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137.Exploração de prestígio

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137 
EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO 
_____________________________ 
 
137.1 CONCEITO, OBJETIVIDADE JURÍDICA E SUJEITOS 
DO CRIME 
É o seguinte o tipo do art. 357 do Código Penal: 
“solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em 
juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, 
intérprete ou testemunha”. 
A pena é reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
O bem jurídico é a administração da justiça, sua credibilidade, a confiança que as 
pessoas depositam nas pessoas que atuam no âmbito da prestação jurisdicional. O prestígio 
da justiça. 
Sujeito ativo é qualquer pessoa. Sujeito passivo é o Estado e, eventualmente, o juiz, 
jurado, promotor, perito, tradutor, intérprete e testemunha. 
 
137.2 TIPICIDADE 
O caput do artigo contém o tipo e o parágrafo único, uma causa de aumento de pena. 
 
137.2.1 Conduta e elementos do tipo 
São duas as condutas incriminadas: solicitar ou receber. Solicitar é pedir, pleitear, 
postular. A solicitação pode ser feita por qualquer meio de comunicação, escrita, oral ou 
outro. Receber é aceitar, é obter. O objeto material é dinheiro – moeda metálica ou papel-
2 – Direito Penal III – Ney Moura Teles 
 
moeda de curso legal no país ou no estrangeiro – ou qualquer utilidade, ou seja, um bem 
de natureza material ou até mesmo uma vantagem de natureza moral. 
O agente solicita ou recebe o dinheiro ou a utilidade, afirmando perante terceira 
pessoa que irá exercer influência sobre uma das pessoas mencionadas no tipo: juiz, jurado, 
promotor ou procurador de justiça, funcionário do poder judiciário, perito, tradutor, 
intérprete ou testemunha. A relação é taxativa, não admitida a inclusão de outra pessoa 
que não as mencionadas no tipo. Se é outro o funcionário público a quem se refere o 
agente, a conduta poderá se ajustar ao tipo do art. 332 do Código Penal. 
O agente demonstra ter prestígio junto a uma daquelas pessoas, ludibriando assim a 
boa-fé de alguém, pretextando que irá exercer a influência positiva sobre ela, mediante o 
recebimento do dinheiro ou da utilidade. Há, portanto, fraude, devendo a conduta do 
agente ser idônea, apta a enganar. 
Não é necessário que o agente tenha, efetivamente, poder de influenciar a pessoa, mas 
é indispensável que ele alegue-o, bem assim é indiferente que ele venha a influenciar ou 
tentar fazê-lo. 
O agente deve atuar dolosamente. Com a vontade livre de solicitar ou receber o 
dinheiro ou a utilidade, sob o pretexto de influenciar uma daquelas pessoas. 
 
137.2.2 Consumação e tentativa 
A consumação, na modalidade típica solicitar, ocorre no momento em que o agente 
pede o dinheiro ou a utilidade, mesmo quando há rejeição. Na modalidade receber, o fato 
está consumado quando a pessoa entrega o objeto material. 
A tentativa é possível. 
137.2.3 Aumento de pena 
Quando o agente tiver alegado ou apenas insinuado que o dinheiro ou a utilidade 
solicitada ou recebida será destinado também para a pessoa a quem diz influir, a pena será 
aumentada de um terço. É necessário que ele afirme ou deixe implícito para a pessoa que 
uma parte da vantagem será dada ao juiz, perito, intérprete etc., não exigindo o tipo que a 
vítima acredite no agente. 
Se, efetivamente, o agente der valor a funcionário público, haverá corrupção ativa, que 
Exploração de Prestígio - 3 
 
absorverá a exploração de prestígio, e corrupção passiva por parte do funcionário. 
 
137.3 AÇÃO PENAL 
A ação penal é de iniciativa pública incondicionada, admitida a suspensão condicional 
do processo penal.

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