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Contratos em Espécie - Quadro I

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ESCOLA DE DIREITO 
6º PERÍODO 
CONTRATOS EM ESPÉCIE REVISÃO PARTE I
PROFESSORA MARISTELA DENISE MARQUES DE SOUZA
	Modalidades de Contratos
	Compra e Venda
	Doação 
	Troca ou Permuta
	
Conceito 
	Contrato bilateral pelo qual uma das partes (vendedor) se obriga a transferir o domínio de uma coisa à outra (comprador), mediante a contraprestação de certo preço em dinheiro. Artigo 481 CC
	O dispositivo 538 CC conceitua o contrato de doação, translativo de domínio, pelo qual o doador, em ato espontâneo e de liberalidade (animus donandi), transfere, a título gratuito, bens e vantagens que lhes são pertencentes ao patrimônio de outrem que, em convergência de vontades, os aceita expressa ou tacitamente.
O contrato em que uma pessoa (doador), por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra (donatário).
	Contrato em que as partes se obrigam a prestar uma coisa por outra, excluindo o dinheiro. É negócio jurídico bilateral, oneroso, consensual (como na compra e venda) e comutativo. Gera a obrigação aos permutantes: transferir de um para outro a propriedade de determinada coisa, objeto da troca. Não se trata de direito real, mas obrigacional decorrente de contrato, independente da tradição.
	
Características
	
Segundo Nelson Nery Jr e Rosa Maria de Andrade Nery é o contrato (consensus) pelo qual uma das partes se obriga a transferir a propriedade de uma coisa (res) – (corpórea, como os móveis e imóveis materiais; ou incorpórea, como os direitos de invenção, a propriedade literária, etc., hipótese em que se dá a essa transmissão o nome de cessão)- à outra, recebendo, em contraprestação, o preço (pretium) (dinheiro ou valor fiduciário equivalente)
	
Característica principal – gratuidade.
natureza contratual;
animus donandi (elemento subjetivo): intenção de fazer uma liberalidade;
transferência de bens para o patrimônio do donatário (elemento objetivo): acarretando diminuição patrimonial;
aceitação do donatário: é indispensável para o aperfeiçoamento da doação. Pode ser expressa, tácita (embora não se manifestando pelo aceite, o donatário age como se tivesse aceito, tomando medidas de dominus), presumida ou ficta.
Aceitação:
É presumida pela lei: o silêncio atua como manifestação de vontade. a) quando fixado prazo, o donatário para declarar se aceita ou não. Caso o donatário não o faça no prazo, considerar-se-á aceita; b) quando feita em contemplação de casamento futuro e este se realiza (art. 546).
• A aceitação é pressuposto necessário para aperfeiçoar, pela consensualidade, o contrato. Cabe ao donatário declarar que aceita o ato de liberalidade do doador, e, no seu silêncio, presume-se o consentimento (aceitação tácita), quando a doação é pura, feita sem encargos ou condições, isto é, inteiramente benéfica, sem quaisquer ônus para o favorecido. Dispensa-se a aceitação quando o donatário for absolutamente incapaz (art 543) - ficta.
Ficto é consentimento para a doação ao incapaz. Dispensa-se a aceitação (em doação pura), se o donatário for absolutamente incapaz.
	Regulamentação jurídica
 
Art. 533. Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda, com as seguintes modificações:
I - salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por metade as despesas com o instrumento da troca;
II - é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante.
Se o objeto do ascendente for mais valioso, os demais descendentes devem consentir expressamente, tal como ocorre na venda – art. 496. Se os valores forem idênticos, dispensada a anuência dos descendentes, pois não haverá prejuízo para estes. Bem como se o bem recebido na troca pelo ascendente for de valor superior, ao contrário, haverá acréscimo de patrimônio e não prejuízo.
Em caso de uma das partes não cumprir com o contrato, a parte prejudicada poderá opor exceptio non adimpleti contractus.
No caso dos vícios redibitórios em relação à permuta, a parte lesada terá apenas a opção da resolução contratual, com volta ao status quo ante. Não cabe a possibilidade de abatimento do preço, pois trata-se de troca e não de venda.
Na evicção o evicto tem direito à restituição da coisa, além das despesas com o contrato, da indenização pelas perdas e danos e das custa processuais.
 
