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DIREITOS FUNDAMENTAIS
Miguel Calmon
RESUMO
As constituições giram em torno dos direitos fundamentais, que remetem a questões morais e políticas. Os direitos fundamentais podem, ou não, estar expressos na constituição, mesmo porque alguns estão consagrados em pactos internacionais.
Conceito ou noção: Os direitos fundamentais são contínuos, ou histórias, e sofrem contínuas mudanças no decorrer do tempo. Eles têm esse nome porque têm relevância que os distingue dos outros. Há alguns critérios: FORMAL: são os direitos fundamentais aqueles que estiverem expressos ou implícitos nos textos constitucionais; ESTRUTURAL: defendido por Carl Schmitt. Os direitos fundamentais são apenas os direitos de defesa e impõe abstenções e omissões ao Estado em favor do individuo. Preocupa-se com a estrutura do direito. MATERIAL: se analisa o conteúdo e a relevância do direito em questão. Para seus defensores (no caso, Robert Alexy), os direitos fundamentais são tão importantes que limitam as decisões do poder. A melhor opção seria, então, a união entre o conceito FORMAL e o MATERIAL, pois um completa eventuais lacunas do outro
Tipos quanto à forma pela qual são reconhecidos
Direitos fundamentais expressos – a exemplo do direito à saúde, à liberdade cientifica/artística. Eles são considerados indeterminados, pois não há como definir o que é a ciência, o que é a arte. Quem fará essa conceituação será o legislador ou o juiz. Tais direitos, portanto, apresentam abertura semântica (noções que se remetem á esses direitos) e abertura estrutural (remete ao fato da Constituição não definir quais ao os direitos que devem ser respeitados para não invadir determinado direito).
Direitos fundamentais decorrentes – decorrem de um direito fundamental expresso e não possuem autonomia. Para que sejam identificados, é preciso que um direito fundamental com lacuna seja preenchido, segundo determinado critério. 
Direitos fundamentais implícitos – a exemplo do direito à água. Não decorrem de nenhum outro direito e tem autonomia quanto aos direitos expressos. A própria CF reconhece essas aberturas à incorporação de novos direitos, impondo alguns critérios básicos.
Surgimento e evolução: Os direitos fundamentais podem ser encontrados desde a antiguidade, porque sempre houve limitações do poder de quem o detinha sobre o homem. É, porem, com a Carta Magna (1215), de João Sem-Terra, que as tais limitações (no caso, apenas a barões e burgueses) começam a ficar mais claras. Os direitos consagrados eram, na realidade, prerrogativas à parte de população. Posteriormente, os direitos vão sendo reconhecidos por outros documentos, em especial a Declaração de Direitos do bom povo da Virginia (EUA, 1776) e Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão (FRA, 1789). Esses textos marcaram o inicio do Constitucionalismo Moderno, quando surgem constituições positivadas e rígidas, a fim de domesticar a arbitrariedade dos poderes exarcebados. Isso para conter o abuso da autoridade absolutista que ofendia o individua e o sistema econômico em vigor. Destaca-se também por ser marcada por um caráter de transcendência fundada no jusnaturalismo (embasamento religioso, razão das coisas humanas), que explicitava direitos eternos, supra-positivos. Além disso, também, tem caráter universal – para todos os homens e cidadãos. Além disso, a abstração, o caráter individualista (quanto ao ser abstrato), humanista e liberal (econômica, filosófica e politicamente). Este último caráter defendia a extrema minimização e limitação do Estado – Estado Mínimo, imunizando e defendendo a esfera.
DIMENSÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: são reconhecidos em diversas dimensões, que visam proteger o ser humano em suas diversas atividades. Direitos fundamentais de primeira geração/dimensão: são os direitos individuais de caráter civil e político. Por isso que a declaração francesa tutela o homem e o cidadão. Esses direitos seriam os que tinham como função defender o individuo contra o Estado. Contemporâneos do liberalismo político surgem como resposta ao absolutismo monárquico e objetivavam proteger o homem na sua esfera individual contra a interferência abusiva do Estado. Sua estrutura os apontava como direitos de defesa, que impunham ao Estado um âmbito de abstenção, responsáveis por dar o seu estrito contorno. São as liberdades individuais (locomoção, informação, pensamento, religiosa etc.) e econômicas (livre iniciativa e concorrência). Consagra-se ai a igualdade formal: todos são iguais perante a lei. Esta não poderia distinguir os indivíduos. É responsável pelo término da estrutura estamental da sociedade. Direitos fundamentais de segunda geração/dimensão: ao contrário dos de primeira, não eram de defesa. Eles exigiam ações e prestações do Estado. Esses direitos impõem ao Estado uma atuação prestacional voltada para a satisfação das carências da coletividade. Através deles, buscava-se tornar os homens, já livres, iguais no plano fenomênico. São exemplos destes direitos: direito à saúde, ao trabalho, a assistência social, a educação, liberdade de sindicalização, direito de greve, direito a férias e ao repouso semanal remunerado. Seriam basicamente saúde, educação, trabalho, segurança social (idade avançada, acidente de trabalho, morte de alguém de quem você é dependente) e reforma agrária. Direitos fundamentais de terceira geração/dimensão: Os de terceira dimensão são os direitos coletivos e difusos. Os direitos fundamentais até então assegurados, tinham como destinatário o homem enquanto indivíduo. Já os direitos fundamentais de Terceira Dimensão têm como traço característico o fato de não mais estarem centrados no homem individualmente considerado, mas sim na coletividade. Surgem os direitos coletivos e difusos. Como exemplo pode-se citar o direito a paz, ao meio ambiente e a conservação do patrimônio cultural. Direitos fundamentais de quarta geração/dimensão: Para alguns autores, a 4° dimensão seria composta pelos direitos que protegem diante dos riscos que advém das novas tecnologias aplicadas à bioética. Direito a patrimônio, identidade e intimidade genética. Para Paulo Bonavides seriam os direitos a paz, ao desenvolvimento, a nacionalidade, a independência. São reputados como direitos de quarta geração o direito a democracia, o direito a enfumaça e o direito ao pluralismo. Direitos fundamentais de quinta e sexta geração/dimensão: Para alguns autores ainda há a 5ª dimensão, que são os direitos necessários a proteger o individuo dos riscos advindos da internet, a inclusão digital. Os de 6ª dimensão seriam os direitos das minorias, índios, remanescentes de quilombos, das mulheres em algumas situações, crianças, adolescentes.
Os direitos fundamentais se expandem objetivamente porque os riscos aumentam. Cada vez mais com o próprio desenvolvimento da sociedade surgem novos riscos para a dignidade, liberdade etc. Surgindo riscos, algo tem que nos proteger. Diz também que surgem novos direitos subjetivamente porque surgem novos grupos que reclamam para si direitos específicos. Tanto surgem direitos desvinculados dos seres humanos (natureza, animais, que seriam titulares de direitos) quanto para proteger grupos específicos (idoso, criança, adolescente)
FUNDAMENTOS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: Teoria do consenso mínimo: (Bobbio- A era dos direitos) Diz que não é importante discutir os fundamentos e sim a efetividade dos direitos fundamentais. Bobbio diz que além de não ser importante, é também impossível chegar-se a um fundamento único de todos os direitos humanos e fundamentais, pois isso teria caráter metafísico, fora da historia, ignorar a própria condição humana que vai criando esses direitos conforme sua evolução. Não seria viável. Jusnaturalismo: os direitos fundamentais seriam direitos naturais, inerentes ao homem, pertencentes à condição humana e existiriam sempre. Acima do Estado e do direito positivo, que teria que se adequar a ele para ser legitimo. Jus positivismo: o fundamento seria o ato de positivação do direito interno, ou seja, os direitos fundamentaisvaleriam, se fundamentariam, teriam valor na medida em que fossem reconhecidos e declarados pelo direito positivo, se a constituição ou a lei consagrasse determinado direito. Realista: A teoria realista diz que não importa se há uma positivação ou não, pois sempre deve haver um referencial acima do direito. O que importa é que haja uma garantia que esses direitos fundamentais sejam cumpridos. Sem esses meios de garantia de cumprimento, eles seriam meras ilusões. Intercultural: os direitos fundamentais seriam resultados da convergência, associação das culturas pertencentes aos povos. Valores objetivos: Nessa concepção os valores fundamentais representam valores objetivamente consagrados, para combater os valores nazistas, objetivo porque não dependem dos sujeitos que os consagram. Moralidade social: Os direitos fundamentais seriam direitos morais, porque provem de uma moral construída socialmente, percebido como valioso e construído pelas necessidades compartilhadas pelas sociedades humanas, socialmente tido como valioso, tudo que satisfaz a necessidade do ser humano tem um valor.
