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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E CONTÁBEIS Notas de aula de Administração de Empresa Agrícola Profº Aloizio Lunga I – A ação Administrativa I – Introdução ... Antes da Ciência Administrativa Grandes obras forma desenvolvidas antes de haver uma Ciência Administrativa: As pirâmides Egípcias e a Muralha da China. Como puderam ser construídas? Quem durante 20 anos determinou o que cada um dos 100.000 trabalhadores iria fazer? Quem previu e proveu as pedras necessárias para a sua construção? Com certeza foi à administração. Uma obra dessa magnitude necessita ser planejada, os esforços das pessoas e os materiais necessários precisavam ser organizados. Os esforços das pessoas precisavam ser dirigidos! Ao longo dos tempos a Administração desenvolveu-se usando as ações e conhecimentos que iam surgindo. Influenciaram-na filósofos como: Sócrates, Platão, Aristóteles, Bacon, Hobbes, Rosseau, Marx e René Descartes; da Revolução Industrial, com a mecanização da indústria e agricultura, aplicação da força motriz (máquina a vapor, eletricidade e derivados de petróleo), o desenvolvimento de sistema fabril, etc.; e dos Economistas Liberais Adam Smith, James Mill, Ricardo, Stuart Mill e Malthus. Segundo Antonio César Amauri Maximiano, (2007), algumas contribuições, deixadas pelos povos da Antigüidade, foram importantes, tais como: · Egípcios – burocracia administrativa. · Babilônios – registros de transações comerciais e controle das mesmas. · Assírios – tinham depósitos de suprimentos e colunas de transportes (precursores da Logística atual). · Gregos – implantaram a democracia participativa, planos de estratégia, conceitos de qualidade, pregação da ética e igualdade na administração. · Romanos – criadores dos tributos, primeiros organizadores de empresas em outro país e de associações artesanais - guildas. · Chineses – ensinamento de planejamento, comando, doutrina e estratégia militar. O Renascimento, período histórico de grande destaque para as Artes e outras ciências, trouxe contribuições em forma de métodos de produção diferenciados, e conhecimentos em documentações para melhorar o controle nas empresas que existiam. A Administração recebeu influência também da organização da Igreja Católica, na adoção da hierarquia, disciplina, descentralização de atividades e a centralização de comando, assim como das organizações militares, que repassaram seus conceitos de disciplina, unidade de comando, estratégia e obediência à hierarquia. No século XVIII, as tendências que o Mercantilismo havia iniciado, foram impulsionadas pela Revolução Industrial, que foi produto de dois acontecimentos: o surgimento das fábricas e a invenção da máquina a vapor e sua utilização na produção. Fez surgir uma nova forma de trabalho que modificou os padrões econômicos e sociais da época. Essa revolução caracterizou-se pelos seguintes fatos: mecanização da indústria e agricultura; desenvolvimento do sistema fabril (indústria têxtil); e grande aceleração dos transportes e das comunicações. A partir do século XIX, as mudanças nos países mais desenvolvidos, na época, Inglaterra (Europa) e Estados Unidos (América do Norte), ficaram mais concentradas nas estradas de ferro e nos empreendimentos privados (empresas particulares). As estradas apressaram a urbanização, que como conseqüência, exigiu a industrialização de setores de primeira necessidade: alimentação, vestuário, habitação, iluminação, etc. Esses acontecimentos propiciaram condições favoráveis à criação de estudos científicos, porque era necessário o aperfeiçoamento da produção nas empresas. O surgimento das teorias administrativas começou neste período a suprir a ausência de bases científicas da Administração, bem como dar visibilidade e credibilidade à nova ciência. Após a observação por partes de diversos estudiosos, principalmente da prática administrativa, chegou-se à conclusão – baseada nos estudos de Fayol – que Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos com a finalidade de alcançar os objetivos das organizações. ... Depois: Ciência Administrativa II – Natureza da Administração • Haverá uma melhor compreensão do porque e onde a administração é necessária se você entender o conceito de universalidade da administração: As funções da administração devem ser desempenhadas por administradores em todos os tipos de organização, em todas as culturas do mundo. • A administração é universal porque tem um corpo sistemático de conhecimentos abrangendo leis, princípios e conceitos que tendem a ser verdadeiros em todas as situações gerenciais. III – A Necessidade da Administração O desempenho da empresa pode ser medido de várias formas .Dois dos meios mais comuns se referem à eficiência e a eficácia. Há uma diferença entre esses conceitos. EFICIÊNCIA é a capacidade de “fazer as coisas direito”; um administrador que consegue maximizar os resultados com determinadas quantidades de insumos, será eficiente. EFICÁCIA é a capacidade de “fazer as coisas certas”; administradores eficazes selecionam as coisas “certas” para fazer e os métodos “certos” para alcançá-las. IV - Razões para se estudar administração? Em decorrência de seu impacto sobre o desempenho das empresas. A forma como as empresas são administradas é que as torna mais ou menos capazes de utilizar corretamente seus recursos para atingir os objetivos corretos. V - Qual a Necessidade da Administração? – Possibilita alcançar objetivos empresariais e pessoais; – Permite equilibrar objetivos conflitantes; – Permite o atingimento da eficiência e da eficácia. – O atingimento dos objetivos das empresas: fornecimento de um produto/serviço para o público, independente da natureza ou tipo de empresa. Ao tentar atingir seus fins, os administradores devem manter um equilíbrio entre os objetivos e as atividades conflitantes dos interessados na empresa. Entre estes estão trabalhadores, proprietários, clientes e autoridades governamentais. VI - Conceitos de Administração O que é Administrar? Se buscarmos a origem etimológica da palavra administração descobriremos que ela vem do latim como administer. – ad – tendência; – minister – servir. Logo definimos como tendência a servir. Para os Clássicos Administrar é o ato de prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. É a arte ou ciência de realizar coisas, de produzir algum bem através de pessoas. É um processo de planejar, organizar, dirigir e controlar a aplicação de recursos visando a realização de objetivos. Humanístico Administrar é buscar constantemente o ponto de equilíbrio entre a função econômica e a função social. Burocrático É a aplicação racional dos recursos disponíveis (meios) aos objetos (fins) pretendidos, a fim de garantir a máxima eficiência possível no alcance desses objetivos. Comportamental Administrar é o processo de realizar adequadamente e satisfatoriamente um trabalho. Sistêmico Consiste na realização de bens e serviços através do funcionamento cooperado e harmonioso dos diversos elementos ou partes que compõem o processo produtivo. Neoclássico É interpretar os objetivos propostos pela organização e transformá-los em ação organizacional por meio do planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da organização, a fim de alcançar tais objetivos da maneira mais adequada à situação. Administração: uma arte ou uma ciência? “Administração... È a arte das artes. Por isso, é a organizadora de talentos.”