	
Natureza Jurídica
	
Quanto aos efeitos bilateral – geram obrigações para ambos os contratantes – reciprocidade de prestações (sinalagmáticos); consensual (em regra) porque se aperfeiçoa com o acordo de vontades, independentemente da entrega da coisa;
Quanto às vantagens patrimoniais oneroso;
Comutativo – corresponde à equivalência de prestações – na compra e venda há a equivalência subjetiva das prestações: o vendedor sabe que irá receber o preço que atende aos seus interesses e o comprador que irá obter a propriedade do bem a ser adquirido.
 
Execução instantânea – compra e venda à vista
Execução diferida – a entrega em determinada data do bem adquirido (obrigação a termo)
Execução de trato sucessivo – compra e venda a prazo
	
Gratuito: no entanto, é oneroso se houver ônus ou encargo (doador impõem ao donatário um ônus, por ter sido este contemplado com o ato de doação).
Unilateral: será bilateral quando modal ou com encargo.
Formal ou solene: mas a doação manual é de natureza real (móveis pela tradição).
	
	Modalidades de Contratos
	Compra e Venda
	Doação
	Troca ou Permuta
	
Elementos 
	Consentimento - Deve ser livre e espontâneo e recair sobre o preço e a coisa.
* Pressupõem-se a capacidade das partes e a capacidade específica para alienar (poder de disposição da coisa).
Preço - É necessária a sua fixação (senão a venda é nula), determinado, em regra, pelo livre debate entre os contraentes (preço convencional). Deve ser ao menos determinável, mediantes critérios objetivos estabelecidos pelos próprios contraentes. Deve ser, também, sério e real, correspondente ao valor da coisa, e não vil ou fictício.
Coisa – existência da coisa; individualização da coisa e disponibilidade da coisa.
	
Liberalidade - do doador.
Coisa - móvel, imóvel, vantagens ou benefícios.
Objeto - A prestação de dar coisas ou vantagens. Qualquer coisa que tenha valor econômico e possa ser alienada.
	
	Efeitos 
Modalidades
	Gerar obrigações recíprocas para os contratantes: transferir o domínio (alienante); e pagar certo preço em dinheiro (adquirente).
Acarretar a responsabilidade pelos vícios redibitórios (defeitos ocultos em coisa recebida e, virtude de contrato comutativo, que a tornam imprópria para o uso a que se destina ou lhe diminua o valor; a coisa defeituosa pode ser enjeitada pelo adquirente mediante a devolução do preço e se o alienante conhecia do defeito, com satisfação de perdas e danos ou abatimento do preço.
 pela evicção perda da coisa (no todo ou em parte) em decorrência de sentença judicial, que a atribui a outrem por causa jurídica preexistente ao contrato – defeito do direito transmitido ao adquirente.
Repartição das despesas:
 Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição.
Direito de reter a coisa ou o preço: cabe ao comprador o primeiro passo – pagar o preço.
Art. 491. Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço.
Na venda à prazo, não é lícito ao vendedor condicionar a entrega da coisa ao cumprimento das prestações pelo comprador, pois a entrega da coisa não dependerá do pagamento integral do preço.
	Efeitos
Juros moratórios e evicção: 
• A não-responsabilidade do doador por juros moratórios e, ainda, pelas consequências da evicção (arts. 447 a 457) ou dos vícios redibitórios (arts. 441 a 446) da coisa doada é a regra geral. Isso decorre de ser a doação umcontrato não oneroso, ditado pela liberalidade daquele que doa. A garantia da evicção é ressalvada, contudo, na doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e determinada pessoa (donatio propter nuptias), de que trata o Art. 546, instituída na dependência daquele acontecimento (doação condicional), ficando, desse modo, sujeito o doador à evicção, exceto por cláusula que o exclua.
Espécies de doação:
Pura e simples ou típica: quando o doador não impõe nenhuma restrição, condição ou encargo ao beneficiário (donatário).
Onerosa, modal, com encargo ou gravada: aquele em que o doador impõe ao donatário incumbência ou dever.
Remuneratória: feita em retribuição a serviços prestados, cujo pagamento não pode ser exigido pelo donatário.
Quem salvou-lhe a vida, que ajudou em momento de dificuldade, dívida já prescrita.
Mista: aquela em que se procura beneficiar por meio de um contrato de caráter oneroso.
Ex.: paga-se 100 num bem sabendo-se que ele vale 10.
Em contemplação do merecimento do donatário (contemplativa ou meritória): configura-se quando o doador menciona, expressamente, o motivo da liberalidade, dizendo, por exemplo, que a faz porque o donatário tem determinada virtude, ou seu amigo, ou renomado cientista, etc.
Feita ao nascituro: pode o nascituro ser contemplado com doações, sendo aceita pelo seu representante legal. Tal doação é condicionada ao nascimento com vida do nascituro.
Em forma de subvenção periódica: pensão terminada, no máximo, com a morte do doador ou do donatário (não transfere-se aos herdeiros deste).
Em contemplação de casamento futuro: fica sem efeito só se o casamento não se realizar (condição suspensiva).
Entre cônjuges, ascendentes à descendentes: importa adiantamento do que lhes cabe por herança.
 Pode ser doado por um cônjuge ao outro: (a) no regime de separação absoluta em virtude de inexistência de bens comuns; (b) no regime de comunhão parcial; (c) no regime de comunhão universal, os excluídos da comunhão.
Em comum a mais de uma pessoa (conjuntiva): doação feita em comum a várias pessoas, entendendo-se distribuída aos beneficiários por igual (obrigação divisível).
*Pode o doador dispor em contrário, determinando que a parte do que falecer acresça à do vivo.
*Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo.
De ascendentes a descendentes: importa adiantamento do que lhes cabe por herança.
	* Por isso, no inventário devem conter os bens recebidos, pelo valor daquela época.
 
