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Anotações de Aula Estudos Culturais em Língua Inglesa

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ESTUDOS CULTURAIS EM LÍNGUA INGLESA
Aula 001
Objetivos – trabalhar questões de cultura e identidade, como se constitui a identidade com base na cultura. 
Cultura
Seres humanos são seres sócios culturais – vida humana só é possível em grupo, já que desde que nascemos há trabalho em grupos (amamentação, por exemplo). Produto do processo de interação é a cultura. 
Como surge a cultura – quando se fala em cultura não se refere apenas a conhecimento, mas tudo que envolve o ser humano. Há várias definições divergentes sobre cultura. Uma delas é todo produto material e imaterial de toda a atividade humana, que se acumulou desde nossa origem. É a cultura que proporciona a identificação entre indivíduos e o meio social. Ser humano só se reconhece no grupo – por esse motivo seres humanos estão sempre em grupos. Colocar-se em um grupo é necessidade inerente do ser humano - na sala de aula isso é extremamente visível. Há o grupo maior dentro de uma sala, porém que se dividem em grupos menores de acordo com gostos em comum.
Cultura é inerente ao ser humano. Não há ser humano que não esteja imerso em cultura. Outros animais não produzem cultura. Cultura se contrapõe ao fato de existência ser natural. Onde não há intervenção humana não há cultura, que surgem apenas da interação do humano com o natural. 
Surgimento da cultura – por meio de conjunto de símbolos (religião, porte, modo de falar) produzidos por determinada sociedade. Há teorias que buscam identificar a cultura com base num conjunto de regras, crenças, hábitos, etc. de um determinado povo. Há também perspectivas que se baseiam em conjunto de códigos, símbolos e pensamentos que são compartilhados por um povo. 
Estudos antropológicos norte-americanos privilegiam os sistemas simbólicos. Esse sistema pode ser entendido separadamente de outros sistemas – como o político ou econômico. Há outras tendências que estudam sistemas em conjunto, mas não esse. São exemplos de sistema simbólico: religião, língua, arte, ciência, normas jurídicas. 
A abordagem materialista histórica, marxista, coloca a cultura condicionada à economia e política. Nessa abordagem, a cultura favorece as classes dominantes, permeada pela ideologia. 
Teoria antropológica – estuda momento de passagem do meio natural para a cultura. 
Para Claude Lévi-Strauss, a cultura nasce a partir da primeira convenção criada que estabelece um padrão de comportamento que todos os membros de um grupo deverão obedecer – primeira regra: proibido o incesto (até então se vivia de maneira natural). 
Para Leslie White, a capacidade de memorização da ao homem a capacidade de ser tornar um ser cultural, já que dá sentido aos objetos, aos símbolos, etc. Ex. branco/preto para mostrar luto. 
Clifford Geertz – prática simbólica é particular dos humanos e nos caracteriza como seres culturais. Evolução humana é inseparável da vida cultural. Autor defende que individuo só pode ser compreendido com impacto da cultura. Para ele, símbolos ao longo da história foram responsáveis por organizar a vida social. 
Etimologia – cultura relacionada à noção de cultivo, mesma origem de agricultura: do latim (colore) que significa cultivar ou do alemão (kultur) que e “coisas a cultivar”. Essa ideia nas relações humanas é de cultivo da mente humana. No senso comum cultura é conhecimento. Dessa definição surge o preconceito – já que alguém com mais “cultura” é superior. 
ATIVIDADE 001
Cultura é transmissível pela herança social e não pela herança biológica. (DIAS, 2010, p. 73)
Ser humano vai criar identidade a partir de um grupo – se o grupo não for o mesmo dos pais, a cultura será diferente. O primeiro contato com a cultura se da com a interação com a família. 
Aula 002
Edward Taylor – britânico – definiu cultura como todo complexo que inclui conhecimento, crenças, arte, moral, leis, costumes, etc. adquiridos pelo individuo membro de uma sociedade. É a cultura num sentido muito mais abrangente. Ex. inclui hábitos como tomar menos ou mais banhos.
Malinowski – conjunto integral dos instrumentos e bens de consumo, nos códigos constitucionais dos vários grupos da sociedade, nas ideias e artes, crenças e costumes humanos. Não se diferencia muito do anterior.
Teorias sociológicas, por sua vez, definem cultura com base na estrutura social – conjunto de padrões, normas e instituições de uma organização social que orientam as relações sociais. Há regras implícitas que são levadas em consideração também (Ex. o fato de cumprimentar a todos quando se chega). Não são somente as leis que ditam como individuo vai agir. A cultura influencia e é influenciada pela estrutura social. Cultura assume relação com a esfera do poder.
Pierre Bourdieu – cultura é estrutura simbólica da sociedade, espaço onde acontece a luta dos diversos grupos procurando legitimar seu poder simbólico sobre o outro. Grupos causam choque e há uma luta para se sobrepor. Só se consegue dominar o outro a partir do momento que eles passam a pensar como nós. 
Cultura então é o conjunto de tudo que é produzido por uma sociedade que é passado por meio da hereditariedade. Alem disso, tudo isso que é produzido serve para identificação de determinados grupos. Dessa maneira, ao pensar em cultura pensamos em tudo – arquitetura, linguagem, leitura, vestimenta, etc. 
A cultura de um indivíduo é percebida pelos valores que ele defende, a sua linguagem, hábitos alimentares, religião, crença, moradia, arte, manifestações populares, socialização, etc. 
Alteridade
Construção da própria identidade cultural. Uma cultura só pode ser compreendida se colocada em comparação com outra. Alteridade é a contraposição de culturas. Quando se comparam as culturas é possível compreender sua própria cultura e pensa na do outro. O ideal é não emitir juízo de valor quanto a outras culturas, que tem outras simbologias. 
