luz através da bomba de prótons. Essa 
bomba de prótons que joga o ácido no estômago durante o processo digestivo é normalmente ativada por 
proteínas quinases. !
O ácido clorídrico deve ser produzido quando necessário, não precisamos produzi-lo se o estômago estiver 
vazio. Os estímulos que levam ao aumento da atividade das quinases ativando a bomba, são três: histamina 
(importantíssima para a digestão, atua em um receptor histaminérgico H2); receptor muscarínico controlado 
por um nervo; e a gastrina (hormônio da digestão). Esses estímulos vão levar a produção de ácido gástrico 
para a digestão. !
As prostaglandinas possuem efeitos protetores sobre a mucosa gástrica. Elas diminuem a produção de 
HCL, aumento da produção do muco e bicarbonato, aumento da irrigação sanguínea da mucosa gástrica e 
aumento da proliferação celular. Atuam em receptores de prostaglandina inibindo a produção de AMPc. 
Geram benefícios a mucosa gástrica. !
A administração de AINE faz com que haja diminuição

Continue navegando