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Polímeros Química Aplicada à Engenharia Civil Profª. Fernanda A. F. Lima Constituição Hidrocarbonetos: compostos de hidrogênio e carbono - ligações intramoleculares covalentes. Hidrocarbonetos insaturados e saturados Definição Polímeros são macromoléculas caracterizadas por seu tamanho, estrutura química e unidades de repetição. ( 2x ) dímero, ( 3x ) trímero, ( nx ) polímero. Exemplos dímero: repetição de duas moléculas do etino (acetileno) produz o butenino. Exemplos trímero: repetição de três moléculas do etino (acetileno) produz o benzeno. Exemplos polímero: repetição de n moléculas do eteno (etileno) produz o polietileno. Grau de polimerização (GP ou DP) Chama-se Grau de polimerização o n da equação. O GP médio para o polietileno varia de 3500 a 25000, correspondente a massas moleculares médias de 100000 a 700000 g/mol. Grau de polimerização (GP ou DP) GP = MW polímero / MW monômero Onde MW é a massa molar dada em g/mol. Este deve ser calculado baseado na média dos pesos moleculares de todos os monômeros. Ex. 1: Para o polietileno, cujo único monômero que o compõe é C2H4, a massa molecular é 150000 g/mol, então temos: MW monômero = (12g/mol C x 2) + (1g/mol H x 4) = 28 g/mol Então, GP = 150000 / 28 GP = 5357 Propriedades do polímero As propriedades mecânicas e o comportamento do polímero durante o processamento são altamente dependentes do tamanho médio e da distribuição dos monômeros nas cadeias poliméricas. Pesos moleculares diferentes podem mudar completamente as propriedades do polímero (propriedades físicas, mecânicas, térmicas, reológicas, de processamento e outras), e por esta razão, os polímeros são caracterizados principalmente por seu peso molecular. Tanto o peso molecular quanto a distribuição de pesos moleculares são determinadas pelas condições operacionais da reação. Classificação dos polímeros 1. Quanto à ocorrência • polímeros naturais Ex.: queratina, celulose, amido, borracha natural (látex). 1. Quanto à ocorrência • polímeros sintéticos (produzidos a partir de moléculas orgânicas). 2. Quanto ao método de obtenção Polímeros de adição: ocorre pelo rompimento de duplas ou triplas ligações a) obtidos pela adição de um único monômero: HOMOPOLÍMERO b) obtidos pela adição de dois ou mais monômeros diferentes: COPOLÍMERO Polímeros de condensação: obtidos pela adição de dois monômeros diferentes com eliminação de substância inorgânica (geralmente água ou gás amoníaco). Polimerização por Adição Polimerização por Condensação 2. Quanto ao método de obtenção 2. Quanto ao método de obtenção 2. Quanto ao método de obtenção 3. Quanto à estrutura molecular Lineares: são geralmente, termoplásticos. Cada monômero é ligado a outros dois monômeros por suas extremidades. Permite flexibilidade. Ex: polietileno, policloreto de vinila, poliestireno, nylon, polimetilmetacrilato e fluorcarbonos. Ramificados: Um monômero pode se ligar a mais de dois outros monômeros, resultando em ramificações que permitem ganho no volume, baixa compactação e baixo peso molecular. Atuam como plastificantes. Ex: Poliacetato de vinila e polietileno. 3. Quanto à estrutura molecular Ligação cruzada: Obtidas pela inserção de átomos ou moléculas adicionais que se conectam covalentemente à cadeia do polímero. Processo chamado vulcanização (aquecimento com 3 a 8% de enxofre), reage nos pontos de insaturação do polímero e alinha a estrutura, conferindo resistência a deformações. Ex: borrachas vulcanizadas (pneus). 3. Quanto à estrutura molecular Polímeros em rede: Possuem três ou mais ligações covalentes ativas formando redes tridimensionais. Ex: Epóxis, poliuretanos, fenol-formaldeído. 3. Quanto à estrutura molecular Polímero amorfo: As cadeias do polímero estão em desordem, arranjadas em espirais randômicas sem que haja um ponto de derretimento fixo. Polímero cristalino: As cadeias do polímero estão em estado ordenado, com forma definida. Existe um ponto de derretimento definido. Polímero Semi-cristalino: As cadeias se apresentam ora ordenadas, ora desordenadas, de forma que se encontram em um estado intermediário de cristalinidade. 