Etnocentrismo
Elaboração de juízo de valor a respeito de outra cultura, tendo como base a nossa própria cultura. É diferente de alteridade porque é julgamento de valor, não apenas entendimento da outra cultura. Se vemos o mundo a partir da nossa cultura, automaticamente, julgaremos outras culturas assim. Ao extremo, leva a Xenofobia.
Xenofobia
Etnocentrismo levado ao extremo. Considera-se correta somente sua cultura e se desqualifica outras culturas. Dessa maneira, nasce o racismo, intolerância e violência contra quem pensa diferentemente. 
Relativismo cultural
Cada sistema cultural é único e só podemos interpreta-la. Toma-se a própria cultura como referencia para seu estudo e compreensão. Deve ser estudada dentro da sua própria rede de símbolos e significados. Teoricamente é o ideal. Se conseguirmos olhar para o outro grupo sem olhar para nossa própria cultura, podemos compreender completamente o outro sem julgamentos. 
ATIVIDADE 002
Em nome do respeito ao diverso, devemos considerar todos os valores legítimos ou é possível considerar que algumas práticas são inaceitáveis? 
É possível realmente se alcançar um relativismo cultural? É uma questão impossível de se responder. Depende muito do indivíduo e de seus próprios valores. 
Aula 003
Processos de socialização
Cultura surge a partir da interação entre pessoas de um grupo. Com o surgimento da cultura, vamos formando também nossa identidade. 
Socialização e identidade
Dinâmica social se dá em três momentos: exteriorização, objetivação e interiorização. Ao nascer, faz-se parte de uma sociedade, um grupo. Nesse momento já se começa a interiorizar as características desse grupo. As normas são interiorizadas a partir da objetivação, que é a interação com o exterior. Depois de interiorizadas, os hábitos e costumes adquiridos passam a ser exteriorizados de maneira natural. O indivíduo exterioriza seu próprio ser e no processo de troca interioriza o mundo social. É errado pensar que ser humano somente interioriza. Ser humano possui características próprias que modela de acordo com o exterior. 
Sujeito nasce com predisposição a sociabilidade, mas não como membro da sociedade. O ponto inicial do processode socialização é a interiorização – interpretação imediata de uma situação. Vê-se uma determinada situação, interpreta-se e a interioriza. Essa questão faz com que sujeito não compartilhe ideias apenas, mas façam parte do mundo de outra pessoa e assim surge o fator identidade. 
Identidade cultural é o sentimento de identidade de um grupo ou cultura, ou de um indivíduo, na medida em que ele é influenciado pela sua pertença a um grupo ou cultura e/ou seus mecanismos de afiliação/ exclusão do mesmo, ou seja, saber se reconhecer. Quando se afilia ou se exclui de determinada cultura, reconhece-se e se cria uma identidade. Identidade e cultura não estão separadas. 
Antigamente identidade eram mais instáveis. Hoje com a globalização é mais fácil de modificar. O acesso à outra cultura e forma de pensamento é mais fácil, e assim sujeito adquire características novas em sua personalidade. Ex. desejo de viajar para outros países. 
Marx e a cultura
Materialismo histórico – homem faz História e História é afetada pela Economia. Marx não separa uma coisa da outra. Vê conjunto de condições econômicas como influencia fundamental pra desenvolvimento das culturas. 
Conceitos Marxistas
Forças produtivas – elementos que produzem pertencentes a certa época e criam condições para geração de riquezas. 
Relações de produção – forma de organização da sociedade para gerar riqueza
Superestruturas – normas, valores e ideias que regem a sociedade num certo momento – é mutável.
Modo de produção – relação entre forças produtivas, relações de produção e superestruturas. Ex. capitalismo e feudalismo.
Classes e luta de classes – coletividades que se diferem por características, ex. proletariado e burgueses. Existe luta de classes porque cada uma quer tomar o poder. 
Weber
Para ele o que determina a cultura é a religião. Pensa na questão do capitalismo vindo da reforma protestante. Para entender a cultura ocidental, Weber estudou o capitalismo, que segundo ele gerou uma sociedade burocrática e controladora. 
Por que socializamos?
De inicio, havia necessidade de lutar contra adversidades da natureza e por questões de sobrevivência. 
Desde então até as sociedades modernas, surgem muitos grupos e organizações sociais que se consolidaram e assim surgiu a pluralidade de relações. É inconcebível viver fora da sociedade. Humanos se transformaram de “animais” em seres humanos a partir das relações. Ser humano de hoje é um produto das interações sociais. 
Nos socializamos para sermos integrados a um grupo e podermos conviver com ele. Ao longo desse processo, símbolos são assimilados e formam nossa personalidade. Mesmo sendo biologicamente diferentes, acabamos por tomar traços culturais similares ao do nosso grupo ou pelo menos boa parte dele porque individuo faz troca com meio social. 
IMPORTANTE: lembrar que individuo não nasce socializado, mas sim com aptidão para se socializar. É preciso estar inserido em um grupo para que se adquira cultura. 
ATIVIDADE 003
Uma sociedade “normal” coloca, indiretamente, todas essas regras a serem seguidas. Mas, se deve seguir todas essas normas, como pode haver liberdade? Nossa liberdade vai até um determinado ponto? Não nos sentimos mais confortáveis fazendo o que todos fazem?
Aula 004
Continuação sobre processo de socialização
Scott – socialização é um conceito que reconhece que identidade, papéis sociais, etc. é um processo de passar a cultura para frente. 
De maneira geral, as definições são de que o processo nada mais é do que a transmissão de valores, modo de agir, etc. de um grupo. 
