Buscar

DP - Difusos e Coletivos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Semana 1
 
INTERESSES
 
Diversos são os tipos de interesses existentes. A expressão interesse público revela o interesse de proveito social, geral, da coletividade em sua totalidade considerada. Em sentido mais estrito, interesse público é o interesse do Estado. Cabe ao Estado, através do exercício de suas funções, estabelecer quais são os interesses públicos. Diversos são os casos em que o interesse público sobrepõe-se ao interesse privado, ou seja, interesse individual, que diz respeito ao próprio indivíduo, não à coletividade.
Considerando que interesse do Estado/governante nem sempre coincide com o bem geral da coletividade, dividi-se interesse público em primário, que revela o bem geral, o interesse da coletividade como um todo; e secundário, que revela o modo pelo qual os órgãos da administração vêem o interesse público.
Interesses transindividuais ou coletivos em sentido amplo são aqueles compartilhados por grupos, classes ou categorias de pessoas (condôminos, sócios etc.). Embora ultrapassem o âmbito individual, não chegam a ser considerados interesses públicos. Os titulares de tais direitos estão reunidos pela mesma relação jurídica ou fática, sendo reconhecido pela ordem jurídica o acesso coletivo desses indivíduos à justiça.
Os interesses transindividuais podem ser divididos em difusos, coletivos e individuais homogêneos.
Interesses difusos possuem natureza indivisível e seus titulares são pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato.
Interesses coletivos, aqui utilizada a expressão em sentido estrito (em sentido amplo são interesses de grupos, classes ou categorias de pessoas), são interesses transindividuaisindivisíveis de um grupo determinado ou determinável de pessoas, reunidas por uma relação jurídica básica comum.
Interesses individuais homogêneos são os interesses de grupo, categoria ou classe de pessoas determinadas ou determináveis, que compartilhem prejuízos divisíveis, de origem comum, normalmente oriundos das mesmas circunstâncias de fato.
 
1ª AULA – QUESTÕES PARA FIXAÇÃO
1. O que é interesse público?
2. O que é interesse privado?
3. Na hipótese de conflito entre interesses público e privado qual deles deve prevalecer? Por quê?
4. O que são interesses transindividuais?
5. Quais as espécies de interesses transindividuais? Explique-os.
 
 
Semana 2
 
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DA TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
 
A Constituição Federal traz alguns instrumentos para proteção dos interesses coletivos em sentido amplo.
Em seu artigo 5º, inciso LXXIII prevê ser parte legítima para propor ação popular visando à anulação de ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, qualquer cidadão. A legitimidade ativa cabe exclusivamente ao cidadão, brasileiro nato ou naturalizado, e ao português equiparado.
Normalmente, a defesa de interesses em juízo dá-se pela legitimação ordinária, ou seja, o próprio lesado defende seu interesse.
Estaremos diante da hipótese de legitimação extraordinária quando alguém, em nome próprio, defender em juízo interesse alheio. Trata-se de exceção, razão pela qual depende de expressa autorização legal.
Nesta hipótese, ocorre a substituição processual, não sendo caso de representação, uma vez que o legitimado comparece em juízo em nome próprio, defendendo interesse que admite ser alheio.
É o que ocorre nas hipóteses da ação civil pública e da ação coletiva, que buscam a defesa de interesses transindividuais.
Busca-se, com a legitimação extraordinária, a efetiva defesa do interesse violado, quando se está diante de interesses pertencentes a grupos, classes ou categorias de pessoas, seria difícil a restauração da ordem jurídica violada a partir da legitimação ordinária.
Há quem classifique a legitimação extraordinária como legitimação ordinária ou autônoma, ou legitimação anômala de tipo misto, pois a propositura da ação também serve para a proteção de interesse do autor.
A Constituição Federal, posterior à Lei 7.347/85 ampliou o rol dos legitimados ativos para a defesa dos interesses transindividuais, bem como o objeto das ações coletivas. As entidades associativas, quando expressamente autorizadas, passaram a deter legitimidade para representar seus filiados em juízo ou fora dele. O objeto da ação popular também foi alargado.
Ainda, a Constituição Federal instituiu o mandado de segurança coletivo, que pode ser impetrado por partido político, organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa de seus membros e associados.
Os sindicatos passaram a deter legitimação para a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria.
O Ministério Público recebeu ampla legitimação para as ações civis públicas em defesa do patrimônio público e social, meio ambiente e outros interesses difusos e coletivos etc.
Como se vê, encontramos na Constituição Federal diversos dispositivos relacionados à proteção e defesa dos interesses coletivos em sentido amplo.
 
