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ARTIGO MÍDIAS NA EDUCAÇÃO UFC

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
UFC VIRTUAL
CURSO DE MÍDIAS AVANÇADO
JOSÉ VALTEVAR DE ARAUJO 
MÍDIAS NO PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO DOS ALUNOS DO 
NÚCLEO DE ARTE DE EDUCAÇÃO E CULTURA - NAEC
CEARÁ
2011
JOSÉ VALTEVAR DE ARAUJO
MÍDIAS NO PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO DOS ALUNOS DO 
NÚCLEO DE ARTE DE EDUCAÇÃO E CULTURA - NAEC
Trabalho de Conclusão de Curso submetido à 
Coordenação do Curso de Pós-Graduação Lato Senso 
em Mídias na Educação da Universidade Federal do 
Ceará como requisito parcial para obtenção do título de 
Especialista.
Orientador: prof. Dr. José Marconi Marinho Rodrigues
CEARÁ
2011
V447r Atual, 
 Mídias no Processo de Socialização dos Alunos do Núcleo de Arte de 
Educação e Cultura - NAEC / José Valtevar de Araujo Atual. 2011.
 26 f. ; il. color. enc.
Orientador: Prof. Dr. José Marconi Marinho Rodrigues
Área de concentração:
Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização) - Universidade Federal 
do Ceará, UFC Virtual, Fortaleza, 2011
1 Introdução. 2 Revisão de Literatura. 3 Procedimentos Metodológicos. 
4 Apresentação e Análise dos Dados. 5 Considerações Finais. 6 
Referências Bibliografia.
CDD 910
JOSÉ VALTEVAR DE ARAUJO
MÍDIAS NO PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO DOS ALUNOS DO NÚCLEO DE 
ARTE DE EDUCAÇÃO E CULTURA - NAEC
Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Coordenação do Curso de Pós-Graduação Lato 
Senso em Mídias na Educação, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial 
para a obtenção do grau de Especialista.
Aprovado em: _____ / _____ / 2011.
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________
Prof. Dr. José Marconi Marinho Rodrigues 
(Orientador)
Universidade Federal do Ceará- UFC
Prof. ............................................
Universidade Federal do Ceará- UFC
RESUMO
Este trabalho apresenta uma experiência concreta de utilização das mídias vídeo e 
Internet/Computador no Núcleo de Arte Educação e Cultura- NAEC da cidade de Jijoca de 
Jericoacoara/CE. Internet e vídeo estão estreitamente vinculados e são ferramentas de paixão dos 
adolescentes de hoje que estão sempre abertos para descobrirem o novo, o inusitado e se expõem 
as tarefas que desafiem seus raciocínios e suas capacidades criativas. Foi partindo desse 
pressuposto que o trabalho com essas mídias foi incorporado nas aulas de artes plásticas, dança, 
teatro e música. As mídias estão presentes em quase todos os trabalhos culturais que realizamos. 
Mostraremos como produzimos vídeos com pequenos recursos de filmagens e fotografias, ao 
mesmo tempo apresentaremos os projetos de cinema que desenvolvemos para a comunidade com 
o objetivo de informar, socializar e entreter quem não tem acesso, condições ou oportunidade de 
desfrutar do audiovisual na capital do Estado. Finalmente relataremos como os professores do 
NAEC utilizam os vídeos para avaliar a aprendizagem e desempenho dos alunos nos cursos de 
música e artes. Adicionalmente, relataremos a importância da web na divulgação das produções e 
na socialização dos resultados com os pais, colegas, comunidade Jijoquense e com o mundo. 
Palavras-chave: Cultura. Arte. Socialização. Internet. Vídeos.
ABSTRACT
This is a practical experience for use of the media Web and Video in the Nucleus of Art 
Education and Culture - NAEC, in the city of Jericoacoara Jijoca. The Internet and video are 
closely linked and tools of passion of teenage today are always open to find new, unusual and 
expose the tasks that challenge reasoning and its creative. Was this assumption that works with 
these media was incorporated in the class of visual arts theater, dance, music and the media are 
present in almost all cultural debate. We show videos with small stocks of films and 
photographs, at the same time we programs of the movies that we have worked for the 
Community to inform him of the premise and entertain who has access conditions or opportunity 
to enjoy broadcasting in the capital of the state and teachers. Finally, we describe how NAEC use 
the videos to evaluate the performance of the students of music and arts. Besides, we describe 
quoted above the importance of the web in dissemination of production and the socialization of 
the results with his parents, gentlemen, jijoquense community, and the world.
Keywords: Culture. Art. Socialization. Internet. Videos.
SUMÁRIO
 1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................... 8
 2 REVISÃO DE LITERATURA................................................................................................. 11
 2.1 O Vídeo na Educação........................................................................................................ 13
 2.2 O Vídeo e a Internet / Computador....................................................................................15
 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS..............................................................................17
 3.1 Trabalho com Vídeo e Internet no NAEC......................................................................... 17
 3.2 A Utilização de Vídeo nas Oficinas de Música e Arte como Ferramenta de Avaliação....18
 3.3 Projetos de Cinema no NAEC........................................................................................... 19
 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS...................................................................... 22
 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................... 26
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................... 28
 ANEXO I - FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS DO NAEC....................................................29
 ANEXO II – FOTOS NO NAEC.................................................................................................30
8
 1 INTRODUÇÃO
Sou pedagogo e trabalho na educação há 7 anos, exercendo as funções de professor e 
gestor na rede pública municipal de ensino de Jijoca de Jericoacoara-CE . Durante esse tempo 
sempre busquei incorporar as novas tecnologias nas minhas práticas e fazer pedagogia. 
Atualmente, sou gestor cultural do município e coordeno um espaço que atende 
crianças e adolescentes com cursos gratuitos de arte e cultura. Este recente trabalho cultural 
me proporcionou maior oportunidade de trabalhar com projetos midiáticos. Explanaremos 
neste artigo uma experiência concreta com a utilização das mídias vídeo e Internet. 