(Jean- Jacques) Administração Planeja Organiza Lidera (dirige) Controla Pessoas Rec. Financeiros Rec. Materiais Para atingir objetivos organizacionais e pessoais. A Administração pode ser conceituada ainda como estabelecimento de objetivos, obtenção e utilização dos recursos disponíveis e liderança dos esforços coletivos. MATTOS, M. A. a define como a atividade intelectual dentro das Organizações, ou seja, o ato ou ação de reger, governar, superintender, gerir e dirigir as atividades das Unidades de Produção (próprias ou alheias). E o processo de tomada de decisão para o desenvolvimento do processo administrativo. • Administração pode ser definida como trabalho com pessoas (talentos, conhecimentos e criatividade), recursos financeiros (dinheiro) e materiais (equipamentos, imóveis e suprimento), para atingir objetivos organizacionais e pessoais através do desempenho das funções de planejar, organizar, dirigir (liderar) e controlar. Segundo Maximiano (2007), administrar é um trabalho em que as pessoas buscam realizar seus próprios objetivos ou de terceiros (organizações) com a finalidade de alcançar as metas traçadas. Dessas metas fazem parte as decisões que formam a base do ato de administrar e que são as mais necessárias. O planejamento, a organização, a liderança, a execução e o controle são considerados decisões e/ou funções, sem as quais o ato de administrar estaria incompleto. Você pode achar que a administração se relaciona primordialmente às empresas. Esta idéia é parcialmente correta, mas incompleta. A administração é necessária em todos os tipos de atividades organizadas e em todos os tipos de organização. De fato, existe uma organização todas as vezes que duas ou mais pessoas interagem para alcançar certo objetivo. E há a necessidade de administração em todas as organizações, famílias, clubes, pequenas e grandes empresas, organizações públicas e privadas, que visem ou não lucros, fábricas, empresas de prestações de serviços entre outras. VII - Atividades Desempenhadas pelos Administradores: Há quatro tipos de atividades exercidas pelos administradores. São: atividades pessoais, técnicas, administrativas e interativas. 1) Atividades Pessoais: Os administradores, como parte da organização, não agem de maneira alheia a seus interesses pessoais, familiares e sociais. Seus próprios problemas, suas percepções, metas, idéias, valores, predisposições e práticas, que afetam a maneira pela qual executam suas tarefas. Entretanto, as funções não mudam como resultado dessas influências pessoais. 2) Atividades Técnicas: São atividades diretamente relacionadas às tarefas específicas desempenhadas em cada departamento. O tempo gasto pelos administradores ao executar essas atividades tende a diminuir à medida que eles sobem na escala hierárquica e passam a desempenhar outras atividades de administração. 3) Atividades Administrativas: As atividades que, por não haver denominação melhor, são chamadas de administrativas incluem o processamento burocrático de papéis, administração de orçamento, acompanhamento de diretrizes e procedimentos estabelecidos, e manutenção de operações estáveis. 4) Atividades de Interação: a. Papéis Inter-pessoais: Os administradores desempenham os papéis de (1) chefe, (2) líder e (3) contato. Como chefe o administrador tem o dever de desempenhar certas funções de representação formal de sua organização. Ao desempenhar a função de líder, o administrador se relaciona com os membros do grupo estimulando-os e encorajando seus subordinados a atingir os objetivos organizacionais, e ao mesmo tempo satisfazer suas necessidades, além de avaliar o desempenho dos mesmos. O papel de contato ocorre quando age como elo entre a sua e as outras organizações. b. Papéis Informacionais: Os administradores controlam o fluxo de informação, disseminam a informação para as outras pessoas e servem de porta-voz para as pessoas de fora da sua unidade, mantendo uma rede de contatos inter-pessoais. c. Papéis Decisórios: Ao desempenhar o papel de tomador de decisões, o administrador age como empreendedor, promovendo mudanças planejadas para se adaptar às modificações do ambiente e melhorar o desempenho da sua unidade, como administrador de conflitos, lidando com pressões e problemas de incompatibilidades de personalidades, conflitos inter-pessoais, greves, rompimentos de contratos etc. Já como distribuidores de recursos, eles decidem por que, como, quando, onde, para que e a quem os recursos da organização devem ser alocados e como negociadores, eles negociam com as pessoas fora de suas unidades, arranjam transferências de recursos, de informações e atividades entre as unidades e a organização. VIII - Habilidades dos Gestores para o desempenho da Administração • Habilidades conceituais: – Habilidade perceptiva e de compreensão que permite diagnosticar oportunidades e ameaças. Atividade Pessoal Adm. o próprio tempo Desenv. a própria carreira Tratar de assuntos pessoais Atividade Técnica Lidar com instrumentos Solucionar prob. técnicos Desemp. funções técnicas Atividade Administrativa Controlar diretrizes Acompanhar procedimentos Administrar orçamento Papéis decisórios: Empreendedor Adm. de conflitos Alocador de Recursos Negociador Papéis Informacionais: Monitor Disseminador Porta-voz Papéis Inter- pessoais: Chefe Líder Contato Atividades de Interação • Habilidades técnicas: Capacidade de usar o conhecimento, instrumentos e técnicas específicas (ex. Contabilidade, engenharia, produção e vendas). Por exemplo: Gerente industria tem que conhecer a indústria, suas linhas de produção, etc.; engenheiro civil necessita de conhecimentos sobre plantas, materiais a ser utilizados em construções etc. • Habilidades administrativas: Capacidades associadas às funções da administração para se adaptar as diretrizes e procedimentos de forma equilibrada. Permite ao administrador, utilizando os conhecimentos técnicos e humanos, realizar um trabalho eficiente. É efetivado através do planejamento, organização, direção e controle. • Habilidades de relações humanas: Habilidades comportamentais e analíticas para se relacionar com as pessoas dentro e fora da organização. A administração trabalha com e através das pessoas e precisa ter conhecimento e perícia sobre pessoal e relações humanas; conhecer as dimensões do comportamento humano nos campos da psicologia, sociologia, política e ética. Um administrador competente deve: • Juntar as informações captadas em sua formação acadêmica e enraizá-las para construir sua base e sua postura profissionais; • Estudar, observando, os instrumentais que poderão levá-lo ao comportamento profissional a ser adotado nas empresas; • Moldar seus próprios padrões técnicos, a fim de poder avançar nos preceitos organizacionais dentro de um padrão profissional próprio; • Buscar identificar-se com as novidades em sua área profissional, de modo a ter crescimento em sua vida administrativa; • Permitir-se ser um profissional ajustado às mudanças que ocorrem, a cada momento, na administração moderna. Desafio para os Administradores 1. Desafios tecnológicos: como introduzir as novas tecnologias nos processos administrativos com rapidez, flexibilidade e economicidade? 