2ª AULA – QUESTÕES PARA FIXAÇÃO
1. O que é legitimação ordinária?
2. O que é legitimação extraordinária? Qual o seu fundamento?
3. Diferencie substituição processual de representação.
4. Quem é o legitimado à propositura da ação popular?
5. Dê exemplos de legitimados extraordinariamente.
 
Semana 3
 
OS INTERESSES DIFUSOS E A LITIGIOSIDADE CONTIDA
 
Quando se fala em acesso à Justiça, direito a todos constitucionalmente assegurado, não se pode restringir a ideia à justiça enquanto instituição estatal. Para esse efetivo acesso, bastaria levar-se um determinado conflito de interesses ao Judiciário. O problema está na obtenção da tutela jurisdicional devida para a situação reclamada, o que também faz parte do conceito constitucional de acesso à Justiça.
Pois bem. O acesso à ordem jurídica justa implica na presença de meios, técnicas processuais adequadas à solução do conflito, terminando com a adequada e tempestiva tutela reclamada, proporcionando assim o cumprimento do direito material.
Vê-se que não basta, portanto, o acesso literal à Justiça, ao Poder Judiciário, e a obtenção da tutela jurisdicional pretendida. Necessário é, também, que esta venha em tempo adequado, o que implica em celeridade processual.
Em vista disso diversas foram, e têm sido, as reformas processuais, que buscam justamente a maior celeridade na obtenção do resultado prático que o processo pode proporcionar a quem dele necessita, o que proporciona, ainda, a tão almejada segurança jurídica.
Mas de nada adianta a concessão da pretendida tutela, em diversos processos, com decisões contrárias, tutelas díspares, o que promove a insegurança jurídica. Necessária também se mostra uma interpretação uniforme do direito material, atingido, da mesma maneira, todos os casos que vinculem a mesma tese jurídica.
Por todas as razões que dificultam o acesso à Justiça, na amplitude do termo, ocorre o fenômeno da litigiosidade contida, gerado justamente pelos conflitos que ficam completamente sem solução, provocando instabilidade social.
Essa litigiosidade contida foi minimizada pela Lei 9.099/95, que inaugurou procedimento mais célere e informal para sujeitar determinadas demandas. Também houve resultado na legislação material, como é o caso do Código de Defesa do Consumidor, que sistematizou determinadas relações.
A tutela era negada por conta da ausência de possibilidade prática e financeira de dedução da pretensão em juízo. Mas com o surgimento desses novos mecanismos facilitou o acesso à Justiça, o que, aliado ao abuso de fornecedores, por exemplo, aumentou consideravelmente as demandas judiciais propostas.
Mecanismos adequados para diminuir o considerável volume de demandas, evitando, assim, decisões díspares, promovendo, portanto, a segurança jurídica e a estabilidade social, são as ações coletivas.
 
3ª AULA – QUESTÕES PARA FIXAÇÃO
1. Qual deve ser o alcance do direito constitucionalmenteassegurado de acesso à Justiça?
2. Quais são os problemas que podem ser apontados como dificuldades de acesso à Justiça?
3. Dê exemplos de alterações legislativas que objetivaram maior efetivação do direito de acesso à Justiça?
4. O que é litigiosidade contida?
5. Como solucionar a litigiosidade contida em matéria de tutela de interesses difusos e coletivos?
 