A criação da Internet constitui-se em um dos elementos de maior expressividade da 
revolução tecnológica. Inicialmente, após a segunda guerra mundial, os exércitos norte-
americanos faziam uso dela para comunicação militar. Até então, a Internet era restrita a esse 
uso e apenas algumas potências mundiais a acessavam. Porém atualmente, como nos diz 
Cornachione (2001, p.274-275), vinculado a esta grande descoberta que conecta milhões de 
pessoas no mundo, está a história dos vídeos, ou seja onde todo a mídia visual começou. Já 
Nicolas Negroponte (2001, p. 12) enfatiza que “a informática não tem mais nada a ver com 
computadores: tem a ver com a vida das pessoas.” 
Hoje qualquer pessoa pode produzir um filme, seja curta – metragem ou longa – 
metragem. Basta ter uma câmera digital com recursos básicos e um computador para fazer 
as edições e pronto, seu trabalho pode ser assistido por milhões de pessoas através do 
youtube. Antes produzir um filme era bem mais difícil. Pesquisas mostram que a história 
dessa tão apaixonante arte iniciou no dia 28 de dezembro de 1895, em Paris, no Grand Café 
do Boulevard dês Capucines. Ali, dois irmãos Auguste e Louis Lumiére,exibiam filmes bem 
curtos e modestos. O sucesso foi tremendo, mas os irmãos Lumiére perceberam que as 
pessoas iam achar monótono se exibissem sempre o mesmo filme. Era necessário novas 
atrações, mesmo acreditando que aquilo seria apenas uma atração passageira que sua invenção 
não teria um futuro promissor, porque naquela época era o teatro que liderava em sua diversas 
formas. No Brasil, a arte dos filmes chegaria cerca de seis meses após a estreia parisiense, em 
8 de julho de 1896. 
9
 Atualmente a Internet e o vídeo têm sido objeto de estudo e pesquisa indispensável a 
sala de aula e a pedagogia em todo mundo, e a cada dia podemos perceber o efeito dessas 
duas mídias (vídeo e Internet) na escola como um fenômeno de sucesso na educação, na 
aprendizagem e socialização dos estudantes. Segundo Correa (2002, p.44): 
as inovações tecnológicas não significam inovações pedagógicas. Por meio de 
recursos considerados inovadores, reproduzem as mesmas atitudes, o mesmo 
paradigma educacional pelo qual fomos formados. Não basta trocar de metodologia, 
sem antes de reformular a sua prática, porque senão estaremos repetindo os mesmos 
erros. Devemos (...) compreender a tecnologia para além do artefato, recuperando 
sua dimensão humana e social.
O Núcleo de Arte Educação e Cultura (NAEC) é um espaço construído especialmente 
para atender crianças e jovens em vulnerabilidade social oferecendo cursos de artes como: 
dança, teatro, canto e coral, artes plásticas, hip-hop e música. Resolveu-se aplicar essas duas 
mídias para despertar a criatividade, promover o entretenimento, potencializar a 
aprendizagem e socializar diversos grupos elevando a autoestima dos alunos. Nossa 
instituição tem um currículo diferenciado das instituições de ensino convencional, oferecemos 
oficinas de arte e música o ano inteiro. Atendemos uma grande quantidade de alunos durante 
doze meses, o difícil é fazer com que eles permaneçam nos cursos até o final do ano letivo e 
toda essa problemática se associa a distância que os educandos precisam percorrer da sede da 
cidade até nossa escola. As tarefas diárias da escola convencional dos mesmos influenciam 
bastante na falta de assiduidade e no compromisso que eles devem ter nas aulas de arte ou 
música.
Os alunos da rede pública de ensino em períodos de provas nas suas escolas faltam 
nossas aulas, de um modo geral, a evasão em nossas oficinas é lamentável. Muitos chegam à 
desistência e acabam abandonando as atividades culturais. O trabalho com vídeo e a utilização 
da Internet tem sido mais uma de nossas estratégias para fazer com que as crianças 
permaneçam mais tempos em nossos cursos e sintam mais motivadas durante o ano inteiro. 
Em nossas produções com a web e o audiovisual realizamos documentários, registro de 
eventos, experiências, depoimentos, propagandas, entrevistas, etc. 
Através dos vídeos documentamos o trabalho dos professores, as produções dos alunos 
e acompanhamos o processo de aprendizagem registrando o que realizam de mais interessante 
10
nas aulas de artes e música. Utilizamos o audiovisual como uma forma de expressão e de 
comunicação levando em consideração a sensibilidade dos alunos. A maioria de nossos 
adolescentes sentem um enorme prazer pela prática de assistir e produzir alguns pequenos 
trabalhos com vídeos; professores e alunos gostam de filmar a realidade e o que acontece 
diariamente em nossos projetos culturais. O custo para realizar estas tarefas é muito pouco, 
com celulares e câmeras digitais é possível fazer vídeos informativos e de divulgação. A 
Internet e o computador são nossos aliados para as edições das filmagens, divulgação dos 
materiais produzidos e intercâmbio entre alunos e comunidade. 
Hoje o município de Jijoca de Jericoacoara tem como referência o NAEC, um espaço 
onde as crianças ricas e pobres podem incluir-se em diversas atividades que além de elevar 
seus potenciais artísticos e culturais ainda dá uma direção na vida profissional e um sentido na 
vida social. Nos procedimentos metodológicos falaremos de dois projetos de cinema que 
envolvem bastante crianças, adolescentes e adultos. Enfim explicaremos melhor como 
fazemos uso do vídeo e Internet para socializar nosso meio cultural.
11
 2 REVISÃO DE LITERATURA
Para fomentar a discussão sobre Mídias no Processo de Socialização dos alunos do 
NAEC buscamos alguns autores que nos dão maior embasamento para compreender o 
impacto causado por essas mídias e até que ponto podemos aplicar as ferramentas 
tecnológicas na escola. Na verdade os estudiosos no assunto nos orientam até que ponto se 
encontram as descobertas sobre o tema em questão. 
Acreditamos que a inserção das mídias em qualquer ambiente de educação é um 
processo que acontece naturalmente. Não conseguimos imaginar a vida sem as TICs, 
tecnologia da informação e comunicação, nosso dia–a–dia sem um computador para escrever 
nossos textos, editar slides e vídeos, reproduzir outras mídias, nos conectar com outros 
colegas, do outro lado do mundo, via Internet. Na verdade a comunicação se tornou mais 
barata e mais rápida via Internet e nossa vida se tornou mais interessante com os recursos 
audiovisuais.