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: Universalidade: São universais em relação aos seus destinatários, qualquer ser humano está resguardado por esses direitos, independente de onde esteja. O ser humano é universalmente reconhecido como titular desses direitos. Quanto ao conteúdo, há uma expectativa, tendência, de que se consagre um consenso. Historicidade: Embora universais, são históricos. Produto cultural que vai se desenvolvendo ao curso da história. Indisponíveis: Abrange a inalienabilidade, a imprescritibilidade e a irrenunciabilidade. Significa que o cidadão não pode abrir mão deles. Não podemos afirmar que eles são totalmente indisponíveis, varia de caso a caso. Indivisibilidade: São indivisíveis, tem um sentido importante para compreender que é equivocada qualquer tentativa de separação dos direitos fundamentais, isto é, resguardar um isoladamente e ignorar outro. Devem ser complementares. Eficácia imediata: Os direitos fundamentais têm eficácia imediata. Coloca-se, como condição para atuação e tutela jurídica, a exigência de lei (reserva legal) que, se não existisse, o cidadão não teria condições de exercer os direitos que lhe são resguardados. Estariam condicionados a disciplina do legislador, que gerou muita insatisfação, pois os direitos fundamentais obrigam também o legislador. Pluralidade eficacial: Eficácia subjetiva: A eficácia subjetiva é a possibilidade de qualquer individuo se resguardar e fazer valer os direitos dos quais é titular, exercer, invocar. Eficácia objetiva: A eficácia objetiva revela que mesmo independentemente de qualquer situação individual, o poder publico está vinculado a observar os direitos fundamentais. Eficácia horizontal: Aplicação dos direitos fundamentais em relações particulares. Eficácia vertical: A eficácia vertical opõe os direitos fundamentais ao Estado, nos protege diante deles.
Teorias: Teoria negativa: não admite eficácia horizontal. Se aplicar em relação particular, vai sobrepor o direito constitucional ao direito civil. Ia constitucionalizar excessivamente o direito e as relações sociais. Teoria state action: só se aplica quando o particular esteja atuando como se fosse o Estado ou desempenhando uma função do Estado. Teoria dos deveres de proteção: Nenhum direito fundamental obriga o particular. Obriga o Estado que tem que criar os meios de proteção dos particulares em suas relações. O Estado por lei tem que criar as proteções dos indivíduos nas relações particulares. Teoria da aplicação indireta: os direitos fundamentais obrigam e se aplicam aos particulares nos termos da lei, não se aplica imediatamente. Teoria da aplicação direta: os direitos fundamentais se aplicam independentemente da lei diretamente as relações entre particulares.
TITULARES OU DESTINATÁRIOS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: São as pessoas naturais em geral. Discute-se se a pessoa jurídica titulariza direitos fundamentais: em alguns casos são, outros não, como o direito ao voto. Os estrangeiros residentes (ainda que de passagem) no Brasil têm a titularidade dos direitos fundamentais, de acordo com sua natureza. Os animais não são titulares de direitos fundamentais de acordo com a maioria da doutrina. Isso, porém, não significa que eles não são passíveis de proteção. 