Semana 4
 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA
 
A diferença fundamental entre a ação privada e a pública reside na titularidade, ou seja, quando o Estado confere o exercício da jurisdição exclusivamente ao titular do interesse individual protegido, trata-se de ação privada, enquanto que na ação pública o Estado confere a um órgão público especial o direito de ação.
Pode-se definir a ação civil pública como sendo a ação de objeto não penal proposta pelo Ministério Público e diversos outros co-legitimados, inclusive órgãos públicos, para defesa de interesses transindividuais.
Trata-se de ação civil pública qualquer ação promovida com base na Lei n. 7.347/85.
A legitimidade do Ministério Público para a promoção da ação civil pública não é exclusiva, conforme art. 129, p. 1º, CF, sendo co-legitimados para a propositura da ação as pessoas jurídicas de direito público interno, as associações civis, os sindicatos e alguns outros órgãos e entidades.
O Ministério Público como legitimado tem o dever de agir, daí decorrer a obrigatoriedade e indisponibilidade da ação pelo órgão (o que, de certa forma, é mitigado, vez que é possível, a depender do caso concreto, a transação. Cabe, inclusive, composição extrajudicial, conhecida como termo de ajustamento de conduta). Caso não verifique a presença de justa causa para agir, deverá promover o arquivamento do inquérito civil ou das peças de informação, que se sujeita à revisão pelo Conselho Superior do Ministério Público.
O arquivamento não impede que qualquer outro co-legitimado promova a ação civil pública caso cabível. Caso a associação legitimada desista do prosseguimento da ação de forma infundada, ou abandone-a, cabe ao Ministério Público assumir o pólo passivo.
Caso o Ministério Público não seja o titular da ação, deverá, obrigatoriamente, atuar como custos legis.
Diverge a doutrina quanto ao entendimento de ser cabível a propositura da ação pelo Ministério Público quando esta versar sobre a defesa de interesses coletivos em sentido estrito ou individuais homogêneos, alguns entendendo que sim, outros acreditando que terá legitimidade apenas quando o objeto da ação referir-se a interesses difusos e coletivos, conforme a CF.
A ação civil pública destina-se à defesa de interesses transindividuais relacionados com o meio ambiente, consumidor, patrimônio cultural, infrações à ordem econômica e à economia popular, infrações de ordem urbanística, quaisquer outros interesses difusos ou coletivos. A ação pode ser de natureza condenatória ou qualquer outra.
Em tese, qualquer pessoa, física ou jurídica, pode compor o pólo passivo da demanda; mas, via de regra, os legitimados ativos não podem representar passivamente a categoria, classe ou grupo de lesados.
Para a colheita de elementos para a propositura da ação civil pública o Ministério Público poderá instaurar inquérito civil, que também pode servir de base para o termo de compromisso de ajustamento de conduta, para a realização de audiências públicas, ou expedição de recomendações.
A decisão poderá trazer o quanto devido, mas se não o fizer caberá liquidação, sendo certo que o efeito desta decisão é erga omnes, favorecendo todo o grupo lesado.
 
4ª AULA – QUESTÕES PARA FIXAÇÃO
1. Qual o objeto da ação civil pública?
2. Quem são os legitimados para a propositura da ação civil pública?
3. Quais as consequências do arquivamento do inquérito civil ou das peças de informação?
4. O que se entende por termo de ajustamento de conduta?
Semana 5
 
AÇÃO CIVIL COLETIVA PARA DEFESA DOS INTERESSES INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS
 
Trata-se de ação civil coletiva qualquer ação fundada nos artigos 81 a 104 do CDC.
Promove o acesso à Justiça pelos consumidores, evitando a repetição de processos iguais, com decisões contraditórias, solucionando conflitos próprios da sociedade massificada, prestigiando o hipossuficiente e vulnerável.
As disposições legais para tal defesa foram inspiradas nas class actions for damages do direito norte-americano.
A demanda poderá ter por objeto qualquer espécie de matéria, desde que se caracterize a tutela de interesse difuso, coletivo ou individual homogêneo, tanto a CF como o CDC são expressos nesse sentido.
Para uma parte da doutrina a distinção entre ação civil pública e ação coletiva não tem o menor sentido. Não se trata de duas espécies de ação, ambas, independentemente de quem é o autor, significam demanda com o objetivo de tutelar os direitos transindividuais.
A tutela dos direitos individuais homogêneos concerne a um fato único, do qual decorrem diversas pretensões indenizatórias, o que acaba por dividir o processo em duas fases: o legitimado coletivo dá início à primeira fase, buscando o reconhecimento da obrigação de indenizar, enquanto que a segunda fase é composta pela habilitação dos beneficiados na ação, buscando a execução da dívida já reconhecida na fase anterior.
Por isso a sentença é genérica, apenas reconhece a responsabilidade do réu pelos danos causados. Em momento posterior caberá aos consumidores lesados, individualmente, proceder à liquidação da sentença, provando o dano sofrido e o quanto de indenização.
O que identifica os beneficiários atuais e potenciais da tutela pretendida, bem como a natureza do direito cuja tutela jurisdicional é requerida, é o conteúdo e a extensão dos pedidos e da causa de pedir formulados na inicial. Muitas vezes ocorre a cumulação dos pedidos, quais sejam, difuso, coletivo e indenizatório (individual homogêneo), o que torna eficaz a tutela do consumidor.
Têm legitimidade ativa extraordinária para a propositura da ação coletiva o Ministério Público, a União, os Estados, os Municípios, o Distrito Federal, as entidades e órgãos da Administração direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa de interesses e direitos dos consumidores, as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos dos consumidores, dispensada a autorização assemblear.
Salvo as hipóteses de competência federal, a competência será da justiça local: no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local; no foro da capital do estado ou no Distrito Federal, para os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do CPC aos casos de competência concorrente.
Com relação à coisa julgada, a decisão favorável beneficia, via de regra, um grupo de pessoas determinando ou indeterminável, atingindo de maneira uniforme a situação fática descrita na inicial da coletiva. Se improcedente o pedido, com fundamento em prova insuficiente, é possível a repropositura da demanda, com o mesmo fundamento, utilizando a nova prova. Essa é a regra disposta pelo CDC quando, especificamente, cuida-se dos direitos difusos. É claro que, sendo o grupo determinado, a decisão aproveita a todos os seus integrantes, e mais ninguém.
 