Segundo Correa (2002, p.44) :
as inovações tecnológicas não significam inovações pedagógicas. Por meio de 
recursos considerados inovadores, reproduzem as mesmas atitudes, o mesmo 
paradigma educacional pelo qual fomos formados. Não basta trocar de metodologia, 
sem antes de reformular a sua prática, porque senão estaremos repetindo os mesmos 
erros. Devemos (...) compreender a tecnologia para além do artefato, recuperando 
sua dimensão humana e social.
Percebemos que as instituições educacionais estão passando por situações muito 
conflituosas com relação às tecnologias, gerando ansiedades e expectativa nos professores, 
empolgação e medo por não saberem utilizar os novos recursos que são dominados bem 
melhor pelos os alunos. Para os professores de um modo em geral, a tecnologia veio para 
melhorar a aprendizagem dos alunos nos conteúdos de ciências, português e matemática, esta 
é mais uma aliada que representa inovação na sala de aula. Talvez poucas escolas tenham 
percebido que as mídias que fazem parte do nosso cotidiano de trabalho podem representar 
uma grande aliada para formar crianças e jovens para levar a sociedade adiante, 
12
experimentando novos desafios, aprendendo boas maneiras de conviver com o próximo e de 
socializar-se num mundo tão cheio de ganâncias e individualidades. 
Eduardo Monteiro (2010) em seu artigo “Educar na cultura digital” relata sobre as 
novas mentalidades e comportamentos infanto-juvenis mostrando que os mesmos são muitos 
adeptos as redes sociais que intensamente participam e nelas eles experimentam a troca de 
experiências, aprendem valores , constroem relacionamentos, brincam com sua identidade 
através de comunidades online, mensagens instantâneas e jogos em rede. 
 Essas experiências são intensas, acontecem numa idade chave em seu 
desenvolvimento e são intensamente permeadas por um universo de imagens multimídias, 
linguagem fragmentada, textos cifrados e flexibilidade de posturas. Embora essa experiência 
faça parte da vida dos educandos e represente a identidade dos mesmos, ainda é excluída da 
sala de aula, da escola e do material didático. A aplicação de atividade envolvendo esses 
meios na vida das crianças com certeza traria uma maior aproximação do professor com o 
aluno, o educador poderia ter maior fonte de informação sobre a psicologia dos mesmos, pois 
énas redes sociais que eles expressam realmente quem são, é na Internet que eles depositam 
todos seus anseios e suas frustrações e confiam muito mais em um amigo virtual do que em 
um parente real. 
Segundo Da Silva (2006, p.36) em seu artigo: “A internet e a qualidade do processo 
ensino-aprendizagem.” Afirma que: 
A internet por ser uma ferramenta de grande abrangência mundial tornou-se 
responsável por uma parte expressiva das informações que circulam no mundo. Nela 
se encontra de tudo, do “lixo” ao” luxo”. No entanto, cabe questionar o seu efetivo 
papel, principalmente no meio acadêmico, pois, do contrário, corre-se o risco de 
fazer uso das coisas secundárias e deixar de lado as essenciais. Outra preocupação é 
a ausência de muitos alunos na sala de aula , substituído- as pelo laboratório de 
informática, utilizando-se de recortes e colagens e usando a internet de maneiras não 
recomendada pela instituição educacional. 
A Internet é considerada umas das ferramentas mais poderosas para a socialização da 
humanidade, não temos dúvidas, mas destacamos a partir de agora o poder do audiovisual. Ao 
assistir a um bom filme somos transportados a diversos lugares, a mundos mágicos cheios de 
aventuras e descobertas. Já paramos para pensar o quanto é interessante você conhecer outras 
culturas, outros lugares sem sair de onde está, sentado em frente a uma tela enorme? Além de 
13
podermos desfrutar dessa mágica que são os filmes, podemos produzir também um pouco 
dessa maravilha da sétima arte. Há pessoas por toda parte produzindo vídeos, seja como 
entretenimento, como pesquisa ou como registro, o importante é que essa prática nos dá muito 
prazer. Incluir a produção de vídeos nas atividades do Núcleo de Arte Educação e Cultura tem 
sido uma prática que veio complementar os projetos de cinemas já existentes em nossa 
instituição. Produzimos vídeos para registrar, para educar, para entreter e para aproximar os 
alunos uns dos outros. Na verdade o processo de produzir essas mídias acontece naturalmente 
sem nenhuma exigência e sim com o estímulo para novas descobertas, descobertas de suas 
próprias capacidades criativas e artísticas. 
Moran (1995) em seu artigo “ O vídeo na sala de aula” dá dicas de uso pedagógico 
correto do vídeo as quais funcionariam bem em uma sala de aula onde os professores estão 
mais preocupados em transmitir conteúdos os quais devem ficar na cabeça dos estudantes 
como um dever cumprido do educador. Tanto os vídeos, como a Internet e outras mídias 
devem ter funções muito além do uso pedagógico na sala de aula, elas têm o poder de 
aproximar as pessoas e isso deve ser usado para promover a boa convivência, ensinar o 
indivíduo a adaptar-se as novas mudanças e transformações do cotidiano.
 2.1 O Vídeo na Educação
Atualmente, podemos observar que as escolas tanto da rede pública como da rede 
privada estão dando espaço para a utilização de vídeo e no currículo e disciplinas. O 
audiovisual tem ganhado espaço, devido seu grande poder de atrair as crianças e jovens e por 
sua característica inovadora e surpreendente. Lima (2001) afirma que o vídeo entrou no 
processo de ensino aprendizagem no Brasil apenas na segunda metade da década 80 e que ele 
se tornará um instrumento na dinâmica desse processo na década de 90. Na verdade trabalhar 
com vídeo nas instituições de ensino é muito mais do que implantar uma ferramenta 
tecnológica para o entretenimento da garotada; incluir essa ferramenta no cotidiano de 
aprendizagem dos pimpolhos é abrir janelas para conhecer o mundo, a própria cultura, 
conhecer culturas diferentes, promover o bom humor e despertar diferentes tipos de 
sentimento e bom humor.