Dias – diz que socialização é aquisição de maneiras de agir, pensar e sentir próprias de um grupo. 
Relação entre formação de personalidade individual e meio social pode ser sintetizadas nas noções:
Há correntes que defendem que socialização não é negociável. Sociedade impõe e pessoa só absorve.
Há correntes que particularidades se se concentram nos aspectos inconscientes do individuo, o que o tornaria único no grupo. Absorve o que é passado, mas há particularidades inconscientes.
Há também aquelas que apontam a importância individual na formação da personalidade. Indivíduos são ativos na socialização. Personalidade depende nas experiências de cada um.
Faz pensar na questão do determinismo – vamos agir de acordo somente com o lugar onde nascemos? É complicado dizer que somente o espaço vai determinar as características das pessoas. 
Agente socializadores 
Instituições e organizações foram se modificando conforme a evolução da sociedade. Como acontece a socialização?
Socialização primaria – ligada a nossa infância. Nesse momento, agente socializador principal é a família. É ali que se começa a aprender as normas. É a etapa fundacional do ser social. A família é responsável por transmitir primeiras regras e hábitos sociais que vão tornar a criança um ser social. Aqui, a transmissão dos primeiros sistemas simbólicos vai formando a identificação do individuo. Religião, gostos, etc. também se iniciam nesse ambiente familiar. Além disso, cabe a família também a perpetuação da diversidade social, cultural, genética e a garantia de proteção e assistência. Cada família transmite, mais indiretamente que diretamente, um capital cultural, valores implícitos interiorizados, etc. – vai servir para determinar a atitude frente ao capital cultural e instituição escolar. É a responsável pela diferença inicial das crianças diante da experiência escolar e também pelas taxar de êxito, segundo Bourdieu. Qualquer criança pode se desenvolver bem, mas quando o “terreno” é mais bem preparado, há mais sucesso.
Socialização Secundária – é o reconhecimento das experiências da socialização primaria e interação com outros grupos. Principais agentes são as instituições, organizações, grupos sociais. Porém, a escola é o principal agente socializador nessa fase.
Pensamos na escola porque ela traz o aprendizado formal – português, matemática, etc. – e professor também passa o aprendizado informal que é a interação com outros indivíduos de “background” diferente. É um processo complexo de interação.
Meios de comunicação como agentes – em sociedades religiosas, a igreja era o principal. Em tribais, o chefe da tribo era o principal. Nas sociedades modernas há vários agentes, principalmente os meios de comunicação em massa. Por meio deles se transmite uma série de padrões de conduta, modo de agir, hábitos, vestimenta, linguagem e valores. Não há concordância entre os críticos sobre o real papel e consequência dessas mídias sobre a sociedade. Morin, por exemplo, diz que a TV é a representação da nossa realidade. 
A cultura de massa se integra numa realidade multicultural e faz-se contralar pelo estado, igreja, e assim corroí e degrada outras culturas. Ela não é 100% autônoma, então pode embeber-se da cultura nacional, religiosa, etc. Cultura de massa conseguimos contato com outras culturas mas não necessariamente de forma produtiva.
Bourdieu e a socialização
Habitus – processo de naturalização de praticas “artificiais” construída pela socialização. Se numa sociedade é comum fazer algo, isso se torna natural após um tempo. 
Campo – é um espaço social estruturado por onde as ações dos grupos se realizam – ex. campo medico, educacional. Quando se insere num campos, adquire-se um determinado hábito. São microscosmos dentro de uma sociedade mais ampla. 
Bourdieu usa essas definições para acabar com determinismo, pois diz que, além do lugar onde se nasce, o grupo onde nos inserimos e nossas praticas individuais também são levadas em consideração. É a perspectiva dialética. Nós interagimos de acordo com o campo onde estamos inseridos. Individuo desenvolve aptidões, percepções, habilidades em resposta a estrutura do campo onde está localizado. Há uma troca. As características pessoais são adequadas ao grupo onde se insere.
ATIVIDADE 004
O morro dos ventos uivantes – Emily Brontë
Obra realista, britânica, narrativa a partir do narrador. Conta a historia de Heathcliff e Catherine Earnshaw. Catherine acaba se casandopor dinheiro (realista para a época onde as mulheres não podiam trabalhar) e não com Heatcliff. A questão é o meio onde a história se passa. Catherine casa usando da razão e não da emoção, ações determinadas pelo meio onde nasceu. 
Aula 005
Indústria social, cultura de massa e subcultura
Meios de comunicação de massa – atualmente, o maior meio de comunicação em massa é a TV. A indústria da TV mundial é extremamente poderosa. Através da TV se destaca a Ideologia e tem capacidade de estimular o desejo e criar consumidores, que necessitam do produto ou não. A TV também dita comportamentos, moda, estilo de vida, sempre com intuito de vender, associando tudo a artistas famosos. Tudo é pensado e preparado para atrair o telespectador. Um exemplo é quando vemos uma propaganda de margarina, não se deseja somente a margarina, mas tudo que o comercial mostra e todo o glamour do produto. Outro exemplo é o das propagandas de cigarro de antigamente que mostravam uma vida muito bela quando se fumava – hoje é inclusive proibido fazer propaganda desse tipo. Há algumas propagandas que vemos e depois nem lembramos qual era realmente o produto anunciado, tudo porque mostrar a ideologia que cerca o produto é o mais importante. O mesmo acontece com as novelas, que são um meio de ‘doutrinar’ a população.