DIREITO À VIDA: Envolve uma série de questões controvérsias. Sobre o direito à vida, discute-se a pena de morte, o aborto, a eutanásia, etc. Existem algumas teorias quanto ao início da vida: Teoria da concepção: a partir da concepção, já há vida e, portanto, direitos. A maioria das religiões defende isso, bem como o Catolicismo. Ainda é maioria; Teoria da nidação: há vida a partir da fixação do zigoto na parede uterina; Implementação do Sistema nervoso: entende que só há vida quando se implementa o sistema nervoso, o que ocorre do 15º ao 40º dia da gestação; Início da atividade elétrica do cérebro: entende que só há vida, se houver atividade cerebral, o que ocorre a partir da 8ª semana; Nascimento: a vida só existe a partir do nascimento com vida. Para se discutir o início da vida, é necessário que se discuta quando ela termina. Nossa lei (9434/97) confirma que o momento da morte acontece com o fim das atividades cerebrais – os órgãos só podem ser retirados quando o coração pára de bater. Logo no início da gestação, já se reconhecem alguns direitos ao feto e à própria gestante, bem como o direito ao nascimento. 
PRIVACIDADE, VIDA PRIVADA, INTIMIDADE, HONRA e IMAGEM: Estes direitos são invioláveis e, caso se viole, cabe direito de resposta ou indenização por dano material, moral ou à imagem. Esses direitos são também considerados como direitos da personalidade pelo direito civil. Há várias concepções sobre cada um deles, mas adotaremos a Teoria dos Círculos Concêntricos, defendida por André Ramos Tavares. 
INTIMIDADE X PRIVACIDADE X VIDA PRIVADA: Conceito: Na teoria, a vida social é o círculo externo, mais abrangente. Diz-se que o círculo “do meio” é o da PRIVACIDADE, pois este diz respeito à personalidade, relações profissionais, familiares, de amizade, de maneira que é mais amplo. E tem a possibilidade de proteger esses aspectos do conhecimento geral, de terceiros que não gozem dessas relações. A INTIMIDADE é um âmbito distinto de proteção da pessoa, de maneira que é o mais interno. Engloba situações que excluam o conhecimento de qualquer pessoa, pois é o ambiente do segredo (right to be alone), de não ser incomodado, permanecer só com a consciência, não revelar segredos, etc. A VIDA PRIVADA, por sua vez, diz respeito á proteção que o individuo tem no que se refere às decisões pessoais que digam respeito ao seu modo de ser, de viver, de pensar, concepções filosóficas, orientações sexuais. Não é permitido que se constranja o individuo quanto à sua vida privada. Ele é livre para tomar qualquer decisão dessa ordem, pois compõem seu modo de ser e agir em sociedade. É a decisão que diz respeito ao jeito de ser de cada um.
GARANTIAS: 
INVIOLABILIDADE DE DOMICÍLIO: A própria CF garante situações como a INVIOLABILIDADE DE DOMICÍLIO. A interpretação que se dá de “casa” é bem ampla, sendo um lugar que serve para o individuo se recolher, independente de onde seja. Em casos de desastres, para prestação de socorro e flagrante delito é possível que se viole estes locais de domicílio.
IGUALDADE: A igualdade da CF/88 é a igualdade material, que significa “igualdade é tratar os iguais de forma substancialmente igual e os desiguais na medida de sua desigualdade”. Essa medida dessa desigualdade deve ser capaz de compensar a situação de desigualdade, a exemplo do contrato entre patrão e empregado, de maneira que ambos têm direitos e deveres. Para que a igualdade seja cumprida, se não houver uma situação de substancial diferença entre as pessoas, a lei não deve distinguir.
LIBERDADES FUNDAMENTAIS:
Liberdade de locomoção e circulação: A LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO é o que desenvolvemos no dia-a-dia, na vida privada ou pública. A liberdade delocomoção abrange o direito de ir, vir e permanecer. Quando falamos do deslocamento do indivíduo dentro do território nacional, ou mesmo sair dele, estamos falando da LIBERDADE DE CIRCULAÇÃO. No âmbito do território nacional, podemos falar de algumas manifestações específicas da liberdade de circulação, como o direito de ingresso, o direito de permanência e da retirada do território nacional. Ainda quanto à liberdade de locomoção, há algumas restrições: a) Interesse público; b) Direito de propriedade; c) Guerra; d) Estado de sítio; e) Prisão.