5ª AULA – QUESTÕES PARA FIXAÇÃO
1. Quem pode promover a ação civil coletiva?
2. Pode-se afirmar que ação civil coletiva é a mesma coisa que ação civil pública?
3. Qual é o objeto da ação civil coletiva?
4. Quais os efeitos que a decisão proferida em sede de ação coletiva pode surtir?
5. É possível que na mesma ação civil coletiva defendam-se interesses transindividuais de todas as ordens?
Semana 6
 
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO
 
O mandado de segurança coletivo vem previsto no art. 5º, inciso LXX, CF.
A legitimidade ativa para a sua propositura compete a partido político com representação no Congresso Nacional e organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano,em defesa dos interesses de seus membros ou associados.
Vê-se, portanto, que se trata de legitimação extraordinária, conferida ao representante de um grupo, classe ou categoria, para atuar em juízo em nome próprio, na defesa dos interesses do grupo. Salvo na hipótese de impetração por partido político, cuja legitimação conferida é ampla, sendo certo que poderá proteger, com a impetração do mandado de segurança coletivo, quaisquer interesses coletivos ou difusos ligados à sociedade.
Serve para facilitar o acesso à Justiça, o que permite a defesa, por pessoas jurídicas. do interesse de seus membros ou associados, ou da sociedade como um todo, sem a necessidade de um mandato especial ao partido político, por exemplo, evitando a multiplicidade de ações idênticas, com demora na prestação jurisdicional e risco de decisões contraditórias.
Tem como objeto a defesa dos mesmos direitos que podem ser objeto de defesa em sede de mandado de segurança individual, mas em sentido mais amplo, ou seja, relativamente à defesa dos interesses transindividuais, contra ato ou omissão ilegais ou com abuso de poder de autoridade, desde que presente o direito líquido e certo.
A situação individual, específica de cada um, deverá ser analisada no momento de execução da sentença, sendo certo que, ao cumprir a decisão judicial, a autoridade impetrada deverá exigir que cada beneficiário comprove pertencer à entidade beneficiária, encontrando-se na situação fática descrita no mandado de segurança coletivo.
Em que pese entendimentos em sentido contrário, os beneficiários da decisão serão todos os associados que se encontrarem na situação descrita na inicial, sendo irrelevante quetenham ingressado na associação antes ou depois do ajuizamento do mandado de segurança coletivo, ainda que o ingresso tenha se dado já na fase de execução da sentença, pois a decisão de ilegalidade do ato dada pelo Judiciário confere a proteção ao direito líquido e certo.
A impetração do mandado de segurança coletivo por um dos legitimados constitucionalmente não impede sua promoção de forma individual, desde que presentes os requisitos constitucionais.
 