Quem inicia a discussão da indústria cultural foi a escola de Frankfurt, que decidiram pesquisar as modificações da cultura mediante o capitalismo. A indústria cultural consiste em pegar um produto de arte e vende-lo em larga escala. Mas, quando se multiplica a arte, estamos vendendo arte? Adorno, Horkheimer e Walter Benjamim criticam a transformação da cultura em mercadoria, sua massificação e padronização destinando-se apenas ao entretenimento da chamada “camada média” da população que é alvo da Sociedade de Consumo. Arte antes era exclusiva de quem tinha muito dinheiro. Com a indústria cultural, a arte passou a alcançar mais pessoas, porém, com a mesma qualidade? A primeira ideia é criar uma mercadoria, não leva cultura e arte a população. 
A arte e cultura seriam passiveis de comercialização e seriam vendidas como ‘sonhos’, projeções, ilusões. Não há então o papel crítico e o de reflexão da arte. 
Características da arte na indústria cultural
Padronização e enredo facilitado – massa não tem bagagem cultural e de conhecimento para refletir sobre a obra. Atende as tendências do capitalismo. 
Isso aconteceu também com algumas formas de literatura, como o romance, que foi muitas vezes escrito em folhetins para que fosse amplamente vendido. O romance recebeu várias críticas por isso. 
Temos assim a cultura de massa, superficial, distribuída pelos veículos massivos porque atendem uma grande parcela da população. Não há preocupação com qualidade de conteúdo – o desejo é a audiência. 
A TV é o meio de comunicação em massa é o novo agente de socialização. A família e escola são os principais agentes socializadores, mas a hoje a TV se tornou um deles. Há famílias que inclusive dão a TV o papel de ‘educar’ as crianças – um exemplo é a mãe que precisa cuidar da casa e deixa o filho assistindo ela para que ele ‘sossegue’. A TV, assim, influencia padrões, comportamentos, hábitos e até estereótipos (exemplo – empregada negra). 
Consequentemente, a alienação (falta de reflexão) e a ideologia do consumo orientam a produção e divulgação dos produtos, fazendo com que as pessoas se tornem consumidoras irracionais, principalmente para pertencer a um grupo social. Se não se consume, não se faz parte do grupo. 
Para esse processo, existe o papel do discurso publicitário, que associa aos produtos algum valor socialmente aceito, algum valor simbólico, que chamamos de fetichização. Fetichização é o ato de atribuir importância a determinado produto para que se deseje ele de qualquer forma. O valor simbólico do produto passa a ser mais importante do que sua utilidade. 
Outras formas de arte são mais bem vistas quanto ao fator crítica do que a TV. É o caso do teatro, por exemplo. Walter Benjamin defendia o potencial emancipatório e até mesmo revolucionário que as artes pós-aurática (cinema/fotografia) poderiam promover, caso fossem bem utilizadas, na criação de uma perspectiva mais crítica e reflexiva nas pessoas.
ATIVIDADE 005
Reflexão
"A indústria cultural, para poder insuflar sua ideologia de que o consumidor é rei, justifica-se através da propagação da ideia da existência de uma massa que seria uniforme e homogênea, o que constitui, desta forma, a sua ideologia." (Adomo)
Indústria cultural quer passar ideia de que consumidor é rei. Porém, propaganda é feita para uma massa homogênea. E é exatamente essa necessidade que o homem tem – de fazer parte de um grupo, de pertencer a um grupo. Contudo, a mídia de massa faz parecer que, quando consumimos algo que todos consomem, estamos sendo diferente – altíssima contradição. 
Aula 006
Indústria social, cultura de massa e subcultura
Indústria Cultural
Primeiros estudiosos a estudarem sobre indústria cultural foram Adomo e Hockeimer. Em 1947 cunharam a definição de indústria cultural. Ambos eram judeus alemães refugiados nos EUA e lá começam a refletir como a ideologia nazista foi entrando na mente dos alemães através do radio e cinema. Chegaram a usar uma frase de impacto que dizia que “O rádio é a voz do Führer” – Hitler usava o radio para divulgar sua ideologia. Houve muito trabalho para que alemães participassem do processo de nazismo, processo que usou as mídias de massa como recurso. Autores analisaram também a cultura americana. Olharam para essa cultura e viram que ela era uma cultura decadente.
 Indústria cultural vende mercadoria com valor simbólico muito grande. Não se consome o produto, mas sim o valor associado aquele produto. Compara-se a uma indústria de automóvel. 
Produção de larga escala;
Baixo custo;
Padronizada.
O objetivo é a manipulação de consciências. A partir do momento que se vende uma ideologia, busca-se manipular as pessoas. 
Massificar deveria ser algo positivo – alcançar um público maior. Porém, não é isso que acontece. A arte massificada é banalizada porque perde seu real valor. Deixam-se de lado as questões criticas que se relacionam a arte.
Para Hebert Marcuse, a sociedade de massa contemporânea é uma nova forma de totalitarismo (regime governamental em que não há liberdade de escolha porque o governo toma conta de tudo), só que muito mais perigosa porque não percebida como tal. A mídia de massa determina como viver em todos os aspectos, só que ninguém percebe porque há a falsa impressão de liberdade. Nossa impressão é de que somos livres, mas quando paramos para analisar, vemos que escolhemos porque escolhemos uma ideologia inconscientemente – e a partir disso se critica quem escolhe o diferente. A maioria não quer ser criticado pela sociedade e para isso é preciso agir como a massa. 
A indústria cultural tem papel de portadora da ideologia dominante e homem nesse tipo de sociedade é objeto. Na arte homem pensa e reflete. Na cultura de massa ele simplesmente consome e nem pensa. Consumidor não precisa se dar ao trabalho de pensar – basta escolher o produto desejado. O objetivo maior é obscurecer a percepção das pessoas, principalmente dos formadores de opinião – não se deseja que pessoas pensem. 