Liberdade de manifestação do pensamento: “É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”, Essa liberdade envolve qualquer manifestação, até mesmo aquelas que desagradem desde que não configure exercício abusivo do direito. Vedar o anonimato é necessário porque o excesso do mesmo pode sujeitar o cidadão ao eventual crime de injúria ou difamação, ou ainda, sujeitá-lo a possíveis danos morais ou materiais que venha a causar a outrem. 
Liberdade de informação: Uma das coisas que caracterizam a liberdade de informação é o fato de haver várias versões para um mesmo fato. A liberdade de informação envolve três direitos: o de INFORMAR, exercido pelas empresas jornalísticas e meios de comunicação, o que abriga a exposição ao público de fatos; o direito de SER INFORMADO, há para toda a coletividade o direito difuso à informação verdadeira. INFORMAR-SE, habilita o indivíduo a buscar informações a que tenha direito, em especial o que envolve o poder público – transparência e publicidade do poder público, que devem caracterizar a administração pública. 
Liberdade Religiosa:. O inciso VIII traz a objeção de consciência. A constituição prevê a: LIBERDADE DE ORGANIZAÇÃO (assegurado as instituições religiosas que se organizem), LIBERDADE DE CULTOS (Assegura a cada religião a celebração dos seus dogmas, das suas crenças) e a LIBERDADE RELIGIOSA EM SENTIDO ESTRITO (o direito de se conduzir conforme os seus dogmas).
Liberdade de reunião: Quando se fala em liberdade de reunião, se refere a locais abertos ao público. Exige requisitos para poder ser exercida: PLURALIDADE DE PESSOAS, ORGANIZAÇÃO, FINALIDADE LÍCITA, LOCAIS ABERTOS, PRÉVIA COMUNICAÇÃO, SEM ARMAS. 
Liberdade de associação: Serve de base para a liberdade política e liberdade sindical. No que se refere ao individuo surge para cada um de nós o direito de se associar ou de não se associar, ou retirar-se quando quiser de uma associação. A liberdade de associação abrange o direito de organização e de autonomia. Um indivíduo pode, porém, ser expulso de uma associação, guardados os devidos processos legais. As associações, ao serem formadas, devem ter fins lícitos, e, caso contrário, serão compulsoriamente dissolvidas. 
Liberdade de exercício de trabalho, ofício e profissão: Devem ser atendidas as qualificações profissionais que a CF permitir. Suas limitações, porém, devem ser brandas para que se respeite o princípio da proporcionalidade. 
GARANTIAS PROCESSUAIS
1. Devido Processo Legal: Num plano mais amplo, exige que no procedimento seja assegurada uma participação isonômica. O devido processo não é só judicial, podendo ser também legislativo (através dos representantes) administrativo, judicial, etc. Deve ser proporcionada a justa solução no processo. 
2. Inafastabilidade da Prestação Jurisdicional: A lei não excluirá da apreciação do poder judiciário lesão ou ameaça de lei. É garantia do DIREITO CONSTITUCIONAL DE AÇÃO. Quando o Estado monopoliza o exercício da violência legítima, incide no exercício arbitrário das próprias ações (legítima defesa, estado de necessidade e desforço incontinente), ou seja, o Estado deve dar ao cidadão o direito de se manifestar através desses mecanismos supracitado.
3. Contraditório e Ampla defesa: Ideia de igualdade. Impõe a bilateralidade da audiência. O juiz deve garantir às partes uma paridade de armas, uma igualdade de oportunidades e ouvi-las diante de todos os atos processuais. 
4. Juiz natural: O juiz natural é escolhido pós-fato e quem define quem vai julgar é a aplicação de regras já existentes. Pela lei processual, anterior ao fato, há uma impessoalidade na identificação do juiz que vai julgar causa. O juiz de exceção, por sua vez, é um juiz previamente escolhido para um caso especial, é um juiz designado para uma situação específica (ad hoc).
5. Proibição de prova ilícita: não é a prova em si que é ilícita, mas o meio pelo qual ela foi produzida. A ilicitude da prova existe para resguardar que os direitos de todos nos sejam respeitados, ainda que submetidos à investigação. A prova ilícita deve ser desconsiderada no processo. TEORIA DOS FRUTOS DA ÁRVORE ENVENENADA: entendeu que as provas que decorrem das provas ilícitas são também ilícitas.