6ª AULA – QUESTÕES PARA FIXAÇÃO
1. Quais os requisitos do mandado de segurança coletivo?
2. Quais as diferenças entre mandado de segurança coletivo e mandado de segurança individual?
3. Quem são os legitimados à propositura do mandado de segurança coletivo?
4. É possível a impetração, simultânea, de mandado de segurança coletivo e individual? Explique.
5. Quem serão os beneficiários da tutela conferida em sede de mandado de segurança coletivo?
Semana 7
 
AÇÃO POPULAR
 
Prevista no art. 5º, inciso LXXIII, da CF, e regulamentada pela Lei n. 4.717/65, trata-se de ação cuja legitimidade ativa é conferida a qualquer cidadão, com vistas à anulação de ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
É a ação popular, ao lado do sufrágio universal, do direito de voto em eleições, plebiscitos e referendos, da iniciativa popular de lei e do direito de organização e participação de partidos políticos, forma de exercício da soberania popular.
Permite ao povo, diretamente, exercer a função fiscalizatória do Poder Público, com fundamento no princípio da legalidade dos atos administrativos e no conceito de que a República é patrimônio do povo.
É cabível tanto a ação popular preventiva, ajuizada antes da ocorrência dos efeitos lesivos, como a repressiva, cujo ajuizamento ocorre após o dano causado, buscando justamente o ressarcimento.
Portanto, tem por objeto a defesa de interesses difusos.
São dois os requisitos para a propositura da ação popular: requisito subjetivo, pelo qual só tem legitimidade ativa o cidadão; e requisito objetivo, relativo à natureza do ato ou omissão do Poder Público que se impugna, que deve ser obrigatoriamente lesivo ao patrimônio público, por ilegalidade ou imoralidade.
Não há necessidade de esgotarem-se todos os meios administrativos e jurídicos de prevenção ou repressão aos atos ilegais ou imorais lesivos ao patrimônio público para que seja ajuizada a ação popular.
A legitimidade ativa é conferida apenas e tão somente ao cidadão, seja ele brasileiro nato ou naturalizado, inclusive menor de 18 anos (desde que maior de 16), bem como o português equiparado, no gozo de direitos políticos, ao brasileiro, em razão do tratado de reciprocidade. Assim, necessário que acompanhe a inicial da ação popular a cópia do titulo de eleitor ou certificado de equiparação e gozo dos direitos civis e políticos e título de eleitor, no caso dos portugueses equiparados a brasileiros.
São sujeitos passivos da ação popular, nos termos do art. 6º, da LAP, pessoas jurídicas públicas, tanto da administração direta quanto indireta, inclusive empresas públicas e sociedades de economia mista, ou privadas, em nome das quais foi praticado o ato a ser anulado, e autoridades e funcionários ou administradores que tenham autorizado, aprovado, ratificado ou praticado pessoalmente o ato ou firmado o contrato impugnado, ou que, por omissão, tiverem dado oportunidade à lesão, como também os beneficiários diretos do mesmo ato ou contrato.
A natureza jurídica da decisão a ser proferida na ação popular é desconstitutiva-condenatória, pois anula o ato impugnado e condena os responsáveis e beneficiários em perdas e dados. Possui essa decisão efeito erga omnes.
É competente para o processo e julgamento da ação popular o juiz do local do ato a ser anulado. Não se admite, em sede de ação popular, o foro por prerrogativa de função.
 
7ª AULA – QUESTÕES PARA FIXAÇÃO
1. Qual a finalidade da ação popular?
2. Quem está legitimado à propositura da ação popular?
3. Quem poderá figurar no pólo passivo da ação popular?
4. Qual é a competência para julgar a ação popular?
5. Quais os efeitos da decisão proferida em sede de ação popular?
 