4. Quanto ao estado de conformação Polímero amorfo Polímero cristalino Polímero Semi-cristalino 4. Quanto ao estado de conformação A natureza química da cadeia do polímero é o principal fator que influencia na probabilidade de um polímero exibir uma estrutura cristalina. Polímeros capazes de formar ligações intermoleculares distribuídas ao longo da cadeia favorecem um maior grau de cristalinidade. Homopolímeros possuem maiores condições de formar uma estrutura mais cristalina do que copolímeros randômicos. Isto porque os copolímeros possuem uma distribuição não uniforme de forças intermoleculares. Pressão e temperatura podem influenciar na cristalinidade. Fatores que afetam a cristalinidade Está relacionada à forma com a qual os grupos funcionais R estão dispostos na molécula: Estereoregularidade ou Taticidade A estereoregularidade pode ser crítica para controlar a cristalinidade e a transição térmica de alguns polímeros. A temperatura pode ser muito importante no controle da colocação do monômero na cadeia do polímero, determinando a estereoregularidade do polímero. Estereoregularidade ou Taticidade *Tg = temperatura de transição vítrea ocorre com polímeros amorfos ou semi-cristalinos (80% ). Quando um polímero está a uma temperatura abaixo da sua Tg, o movimento de cadeia está congelado (~ sólido). À medida que a temperatura vai aumentando, ocorre um ganho da mobilidade da fase desordenada. Conhecer a passagem do estado vítreo para o elastomérico/borrachoso (Tg) é muito importante para conhecer o comportamento do polímero. As mudanças podem ser reversíveis. Transições Térmicas No esquema é mostrado um polímero semicristalino, com fases cristalina e vítrea. A primeira é representada por cadeias paralelas e está associada à fusão (Tf). Já a fase vítrea é representada por cadeias desordenadas, enoveladas, associadas à transição vítrea (Tg). *Quando há ligações cruzadas no polímero, sua densidade é aumentada e o movimento molecular é restringido e portanto, a Tg aumenta. Transição Vítrea Quando há ligações cruzadas no polímero, sua densidade é aumentada e o movimento molecular é restringido e portanto, a Tg aumenta. Quando há maior ramificação na cadeia, menor é o valor da Tg. Onde há mais ramificações, ocorre o afastamento entre as cadeias e a interação vai diminuindo, os segmentos do polímero ficam mais livres para movimentarem-se e, portanto, a transição vítrea ocorre em uma temperatura menor. Transição Vítrea A Tm ou Tf é uma transição de 1ª ordem e é a temperatura de fusão dos domínios cristalinos de uma amostra de polímero. A Tg é uma transição de 2ª ordem e é a temperatura na qual o domínio amorfo de um polímero readquire progressivamente a sua mobilidade. Tg e Tm determinam a faixa de temperatura na qual o polímero pode ser empregado. Verifique a faixa de trabalho para os termoplásticos abaixo: Transições Térmicas Temperaturas de fusão e transição vítrea para algunsmateriais poliméricos mais comuns. Transições Térmicas As propriedades mecânicas dos polímeros podem ser especificadas pelo módulo de elasticidade. Este dado prediz o limite de resistência à tração e as resistências ao impacto e à fadiga, sendo que para muitos polímeros, utiliza-se de gráficos tensão-deformação para a caracterização de alguns destes parâmetros mecânicos. Propriedades Mecânicas Comportamento tensão-deformação para polímeros A curva A ilustra o comportamento de polímeros frágeis, que apresentam ruptura no trecho elástico. A curva B caracteriza o trecho inicial elástico, seguido por escoamento e por uma região de deformação plástica até a ruptura à tração (limite de resistência à tração LRT). A curva C é totalmente elástica, típica da borracha (característica