2. Desafios sociais e humanos: como dirigir pessoas e grupos diversos, competênciasdistintas, experiências singulares e provenientes de países, regiões e culturas diversas? 3. Desafios de mercado: como satisfazer as necessidades e desejos dos mais distintos clientes? 4. Desafios de negócio: como gerar lucros e dividendos para acionistas, empregados e parceiros? 5. Desafios comunitários: como relacionar-se bem com a comunidade e contribuir para seu desenvolvimento? 6. Desafios ambientais: como produzir sem causar danos ao meio ambiente? Como promover a sustentabilidade? 7. Desafios globais: como administrar global e localmente ao mesmo tempo? 8. Desafios de inovação: como criar produtos, processos e sistemas inovadores? Como agregar valor aos clientes? Como desenvolver produtos personalizados? 9. Desafios concorrenciais: como superar os concorrentes? Como adquirir vantagens competitivas permanentes? 10. Desafios éticos e sociais: como gerenciar eticamente o negócio e tornar-se uma empresa socialmente responsável? IX - Planejamento Porque Fazer... “Administração envolve olhar à frente, elaborar bons planos e então ajudar as pessoas a tomar as providências necessárias hoje a fim de melhor encarar os desafios do futuro”. 1. Apesar de os administradores não poderem controlar o futuro, eles deveriam pelo menos tentar identificar e isolar fatores ambientais e mudanças que possam influenciar o futuro. 2. Aumentar as possibilidades de tomar melhores decisões hoje, para ajudar a conseguir melhor desempenho no futuro. De uma forma simples, podemos definir planejamento como a função administrativa de determinar adiantadamente o que o grupo deve fazer e quais as metas que devem ser atingidas. É preparar para enfrentar o futuro previsível ou incerto, visando assumir os riscos certos e aproveitar as oportunidades que ele oferece, tornando-o mais favorável. O Planejamento define os objetivos; Determina o ponto em que as coisas estão agora; Desenvolve premissas sobre as futuras condições; Identifica meios de realizar os objetivos; e Implementa o plano de ação e avalia resultados. • O que deve ser feito? • Onde será feito? • Quando será feito? • Como será feito? • Por que deverá ser feito? • Quem vai fazer? X - Organização É o agrupamento de atividades necessárias para atingir os objetivos da empresa e a atribuição de cada agrupamento a um executivo com devida autoridade para atingir tais atividades. Ele nos permite certificar se os recursos humanos, materiais e financeiros trabalhem lado a lado. É a reunião de equipamentos e pessoas para dar prosseguimento ao plano elaborado. Ou, seja, é o agrupamento de atividades necessárias para atingir o objetivo da empresa e a atribuição de cada agrupamento a um executivo com a devida autoridade para atingir tais atividades. É a organização que dá formalidade a uma instituição. XI - Direção A Liderança é a função que está intimamente associada ao planejar. O planejamento determina a melhor combinação de fatores, forças, recursos e relações necessárias para liderar e motivar os empregados. Significa interpretação dos planos para os outros e dar as instruções sobre como executá-los. É a função administrativa de gerir a organização/empresa à medida que ativamente executa os planos. Dirigir é uma função complexa que inclui todas as atividades que visam encorajar os subordinados a trabalhar efetivamente. Enquanto o planejamento, organização e controle são impessoais, a Direção constitui um processo inter-pessoal que determina relações entre pessoas. Implica em dizer a outras pessoas o que fazer e conseguir que elas façam da melhor maneira possível. Ou ainda, é a atividade de integrar os esforços dos membros do grupo porque, desempenhando as tarefas que lhe foram atribuídas, eles vão de encontro aos objetivos individuais e do grupo. Planejou os objetivos, detalhou os programas e procedimentos, cabe a função de Direção colocá-los em funcionamento. Para que o Planejamento e a Organização sejam eficazes, eles precisam ser complementados pela orientação, através da: Comunicação; Liderança; e Motivação. As pessoas precisam ser: Guiadas; Motivadas; Estimuladas; Entusiasmadas. A direção está relacionada diretamente com a atuação sobre os recursos humanos da empresa. Da mesma forma como empresas são diferentes entre si, as pessoas e os grupos são diferentes entre si, as pessoas e os grupos são variáveis diferentes entre si. Pessoas como Pessoas – (características próprias, personalidade, individualidade e valores, atitudes, motivação e etc.) Pessoas como Recursos – (Dotadas de habilidades, capacidades, destrezas, conhecimentos e etc.) XII – Controle É o processo de garantir que os objetivos organizacionais e gerenciais estejam sendo cumpridos. É a função de regular e restringir atividade, ou seja, medir e corrigir o desempenho de subordinados para assegurar que os objetivos da empresa e os planos delineados para alcançá-los sejam realizados. É através dele que cada administrador, do presidente ao mestre, certifica-se de que aquilo que é feito está de acordo com o que se intencionava fazer. Controlar é comparar os resultados reais com aqueles que você gostaria que fosse. Teorias Administrativas - Teoria Clássica – 1900 a 1930 No início deste século dois engenheiros desenvolveram os primeiros trabalhos a respeito da Administração. F.W. Taylor, que desenvolveu a Escola da Administração Científica, preocupava-se com a racionalização de trabalhos e; H. Fayol, que com sua Escola de Anatomia e Fisiologia da Organização preocupava-se com a eficiência da empresa através de sua organização e da aplicação de princípios gerais de administração em bases científicas. F. W. Taylor Em um primeiro período Taylor defendeu a racionalização do trabalho, a luta contra o desperdício. Para tanto começou seu trabalho junto com os operários no nível de execução, efetuando um trabalho de análise das tarefas de cada um deles, decompondo seus movimentos em processos de trabalho, aperfeiçoando-os e racionalizando-os gradativamente. Em um segundo momento formulou os princípios de administração, que eram os seguintes: 1. - Princípio do planejamento – substituir a improvisação e a atuação empírica pelos métodos baseados em procedimentos científicos. Objetivo – Ciência, no lugar do empirismo. 2. - Princípio do preparo – selecionar trabalhadores e capacita-los para produzir mais e melhor. Objetivo – Harmonia em vez de discórdia. 3. - Princípio de controle – controlar o trabalho para se certificar de que o mesmo está sendo executado de acordo com as normas estabelecidas e segundo o planejamento. Objetivo – Cooperação, em vez de individualismo. 