Os vídeos, muitas vezes, têm sido usado como ferramenta secundária na educação, e 
os professores se sentem um pouco confusos quanto a metodologia a ser utilizada envolvendo 
14
essa mídia. Muitos educadores esperam que a utilização do vídeo nas disciplinas escolares 
seja a solução para todos os problemas de ensino-aprendizagem, mas acredito, que seja um 
leque para diversas possibilidades para o aprendizado.
Adriana Fresquet (2005) em seu artigo “ Cinema para ler e reler o mundo” comenta 
que o cinema não é um instrumento didático para ensinar determinado conteúdo, pois ele 
extrapola planos, objetivos e procedimentos escolares. As possibilidades educativas do 
cinema guardam uma relação maior com meios de aprendizagens não formais.
O cinema informa-nos, educa-nos, mas de uma maneira não pedagógica, não 
escolarizada. Por isso, a introdução do cinema nos projetos pedagógicos supõe afirmar uma 
não pedagogização do saber e do sentir. Com o vídeo não estaremos apenas apreendendo 
informações, e sim provocando sentimentos, ativando curiosidades e, quem sabe, até 
descobrindo novas significações para a própria vida.
O vídeo na sala de sala pode ser usado de várias maneiras, seja com o objetivo de 
incrementar o currículo escolar, seja para promover a socialização, trabalhar temas 
transversais, dar lições para a vida e facilitar o ensino. A escolha de um bom vídeo aumenta a 
motivação e a curiosidade para conhecer outras temáticas, estimulando os alunos a terem um 
maior desejo para pesquisarem e se aprofundarem no conteúdo do vídeo assistido. Usando o 
vídeo como ilustração ele tem um papel fundamental de aproximar o desconhecido dos alunos 
através de imagens, como por exemplo: quem nunca foi a Amazônia ou a África tem a 
possibilidade de ver de perto estes dois lugares com movimentos e situações reais. O vídeo 
ajuda a mostrar realmente na sala de aula o que o professor só fala nas explanações diárias. 
Podemos simular dentro das aulas, experiências que seriam muito perigosas ou que levariam 
muito tempo e custariam caras, utilizando apenas o audiovisual. Podemos também nos 
apropriar de um material audiovisual e modificá-lo. 
As crianças adoram fazer vídeos e exercitando essa prática, elas têm oportunidade de 
brincar com a realidade, têm um momento lúdico em suas vidas e oportunidade de trabalhar 
com diversas linguagens. Elas podem registrar momentos de estudo, criar suas próprias vídeo- 
aulas, criar entrevistas e depoimentos em benefício de sua própria aprendizagem. Os vídeos 
serão muito úteis para a comunicação entre os colegas, servem também para analisar os 
15
grupos, as manias, os gestos e os vícios dos estudantes. Por fim, será de grande utilidade para 
o professor otimizar sua relação com os educandos, observando suas qualidades e defeitos no 
ato de ensinar.
 2.2 O Vídeo e a Internet / Computador
A Internet e o vídeo estão cada vez mais presentes no dia-a-dia das pessoas facilitando 
tarefas e agilizando as atividades. Por um lado essas ferramentas trazem benefícios, por outro 
lado excluem as pessoas que não tem oportunidade de se apropriar dessas tecnologias. A 
Internet e o vídeo estão muito conectados um ao outro e são quase inerentes por sua utilidade 
para o usuário, pois o vídeo necessita da Internet e a Internet, por sua vez, tem o vídeo como 
uma grande ferramenta para atrair o usuário e otimizar seu ofício. Com a invenção cada vez 
mais sofisticada de software, a web passou a ser uma grande esfera de comunicação que 
estimula práticas sociais através de chats, fóruns, comunidades do Orkut, blogs e e-mails. 
Os vídeos estão sempre presentes nestas ferramentas e não conseguimos imaginar a 
Internet sem essas mídias. As pessoas produzem vídeo o tempo todo e a Internet é o local 
onde estes vídeos podem ser vistos por todos através do youtube e outros sites do gênero. 
Todas essas possibilidadesde interação entre vídeo e Internet estão atraindo pessoas de todas 
as idades, culturas e classes sociais e mais do nunca os vídeos estão sendo muito úteis para o 
processo de ensino/aprendizagem. Professores, pesquisadores e estudantes podem ter acesso a 
diversos cursos à distância através do computador conectado a Internet e o audiovisual é 
indispensável para se ter um ensino de maior qualidade via web. Uma das maiores vantagens 
da Internet é que ela fornece uma monstruosa quantidade de informação e por ser a maior rede 
de computadores do mundo, ela é considerada a mais completa ferramenta de aprendizagem 
que já existiu. 
A integração do vídeo, Internet e computadores ao processo educacional está 
promovendo mudanças muito significativas no dia-a-dia da escola, interferindo positivamente 
na forma de ensinar do professor e na forma de aprender do aluno. Essas tecnologias estão 
trazendo para a escola diversos recursos que se tornaram indispensáveis como por exemplo: 
ter acesso a informações e realizar diversas maneiras de comunicação de uma forma rápida e 
16
eficaz, pesquisar e adquirir soluções cada vez mais eficientes e atuais para os nossos 
problemas diários, conhecer o mundo onde vivemos sem necessidade de deslocamento físico 
e principalmente desenvolver novas formas de relacionamentos dentro e fora da instituição 
escolar.
O computador e as mídias criaram uma nova cultura de aprendizagem, como afirma 
Valente:
O uso do computador requer certas ações que são bastante efetivas no processo de 
construção do conhecimento. Quando o aprendiz está interagindo com o computador 
ele está manipulando conceitos e isso contribui para o seu desenvolvimento mental 
(VALENTE, 1996, p.26).
Aliar essas tecnologias aos processos e atividades educativas é uma ação que pode 
significar dinamismo, criatividade e inovação. No entanto devemos considerar as palavras de 
Morin: 
Os gestores, mesmo os familiarizados com a tecnologia, ainda restringem a sua 
atenção para a disseminação do uso do computador como ferramenta ou tecnologia 
de suporte para o trabalho docente, mais especificamente para as questões de ensino 
e aprendizagem. Morin (2000, p.106).