Adomo diz que salvação para essa alienação é a arte. Para ele, arte humaniza e não objetifica o homem. Coloca-o como um ser autônomo com capacidade de sentir, pensar e agir – transforma o homem num ser livre. 
Ulisses e as sereias – metáfora da Indústria Cultural
Cultural Popular
Contrapõe-se a cultura de elite. Surgiu na idade média quando população queria se expressar de forma diferente da nobreza e do clero. Busca inverter os valores e noções morais determinadas pela cultura oficial. 
Cultura de massa
Origem no século dezenove quando desenvolvimento tecnológico proporcionou meios de difusão da cultura para numero ilimitado de pessoas: rádio, jornal impresso, cinema, televisão. Desse desenvolvimento nasceu a indústriacultural e indústria de massa.
Massa
Conjunto heterogêneo, diverso de pessoas, mas que são tratados de forma homogênea. Cultura deveria ser espaço de emancipação humana, mas acaba por se tornar espaço de consumo e conformismo na indústria de massa. 
Cultura jovem e subcultura
Conceito de Subcultura surge no pós-guerra porque jovens queriam se manifestar. Jovens se revoltam e começam a criar sua própria cultura. Queriam se diferenciar.
Jovens criticavam a sociedade ufanista (que adora algo sem olhar de forma real) e também de consumo que surgia no pós-guerra. Dessa maneira, buscam trejeitos peculiares de comportamento e atitude que demonstrasse a insatisfação. Surgem então grupos como os punks, hippies, góticos, rockers, etc. 
A subcultura é a cultura de um determinado grupo que se insere numa sociedade maior. Quando esse determinado grupo possui elementos culturais que os diferencia dos demais, temos uma subcultura. Subculturas são marcas da pluriculturalidade de uma sociedade. 
Além dos grupos de punks, rockers, etc. os grupos étnicos também formam subculturas. Esses grupos escolhem dentro da cultura maior alguns aspectos adequados a sua cultura, mas também adicionam aspectos da sua cultura a ela. É o que Levi Strauss chama de bricolagem. 
Hebdige publicou, em 1979, um dos primeiros trabalhos sobre a subcultura: Subculture, the meaning of style. 
ATIVIDADE 006
Por que surgem as subculturas?
1 – Sociedade é Muito ampla e é difícil pensar uma cultura que seja comum a todos. Há sempre pessoa que estão a margem da sociedade.
2 – Há grupos que surgem com objetivos de serem livres, livres da cultura de massa que deseja homogeneizar uma sociedade que é homogênea. 
3 – Há tentativa de revolta contra o sistema. Não se deseja pensar e agir como todos. Porém, passa-se a agir e pensar como as outras pessoas do subgrupo. 
Aula 007
Ciências Humanas e sua importância 
Problema das ciências humanas
Seu objeto de estudo ainda não está completo – o ser humano. Ser humano está sempre em modificação.
Assumimos dupla posição – somos o objeto estudado e também o que estudam. Somos sujeitos do conhecimento e objeto do conhecimento. Não há distanciamento entre uma posição e outra, e, isso interfere no estudo, com certeza. Isso faz com que exista grande questão ética por trás de todo estudo desse tipo. Em muitas áreas há um comitê de ética para avaliar os processos, principalmente pra avaliar se processo não fere psicologicamente ou fisicamente um ser humano. 
Muitos ainda não dão o devido valor a ciências humanas, porque muitas vezes ela não demonstra resultados concretos e tangíveis. 
Segundo Aristóteles, o saber é um desejo natural do homem - todos nós buscamos conhecer, sempre busca explicação sobre o mundo e nunca desiste diante do que não sabe. O cientista é aquele sabe fazer perguntas de modo regrado e certeiro para atingir seu objetivo de conhecer. Todos de alguma forma somos cientistas, mas o profissional busca respostas dentro de um método. Porém, cada ciência tenta responder as perguntas dentro de seu viés. Ex. “de onde viemos?” terá diferentes respostas na física, filosofia e teologia.
Conhecimento
É a relação que se estabelece entre um sujeito e um objeto. Para conhecimento acontecer, é preciso apreensão do objeto. A partir do momento em que se começa a entender um objeto, é onde começa o conhecimento. 
Conhecimento exige que existam um sujeito cognoscente (que tem capacidade de conhecer) e um objeto cognoscível (que pode ser conhecido).
Sujeito é sempre um ser humano. É ele que é racional e tem capacidade de conhecer algo. A partir da razão pode-se pensar em aprender sobre determinado objeto. Já o objeto pode ser qualquer coisa, seja prático, teórico (tem que haver uma teoria sobre uma parte prática), físico ou imaterial – uma pedra, a fala, os gases, uma planta, o céu, o próprio ser humano. 
Há diferentes tipos de conhecimento:
Senso comum
É comum porque todas as pessoas participam dele. Aquilo que todas as pessoas dominam, é senso comum. Muitas vezes não foi estudado por outras ciências, mas é de senso comum porque muitas pessoas afirmam isso. É o sentido mais básico que as pessoas podem dar ao que as cercam. Há quem trabalhe para verificar, com método cientifico, para provar se algumas verdades do senso comum são reais ou não. 
Pode ser assimilado por qualquer pessoa e é passado através da convivência. É superficial porque não há tempo para estudá-lo. É livre de críticas – vale o que se observa. 
Não deve ser desmerecido, porque é a situação onde nascemos, mas devemos sair do senso comum para pensar melhor sobre o mundo. 
A ciência
Senso comum refinado. Motivos que levam senso comum a elaborar ideias, é o mesmo que a ciência tem. O modo como se elabora as teorias é que são diferentes. 
Conhecimento passa pela razão e não se pode aceitar somente o que é visto. Só se aceita o que é explicado e tenha ocorrência maior em situações semelhantes a original. 