da classe dos Elastômeros). Propriedades Mecânicas A principal propriedade ótica a ser considerada neste trabalho é a transparência, apresentada por polímeros amorfos ou com muito baixo grau de cristalinidade, quantitativamente expressa pela transmitância (razão entre a quantidade de luz que atravessa o meio e a quantidade de luz que incide perpendicularmente à superfície, podendo alcançar até 92% nos plásticos comuns). Materiais poliméricos muito cristalinos tornam- se translúcidos ou semitransparentes, ou mesmo opacos. Propriedades Óticas Oxidação: Resistência aumenta em macromoléculas apenas com ligações simples entre átomos de carbono. Ex: PE, PP. Resistência é menor particularmente em borrachas rompendo as cadeias e na presença de ozônio. Calor: Maior resistência abaixo da temperatura de transição vítrea. Ex: PVC. Resistência a intempéries Raios Ultra-Violeta: Menor resistência em macromoléculas com dupla ligação entre átomos de carbono. Ex: PP ou LDPE, expostos à luz do sol. Umidade: Polímeros que absorvem água sofrem alteração de volume, podendo aumentar o peso do material. Resinas fenólicas, por exemplo, no caso de cura incompleta dos laminados, incham, mudam de tamanho e sofrem delaminação. Resistência a intempéries Ácidos: O contato com ácidos pode causar parcial destruição das moléculas poliméricas. Ex: Resinas melamínicas e produtos celulósicos sofrem alteração. Bases: Soluções alcalinas, usualmente aquosas, são bastante agressivas a polímeros cuja estrutura apresente certos agrupamentos como carboxila, hidroxila, fenólica e éster. Ex: Resinas fenólicas e epoxídicas. Resistência a intempéries Ácidos: O contato com ácidos pode causar parcial destruição das moléculas poliméricas. Ex: Resinas melamínicas e produtos celulósicos sofrem alteração. Bases: Soluções alcalinas, usualmente aquosas, são bastante agressivas a polímeros cuja estrutura apresente certos agrupamentos como carboxila, hidroxila, fenólica e éster. Ex: Resinas fenólicas e epoxídicas. Solventes e Reagentes: Solventes polares solubilizam moléculas polares, solventes apolares solubilizam moléculas apolares. Se o solvente possui afinidade pelo polímero, ocorre a penetração entre as cadeias macromoleculares, gerando interações físico-químicas (pontes de hidrogênio, ligações dipolo-dipolo ou mesmo forças de Van der Waals). Resistência a intempéries Classificação quanto à Aplicação Os plásticos que sofrem fusão sem decomposição, são chamados de termoplásticos, isto é, podem ser remoldados sucessivamente. São relativamente macios e possuem estrutura linear ou pouco ramificada. Ex.: poletileno, polipropileno, politetrafluoretileno (teflon)... Elastômeros são polímeros que à temperatura ambiente podem ser alongados repetidamente, com grande grau de elongação, e ao retirar-se o esforço, volta a sua forma original. Ex: borrachas. Os plásticos que sofrem decomposição por alto aquecimento, não se dissolvem e não permitem serem remoldados, são chamados de termoendurecíveis, termofixos ou termorrígidos. Obs: Termorrígidos não apresentam Tm após o processo de cura. Ex: borrachas vulcanizadas, resinas epoxi e fenólicas, silicone... Classificação quanto à Aplicação Para Instalações residenciais, comerciais e industriais (tubulações de água e esgoto sanitário, captação e condução de águas pluviais) – PVC (poli cloreto de vinila) para temperatua ambiente e CPVC (policloreto de vinila clorado) para água quente. Componentes em PVC possuem menor custo de material e de mão-de-obra em relação aos materiais tradicionalmente utilizados, são resistentes à corrosão, a lisura das paredes internas resulta em maior velocidade do fluxo e menos formação de depósito, não são condutores de eletricidade, coeficiente de expansão térmica muito maior que outros matérias, são praticamente imunes ao ataque de bactérias e fungos, possuem densidade menor que materiais tradicionais como cerâmica e ferro