4. - Princípio da execução – distribuir as atribuições e responsabilidades para que a execução do trabalho seja disciplinada. Objetivo - Rendimento máximo, em vez de produção reduzida. Portanto a teoria de Taylor coloca a administração científica, sem improvisos e tem o Planejamento e o Controle como suas bases de execução. Princípios da Teoria Clássica segundo Taylor • Racionalização do trabalho; • Seleção científica do trabalhador; • Tempo padrão; • Plano de incentivo salarial; Ciência em lugar do empirismo; • Articulação do trabalho com a ciência; • Divisão do trabalho e das responsabilidades; • A chefia funcional (tem por missão a separação entre o planejamento e a execução das tarefas, ou seja, a chefia deve trabalhar não nas tarefas e sim no planejamento das tarefas). Henry Fayol Fayol entendia que a organização é constituída de um organismo social e material, complexo de relações de partes com o todo e entre si, de fatores como; coisas que precisam ser feitas, pessoas fazendo essas coisas,métodos e facilidades para fazê-las, responsabilidade e autoridade. Sob ótica mais objetiva, administrar é organizar o agrupamento de indivíduos, que agem coordenadamente para realização de um objetivo comum previamente determinado (planejado). Fayol considera estes os princípios da administração; Divisão do trabalho, Autoridade e responsabilidade, Disciplina, Unidade de comando, Unidade de direção, subordinação do interesse individual ao interesse geral, Remuneração pessoal, Centralização, Hierarquia, Ordem, Equidade, Estabilidade do pessoal, Iniciativa e União do pessoal. Portanto a teoria de Fayol valoriza as pessoas em seus níveis de comando como forma de se administrar uma organização. Princípios da Teoria Clássica segundo Fayol • Divisão do trabalho; • A autoridade; • A unidade de comando; • A unidade de Direção; • A hierarquia de cadeia escalar Para Fayol o conjunto de operações de uma empresa pode ser dividido em seis grupos, a saber: • Função Técnica - relacionada com a produção de bens e serviços; • Função Comercial - relacionada com a compra, venda e permutação; • Função Financeira - procura e gerência de capitais; • Função de Segurança - proteção de bens e serviços; • Função contábil - inventário, registro, balanços, custos, estatísticas, etc.; • Função Administrativa - integração da cúpula com as outras cinco funções. É responsável pela previsão, organização, comando, coordenação e controle. Além de Taylor e Fayol, outros teóricos ajudaram em sua formatação: • Henry Ford - Foi um dos responsáveis pelo avanço empresarial das organizações, lançou alguns princípios que agilizou a produção, diminuindo custos e tempo de fabricação, que foram: Integração vertical e horizontal (integração da matéria-prima ao produto final e rede de distribuição); padronização da linha de montagem e do equipamento utilizado; economicidade- redução dos estoques e agilização da produção. • Frank e Lílian Gilbreth – autores do estudo dos movimentos e da fadiga; uso da psicologia aplicada à administração. • Henry Grant – autor do gráfico Grant, criado em 1903, no qual descreveu um método gráfico de acompanhamento de produção. - Teoria das Relações Humanas - 1932 A Teoria das Relações Humanas, ou Escola das Relações Humanas, é um conjunto de teorias administrativas que ganharam força com a Grande Depressão criada na quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, em 1929. Essas teorias criaram novas perspectivas para a administração, visto que buscavam conhecer as atividades e sentimentos dos trabalhadores e estudar a formação de grupos. Até então, o trabalhador era tratado pela Teoria Clássica, de forma muito mecânica. Com os novos estudos, o foco mudou e, do Homo economicus o trabalhador passou a ser visto como "homo socialis". A partir de então que se começa a pensar na participação dos funcionários na tomada de decisões e na disponibilização das informações acerca da empresa a qual eles trabalhavam. Experiência de Hawthorne A Escola das Relações Humanas surgiu efetivamente com a Experiência de Hawthorne, realizada em uma fábrica no bairro que dá nome a pesquisa, em Chicago, EUA. O médico e sociólogo australiano Elton Mayo, fez testes na linha de produção, na busca por variáveis que influenciassem, positiva ou negativamente, a produção. A pesquisa foi centrada na fadiga humana, acidentes no trabalho, na alta rotatividade de pessoal e no efeito das condições de trabalho sobre a produtividade. Essa pesquisa estendeu-se até 1932, devido a constatação de que os resultados da mesma eram constantemente alterados por variáveis de natureza psicológica, fato que na época era estranho e não comprovado cientificamente. Como a duração da pesquisa foi longa, ela teve quatro fases, nas quais se pode comprovar com eficiência que a correlação pretendida não existia, pois as operárias reagiam às experiências de acordo com suas suposições pessoais, ou seja, houve a sobreposição do fator psicológico ao fator fisiológico, e os pesquisadores passaram a se fixar no estudo das relações humanas, Mayo fez estudos sobre a influência da luminosidade, do trabalho em grupo, da qualidade do ambiente e descreveu-as afirmando que o cuidado com os aspectos sociais era favorável aos empresários. A experiência de Hawthorne delineou os princípios básicos da Teoria das Relações Humanos, e segundo Chiavenato (2003), conclui-se que: 1. O nível de produção não é determinado pela capacidade física do empregado, mas pelas normas sociais e as expectativas do grupo a que o mesmo pertence. O trabalhador desajustado socialmente terá baixa eficiência e os aspectos sociológicos, psicológicos e emocionais são mais importantes que os técnicos. Quanto maior a integração social no grupo de trabalho, maior a disposição para produzir. 2. O comportamento social dos empregados se apóia totalmente no grupo que pertence. Os trabalhadores não agem como indivíduos isolados, mas somente como membros de grupo, e qualquer desvio das normas grupais acabam sofrendo punições sociais ou morais dos demais membros para ajustar-se aos padrões impostos. 3. As normas e padrões sociais condicionam o comportamento dos trabalhadores, e os que produziram acima ou abaixo da norma socialmente determinada perderam o respeito e a consideração dos demais. Os trabalhadores preferiram produzir menos e ganhar menos, a arriscarem suas boas relações com o grupo. 4. A empresa passou a ser vista como uma organização social composta de grupos sociais informais, que se confronta com a organização formal da empresa. As pessoas passaram a participar de grupos sociais dentro da organização e a se manter em constante interação social. 5. A especialização de tarefas, após as observações de Mayo e de seus colaboradores, não era a maneira mais eficiente de divisão de trabalho, pois, os operários trocavam de posição para variar e evitar a monotonia, contrariando as ordens recebidas. As trocas tinham efeitos negativos na produção, mas elevavam o moral do grupo. A ênfase dessa Teoria nos aspectos emocionais se dá porque estes elementos não são planejados e são irracionais, típicos do comportamento humano. 