 A promoção de novos conhecimentos através de ferramentas tecnológicas, e mais do 
que novas formas de ensinar, é incutir no aluno o prazer de estudar, de aprender, de criar e 
recriar proporcionando uma interatividade real e bem mais verdadeira, promovendo a 
verdadeira aprendizagem e o crescimento constante dos estudantes e da escola como um todo.
17
 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
 3.1 Trabalho com Vídeo e Internet no NAEC
Quando assumi a coordenação do NAEC tive a ideia de produzir pequenos vídeos para 
registrar a rotina diária da instituição. O primeiro trabalho foi de filmagem dos esquetes que 
estavam sendo produzidas pelos alunos nos cursos de teatro. Posteriormente, fui elaborando 
outros vídeos nas oficinas de música, dança, artes plásticas e ensaios dos concertos da 
orquestra sinfônica de Jijoca. Aos poucos os adolescentes foram percebendo que estas ações 
eram muito interessantes e resolveram participar também me acompanhando nas filmagens e 
edições de filmes. Começamos a filmar todas as atividades realizadas em nossa instituição: as 
aulas de balé, hip-hop, aula de saxofone, de violão, de contrabaixo, de violino, de artes 
plásticas, de canto e coral, teclado e os ensaios do grupo de chorinho e da banda de sopro. Os 
vídeos que produzimos na sala de aula geralmente têm duração de quinze a trinta minutos, e o 
número de participantes das filmagens depende da quantidade de alunos por determinadas 
oficinas. Há oficinas que possuem apenas quatro alunos que geralmente são as oficinas de 
instrumentos de sopro, as oficinas de teatro e canto e coral chegam a comportar de trinta a 
cinquenta alunos. Para ajudar na execução das filmagens convidamos dois alunos do contra 
turno; um auxiliava nas filmagens e o outro ficava encarregado de fazer algumas anotações 
sobre o momento da gravação.
Iniciamos com uma máquina digital simples da Sony 10.0 mega pixels, zoom óptico 
de 3x; e cinco alunos com seus celulares de diversas configurações. Logo após as filmagens 
que acontecem mensalmente, nos reunimos no auditório com professores e funcionários para 
assistirmos os vídeos produzidos em um telão de quatro metros quadrados; na sequência 
íamos para Internet postar as produções. Utilizamos as ferramentas como youtube, Orkut e 
blogs para postar os pequenos filmes produzidos. Os estudantes utilizam bastante a Internet 
para pesquisar sobre novos software para edição de vídeos e durante a semana trocavam 
bastante informações sobre os novos programas que encontravam e discutiam sobre as 
funcionalidades dos mesmos. 
18
Para aprimorar as edições dos nossos vídeos, pesquisávamos também na web outros 
vídeos amadores para que pudéssemos comparar também com os nossos, observando o 
formato, os efeitos e o todo o trabalho realizado em busca de novas ideias para aperfeiçoar 
nossas produções audiovisuais. Como possuímos apenas um computador, era necessário 
escalonar o uso deste, o aluno que não tenha Internet em casa, marcava um dia no NAEC que 
podia ser de segunda à sexta nos horários das 7h30 às 11h 30 e das 13h30 às 17h30 para poder 
acessar, pesquisar, baixar e ler textos que discorram sobre produção de vídeos. Esses textos 
geralmente são encontrados em blogs e neles encontramos uma infinidade de sugestões de 
como montar diversos tipos de vídeos, com vídeos com fotos, vídeos para o youtube e vídeos 
educativos. Sem a Internet seria um pouco difícil produzir vídeos, pois a magia e o 
entusiasmo que encontramos em nossas crianças para produzi-los depende dos recursos 
lúdicos que só a Internet nos proporciona e são infinitos os recursos para converter editar 
formatar, baixar, divulgar essa mídia. Não nos sentiríamos felizes se os vídeos fossem 
somente produzidos e guardados sem o prazer de mostrarmos para outras pessoas como 
colegas, pais, parentes e professores. Por isso, postamos os vídeos no youtube como também 
enviamos para as páginas de recados no Orkut e em perfil de sites de relacionamentos. Hoje 
em dia existem ferramentas que nos auxiliam a enviar vídeos para centenas de pessoas com 
poucos cliques como o Google Talk e o Power scrap.
 3.2 A Utilização de Vídeo nas Oficinas de Música e Arte como Ferramenta de 
Avaliação
No início do período letivo, quando se inicia as oficinas no NAEC nos preparamos 
para começar as filmagens de todas as oficinas oferecidas com o objetivo de acompanhar o 
processo de aprendizagem dos educandos através dos vídeos. As primeiras aulas de violão, 
saxofone, flauta transversal, flauta doce, trombone, violino, viola, teclado, contrabaixo e 
percussão, dança, teatro, balé e canto são filmadas pela coordenação da escola, os vídeos são 
guardados para serem analisados posteriormente pelos professores. Nas próximas aulas os 
educadores farão as filmagens onde utilizarão câmeras digitais fotográficas ou celulares para 
registrar os alunos se exercitando no instrumento que estão estudando. Este processo acontece 
quinzenalmente como uma forma de analisar gradativamente o processo de aprendizagem das 
crianças e jovens. Ao assistirem os vídeos os professores poderão intervir e saber o que os 
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alunos precisam aprender, analisam também sua própria prática e é nesse processo chamado 
de vídeo espelho que eles crescem e fazem os educandos crescerem também. 
Durante a semana os professores dão três aulas com uma hora de duração para cada 
turma, essas turmas são divididaspor faixa etária, geralmente os alunos de sete anos iniciam 
na flauta doce ou violão infantil, os de maior idade ingressam nas oficinas de instrumentos de 
sopro e cordas de maior porte.
 Nas aulas de instrumentos musicais os professores preparam os alunos para tocar na 
orquestra sinfônica e nos grupos musicais como banda de sopro, grupo de choro, quintetos e 
sextetos de cordas e bandas pop. A aprendizagem dos alunos é desenvolvida através de metas 
estipuladas pelo próprio professor em combinação com o estudante. Para o aluno que não tem 
nenhuma noção sobre música ou sobre o instrumento que quer aprender é feito uma avaliação 
logo no início, onde o professor elabora diversas perguntas sobre o que ele sabe e sobre o que 
deseja aprender e é nessa hora que o vídeo é bastante importante para registrar o estado inicial 
do aluno. 