Semana 8
 
DEFESA DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA
 
A definição inicial de patrimônio público foi estabelecida para fins da ação popular como sendo o conjunto dos bens e direitos de valor econômico, artístico e estético, histórico ou turístico. Como a CF/88 alargou o objeto da ação popular para fins de proteção, também, da moralidade administrativa, meio ambiente e patrimônio cultural, estes valores também se acham incluídos no conceito legal de patrimônio público.
Tais direitos são passíveis da defesa judicial pelo Estado, pelo cidadão e pelo Ministério Público. Em sentido estrito, patrimônio público não é interesse transindividual, mas a CF, bem como a legislação infraconstitucional, autoriza sua defesa, por meio de ação civil pública, pelo Ministério Público.
Moralidade é um dos princípios orientadores da atividade administrativa, sendo que imoralidade está relacionada à teoria do desvio de poder ou de finalidade, o que torna o ato administrativo imoral contrário ao princípio da legalidade, podendo ser questionado em ação civil pública ou em ação popular.
A CF determina a sujeição do administrador aos princípios ético-jurídicos descritos pelo ordenamento jurídico, que prevê a sanção em caso de violação dos deveres de honestidade, imparcialidade, lealdade etc.
O art. 11 da Lei n. 8.429/92 define quais são os princípios que se compreendem no conceito de moralidade administrativa.
A propositura da ação civil pública não está condicionada ao julgamento das contas pelo Tribunal de Contas.
O Ministério Público poderá investigar qualquer ato que importe em improbidade administrativa, ou seja, dos quais decorre o enriquecimento ilícito de agentes públicos, bem como os que importam em lesão ao erário ou atentem aos princípios da administração.
A defesa da probidade administrativa trata-se de interesse público primário, ou seja, bem geral da coletividade, não consistindo em interesse transindividual. A classificação dos atos de improbidade administrativa, nos termos da lei de regência, é a seguinte: atos que importem enriquecimento ilícito, atos que causem prejuízo aoerário, atos que atentem contra os princípios da administração pública.
A legitimidade para a propositura da ação de improbidade administrativa cabe ao Ministério Público ou à pessoa jurídica interessa, e rege-se pelo rito ordinário. Cabe a cumulação de pedidos na ação civil pública que verse sobre danos a interesses protegidos pela lei de improbidade administrativa e pela LACP.
 
8ª AULA – QUESTÕES PARA FIXAÇÃO
1. O que é moralidade administrativa?
2. O que se entende por improbidade administrativa?
3. Quem está legitimado à defesa da moralidade administrativa?
4. Qual a classificação dos atos de improbidade administrativa?
5. O que se entende por patrimônio público.
 
Semana 9
 
APOIO ÀS PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA E INTEGRAÇÃO DAS PESSOAS PORTADORAS DE NECESSIDADES ESPECIAIS
 
É bastante abrangente o conceito de pessoa portadora de deficiência. Conforme resolução da Convenção Interamericana para Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiências, “o termo deficiência significa uma restrição física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais à vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico e social”. Nos termos do art. 2º, inciso III, da Lei 10.098/00, portadora de deficiência é a pessoa que, de forma permanente ou temporária, tenha limitada sua capacidade de relacionar-se com o meio e utilizá-lo.
Abrange, portanto, qualquer tipo de deficiência, seja ela intelectual, motora, sensorial, funcional, orgânica, comportamental, social ou de personalidade, sendo certo que nenhuma dessas condições é capaz de diminuir a dignidade da pessoa humana.
É evidente a preocupação da CF/88 com essas pessoas. A CF determina ao Estado a obrigação de eliminar preconceitos e obstáculos arquitetônicos (art. 227, p. 1º, inciso II), determinando à lei dispor sobre normas de construção, bem como a adaptação dos já existentes, de logradouros e edifícios de uso público, fabricação de veículos de transporte coletivo etc., tudo no intuito de garantir o devido acesso às pessoas portadoras de deficiência.
Quanto à matéria, a legitimidade do Ministério Público não se restringe apenas a atuação em ações que versem sobre interesses transindividuais relacionados à proteção dos portadores de deficiência, tendo papel, inclusive, de intervir em qualquer ação em que um portador de deficiência seja parte.
A política nacional para integração das pessoas portadoras de deficiência compreende todas as orientações normativas com o objetivo de assegurar o exercício pleno dos direitos sociais e individuais dessas pessoas, impondo responsabilidades ao Estado e à sociedade civil.
Para tanto, estabelece diversos princípios, relativos à inserção, acessibilidade, integração, mercado de trabalho etc.
        
 
9ª AULA – QUESTÕES PARA FIXAÇÃO
1. O que se entende por pessoa portadora de deficiência?
2. Quais são as diretrizes básicas estabelecidas pela CF/88 no que tange às pessoas portadoras de deficiência?
3. Quem são os legitimados à propositura de ações que visem à defesa dos interesses de pessoas portadoras de deficiência?
4. A pessoa portadora de deficiência é titular de qual espécie de interesses transindividuais?
5. Qual é o papel do Ministério Público no que tange à defesa dos interesses e direitos das pessoas portadoras de deficiência?
 