Analisa-se muito um fato até que se chegue a uma verdade racional. 
A religião
Teologia é algo cultural e assim sendo, é criação humana. Tem finalidade de reunir pessoas com a mesma fé. Não é conhecimento cientifico. 
Parte-se de uma crença, mas não existe crença coletiva pois é algo interior. A fé é algo particular, a religião é coletiva. A partir da fé se escolhe uma religião.
A teologia é a racionalização das ideias a partir daquilo que se entende por uma revelação divina. Pensamento religioso sempre parte do dado da fé. 
Albert Einsten diz que a ciência deve cuidar do que É e que religião deve cuidar do que DEVE SER. 
A arte
Arte é maneira de conhecer e expressar o que se sabe do mundo. O artista sente o mundo de uma determinada forma e expressa isso com seu sentimento. É a reprodução do mundo através do sentimento. 
Expressão artística é compartilhada e gera sentimento em todos os apreciadores. 
Conceituar arte é muito complicado, pois muitas coisas podem ser consideradas artes. 
A filosofia
Filosofia é um tipo de conhecimento que toma a razão como base para entender e explicar o mundo. A habilidade de filosofar é muito mais antiga que a ciência, porém, não é considerada uma ciência. A partir dela surgiram a matemática, a gramática, a história, etc. 
Inicia-se no século VII A.C. e é a primeira tentativa de explicação lógica sobre o mundo. Antes era mitológico. 
Muitos filósofos produziram conhecimentos que até hoje são base pra filosofia e ciência. Filósofos foram divididos em duas fases, antes de Sócrates e após ele.
Pré-socráticos – abriam caminho para pensar racional e busca pela verdade sobre a existência. A existência é o maior problema da filosofia e baseiam seu questionamento. 
Filosofia é busca incansável pela verdade. Toda filosofia é pensamento, mas nem todo pensamento é filosofia. 
O filosofar é um pensamento especifico que segue leis do raciocínio correto e deve estar sempre ligado a uma problemática central. 
Filosofia é conhecimento globalizante pois se preocupa com a totalidade do que envolve uma problemática. 
Além disso, é um conhecimento rigoroso que se preocupa em não deixar possibilidade de erro no raciocínio que segue regras lógicas. 
É também conhecimento de conjunto, pois busca entender objeto no conjunto de sua existência. 
É sistemático, pois organiza ideias de forma a dar uma explicação do mundo. 
É crítico porque busca verificar as ideias antes de aceitá-las. 
Elas se diferem no objeto de estudo (mesmo com pontos de convergência), na base teórica e método utilizado para se obter conhecimento.
Aula 008
A Ciência
Busca um entendimento mais claro do porque das coisas e como elas ocorrem. É descoberta daquilo que existe e do como essas coisas existem. Ela foi a resposta que o homem construiu para que não nos perdêssemos em divagações sobre o existir – para racionalizar. Porém, não podemos esquecer que a base de tudo foi a filosofia. 
Um exemplo de como os dois tipos de conhecimento difere é o caso da morte. A ciência da uma resposta mais lógica para o que acontececom o corpo, enquanto a filosofia divaga sobre o assunto. 
A ciência busca a verdade, assim como outros tipos de conhecimento. Porém, a maneira como a ciência faz isso é diferente e se tornou característica da sociedade ocidental. Cientistas conseguiram lugar de prestigio como se fossem os únicos capazes de falar sobre o mundo. Alguns chegam a loucura por não conseguirem chegar nessa verdade absoluta que tanto buscam. 
Para buscar a verdade, a ciência utiliza o método.
O método é um determinado caminho que se segue para que se obtenha um determinado fim. Este fim pode ser físico ou também algo subjetivo, como a felicidade. O método é oposto ao acaso e a sorte pois apresenta uma ordem a ser seguida em meio a um conjunto de regras. (MORA, 1978).
Método é o meio para se obter conhecimento sobre um objeto. É uma maneira organizada de se conduzir a reflexão a partir de elementos diversos para que se possa chegar a uma conclusão ou uma nova ideia. 
Francis Bacon ofereceu a base para o método cientifico (experimental) – o raciocínio indutivo, que parte da observação e assim realizar experiências semelhante ao que foi observado. Indução é a conclusão a partir de uma experiência com dados obtidos em casos particulares. Indução pede processo de analise e reprodução. 
René Descartes se debruçou sobre o método e em 1637 lançou O Discurso do Método, onde buscava encontrar regras do que deveria ser um método eficaz na condução da razão para conhecer a verdade. Descartes faz analogia com um relógio. Diz que o homem e todas as coisas funcionam como um relógio, isso é, possui um todo, mas também mecanismos menores que podem ser estudados separadamente. 
Passos do método
Evidência - Nunca aceitar coisa alguma como verdadeira, evitar precipitação e evitar coisas que não estão claras no seu juízo. Apenas pode ser aceito como verdade o que não deixa dúvida. 
Análise - Dividir o problema maior em partes, quantas forem necessárias, pra resolvê-la. 
Síntese - Conduzir por ordem o pensamento, começar pelos elementos menores e chegar até os maiores. Encontradas as ideias mais simples, o problema deve ser reconstruído. 
Enumeração - Fazer durante todo o processo enumerações completas e revisões gerais que estivesse certo de nada omitir. Refazer todo o processo em busca de qualquer resquício de dúvida. Com dúvida não há verdade. 
Faz parte do método colocar toda a realidade sobre a suspeita da dúvida. Dessa forma, descarta todo o saber tradicional que é falho. Para se chegar à verdade propõe a máxima “Penso, logo existo”. A única coisa da qual não pode se duvidar é de que se duvida. 