	* Porém, pode a doação sair da parte disponível do doador, devendo isso estar expresso.
Inoficiosa: é a que excede o limite que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento.
 
	* Conforme o CC, tal doação é nula somente a parte que exceder tal limite.
Com cláusula de retorno ou reversão: o doador pode estipular o retorno ao seu patrimônio dos bens doados, se sobreviver ao donatário (condição resolutiva expressa). Beneficia somente o donatário, e não seus herdeiros.
Manual: doação verbal de bens móveis de pequeno valor, desde que siga a tradição.
 
Feita a entidade futura: caducará se, em dois anos, esta não estiver constituída regularmente.
Feita ao donatário incapaz: exige-se a aceitação do representante legal somente quando a doação for onerosa, dispensada apenas na doação simples.
	
	
Limitações 
	Venda de ascendente a descendente: proibição relativa. Nulidade relativa, pois o poderá o negócio jurídico se convalescer com a confirmação dos descendentes. Dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória. O desfazimento do negócio depende da prova de que a venda se fez por preço inferior ao valor real do bem ou de que a venda tenha incidido na legítima dos herdeiros (50% do patrimônio do ascendente).
Aquisição de bens por pessoa encarregada de zelar pelos interesses do vendedor: proibição absoluta. (artigo 497). O art. 498 ressalva interesses legítimos que não podem ser prejudicados em razão do exercício de funções no Poder Judiciário. Se referidas pessoas do inciso III forem parte legítimas do processo judicial como partes, não recairá a proibição do art. 497. 
Venda de parte indivisa em condomínio: Art. 504. Finalidade: evitar o ingresso de estranho no condomínio, preservando-o de futuros litígios e inconvenientes. Ação de preempção: o condômino preterido pode exercer o seu direito de preferência pela ação de preempção.
Venda entre cônjuges: Um cônjuge, exceto no da separação absoluta, só estará legitimado a alienar, hipotecar ou gravar de ônus reais os bens imóveis depois de obter a autorização do outro, ou o suprimento judicial de seu consentimento.
Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão.
	Doação pelo devedor já insolvente, ou por ela reduzido à insolvência: por configurar fraude contra credores.
Doação da parte inoficiosa: conforme o CC, tal doação é nula somente a parte que exceder tal limite.
Doação de todos os bens do doador: é nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente.
Doação de cônjuge adúltero a seu cúmplice: pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até 2 anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.
Revogação
Revogação por descumprimento do encargo:
Se o doador fixa prazo para o cumprimento do encargo, a mora se dá pelo seu vencimento. Não havendo termo, começa ela desde a interpelação extra ou judicial. A partir de então começa a fluir o lapso prescricional para a propositura de ação revocatória da doação, que só poder ser pleiteada pelo doador em juízo.
O direito de revogação é de ordem pública. Assim, a faculdade do exercício de direito de o doador revogar a doação por ingratidão é irrenunciável por antecipação. A renúncia prévia corresponderia conceder ao donatário carta ele indenidade para ele vulnerar o dever ético-jurídico de corresponder, dignamente, à liberalidade do doador e, desse modo não ser-lhe grato. A renúncia posterior coabita tacitamente, diante dos atos da ingratidão, se o doador não exercitar o direito no prazo prescricional, ou, de modo expresso, quando comunica ao donatário o perdão concedido. Nula será a cláusula dispondo, de antemão, a renúncia desse direito.
Revogação por ingratidão do donatário: só se for pura e simples.
 