Esse material de audiovisual produzido nesta avaliação será um auxílio num recital 
que acontece bimestralmente onde todos os professores apresentaram seus alunos em um 
encontro no auditório por horário de ensino. Todos os alunos das oficinas das nove às dez 
horas, por exemplo; apresentam o que aprenderam de acordo com a meta combinada entre 
professor e aluno. Os alunos que mostrarem um avanço plausível de aprendizagem durante 
esses dois meses são contemplados com a apresentação de seus vídeos, (aqueles produzidos 
no início de sua primeira aula) para todos os presentes no recital. Este mesmo material pode 
ser analisado posteriormente pelo próprio aluno, pelo professor e pela coordenação com o 
intuito de descobrir os pontos que contribuiram para a aprendizagem do estudante, bem como 
os pontos de carências.
 3.3 Projetos de Cinema no NAEC
Cine Show é um projeto que acontece nos fins de semana no teatro do NAEC todas as 
sextas-feiras às 19h. Os alunos são convidados a assistirem filmes neste espaço que comporta 
250 pessoas sentadas em poltronas em frente a um telão de quatro metros quadrados. Para a 
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montagem do cinema utilizamos um aparelho de DVD e conectamos a uma mesa de som 
Yamaha de 25 canais com duas caixas de som de 1m de altura. Três minutos antes de ligar a 
tela sempre há um espaço para quem quiser se apresentar, seja cantando, dançando, contando 
uma piada, recitando poesias; por essa razão – o nome Cine Show. Todas as sessões tem 
classificação livre com apenas um filme por noite. As formas de divulgação são feitas através 
da Internet. 
Nos sites de relacionamentos como o Orkut são divulgados os filmes da semana 
através de cartazes feito no Photo Scape. São enviados scraps, (recados animados ou não, 
encontrado no Google) para um número bem considerado de pessoas que gostam de 
frequentar nosso cinema às sextas-feiras. Durante a semana, todos podem dar sugestões via 
web (Orkut) sobre os filmes que gostariam de assistir na sessão seguinte. No final de cada 
sessão temos uma caixa onde eles podem depositar suas opiniões sobre o que assistiram, o 
que aprenderam com a história assistida, o que mudou em suas vidas e qual a contribuição do 
vídeo para seus crescimentos intelectuais.
Cine-em-Todo-Canto é um projeto que leva a cultura audiovisual para os quatro 
cantos do nosso município. Todas as localidades como Córrego da Forquilha I, II, e III, 
Mangue Seco, Baixio, Borges, Córrego do Perdido, Córrego do Urubu, Córrego do Mourão, 
Lagoa Grande e Jericoacoara são contempladas com a sétima arte. O primeiro passo que 
concretizou este projeto foi o contato direto com um líder comunitário de cada distrito para 
nos orientar quanto ao melhor horário para a exibição dos filmes para a população local, nos 
direcionar sobre as necessidades de conhecimento dos nativos para podermos escolher os 
filmes adequados. Por exemplo: se a comunidade tem carências de informações sobre 
saneamento básico, levamos um vídeo que trata deste assunto para deixar a população bem 
informada. 
Tudo se inicia quando conseguimos um veículo que transporte 105 cadeiras de 
plástico, 1 telão supracitado com suas armações de ferro; 2 pedestais para duas caixas de som 
de 1m x 50cm; 1 aparelho de DVD, 1 mesa de som de 18 canais, 1 módulo isolador, 1 
microfone com 1 pedestal e 6 pessoas incluindo ajudantes, músicos, apresentadores e 
monitores. 
21
Durante o ano, passamos por 9 localidades do município montando toda estrutura de 
um cinema em locais abertos, como praças, pátios de escolas, etc. Fizemos um calendário, de 
forma que todos já saibam o dia em que o cinema ia passar em seu distrito através de anúncios 
na rádio e divulgação feita pelo líder comunitário. Antes de iniciarmos o filme, os músicos 
tocavam para atrair o público ao local e avisar que o cinema ia começar. No final de cada 
sessão é aberto um espaço para quem quisesse se expressar e falar de suas experiências, 
frustrações, dá opinião, fazer crítica, etc.
22
 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
O objetivo deste trabalho é de mostrar uma experiência concreta de utilização das 
mídias Vídeo e Computador/Internet no NAEC. Na seção anterior, descreveremos como os 
professores, coordenadores e alunos se apropriam destas mídias para fomentar as atividades 
de arte, música e cultura durante o ano. Nessa seção apresentaremos os números de nossa 
pesquisa.
Temos uma média de 567 alunos matriculados nas oficinas com vagas limitadas e 
divulgadas nas escolas da rede pública municipal no início do ano. Os candidatos que chegam 
primeiro às datas de inscrição participam anualmente dos cursos de música, dança, balé, 
teatro, artes plásticas e hip-hop. Temos um total de 18 professores que se distribuem entre 
estas oficinas. Nosso objetivo aqui é mostrar em que e como utilizamos essas mídias para 
fomentar as atividades artísticas e culturais de nossa instituição.
Temos um total de 23 oficinas às quais são: canto e coral, saxofone, violão popular, 
violão infantil, violoncelo, contrabaixo acústico, contrabaixo elétrico, trombone, trompete, 
viola, violino, teclado, oboé, cavaquinho, bateria, percussão, flauta doce, flauta transversal, 
teatro, dança, baby class, hip-hop, teatro e artes plásticas. Vejas algumas fotos no Anexo II. A 
partir destas oficinas são gerados grupos como por exemplo o grupo de chorinho, banda de 
música, grupo de teatro, grupo de dança, grupo de break e orquestra. Estas oficinas fazem uso 
das ferramentas tecnológicas elencados no Anexo I. 
Apresentamos a seguir a utilização do vídeo e a Internet no NAEC.
Para que produzimos vídeos nas oficinas de música
1. Para registrar as aulas e acompanhar o aprendizado dos alunos nas práticas de 
instrumentos musicais.