6. Presunção de inocência: todos são presumivelmente inocentes até que se prove o contrário, o que significa que todos devem ser tratados mantendo o status de inocente. Por isso, a prisão de qualquer pessoa antes da decisão judicial é uma medida excepcional, sendo admitida apenas em caso de flagrante delito ou prisão preventiva, quando haja riscos previstos pelo CP. 
7. Defesa técnica: se aplica muito mais em processo penal, porque é a exigência de que a parte, o acusado, seja assistido por advogado que tenha capacidade para defendê-lo. Revela a necessidade de o réu ser bem assistido para que não seja condenando por incompetência do advogado. 
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS OU AÇÕES CONSTITUCIONAIS TÍPICAS:
Habeas Corpus: expressão latina que significa “tomai o corpo”. Em regra, só vale contra ações do Estado. O Habeas Corpus nada mais é do que uma ação penal popular com caráter mandamental, pois sua decisão expressa uma ordem, um mandamento, para que não se prenda ou que se liberte quem esta sofrendo coação na sua liberdade de locomoção. PARTES: Impetrante, que pode ser qualquer pessoa, física ou jurídica, independente de advogado, de forma que o próprio paciente pode impetrar o HC; Paciente, que aquele que entende que seu direito à liberdade está ameaçado de ofensa ou sendo de fato ofendido. Autoridade Coatora, que é, em regra, um agente público. O HC é limitado à tutela da liberdade de locomoção (ir, vir e permanecer) e também envolve não apenas a direta ofensa, mas situações conexas eu implique risco à liberdade de locomoção. O HC pode ser trancativo, nos casos de ação penal; preventivo, quando há risco iminente de prisão; e o repressivo, utilizado por aqueles que já estão presos. O HC é a ação mais informal que existe, mesmo porque qualquer pessoa pode impetrá-lo sem a necessidade de um advogado. 
Habeas Data: destina a tutelar a liberdade daquilo que se refere à liberdade de informação e foi previsto na CF segundo a previsão que já havia para ele na Constituição Portuguesa, que previu o Habeas Data pela primeira vez. Ele surgiu com o temor de que apesar da redemocratização, pessoas que tinham seus cadastros da ditadura não tivessem acesso a esses. O Habeas Datas é a menos comum de todas as ações porque não há tanta necessidade de sua utilização. Da mesma forma do Habeas Corpus, tem a natureza de ação mandamental porque seu conteúdo vai expressar uma ordem judicial que deverá ser cumprida por aquele que dispõe da informação. O âmbito de proteção envolve o direito de acesso à informação. Mas, diferentemente do Habeas Corpus, esta é uma ação que necessita de advogado. Deve-se ressaltar que o Habeas Data só cabe a informações relativas à pessoa do impetrante, informações íntimas e pessoais, e não qualquer informação. Com a impetração do Habeas Data, se prevê dois objetos: ter acesso à informação ou retificar uma informação. A lei que regula o Habeas Data, ainda, prevê uma terceira hipóteses, que é a de acrescentar anotações. A doutrina, por sua vez, aceita também que é possível exclui uma informação por meio do Habeas Data. 
Mandado de segurança: caberia para todas as situações nas quais não coubesse o Habeas Corpus e Habeas Data. É um dos mais comuns, junto ao Habeas Corpus. A natureza do Mandadode Segurança é o de uma ação mandamental e, além disso, pode caber preventivamente (ameaça ou justo receio de lesão) ou repressivamente (lesão consumada). O impetrante pode ser qualquer pessoa física, jurídica, ou que possui capacidade judiciária e que sofra qualquer lesão a direito seu por parte de um órgão do Estado ou que faça as vezes dele. O impetrado será a autoridade pública que praticou o ato ou que está omissa (a exemplo de secretários de Estado, ministro, Presidente da República, etc.), e quem é apenas executor não pode ser impetrado. Cabe impetrar o Mandado de Segurança contra ato coator ou omissão ilegal. 