6. A concepção de homem social, na Teoria das Relações Humanas é derivado do fato de que a motivação econômica é secundária na determinação do rendimento do trabalhador, sendo prioritário, o reconhecimento do trabalho, a aprovação e a participação social. A Teoria das Relações Humanas e sua abordagem levantaram aspectos que começaram a ser analisados com seriedade dentro do contexto organizacional. A análise constante dos fatores motivadores do trabalho, o estímulo a um comportamento favorável às mudanças exigidas pelo ambiente e à iniciativa dos funcionários são aspectos que não devem passar despercebidos a qualquer gestor que queira estar atualizado. Com as conclusões iniciais tomadas a partir da Experiência de Hawthorne, novas variáveis são acrescentadas ao dicionário da administração: • integração social e comportamento social dos empregados; • necessidades psicológicas e sociais e a atenção para novas formas de recompensa e sanções não- materiais; • estudo de grupos informais e da chamada organização informal; • despertar para as relações humanas dentro das organizações; • ênfase nos aspectos emocionais e não-racionais do comportamento das pessoas; • importância do conteúdo dos cargos e tarefas para as pessoas; Os Teóricos e suas contribuições • George Elton Mayo (1880-1949) precursor da abordagem humanística com a pesquisa que possibilitou fundamentar os estudos das Relações Humanas. Publicou três livros voltados aos problemas humanos, sociais e políticos, decorrentes da industrialização e tecnologia. • Kurt Lewin (1890-1947) cientista alemão, emigrou para os EUA na década de 1930.Em 1945, Lewin fundou um grupo de estudos importantes no MIT – Massachusetts Institute of Tecnology, para estudos sobre a formação e comportamento dos grupos na sociedade e nas organizações. • Oliver Sheldon – filosófico britânico apresentou em 1923 uma filosofia de administração, enfatizando as responsabilidades sociais da empresa. • Mary Parker Follett - utilizando conhecimentos de psicologia, analisava padrões de comportamento dos funcionários, dentro das organizações. Publicou The New State: Group Organization (1918) e Dynamic Organization (1941). • Alfred J. Marrow – especializado em Psicologia Industrial, foi dirigente por vinte anos da Harwood Manufacturing Corporation e introduziu métodos de pesquisa da Psicologia Aplicada à solução dos problemas industriais. Teoria Burocrática – 1940 Weber criou a estrutura burocrática, com a visão de uma pirâmide. Pode-se conceituar que na burocracia os empregados ficam na base, os burocratas ficam no meio e os executivos no topo. Ela detém princípios de racionalidade, onde o poder de cada indivíduo é de esfera específica, impessoal e deriva da norma que cria o cargo. Caracteriza-se pela despersonalização dos relacionamentos, rigidez de comportamentos, apego aos regulamentos, exibição de sinais de autoridade, etc... Portanto a teoria da burocracia de Weber focaliza a racionalidade em termos de dinâmica entre meios e fins. São seus teóricos: Max Weber (1864-1920), Robert K. Merton, Philip Selznick, Alvin W. Gouldner, Richard H. Hall e Nicos Mouzelis. Origens A Teoria da Burocracia desenvolveu-se por volta dos anos 40, principalmente em função dos seguintes aspectos: 1 - a fragilidade e parcialidade da Teoria Clássica e da Teoria das Relações Humanas, que não possibilitam uma abordagem global, integrada e envolvente dos problemas organizacionais; 2 - a necessidade de um modelo capaz de caracterizar as variáveis envolvidas, e o comportamento de seus membros. É aplicável a todas as formas de organização humana e principalmente às empresas; 3 - o crescente tamanho e complexidade das empresas passam a exigir modelos organizacionais bem mais definidos; 4 - o ressurgimento da Sociologia da Burocracia, a partir da descoberta dos trabalhos de Max Weber, o seu criador. Segundo os burocratas, um homem pode ser pago para agir e se comportar de maneira preestabelecida, a qual lhe deve ser explicada e, em hipótese alguma, permitindo que suas emoções interfiram no seu desempenho. Baseia-se na racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos objetivos pretendidos, a fim de garantir eficiência. O desenvolvimento da moderna burocracia: O desenvolvimento de uma economia monetária: na Burocracia, a moeda assume o lugar da remuneração em espécie para os funcionários, permitindo a centralização da autoridade e o fortalecimento da administração burocrática; O crescimento quantitativo e qualitativo das tarefas administrativas do Estado Moderno; A superioridade técnica – em termos de eficiência – do tipo burocrático de administração: serviu como uma força autônoma para impor sua prevalência. O desenvolvimento tecnológico fez as tarefas administrativas tenderem ao aperfeiçoamento para acompanhá-lo. Assim, os sistemas sociais cresceram em demasia, as grandes empresas passaram a produzir em massa, sufocando as pequenas. Além disso, nas grandes empresas há uma necessidade crescente de cada vez mais se obter um controle e uma maior previsibilidade do seu funcionamento. Segundo o conceito popular, a burocracia é visualizada geralmente como uma empresa, repartição ou organização onde o papelório se multiplica e se avoluma, impedindo as soluções rápidas e eficientes. O termo é empregado também com o sentido de apego dos funcionários aos regulamentos e rotinas, causando ineficiência à organização. O leigo dá o nome de burocracia aos defeitos do sistema. Entretanto para Max Weber a burocracia é exatamente o contrário, é a organização eficiente por excelência e para conseguir esta eficiência, a burocracia precisa detalhar antecipadamente e nos mínimos detalhes como as coisas devem acontecer. Principais características Caráter legal das normas e regulamentos; Caráter formal das comunicações; Caráter racional e divisão do trabalho; Impessoalidade nas relações; Hierarquia da autoridade; Rotinas e procedimentos; Competência técnica e Meritocracia; Profissionalização dos participantes; Completa previsibilidade do funcionamento; Vantagens da Burocracia Weber viu inúmeras razões para explicar a burocracia sobre as outras formas de associação. Racionalidade em relação ao alcance dos objetivos da organização; Precisão na definição do cargo e na operação, pelo conhecimento exato dos deveres; Rapidez nas decisões, pois, cada um conhece o que deve ser feito, por quem e as ordens e papéis tramitam através de canais preestabelecidos; Univocidade de interpretação garantida pela regulamentação específica e escrita. A informação é discreta, já que é passada apenas a quem deve recebê-la; Uniformidade de rotinas e procedimentos que favorece a padronização, redução de custos e de erros, pois os procedimentos são definidos por escrito; Continuidade da organização através da substituição do pessoal que é afastado; Redução no nível de atrito, entre as pessoas, pois cada funcionário conhece aquilo que é exigido dele e quais os limites entre suas responsabilidade e as do outro; Constância, pois os mesmos tipos de decisão devem ser tomados nas mesmas circunstâncias; Subordinação dos mais novos aos mais antigos dentro de uma forma estrita e bem conhecida, de modo que o supervisor possa tomar decisões que afetam o nível mais baixo; Confiabilidade, pois o negócio é conduzido de acordo com regras conhecidas. As decisões são previsíveis e o processo decisório elimina a discriminação pessoal; Benefícios sob o prisma das pessoas nas organização; pois a hierarquia é formalizada, o trabalho é dividido entre as pessoas de maneira ordenada, as pessoas são treinadas para se tornarem especialistas em seus campos As pessoas podem fazer carreira na organização em função de seu mérito pessoal e competência técnica. Racionalidade Burocrática A racionalidade é um conceito muito ligado à Burocracia para Weber e implica na adequação dos meios aos fins. No contexto burocrático, isto significa eficiência. A Burocracia é baseada em: caráter legal das normas caráter formal das comunicações; a impessoalidade no relacionamento; a divisão do trabalho; hierarquização de autoridade; rotinas e procedimentos; competência técnica e mérito; especialização da administração; profissionalização; previsibilidade do funcionamento; Conseqüências previstas; previsibilidade do comportamento humano; padronização do desempenho dos participantes. Disfunções da burocracia 1. Internalização das regras e exagerado apego aos regulamentos. As normas e regulamentos se transformam de meios, em objetivos. Passam a ser absolutos e prioritários. O funcionário adquire "viseiras" e esquece que a flexibilidade é uma das principais características de qualquer atividade racional. Os regulamentos passam a ser os principais objetivos do burocrata, que passa a trabalhar em função deles. 