2. Para servir como material didático para futuros professores e alunos.
3. Para divulgar na Internet os cursos de música oferecidos em nosso Núcleo.
4. Para que toda comunidade tenha oportunidade de conhecer via Internet o que os alunos 
fazem e aprendem.
23
5. Para fomentar intercâmbio entre outras instituições com o intuito de troca de 
experiências.
6. Para elevar a autoestima dos estudantes de música ao verem seus vídeos no youtube ou 
blogs.
7. Para estimular outras crianças a ingressarem nesses cursos que são gratuitos e de uma 
grande inserção social.
8. Para os professores utilizarem como ferramenta de avaliação de aprendizagem dos 
alunos, servindo como material de análise e acompanhamento gradativo para 
intervenção.
Barreiras encontradas para utilização de vídeos nas oficinas de música e artes 
1. A falta de aparelhos tecnologicamente modernos, como câmeras digitais de qualidade 
e filmadoras.
2. Uma iluminação adequada, os aparelhos não têm muita qualidade e as salas deaula 
têm pouca luminosidade por falta de manutenção na iluminação.
3. Aula de caráter mais prático, onde professores e alunos interajam mais ativamente.
Motivos que levam o professores à utilizarem este recurso
1. O aumento do interesse dos alunos pelas aulas como também a assiduidade dos 
mesmos.
2. Divulgação de suas aulas e de sua metodologia de ensino.
3. O vídeo é uma ferramenta que proporciona ao professor analisar posteriormente seu 
próprio desempenho e postura ao lecionar.
4. Reunião que acontece mensalmente com apresentação de resultados e troca de 
experiência entre professores.
Frequência com que os professores utilizam o vídeo
1. Quinzenalmente, porque é o período e a meta proposta pela coordenação da escola 
para se obter algum resultado de aprendizagem do aluno.
2. Mensalmente, quando temos algum evento onde os alunos têm que se apresentar e a 
filmagem da apresentação dos mesmos será exibida para os pais que não puderam 
comparecer no evento.
24
3. Em aulas especiais onde o professor propõe alguma inovação ou recital de 
aprendizagem.
Qual a utilidade da Internet para as oficinas de música e artes
1. Postar os vídeos produzidos nas oficinas. 
2. Divulgar vagas e cursos disponíveis. 
3. Obter partituras e vídeo aulas.
4. Baixar músicas e playbacks.
5. Acessar sites e adquirir práticas pedagógicas inovadoras de música.
6. Baixar programas de gravação e de edição de partituras e vídeos.
7. Produzir blogs e páginas de relacionamentos.
8. Produzir cartazes virtuais de divulgação de eventos e espetáculos.
De 567 apenas 30% dos alunos participaram das atividades ligadas a vídeos e Internet
Como os alunos participaram das produções de vídeos:
1. Produzindo pequenos vídeos utilizando celular.
2. Participando das produções de pequenas reportagens e vídeos informativos.
3. Produzindo vídeos de apresentação de espetáculos e postando-os no youtube.
4. Produzindo slides com recursos da Internet.
5. Criando seus próprios vídeos para participarem do concurso de vídeo amador que 
acontece anualmente.
6. Filmando pequenas esquetes nas aulas de teatro.
7. Criando telejornais através de filmagens nas aulas de teatro.
A utilização de vídeos e Internet nos eventos anuais:
1. Produção de vídeo de Concertos da Orquestra Sinfônica de Jijoca de Jericoacoara.
2. Vídeos dos grupos musicais para divulgação em outros municípios, com objetivos de 
intercâmbio com outros grupos.
3. Vídeos produzidos pelos alunos para participar do Concurso de vídeo amador que 
acontece anualmente.
25
4. Apresentação de vídeos informativos no cinema itinerante que acontece mensalmente 
para população do interior do município.
5. Todos os eventos são divulgados na Internet através de scraps no Orkut e comunicado 
nos blogs.
Projeto: “Cine em Todo Canto”
1. Quantidades de localidades que participaram do Projeto Cine em Todo Canto: 09.
2. Faixa etária do público espectador: adultos, jovens e crianças, o número maior é de 
crianças.
3. Média de público nas sessões: 60 a 100 pessoas dependendo do número da população 
de cada localidade.
4. Número de sessões realizadas em cada localidade durante o ano: 3 sessões em cada 
localidade.
Projeto: “Cine Show”
1. Número do público espectador em cada sessão: 100 a 200.
2. Faixa etária do público espectador: crianças e adolescentes.
3. Número de sessões realizadas durante o ano: 48 sessões.
26
 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Trabalhar com vídeos e Internet no processo de socialização dos alunos tem sido uma 
experiência inovadora e relevante em todas as atividades que executamos em nossa 
instituição. Essas mídias têm o poder muito forte de atrair as crianças e jovens para a 
realização de atividades propostas e trazer os alunos para sala de aula. 
São ferramentas que dão um certo poder ao indivíduo, elevam a autoestima e 
influenciam bastante no comportamento, ampliando assim o poder de comunicação entre 
alunos, professores e comunidade. Atualmente podemos observar que o trabalho com estes 
recursos tecnológicos tem gerado certa aversão ao isolamento, ou seja, o trabalho com esses 
recursos promovem grandes amizades, gera um ambiente colaborativo e interativo entre os 
participantes, proporcionando mais autonomia e estímulo à criatividade. 
Acreditamos que por ser uma experiência corriqueira que acontece durante o ano 
inteiro, sem começo, meio e fim pré-determinados, sem um planejamento mais rigoroso, 
deixamos a desejar, pois a falta dessa prática interfere bastante na promoção de resultados 
mais satisfatórios e consequentemente na participação mais ativa dos alunos e professores nos 
trabalhos realizados com vídeos e Internet.
Como instituição pública, que tem o dever de levar o entretenimento cultural a todos 
os habitantes do nosso município, temos a consciência de que o nosso calendário anual de 
evento não seria o mesmo com a ausência dessas mídias que pesquisamos. Temos uma cidade 
pacata com um número muito grande de jovens desempregados, sem oportunidade de lazer, 
vulneráveis aos vícios e influenciados por culturas estrangeiras e maus hábitos de nossa 
sociedade. Os projetos que realizamos proporcionando cinema nos finais de semanas para os 
habitantes da sede e o cine itinerante para habitantes do interior, têm garantido uma ocupação 
e aprendizagem, práticas saudáveis para os jovens de nossa cidade.