galvanizado. Classificação quanto à Aplicação Para Instalações elétricas (fios e cabos de instalações elétricas, telefônicas, antenas de televisão e FM, eletrodutos, componentes terminais da instalação - caixas, espelhos, tomadas, interruptores) – PVC (poli cloreto de vinila), PS (poliestireno), PE (polietileno), PP (polipropileno), PPO (polióxifenileno) e o PCTFE (politrifluorcloroetileno). Os fios são filamentos formados por um condutor e os cabos, formados por vários condutores. Os eletrodutos poliméricos são destinados ao alojamento e proteção dos fios elétricos e podem ser rígidos ou flexíveis e possuem em comum a elevada resistência à compressão, o que permite que sejam embutidos em lajes, paredes e pisos. Classificação quanto à Aplicação Para Fechamento de fachadas (esquadrias e portas) – PVC (poli cloreto de vinila) já corresponde a 50% da matéria- prima utilizada, mas ainda há muita resistência em substituir totalmente o alumínio e os vidros. A fabricação das portas de PVC baseia-se na mesma formulação utilizada para a fabricação de janelas em PVC rígido. Atualmente a porta sanfonada em PVC rígido é um produto bem sucedido devido à sua facilidade de limpeza, instalação e funcionamento, cujas funções são dividir e decorar os ambientes. Quando recolhidas ocupam pouco espaço e podem ser instaladas em paredes que já receberam acabamento. Classificação quanto à Aplicação Para Fechamento de coberturas (telhas) – PVC rígido, policarbonato, fibra de vidro e polipropileno. O PVC neste caso pode se apresentar de forma translúcida ou opaca, com boa resistência química e absorção acústica e térmica. As telhas de fibra de vidro são de baixo peso, com fácil manuseio na aplicação e economia no transporte; alta resistência mecânica; boa resistência química; menor custo de acabamento. As telhas de polipropileno (PP) são uma nova tecnologia que consiste num sistema de módulos com encaixes, formadas por agrupamentos de até seis telhas de PP, reproduzidas com o mesmo design de telhas tradicionais. Classificação quanto à Aplicação Para pisos, revestimentos e forros – PVC ou copolímeros de cloreto de vinila. Oferecem facilidade e economia na aplicação, são versáteis, podendo ser aplicados em diferentes ambientes, resistência comprovada com relação à dureza e impacto, boa resistência a agentes químicos com bases, sais e ácidos. Papéis de parede confeccionados em PVC são capazes de suportar a lavabilidade e possuem estabilidade da cor. O forro possui uma diversidade de funções como acabamento interior, isolamento térmico, absorções sonoras, delimitação espacial e ocultação de redes de instalação. Os painéis mais utilizadossão os de gesso, fibras vegetais, resinas sintéticas (principalmente PVC e acrílico), de madeira e de metal. Classificação quanto à Aplicação Para tintas e vernizes – compostas principalmente de emulsões acrílicas-estirenadas, emulsões acrílicas puras, as vinilacrílicas e os PVAs (poliacetato de vinila). Estas substâncias conferem baixo módulo de elasticidade, uma grande resistência a intempéries e ótima aderência ao substrato onde é aplicada. Tem a finalidade de proteger de corrosão e ataques químicos e melhorar esteticamente as superfícies. Processamento de polímeros Termoplásticos, elastômeros, termofixos e compósitos são processados com várias técnicas de conformação: 1) Completo preenchimento das cavidades de um molde: Moldagem por Injeção (termoplásticos, elastômeros), por Compressão (termofixos). 2) Manufatura contínua de um produto, com seção transversal constante: Extrusão (termoplásticos, elastômeros). Polietileno (PE) Polietileno de alta densidade HDPE Polietileno de baixa densidade LDPE Polipropileno Poliestireno (PS) PVC PVA Teflon PMMA Poliuretano Bioespuma Baquelite Baquelite PET = Polietileno Tereftalato Poliamidas = nylon Vulcanização Processo de Polimerização por emulsificação
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