2. Excesso de formalismo e de papelório: É a mais gritante disfunção da burocracia. A necessidade de documentar e de formalizar todas as comunicações pode conduzir a tendência ao excesso de formalismo, de documentação e, conseqüentemente de papelório. 3. Resistência às mudanças: O funcionário acostumado com a repetição do que faz, torna-se simplesmente um executor das rotinas e procedimentos. Qualquer novidade torna-se uma ameaça à sua segurança. 4. Despersonalização do relacionamento: A burocracia tem como uma de suas características a impessoalidade no relacionamento entre os funcionários, já queenfatiza os cargos e não as pessoas levando a uma diminuição das relações personalizadas entre os membros da organização. 5. Categorização como base do processo decisório: A burocracia se assenta em uma rígida hierarquização da autoridade, portanto quem toma decisões será aquele mais alto na hierarquia. 6. Superconformidade às rotinas e procedimentos: A burocracia se baseia em rotinas e procedimentos, como meio de garantir que as pessoas façam exatamente aquilo que delas se espera: as normas se tornam absolutas, as regras e a rotina se tornam sagradas para o funcionário, que passa a trabalhar em função dos regulamentos e das rotinas e não em função dos objetivos organizacionais estabelecidos. 7. Exibição de sinais de autoridade: Como a burocracia enfatiza a hierarquia de autoridade, torna- se necessário um sistema que indique a todos, quem tem o poder. 8. Dificuldade no atendimento aos clientes e conflitos com o público: O funcionário está completamente voltado para dentro da organização, para as suas normas e regulamentos internos, para as suas rotinas e procedimentos. Fecha-se ao cliente, que é seu próprio objetivo, e impede totalmente a inovação e a criatividade. As disfunções da burocracia residem no fato dela não levar em conta a organização informal que existe em qualquer tipo de organização, nem se preocupar com a variabilidade humana (diferenças individuais entre as pessoas) que, necessariamente, introduz variações no desempenho das atividades. - Teoria Estruturalista - 1947 A Teoria Estruturalista surgiu por volta da década de 50, como um desdobramento dos autores voltados para a Teoria da Burocracia que tentaram conciliar as teses propostas pela Teoria Clássica e pela Teoria das Relações Humanas. Os autores estruturalistas procuram inter-relacionar as organizações com o seu ambiente externo, que é a sociedade maior, ou seja, a sociedade de organizações, caracterizada pela interdependência entre as organizações. A Teoria Estruturalista, assim como a Teoria da Burocracia, faz parte também da abordagem estruturalista. O enfoque da teoria estruturalista é na estrutura e ambiente, assim, de acordo com Chiavenato (2003), essa teoria trouxe uma importante ruptura com relação às anteriores. Ela mostra a organização como sendo um sistema aberto que se relaciona com o ambiente e com outras organizações. A Teoria Estruturalista baseia-se no conceito de estrutura, que é um todo composto por partes que se inter-relacionam. Portanto, o todo é maior do que a simples soma das partes. O que significa que os sistemas organizacionais não são a mera justaposição das partes. Caracteriza-se por sua múltipla abordagem, englobando em sua análise a organização formal e informal, recompensas materiais e sociais reconhecendo os conflitos organizacionais, ditos como inevitáveis. Por fim, os estruturalistas fazem uma análise comparativa entre as organizações, propondo tipologias, como, a de Etzione (1980), na qual ele se baseia no conceito de obediência, e a de Blau e Scott (1970), que se baseia no conceito de beneficiário principal. Origens da Teoria Estruturalista A origem da Teoria Estruturalista na Administração se dá a partir da oposição surgida entre a Teoria Clássica e a Teoria das Relações Humanas – incompatíveis entre si - tornando necessária uma posição mais ampla e compreensiva que integrasse os aspectos considerados por uma e omitidos pela outra e vice-versa. Ela pretende ser uma síntese delas, inspirando-se na abordagem de Max Weber. A necessidade de visualizar "a organização como uma unidade social complexa na qual interagem grupos sociais" que compartilham alguns dos objetivos da organização (como a viabilidade econômica da organização), mas podem se opor a outros (como a maneira de distribuir os lucros). Seu maior diálogo foi com a Teoria das Relações Humanas. Estrutura é o conjunto formal de dois ou mais elementos e que permanece inalterado seja na mudança, seja na diversidade de conteúdos, isto é, a estrutura mantém-se mesmo com a alteração de um dos seus elementos ou relações. A estrutura pode ser apontada em diferentes áreas, e a compreensão das estruturas fundamentais em alguns campos de atividade permite o reconhecimento das mesmas estruturas em outros campos. O estruturalismo está voltado para o todo e com o relacionamento das partes na constituição do todo. A totalidade, a interdependência das partes e o fato de o todo ser maior do que a soma das partes são as características do estruturalismo. Homem Organizacional Enquanto a Teoria Clássica caracteriza o homo economicus e a Teoria das Relações Humanas "o homem social", a Teoria Estruturalista focaliza o "homem organizacional", a pessoa que desempenha diferentes papéis em várias organizações. Na sociedade de organizações, moderna e industrializada, avulta a figura do homem organizacional que participa de várias organizações. O homem moderno, ou seja, o homem organizacional, para ser bem-sucedido, precisa ter as seguintes características de personalidade: • Flexibilidade, em face das constantes mudanças que ocorrem na vida moderna e da diversidade de papéis desempenhados nas organizações. • Tolerância às frustrações para evitar o desgaste emocional decorrente do conflito entre necessidades organizacionais e necessidades individuais, cuja mediação é feita através de normas racionais, escritas e exaustivas. • Capacidade de adiar as recompensas e poder de compensar o trabalho rotineiro na organização em detrimento de preferências pessoais. • Permanente desejo de realização para garantir cooperação e conformidade com as normas organizacionais para obter recompensas sociais e materiais. As