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Contratos em Espécie - Introdução

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AULA 1 – CONTRATOS EM ESPÉCIE – 6º Período
Apresentação do Programa de Disciplina – Contrato Didático
Introdução:
Aspectos conceituais e evolução.
Fontes das obrigações.
Generalidades. 
Elementos (requisitos) dos Contratos.
Princípios Gerais.
Após o estudo da Teoria Geral dos Contratos no 5º período do curso de Direito passamos a estudar as 23 espécies de contratos previstos no Código Civil de 2002, antes não alcançados pela codificação de 1916. Sabe-se que com a evolução das relações sociais, econômicas e jurídicas na sociedade contemporânea exige-se uma dinâmica mais apurada das relações jurídicas bilaterais estabelecidas pelos contratos.
Nem sempre as codificações acompanham esta evolução dinâmica da sociedade e das novas relações estabelecidas, por isso o Código Civil estabelece em seu artigo 425: “é lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código”. Regula-se pelo CC contratos já estabelecidos pelos costumes e pela fixação da jurisprudência, não impedindo certamente a inovação de novos negócios jurídicos entre as partes, pactuados por contratos inominados, desde que observadas às normas gerais e os princípios, em especial o da probidade e da boa-fé (art. 422), bem como que a liberdade de contratar será exercida “em razão e nos limites da função social do contrato” (art. 421).
Esse fenômeno das várias espécies de contratos se explica pela complexidade e multiplicação das operações econômicas, vez que falamos da sociedade capitalista, que visa em suas relações a lucratividade, na crescente expansão das atividades econômicas de produção, troca e distribuição de bens e serviços. Sem falar da aplicação do Código de Defesa do Consumidor aos contratos atuais na sociedade de consumo.
Para a validade de um negócio jurídico firmado pelo instrumento contratual as partes devem ser capazes (requisito subjetivo), objeto lícito, possível, determinado ou determinável e suscetível de apreciação ou valoração econômica (requisitos objetivos).
O direito contratual rege-se por princípios – tradicionais e modernos – que aplicáveis a todas as espécies de contratos típicos e atípicos:
Autonomia da vontade – faculdade de as partes contratarem livremente – direito subjetivo na possibilidade de celebração de negócios jurídicos (ar. 421). O poder ou faculdade de estabelecer o conteúdo dos contratos é relativo (não absoluto), em razão das limitações impostas pelas normas do CC, do CDC e demais leis esparsas.
Supremacia da ordem pública – o interesse da sociedade deve prevalecer quando coincide com o interesse privado (individuais). Intervenção estatal nas relações jurídicas contratuais, denominado de dirigismo contratual, em especial no CDC (modelo intervencionista estatal), para restabelecer o equilíbrio contratual entre as partes, visando o equilíbrio econômico social entre os contratantes. Ordem Pública está prevista no artigo 17 na Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. (Redação dada pela Lei nº 12.376, de 2010) – como cláusula geral. Também os bons costumes estão ordenados como cláusula geral para os contratos em geral. Portanto freios e limites à liberdade contratual.
Consensualismo – princípio que rege os contratos – regras consensuais são a regra e o formalismo a exceção.
Relatividade dos efeitos dos contratos – os efeitos dos contratos somente se produzem entre as partes, não afetando patrimonialmente terceiros (para o modelo clássico de contratos). No entanto para o regime contratual contemporâneo, o CC de 2002 não mais concebe a satisfação das partes dos contraentes, mas os interesses da coletividade. 
Obrigatoriedade dos contratos – ou da intangibilidade – representa força vinculante dos contratos, também denominado princípio da força vinculante dos contratos. Fundamentos: segurança nos negócios; intangibilidade ou imutabilidade dos contratos, personificado na máxima (vetusta) pacta sunt servanda (séculos XVIII e XIX) não podem ser alterados sequer pelo juiz, somente a alteração ou revogação procede pela vontade bilateral. Excepcionalmente confere-se ao Judiciário a possibilidade de revisão dos contratos (intervenção estatal nas relações contratuais privadas) em decorrência do rompimento das regras gerais contratuais da equidade, do equilíbrio contratual, da boa fé objetiva e da função social. Importante ressaltar que o CC em seus artigos 478 a 480 (contratos de execução continuada e diferida), no estado de perigo e lesão (art. 156), permite a revisão dos contratos para restabelecer o equilíbrio entre as partes contraentes – rebus sic stantibus.
Revisão contratual ou da onerosidade excessiva – opõe-se ao princípio da obrigatoriedade, pois permite as partes contraentes recorrerem ao Poder Judiciário para obtenção e restabelecimento do equilíbrio contratual. Baseada na teoria da imprevisão, permite a qualquer das partes a revisão contratual por fatos supervenientes à contratação inicial, pela imprevisibilidade da ocorrência desses fatos extraordinários que ensejam o desequilíbrio entre os contraentes, bem como por onerosidade excessiva para um dos contratantes e vantagem exagerada para outro. (ver arts. 478, 479 e 480). 
Boa-fé e da probidade – artigo 422 do CC – o princípio da boa-fé exige que as partes se comportem (dever ou regra de conduta) de forma correta em todas as tratativas contratuais (pré-contratual, durante a execução contratual e pós-contrato) – cláusula geral para aplicação do direito obrigacional – que impõe aos contratantes agirem com probidade (aspecto objetivo), honestidade e lealdade.
	Fonte: Carlos Roberto Gonçalves – Direito Civil Brasileiro - Vol. III – 2ª ed. – Editora Saraiva.

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