* Ao aceitar o benefício, o doador assume, tacitamente, obrigação moral de ser grato ao benfeitor. A revogação tem, pois, caráter de pena pela insensibilidade moral demonstrada e somente cabe nos casos expressos.
 
* O direito de revogar a doação por ingratidão é de ordem pública e, portanto, irrenunciável antecipadamente pelo doador.
Casos de revogação por ingratidão:
I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele;
II - se cometeu contra ele ofensa física;
III - se o injuriou gravemente ou o caluniou;
IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava.
Impedimentos para a revogação da doação (irrevogabilidade):
São insuscetíveis de revogação por ingratidão as doações puramente remuneratórias, isto é, aquelas que remuneram um serviço prestado pelo donatário, no que não exceder ao valor de tal serviço.
Doações com encargo já cumprido, ou seja, com a condição satisfeita. Cumprindo o encargo, a exemplo daquele imposto a benefício de terceiro ou do interesse social, não há de se revogar a doação.
A doação decorrente da liberalidade feita para atendimento de obrigação não exigível (v. g, dívida de jogo ou dívida prescrita) também não pode ser revogada por ingratidão.
No caso da doação feita em contemplação de casamento (casamento futuro), ela se toma irrevogável, com a celebração deste, tendo alcançado o fim a que se propôs.
	