Descartes estabelece então duas naturezas:
Res cogitans (coisa pensante)
Res extensa (coisa extensa, a natureza)
Homem tem autoridade de pensar e controlar o mundo. 
O método de Descartes, conhecido como método cartesiano, é utilizado até hoje na ciência. 
Ciências Humanas
Entendimento do ser humano em seu modo plural de realizar a existência. Ex. Letras, História, Sociologia. Todas tem o homem como objeto, mas o homem realizando sua existência. Não estuda o homem em sua parte física. 
Estudar ciências humanas é mais difícil porque:
O objeto das humanidades é algo incompleto e fugidio, transformando-se a cada instante. 
O fato do sujeito de conhecimento se identifica com o objeto, o que pode resultar em interferência no estudo.
Auguste Comte, criador do positivismo, diz que sociedade se desenvolve por processo evolutivo que pode ser identificado em dois estágios: teológico metafísico e científico (positivo). Crítica ao positivismo vem da ideia de que estado cientifico é o último estado da evolução, mas sabemos que não é assim.
Hegel construiu um pensamento para explicar a realidade. Buscou explicar a realidade como um todo, mostrando que a realidade é a realização da ideia, do espírito absoluto. 
Wihelm Dilthey dizia que era preciso buscar base adequada para a ciência sobre o homem, solo onde a veradade pudesse ser alcançada. 
O problema das ciências humanas
Fenômenos humanos resistem a qualquer forma de enquadramento fechado.
Apresenta complexidade que não se sujeitam a simplificações.
Não há constâncias em fenômenos humanos.
Objetos se modificam constantemente a partir de inúmeros fatores. 
Aula 009
Globalização
Integração entre povos, em alguma medida, sempre se fez ao longo da história. Nas ultimas décadas, essa globalização assumiu uma dimensão muito maior porque distancias diminuíram, revelando complexidade e contradição.
As esferas da vida, como economia e cultura, foram alteradas e hoje devem ser pensadas tendo o global como referencia. Não se pode mais pensar somente em sociedades fechadas. 
Por isso, chegar num conceito de globalização é complicado. Cada um analisa por um viés, porem, a globalização engloba todos os fatores da vida. 
O termo foi criado na década de 80 pelos americanos, a fim de designar e interpretar as causas e consequências da consolidação de uma economia em escala global, refletindo a interdependência entre países. Questões do capitalismo começam a mexer com todos os países. Vale lembrar que a globalização já existia antes, mas que a partir dessa década começou-se a sentir os efeitos dela. 
Os efeitos da globalização são troca de produtos, vocabulário, cultura entre vários países diferente. Estar na globalização é estar nessa mistura de culturas. Não há mais como se livrar disso, tanto que achamos estranhos os países que não tem relação com outros. 
Hoje o termo Globalização abrange diversas facetas da sociedade como meio ambiente, política, comércio, comunicação, alimentação, etc. É preciso pensar que o que se faz ou acontece num lugar, atualmente, vai acabar atingindo outro, sejam aspectos bons(cultura, arte) ou negativos (crises políticas, econômicas). 
Devemos entendê-la como processo que coloca em debate pontos locais, globais, homogeneização e diversidade, que são temas que geram contradições. São aspectos contraditórios. Como, por exemplo, pode-se pensar em resolver problemas locais se devemos pensar em todo o globo?
Nobert Elias mostra que a vida em grupo é uma prerrogativa da existência humana. Isso porque há necessidade de providenciar alimentos e outros recursos para subsistência e também necessidade do controle da violência (dentro do grupo e entre outros grupos). Durante o desenvolvimento, esses grupos foram se tornando maiores. Assim, espaços maiores foram sendo necessários também. No mundo antigo, acontecia o movimento expansivo, ou seja, aumento do domínio geográfico que acontecia após queda de grandes impérios. Grupos sociais iam crescendo e era necessário mais espaço – gerava briga entre grupos por espaço. Os estados-nações são característicos da sociedade moderna e o processo de sua criação é marcado pelo surgimento de unidades de sobrevivência maiores e com mais pessoas num espaço mais amplo. Era o expansionismo.
A globalização parece novidade, mas não é. Alguns estudiosos apontam a expansão marítima sob a ótica da globalização. Aqui se intensifica a relação entre os países. 
O modo de produção capitalista requer dimensões mundiais para viabilizar sua produção e reprodução material e intelectual, isso é, se se produz algo, é preciso alguém para consumir também. Portanto, o capitalismo, de certo modo, requer a globalização. Os escravos, por exemplo, não era interessantes para o capitalismo porque não tinham salário. Por isso a Inglaterra teve interesse muito grande em acabar com a escravidão, na época em que estava iniciando sua industrialização. 
A globalização pode ser definida, portanto, como conjunto de relações, interações e interdependência que se estabeleceu entre diferentes países e culturas, a tal ponto que problemas devem ser pensados a níveis globais.
Segundo Giddens, pode ser definida como intensificação das relações sociais em larga escala de tal maneira que acontecimentos locais são modelados a eventos que acontecem muito longe ou vice-versa. 
Pra Castells, Globalização está no desenvolvimento das tecnologias da informação e da consolidaçãoda economia em escala global. Hoje sabemos que tecnologia aprofunda esse processo, mas não foi o que iniciou a globalização.
Ianni aponta globalização como um marco civilizatório e ideológico. Foi fruto do desejo de expansão de território e comércio. 
Alguns estudiosos defendem que globalização devem ser entendido a partir de duas dimensões interligadas:
Forma genérica: caracteriza globalização a partir dos aspectos gerais, como produção, industrialização, etc. Scott, divide em quatro pontos a forma genérica:
Desenvolvimento tecnológico que propiciaram intensificação dos meios de comunicação em massa.