Semana 10
 
POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO E POLÍTICA NACIONAL DE PROTEÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE
        
O art. 227, caput, CF enumera os principais direitos ligados à proteção da criança e do adolescente. Vigora o princípio da absoluta prioridade desses direitos, que são indisponíveis, sendo o Ministério Público legitimado à sua defesa, sem prejuízo da existência de outros co-legitimados, bem como a existência de outros interesses transindividuais atinentes ao grupo, já que o rol não é taxativo.
É dever da família, do Estado e da sociedade assegurar os direitos da criança e do adolescente, conforme determinado pela própria Constituição. Essa ideia é reforçada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n. 8.069/90.
A defesa dos interesses relacionados à criança e ao adolescente, sejam eles transindividuais ou mesmo individuais, é garantida pelos instrumentos da ação civil pública e da ação mandamental de iniciativa do Ministério Público, ambas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente.
As ações coletivas previstas no ECA destinam-se à proteção da criança e do adolescente como destinatários de um meio ambiente sadio e equilibrado, de um meio ambiente de trabalho adequado e como consumidores efetivos ou potenciais.
A defesa dos interesses relativos à criança e ao adolescente, mesmo quando individuais, vez que indisponíveis, aproveitarão toda a coletividade.
É a Justiça da Infância e da Juventude a competente para processar e julgar ações que versem interesses transindividuais relativos às crianças e aos adolescentes.
Não se aplica a regra geral da LACP, já que a competência não é estabelecida pelo local do dano, mas sim pelo local da ação ou da omissão, salvo quando caso de competência da justiça federal ou de tribunais superiores.
Além do Ministério Público, também as associações estão legitimadas à propositura da ação civil pública para a defesa de interesses transindividuais da criança e do adolescente, desde que respeitados os requisitos da pertinência temática e da pré-constituição.
Podem ser propostas, na defesa dos interesses destes grupos, as seguintes ações: representações interventivas e ações diretas de inconstitucionalidade, inclusive por omissão, ações declaratórias de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal, mandado de injunção, quando a falta da norma regulamentadora tornar inviável o exercício de direitos e liberdades constitucionais, ação para garantia de direitos assegurados na Constituição por parte dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública. Além, é claro das ações civis públicas e das ações civis coletivas.
O idoso, aquele que conta com mais de 60 anos, enfrenta problemas decorrentes do avanço natural da idade, com as decorrentes limitações físicas e mentais, bem como decorrentes da discriminação e do preconceito.
O fundamento para a proteção do idoso é o princípio da igualdade, impondo, a CF, à família, ao Estado e à sociedade o dever de ampará-lo, assegurando a participação na comunidade, defendendo sua dignidade, bem-estar e direito à vida.
A Lei n. 8.842/94 dispõe sobre a política nacional do idoso, com a garantia de seus direitos sociais, bem como criando condições para promoção de sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade.
Diversas são as ações protetivas do idoso, com vistas à promoção e assistência social, saúde, educação, trabalho e previdência social, habitação e urbanismo, Justiça, cultura, esporte e lazer.
O Estatuto do Idoso, Lei n. 10.741/03, instituiu o sistema de proteção integral do idoso, que goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, com a necessidade de se assegurarem todas as oportunidades e facilidades para a preservação de sua saúde física e mental, aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.
A atuação do Ministério Público é bastante importante para a defesa dos idosos, de seus interesses transindividuais, principalmente por se tratar de questão de interesse social e coletivo.
 
10ª AULA – QUESTÕES PARA FIXAÇÃO
1. Quem são as crianças e os adolescentes, conforme conceito estabelecido pelo ECA? Quem é o idoso?
2. A atuação do Ministério Público, no que pertine à defesa de interesses de crianças e adolescentes, limita-se aos interesses transindividuais? E na defesa dos interesses de idosos?
3. Quem são os legitimados para a propositura de ações civis públicas ou coletivas que visem à defesa de interesses de crianças e adolescentes?
4. Dê exemplos de ações que podem ser propostas no intuito de defender interesses de crianças e adolescentes?5. Como se firma a competência para processar ações que visem à defesa de crianças e adolescentes?
Semana 11
 
PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR
 
Define o CDC, art. 2º consumidor como sendo “toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatária final; equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo”.
Tal conceito do CDC também alcança as vítimas de danos provocados por defeitos no produto ou relativos à prestação de serviços e as pessoas, determinadas ou não, expostas às práticas comerciais.
No art. 3º, caput, o CDC considera “fornecedor toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços”.
Na relação de consumo, o consumidor é a parte mais frágil, sendo hipossuficiente e vulnerável.
Prevalece o entendimento de que o Ministério Público tem legitimidade para a defesa de direitos transindividuais do consumidor, especialmente os individuais homogêneos, sendo inquestionável a inexistência dessa possibilidade quando se tratar de direitos absolutamente individuais, já que disponíveis.
Tal entendimento baseia-se na súmula 643, STF. Desta forma, o Ministério Público poderá atuar, sempre, na defesa de interesses difusos, diante de sua abrangência. Na defesa de interesses coletivos e individuais homogêneos, poderá atuar caso haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou pelas características do dano, ainda que potencial, bem como caso seja acentuada a relevância social do bem jurídico a ser defendido, e caso esteja em discussão a estabilidade de um sistema social, jurídico ou econômico, cuja preservação aproveite à coletividade como um todo.
Segundo a súmula 7, do Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo, “o Ministério Público está legitimado à defesa de interesses individuais homogêneos que tenham expressão para a coletividade, como: a) os que digam respeito à saúde ou à segurança das pessoas, ou ao acesso das crianças e adolescentes à educação; b) aqueles em que haja extraordinária dispersão dos lesados; c) quando convenha à coletividade o zelo pelo funcionamento de um sistema econômico, social ou jurídico”. Para o Conselho, a legitimação dada pelo CDC para a defesa de interesses individuais homogêneos deve ser vista considerando-se a destinação institucional do Ministério Público, que sempre deverá agir na defesa de interesses indisponíveis ou que atinjam a sociedade como um todo.
Cabível, na defesa do consumidor, portanto, qualquer tipo de ação civil pública ou coletiva, desde que na defesa de interesses transindividuais.
        
11ª AULA – QUESTÕES PARA FIXAÇÃO
1. Qual é o conceito de consumidor?
2. Qual é o conceito de fornecedor?
3. Quais as características principais do consumidor?
4. Pode o Ministério Público atuar em juízo na defesa de interesses do consumidor?
5. É cabível a legitimação ativa para a defesa de interesses dos consumidores a associações?
 
Semana 12
 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE
 
Nos termos do art. 30, inciso I, da Lei 6.938/81, “meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
Para a doutrina, integram o meio ambiente, também, a interação de elementos naturais, artificiais e culturais.
Assim, diante da amplitude do conceito de meio ambiente, consideram-se: meio ambiente natural (composto pelos bens naturais, solo, atmosfera, água, enfim, qualquer forma de vida), meio ambiente artificial (composto pelo espaço urbano construído), meio ambiente cultural (consistente na interação do homem ao ambiente, também incluído o meio ambiente do trabalho).
A proteção da flora e da fauna se dá não pelo fato de plantas e animais serem titulares de direito subjetivos, mas sim por serem valores éticos que informam o convívio humano.
Ao lado do dever negativo de não poluir, existe um dever consistente na prática de ato positivo, para impedir o dano ambiental ou para reparar o dano já ocorrido.
Não pode ser invocado o princípio da discricionariedade pela Administração para retardar ou se negar a combater a poluição. Todas as autoridades e todos os indivíduos são responsáveis pelo meio ambiente.
A legitimação para a ação ambiental é concorrente e disjuntiva, podendo propô-la todos os co-legitimados para a ação civil pública, agindo isoladamente ou em conjunto. O cidadão também pode defender o meio ambiente, por meio da propositura da ação popular. Sindicatos estão legitimados à defesa do meio ambiente do trabalho.
O pólo passivo da ação ambiental será composto pelo poluidor, pessoa física ou jurídica. É possível, inclusive, a punição da pessoa jurídica também na esfera criminal, quando a infração tiver sido cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da entidade, não excluindo a responsabilidade das pessoas físicas envolvidas.
Admissível a desconsideração da pessoa jurídica em matéria ambiental, desde que sua personalidade coloque-se como obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.
12ª AULA – QUESTÕES PARA FIXAÇÃO
1. O que é meio ambiente?
2. Qual a classificação do meio ambiente?
3. Quem é legitimado à propositura de ação para defesa do meio ambiente?
4. Quem pode figurar no pólo passivo da ação para defesa do meio ambiente?
5. Em qual espécie de direito transindividual encaixa-se o meio ambiente?

Continue navegando