organizações sociais são conseqüências da necessidade que as pessoas têm de relacionar- se e juntar-se com outras a fim de poderem realizar seus objetivos. Dentro da organização social, as pessoas ocupam certos papéis que significam um conjunto de comportamentos solicitados a uma pessoa; é a expectativa de desempenho por parte do grupo social e conseqüente internalização dos valores e normas que o grupo, explícita ou implicitamente, prescreve para o indivíduo. O papel prescrito para o indivíduo é reforçado pela sua própria motivação em desempenhá-lo eficazmente. Cada pessoa pertence a vários grupos e organizações, e desempenha diversos papéis, ocupa muitas posições e suporta grande número de normas e regras diferentes. - Teoria Neoclássica da Administração – 1954 A teoria neoclássica da administração é o nome dado a um conjunto de teorias que surgiram na década de 50 e que propõem uma retomada das abordagens clássica e científica da administração. A teoria tem como principal referência Peter Drucker, mas também inclui um grupo amplo de autores como Willian Newman, Ernest Dale, Ralph Davis, Louis Allen e George Terry. [1] Dentre os principais conceitos abordados por essa teoria, destacam-se a enfase na prática da administração; reafirmação relativa das proposições clássicas; ênfase nos princípios gerais de gestão; ênfase nos objetivos e resultados. As abordagens neoclássicas das relações humanas, também denominadas abordagem humanística da administração, surgiu no USA, como reação a administração científica que considera o homem como empregado, ignorando que o trabalhador é essencialmente um ser humano e social. Esta desumanização ficou evidenciada pelos seguintes problemas; perda de motivação, crescimento desordenado dos órgãos funcionais e restrições às mudanças devido à rigidez e regras de trabalho. - Teoria dos Sistemas – 1951 A teoria de sistemas estuda a organização abstrata de fenômenos, independente de sua formação e configuração presente. Investiga todos os princípios comuns a todas as entidades complexas, e modelos que podem ser utilizados para a sua descrição. HistóricoA teoria de sistemas foi proposta em meados de 1950 pelo biólogo Ludwig von Bertalanffy (ALVAREZ, 1990). Sua pesquisa foi baseada na visão do reducionismo científico até então aplicada pela ciência convencional Conceitos 1. O Sistema é um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, forma um todo unitário com determinado objetivo e efetuam determinada função. 2. Sistema pode ser definido como um conjunto de elementos interdependentes que interagem com objetivos comuns formando um todo, e onde cada um dos elementos componentes comporta-se, por sua vez, como um sistema cujo resultado é maior do que o resultado que as unidades poderiam ter se funcionassem independentemente. 3. Sistema é um conjunto de partes coordenadas, formando um todo complexo ou unitário. Pensamento sistêmico A ciência do século passado adotava a mecânica clássica como modelo do pensamento científico. Isso equivale a pensar nas coisas como mecanismos e sistemas fechados. A ciência de nossos dias adota o organismo vivo como modelo, o que equivale a pensar em sistemas abertos. Sistema é um conjunto de elementos inter-relacionados. Assim, um sistema é uma entidade composta de pelo menos dois elementos e uma relação estabelecida entre cada elemento e pelo menos um dos demais elementos do conjunto. Cada um dos elementos de um sistema é ligado a todos os outros elementos, direta ou indiretamente. Ambiente O ambiente de um sistema é um conjunto de elementos que não fazem parte do sistema, mas que podem produzir mudanças no estado do sistema. Sistemas abertos Basicamente, a teoria de sistemas afirma que estes são abertos e sofrem interações com o ambiente onde estão inseridos. Desta forma, a interação gera realimentações que podem ser positivas ou negativas, criando assim uma auto regulação regenerativa, que por sua vez cria novas propriedades que podem ser benéficas ou maléficas para o todo independente das partes. Sistemas fechados Esses sistemas são aqueles que não sofrem influência do meio ambiente no qual estão inseridos, de tal forma que ele se alimenta dele mesmo. Sinergia/Entropia Embora seja possível tentar entender o funcionamento de um carro só olhando as suas partes separadamente, o observador talvez não consiga compreender o que é um carro só olhando suas peças. É preciso entender de que forma as diferentes partes do sistema interagem. Essa interação dos elementos do sistema é chamada de sinergia. A sinergia é o que possibilita um sistema funcionar adequadamente. Por outro lado a entropia (conceito da física) é a desordem ou ausência de sinergia. Um sistema pára de funcionar adequadamente quando ocorre entropia interna. Realimentações Os organismos (ou sistemas orgânicos) em que as alterações benéficas são absorvidas e aproveitadas sobrevivem, e os sistemas onde as qualidades maléficas ao todo resultam em dificuldade de sobrevivência, tendem a desaparecer caso não haja outra alteração de contrabalanço que neutralize aquela primeira mutação. Assim, de acordo com Ludwig von Bertalanffy a evolução permanece ininterrupta enquanto os sistemas se autoregulam. Um sistema realimentado é um sistema dinâmico, já que deve haver uma causalidade implícita. Em um ciclo de retroação uma saída é capaz de alterar a entrada que a gerou, e, em conseqüência, a si própria. Teoria reducionista e teoria sistêmica Segundo a teoria de sistemas, ao invés de se reduzir uma entidade (um animal, por exemplo.) para o estudo individual das propriedades de suas partes ou elementos (órgãos ou células), deve-se focalizar o arranjo do todo, ou seja, nas relações entre as partes que se interconectam e interagem orgânica e estatisticamente. Uma organização realimentada e auto gerenciada, gera assim um sistema cujo funcionamento é independente da substância concreta dos elementos que a formam, pois estes podem ser substituídos sem dano ao todo, isto é, a auto-regulação onde o todo assume as tarefas da parte que falhou. Portanto, ao fazermos o estudo de sistemas que funcionam desta forma, não conseguiremos detectar o comportamento do todo em função das partes. Exemplos são as partículas de determinado elemento cujo comportamento individual, embora previsto, não poderá nos indicar a posição ou movimentação do todo. Teoria Comportamental – 1957 A Teoria Comportamental surgiu em 1957, com o livro O Comportamento Administrativo, de Herbert Alexander Simon que dá início da Teoria das Decisões e críticas às Teorias, Clássica e das Relações Humanas. Esta teoria se assenta em novas proposições acerca da motivação humana, notadamente as contribuições de McGregor, Maslow e Herzberg. O administrador precisa conhecer os mecanismos motivacionais para poder dirigir adequadamente as pessoas. Um dos assuntos prediletos é o que trata dos estilos da administração. McGregor traça dois extremos: a teoria X e a Teoria Y. Outro aspecto importante da Teoria Comportamental é o Processo Decisorial. Todo indivíduo é um tomador de decisão, baseando-se nas informações que recebe do seu ambiente, processando-as de acordo com suas convicções e assumindo atitudes, opiniões e pontos de vista em todas as