Transformação econômica e cultural após processos migratórios de descolonização da áfrica, Ásia e caribe. 
Surgimento de espaços transnacionais- espaços onde se integram diversas culturas.
Vida cosmopolita e possibilidade de múltiplas identidades sociais. 
Forma capitalista
Teoria dos sistemas-mundo – para alguns teóricos, globalização é entendida a partir da organização econômica e de trabalho, definidores dos papéis de cada nação no sistema global. São partes divididas somente se pensando no trabalho e produção. 
Outros defendem que globalização tem q ser analisada a partir da cultura, ou formação de uma cultura global que tem nos meios de comunicação de massa os principais agentes. Nesse processo, meios de comunicação de massa são agentes extremamente importantes. Dessa maneira, mundo moderno, pode ser compreendido a partir da predominância de uma cultura homogeneizadora somente que coloca em risco as identidades nacionais e locais. Gera uma aldeia global. Aldeia global - possibilidade de intercomunicação atinge seu ápice; é como se todo o mundo fosse parte de uma mesma comunidade, de uma mesma cultura. É aspecto negativo pois deixa de lado as culturas locais. 
Há ainda abordagens da globalização a partir dos campos políticos e sociais. O ponto positivo dessa abordagem é o fato de que todos estão unidos para um bem maior. Há busca coletiva para soluções pra problemas globais. 
Aula 010
Globalização
Aldeia global – vendem-se mercadorias e também ideias e informações. Entretenimento e ideias são produzidos e consumidos como mercadorias. A consequência, é a agilização do mercado e do consumismo. Consumismo é divulgado mundialmente – deve-se produzir em larga escala e consequentemente vender em larga escala. Há redimensionamento de tempos e espaços – impressão de que tempo passa muito rápido porque há muita mudança de informação e sensação de não estar somente em um lugar. Por esse motivo relaciona-se muito a globalização com avanços da comunicação. 
Outras características da globalização
Inglês como língua global;
Produtividade, lucratividade e consumismo como eixos centrais da economia;
Mercado passa a regular a vida social e trabalho – liberalismo, não intervenção do estado no plano econômico. É uma ideia muito bonita da ideia, mas acaba sendo muito agressivo. É preciso que governo regule fatores como o trabalho, por exemplo;
Desenvolvimento da produção, tecnologias e telecomunicações;
Sensação de proximidade é maior – fim virtual de fronteiras;
Internacionalização de temas como direitos humanos, democracia e meio ambiente;
Predomínio da cultura mundial sob a local;
Mercadorias culturais rapidamente substituídas;
Predomínio da imagem sobre a escrita;
Padronização de valores e desejos.
Desterritorialização – tudo que é consumido globalmente pode ser produto cultural global, não importando de onde veio. Meios de comunicação de massa são agentes da desterritorialização.
Para Ianni, a globalização é um universo de diversidade, desigualdades, tensões e antagonismos onde identidades baralham-se, afirmam-se ou recriam-se. Ex. enquanto uns se preocupam com um tênis novo, outros estão preocupados apenas em comer. Isso dentro de uma mesma sociedade às vezes. 
Globalização e a mídia
Símbolo da modernização é a comunicação. Ela marca o século XXI. 
A velocidade com que acontece a produção de mercadorias e informações faz com que homem mude a percepção quando a passagem do tempo. Temos a impressão de que tudo passa mais rápido enquanto nos tornamos meros consumidores. 
A globalização nos da ilusão de igualdade de condições e possibilidade de mercado - da a impressão de que se pode fazer o que quiser e ter o que quiser. Isso acontece porque redatores são sensores da realidade hoje em dia e manipulam, de forma mais ou menos decisiva o modo pelo qual a mídia registra, seleciona, interpreta e difunde o que será divulgado. Redatores não tem possibilidade de serem imparciais porque sem querer levam sua cultura, local ou empresarial, e colocam aquilo que pensam e querem na mídia.
Contradições da globalização
Globalização padroniza a cultura e elementos de produção. Porém, ao mesmo tempo, causa diferenciação e conflitos sociais. 
A mesma força que produz a globalização, também provoca formas opostas e fragmentadas ao redor do mundo. Para Santos, o local e o global, a inclusão e exclusão se inter-relacionam, são forças opostas que estão em constante interação. 
Multiculturalismo
Termo que descreve a existência de muitas culturas no mesmo espaço físico, mas com no mínimo uma dominante. Ela pode ser oficial, como no Canadá, por exemplo. Porém, há países em que a política do multiculturalismo acontece de forma mais discreta. 
Há também a existência de outras políticas culturais, como o Monoculturalismo – busca-se excluir culturas de outros países e impor somente a sua. 
Há ainda o Melting Point, onde diversas culturas estão misturadas, mas sem intervenção do estado. É o caso do Brasil e EUA. 
A política multiculturalista visa resistir a homogeneidade cultural, fazendo com que todas as culturas resistam e tenham seu espaço. 
Estima-se que somente 10% a 15% dos países atualmente sejam etnicamente homogêneos, ou seja, conseguem manter uma cultura somente. Isso acontece ainda porque a diversidade cultural e étnica é vista como ameaça para a identidade da nação. Muitas vezes a diferença acaba em desprezo.
Porem, o Multiculturalismo pode ser visto como fator positivo para desenvolvimento e abertura a novas possibilidades. Para Taylor, toda política não deve ultrapassar a liberdade individual. Ele vê a democracia como meio para alcançar reconhecimento do outro. 
Contudo, se o discurso é pela igualdade de direitos, falar em diferenças parece uma contradição. Mas, devemos lembrar que a igualdade aqui é a de direitos, tratamento igual perante a lei somente, mas não quanto a hábitos e tradições.

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