Mandado de injunção: serve para combater omissão normativa inconstitucional que impedem o pleno exercício de um direito fundamental. Há a ADI por omissão e o Mandado de Injunção, que é o controle difuso da omissão inconstitucional. Cabe o Mandado de Injunção quando qualquer direito previsto na CF dependa de uma lei para seu exercício, e essa lei não existe. O impetrado será o responsável pelo exercício das atividades legislativas, ou seja, responsáveis pela omissão. 
Ação popular: qualquer cidadão pode ajuizá-la (de democracia participativa). A lei diz que só pode ajuizar a ação popular quem tem título de eleitor, de maneira que é efetivamente cidadão. A lei permite que uma ação popular for julgada improcedente por falta de prova, a lei permite que seja ajuizada uma nova ação popular desde que haja a apresentação de novas provas. 
DIREITOS DE NACIONALIDADE: envolve o vinculo jurídico de pertencimento de um indivíduo à comunidade de um determinado Estado. Ela pode ser: ORIGINÁRIA: (ou primária) resulta do nascimento. Quem a adquire é o chamado NATO. Os critérios para que alguém seja nato são o jus solium (territorialidade) ou o jus sanguini (consanguinidade). Podem ocorrer duas situações: ou o cidadão não ter pátria (ex.: nascer num país em que não adote a territorialidade, só a consanguinidade, sendo filhos de pais cujos países só aceitem a territorialidade como critério de nacionalidade), é apátrida, ou ter mais de uma pátria. DERIVADA: ou secundária, e resulta da vontade do indivíduo associada a outros requisitos exigidos. Quem a adquire é o chamado NATURALIZADO. Para adquirir a naturalização, a lei estabelece uma série de requisitos.
DIREITOS POLÍTICOS: Vai sendo adquirido progressivamente, a partir da faixa etária do indivíduo. Esses direitos só serão plenos aos 35 anos, quando é possível que o individuo se eleja à presidência. É imprescindível para que o indivíduo exerça seus direitos políticos (referendo, eleições, plebiscitos...) tenha capacidade eleitoral ativa (condição de eleitor) e a capacidade eleitora passiva (inelegibilidade). É elegível quem é alistável e quem é alistado.
 DIREITOS SOCIAIS: A CF vai tratar da SEGURIDADE SOCIAL (que abrange a saúde – SUS; a previdência social; a assistência aos desamparados financeiramente), que é gerida pelo INSS. Para que o cidadão tenha acesso aos benefícios da Previdência Social, é preciso que o ele seja contribuinte e, por isso, o trabalho autônomo é tão maléfico. Para o acesso à saúde e à assistência aos desamparados, porém, não se faz necessário que o indivíduo pague tributos, seja contribuinte.
- > SAÚDE: visa a redução do risco de doenças e outros agravos e ao acesso universal e igualitário para sua promoção, proteção e recuperação. Esse sistema e desenvolve através de uma rede hierarquizada, que forma o SUS, com atendimento integral e participação da comunidade. É financiado, portanto, por toda a sociedade. O SUS se dá tanto por hospitais e clínicas públicas, quanto por particulares que estejam credenciadas. 
- > PREVIDÊNCIA SOCIAL: é de filiação obrigatória. Há a chamada solidariedade inter-geracional, porque o que o indivíduo contribui para o INSS hoje, é para benefício dos que precisam de cobertura de doença, invalidez, idade avançada, morte, proteção à maternidade, o seguro desemprego, auxílio família e pensão, hoje. A assistência social será prestada a quem dela precisar. 
- > EDUCAÇÃO: é direito de todos, dever do Estado, da família e da sociedade. Na organização do Sistema de Ensino, abre-se para escolas e faculdades/universidades públicas e particulares. 
Quanto aos direitos sociais em geral, o grande problema é o da efetividade, e costuma-se colocar dois obstáculos para a efetividade desses direitos: Reserva do possível e Reserva legal. Na medida em que as prioridades escolhidas não atendam aos direitos sociais, essas prioridades podem sofrer controle judicial para buscar medidas de efetivação.

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