circunstâncias. A organização neste sentido é vista como um sistema de decisões. A idéia de um tomador de decisões, dentro de uma racionalidade limitada pela escassez de informações que pode obter e se processar, conduz ao conceito do homem administrativo, que se comporta buscando soluções satisfatórias e não soluções ótimas. O comportamento organizacional é o tema preferido pelos behavioristas na teoria administrativa. A reciprocidade entre os indivíduos e organizações e suas relações de intercâmbio são importantes para o estudo das organizações. O administrador precisa conhecer os mecanismos motivacionais para poder dirigir adequadamente as pessoas. Maslow apresentou a teoria da motivação, segundo a qual as necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis, numa hierarquia de importância e de influência: Necessidades Fisiológicas; Necessidades de Segurança; Necessidades Sociais (afeto); Necessidades de Estima (status); Necessidades de Auto-realização Teoria da Contigência – 1972 Origens Apesar de todo o conhecimento desenvolvido na área administrativa, ainda não existia um que se adequasse perfeitamente às organizações. Considerando a modernização das organizações e do ambiente externo; a complexidade do ambiente organizacional e as novas tecnologias adotadas, havia a necessidade de um novo paradigma administrativo em substituição aos existentes, que não supriam essa lacuna, as organizações cobraram soluções emergenciais. Várias pesquisas foram feitas para verificação de modelos organizacionais que fossem mais eficazes, em diversos tipos de organizações, com o intuito de também questionar se os modelos teóricos conhecidos (Teorias: Clássica, Neoclássica, Estruturalista, etc.). Os resultados mostravam que não há um único e melhor meio de se organizar, e conduziram a uma nova concepção de organização: a estrutura organizacional e o seu funcionamento são dependentes da interface (fronteira compartilha por dois sistemas) com o ambiente externo. Pesquisa realizada por Paul R. Laurence e Jay W. Lorsch, sobre confrontamento entre as organizações e o ambiente, deu origem à Teoria da Contingência, em 1967. A preocupação dos autores está centrada nas características que as empresas deveriam ter, para enfrentar com eficiência, as diferentes condições externas, tecnológicas e de mercado. Na Teoria da Contingência, a ênfase recai no ambiente e na tecnologia, sem desprezar as tarefas, as pessoas e a estrutura, sendo que esta última passa a ser um dos pilares dessa abordagem, que também é explicativa e descritiva. A abordagem contingencial procura analisar as relações dentroe entre os subsistemas, e entre a organização e seu ambiente, definindo as relações e os arranjos mais convenientes a partir de suas variáveis. Esta abordagem dá ênfase ao estilo extremamente variado das organizações, verificando continuamente como é o método de operação das mesmas por causa das constantes mudanças nas condições ambientais. Os principais representantes ·Tom Burn e G. M. Stalker, sociólogos, realizaram, na década de 1960, pesquisas nas indústrias inglesas para verificar como eram as relações entre práticas administrativas e ambiente externo. Classificaram as organizações em mecanísticas e orgânicas. ·Paul R. Lawrence e Jay W. Lorsch pesquisaram sobre as organizações e o ambiente organizacional, confrontando ambos, e esse estudo deu origem à Teoria da Contingência. Concluíram que os problemas encontrados são a diferenciação e a integração nas organizações. Publicaram em 1967, “As Empresas e o Ambiente: Diferenciação e Integração Administrativa”. ·Joan Woodward, socióloga industrial pesquisou a avaliação da prática dos princípios administrativos propostos pelas teorias. Usou como amostragem cem empresas inglesas de ramos diferentes e classificou a tecnologia de produção em unitária ou oficina, em massa ou mecanizada e em processo ou automatizada, provando que a tecnologia vai muito além da produção, influenciando a organização por completo. ·Alfred Chandler, publicou em 1962, as conclusões de uma pesquisa realizada em quatro empresas americanas: Du Pont, General Motors, Standard Oil Company, e Sears, Raebuck & Company. Concluiu que a estrutura segue a estratégia organizacional e que a estrutura pode ser definida como designe da organização através do qual a empresa é administrada. A Teoria Contigencial incorpora conceitos de várias teorias anteriores, passando uma mensagem de que nada é absoluto e que existe uma continuação entre teorias aparentemente opostas. Esta teoria nos mostra que existe um leque de alternativas à disposição do Administrador e que após seu diagnóstico da situação organizacional, poderá fazer a abordagem que achar conveniente. Exercício 1. Monte um conceito para Administração. 2. Você considera que a administração é importante como área de conhecimento? Justifique. 3. Descreva um fato que você considera importante, que atenha acontecido em seu cotidiano em que você observou a necessidade de uso da Ciência Administrativa. Que ações você desenvolveria se fosse o administrador contratado para resolver os problemas? 4. Monte um conceito para habilidade. 5. Quais habilidades o Administrado necessita para o desenvolvimento de suas atividades? 6. Qual delas você considera mais importante? Justifique. 7. Monte um conceito/definição para competência no agir administrativo. 8. Qual dessas competências citadas você considera possuir e quando a põe em prática? 9. Qual é o principal representante da Teoria das Relações Humanas? 10. O que você acha de positivo nessa Teoria? 11. Como são conceituadas as organizações na abordagem burocrática? 12. Cite 03 características da Teoria da Burocracia. 13. Quais organizações que você conhece que podem ser denominadas como burocráticas? Explique. 14. Cite quais foram os fatos que deram origem a Teoria Estruturalista. 15. Enumere resumidamente as características que o homem organizacional necessita para ser bem sucedido conforme a Teoria Estruturalista. 16. Descreva sobre as origens da Teoria Comportamental. 17. Defina quais as características básicas da Teoria Comportamental. 18. Conceitue as organizações dentro da Teoria Comportamental 19. Em que se baseia a Teoria dos Sistemas? 20. Cite cinco características básicas da Teoria dos Sistemas. 21. Quais inovações a Teoria dos Sistemas trouxe para a ciência administrativa, em forma de contribuição? 22. Quais as origens da Teoria Contingencial? 23. Qual é a ênfase da abordagem contingencial? Referencias CHIAVANETO, Idalberto; Introdução à Teoria Geral da Administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. FERREIRA, Ademir; REIS, Ana Carla Fonseca; PEREIRA, Maria Isabel. Gestão Empresarial: de Taylor aos nossos dias: Evolução e Tendências da Moderna Administração de Empresas. São Paulo: Thomson Learning, 2002. MAXIMIANO, Antonio César Amauri. Teoria Geral da Administração: da Revolução Urbana à Revolução Digital. São Paulo: Atlas, 2007. ___________, Antonio César Amauri. Introdução à Administração. São Paulo: Atlas, 2007. CARVALHO, Lucia M. Gadelha. Introdução a Teoria Geral da Administração: caderno pedagógico para o curso técnico de administração. Maringá: UEM, 2008.
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