	Especificidades
	Venda mediante amostra: Amostraconstitui reprodução integral da coisa vendida, com suas qualidades e características, apresentada em tamanho menor ou reduzido. Se a mercadoria entregue não for em tudo igual à amostra, caracteriza-se inadimplemento contratual.
Venda ad mensuram: em que o preço é estipulado com base nas dimensões do imóvel (preço por unidade).
Se ela não corresponder: comprador terá o direito de exigir o complemento da área ou de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço.
Diferença menor que um vigésimo (5%): presume-se enunciativa, mas caso o comprador prove que era necessária deixa de ser enunciativa.
Se houver excesso: e o vendedor provar que tinha motivos para ignorar a medida exata da área vendida, caberá ao comprador, à sua escolha, completar o valor correspondente ao preço ou devolver o excesso.
Venda ad corpus: espécie de venda em que o imóvel é adquirido como um todo, corpo certo e determinado.
Não haverá complemento de área, nem devolução de excesso, se o imóvel for vendido como coisa certa e discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência às suas dimensões.
Cláusulas Especiais: Retrovenda: natureza jurídica de pacto acessório; condição resolutiva expressa – desfazimento da venda, retornando as partes ao status quo ante; recai somente sobre a compra e venda de bens imóveis; prazo para resgate 3 anos. O direito de resgate poderá ser cedido a terceiros, herdeiros ou legatários.
Venda a contento: *depende da manifestação do agrado do comprador para se dar como perfeita – cláusula ad gustum. A coisa deve apresentar as qualidades asseguradas pelo vendedor e ser idônea para os fins a que se destina. (art. 510). A simples tradição da coisa não transfere o domínio que depende da manifestação do agrado potencial do adquirente. Pacto que não se transfere a outrem, quer por ato inter vivos ou causa mortis – caráter pessoal.
Preempção ou preferência (ou prelação).
 Pacto pelo qual o comprador de uma coisa, móvel ou imóvel, se obriga a oferecê-lo ao vendedor (personalíssimo – somente este), na hipótese de pretender futuramente vendê-la ou dá-la em pagamento, para que este use do seu direito de prelação em igualdade de condições.
O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros.
Venda com reserva de domínio: alienação fiduciária de bens móveis e imóveis.
Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago. Arts. 521 a 528 CC.
 recai sobre coisa móvel e imóvel (alienação fiduciária em garantia);
 compra e venda a crédito;
objeto individuado e infungível;
pagamento do valor pactuado em prestações;
o vendedor terá como obrigação transferir o domínio ao comprador assim que este complete o pagamento;
venda sob condição suspensiva.
Artigo 22, parágrafo único Lei 9.514/1997 Redação dada pela Lei 11.076/2004
A alienação fiduciária se dá por: 
por instrumento escrito particular ou público, obrigatoriamente arquivado no Registro de Títulos e Documentos no domicílio do credor e no competente Registro de Imóveis;
conterá o contrato o valor total da dívida, o prazo e as condições de pagamento, a taxa de juros e os encargos incidentes;
descrição do imóvel e cláusula de constituição da propriedade fiduciária.
Em caso de inadimplemento da obrigação:
o fiduciante (comprador- devedor) será notificado pelo fiduciário (vendedor- credor) através do oficial do Registro de Imóveis para satisfazer a dívida em quinze dias;
não encontrado o fiduciante será intimado por edital pelo oficial do cartório;
não pagando o fiduciante, a propriedade se resolverá ao fiduciário, junto à matrícula do imóvel, sendo que o imóvel será levado à leilão em 30 dias do registro junto à matrícula;
o valor do leilão incorpora a dívida, juros, correção monetária, despesas do cartório, deduzidas o valor das benfeitorias, pagando o fiduciante os impostos taxas, condomínio e demais encargos, sendo o fiduciário reintegrado na posse, concedida liminarmente para a desocupação em 60 dias.
	Incorrendo em mora o donatário. sujeita-se ao desfazimento integral da doação, pronunciado judicialmente, não cabendo a revogação fora de juízo, por ato unilateral do doador 
A mora do donatário onerado opera-se pelo simples vencimento do prazo para o cumprimento, facultando ao doador a ação de resolução do contrato. Não existindo prazo clausulado, o donatário incidirá em mora, quando assinando-lhe o doador prazo razoável para o adimplemento do encargo, este escoar sem que a obrigação seja cumprida.
Os direitos adquiridos por terceiros não são prejudicados, porquanto os efeitos da revogação não retroagem (ex nunc). 
O donatário é obrigado a pagar os frutos percebidos, uma vez litigiosa a coisa pela citação válida (Art. 219 do CPC), dispensando de restituir os anteriores àquele ato processual. O CC inova bem a matéria, obrigando o donatário a partir de quando formada a relação jurídico-processual.
Dar-se-á a indenização em caso de impossível restituição em espécie, como sucede por não prejudicar direitos de terceiros, apurando-se o quantum indenizatório pela média do valor que a coisa doada experimentou ao longo do período compreendido entre a liberalidade prestada e a revogação da doação.
Prazo para a revogação da doação por ingratidão: deverá ser pleiteada dentro de um ano, a contar de quando chegue ao conhecimento do doador o fato que a autorizar, e de ter sido o donatário o seu autor.
O direito de o doador revogar a doação é personalíssimo e, como tal, não se transmite aos herdeiros. 
 Entretanto, havendo o doador promovido a demanda, cabe aos seus herdeiros continuá-la, inclusive contra os herdeiros do donatário, se este falecer depois da propositura da ação contra si intentada. O CC reconhece em prol do doador-autor os efeitos internos da distribuição do feito ao empregar a expressão “depois de ajuizada a lide”.
A impossibilidade material de o doador exercitar a ação faz transferir aos seus herdeiros a iniciativa, certo que agora autorizada, com bastante lucidez. O homicídio frustro (tentativa) serve de causa revocatória, mas o exitoso não era previsto para a revogação, sob o pálio do direito personalíssimo do doador assassinado. O perdão do doador, todavia, elide a admissibilidade da demanda.
	
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