As oficinas de música, dança, teatro oferecidas no Núcleo de Arte Educação e Cultura 
não teria tanto valor aos olhos dos jovens e da comunidade se não fosse divulgada via Internet 
através de vídeos elaborados por professores e alunos através dos registros de atividades nos 
27
blogs e sites de relacionamentos. O projeto de cinema que realizamos no município tem 
mudado o modo de viver e de pensar das crianças, jovens e adultos da sede e adjacências. 
Acreditamos que se tivéssemos mais recursos tecnológicos como por exemplo uma maior 
número de computadores, câmeras digitais e filmadoras de melhor qualidade, teríamos mais 
alunos envolvidos e mais pessoas motivadas a trabalhar com essas mídias, socializando e 
valorizando nossos jovens. 
Nosso objetivo maior nesse momento é revisar nossas experiências e nossas práticas 
buscando apoio nas pesquisas e nos estudiosos de recursos midiáticos, para que possamos 
fazer um trabalho mais consciente pedagogicamente, abrindo espaço para todos que desejam 
conhecer o novo, a diversidade, incluindo–os num processo social de descobertas, 
promovendo valores para um futuro de mais qualidade para as crianças, jovens e adultos de 
Jijoca de Jericoacoara.
28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CORREA, Juliane. Novas Tecnologias da informação e da comunicação. Novas estratégia de 
ensino/aprendizagem. Belo Horizonte. Editora Autêntica, 2002, p.43-50.
CORNACHIONE Jr. E.B. Informática aplicada as áreas de contabilidade, administração e 
economia. 3.ed. São Paulo. Editora Atlas, 2001.
DA SILVA, Josias Benevides. Inclusão digital. A internet e a qualidade do processo ensino-
aprendizagem, Pátio, Revista Pedagógica. Porto Alegre, Ano X Nº 37, fevereiro/abril 2006. 
Editora Artmed, 2006.
FRESQUET, Adriana.. Cinema para ler e reler o mundo. Pátio, Revista Pedagógica. Porto 
Alegre, Ano IX Nº 33, fevereiro/ abril 2005. Editora Artmed, 2005
LIMA, Artemilson Alves de. O uso do vídeo como um instrumento didático e educativo: um 
estudo de caso do CEFET-RN. Florianópolis, 140f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de 
produção) - Programa de Pós- Graduação em Engenharia de Produção. UFSC, 2001.
MONTEIRO, Eduardo. Educar na Cultura Digital. Inclusão Digital. Pátio, Revista 
Pedagógica. PortoAlegre, Ano XIII Nº 52, novembro 2009 / janeiro 2010. Editora Artmed, 
2010.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2000.
MORAN, José Manuel. O vídeo na sala de aula. Disponível em 
http://www.eca.usp.br/prof/moran/textos.htm, acesso em 21 de jan. 2011.
NEGROPONTE, Nicholas. A vida digital. 2a ed. Trad. Sérgio Tellaroli. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2001. 231p.
VALENTE, José Armando. Computadores e Conhecimento: repensando a educação. Por que 
o computador na educação. Gráfica central da Unicamp, Campinas-SP, 1996.
29
ANEXO I - FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS DO NAEC
FERRAMENTAS 
DISPONÍVEIS
EM QUE 
UTILIZAMOS
 LOCALIZAÇÃO DISPONÍBILI
DADE
Computador com 
acesso a internet, 
Em pesquisas, produção 
textual, elaboração de 
slides, vídeos,downloads 
de partituras e musica, 
divulgação de eventos e 
projetos, criação de 
blogs ...
 Coordenação do 
Núcleo de Arte 
Educação e Cultura.
Durante toda a 
semana: manhã 
e tarde 
Projetor Multimídia, Nos projetos de cinema 
apresentação vídeos, 
slides, reuniões e 
planejamentos...
No teatro do Núcleo de 
Arte Educação e Cultura
Durante toda a 
semana: manhã, 
tarde e noite, 
TV Nas aulas de canto para 
reproduzir áudio, assistir 
vídeos filmes, e 
programas educativos 
reproduzir slides e áudio 
Coordenação do Núcleo 
de Arte Educação e 
Cultura.
Sempre 
disponível 
conforme a 
necessidade dos 
professores.
Câmera Digital Nos registros de eventos, 
e produção de vídeos 
Coordenação do Núcleo 
de Arte Educação e 
Cultura.
Sempre 
disponível 
durante a 
semana e nos 
eventos 
agendados.
Aparelho de DVD Na reprodução de vídeos 
e filmes, nas sessões de 
cinema, nas reproduções 
de áudio p/ aulas de 
técnica vocal.
Coordenação do Núcleo 
de Arte Educação e 
Cultura.
Durante toda a 
semana, 
conforme a 
necessidade das 
atividades.
Mesa de som, 
microfones, caixas de 
som e retorno
Telão,
Nos projetos de cinema, 
nos concertos de musica, 
shows reuniões e 
palestras
Nas sessões de cinema, 
nos eventos, reuniões e 
palestras.
No palco do teatro do 
Núcleo de Arte 
Educação e Cultura
No palco do teatro do 
Núcleo de Arte 
Educação e Cultura
Durante 
eventos, 
reuniões e 
exibições de 
filmes.
Durante a 
semana nos 
eventos 
agendados
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ANEXO II – FOTOS NO NAEC
 
	 1 INTRODUÇÃO
	 2 REVISÃO DE LITERATURA
	 2.1 O Vídeo na Educação
	 2.2 O Vídeo e a Internet / Computador
	 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
	 3.1 Trabalho com Vídeo e Internet no NAEC
	 3.2 A Utilização de Vídeo nas Oficinas de Música e Arte como Ferramenta de Avaliação
	 3.3 Projetos de Cinema no NAEC
	 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
	 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	ANEXO I - FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS DO NAEC
	ANEXO II – FOTOS NO NAEC

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