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144.Prestação de garantia graciosa

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144 
PRESTAÇÃO DE GARANTIA 
GRACIOSA 
_____________________________ 
 
144.1 CONCEITO, OBJETIVIDADE JURÍDICA E SUJEITOS 
DO CRIME 
O art. 359-E do Código Penal contém o tipo: “prestar garantia em operação de crédito 
sem que tenha sido constituída contragarantia em valor igual ou superior ao valor da 
garantia prestada, na forma da lei”. A pena é detenção de três meses a um ano. 
O bem jurídico protegido é a Administração Pública, a probidade na gestão fiscal. 
Sujeito ativo é o funcionário público que tem competência para prestar garantia em 
operação de crédito. O chefe do poder executivo, o Presidente da República, o Governador 
de Estado e o Prefeito Municipal. Sujeito passivo é o Estado. 
Sujeito passivo é o Estado. 
 
144.2 TIPICIDADE 
144.2.1 Conduta e elementos do tipo 
A conduta típica é prestar garantia. Significa conceder. É, na contratação de operação 
de crédito, oferecer ou dar garantia. É garantir. 
A Lei de Responsabilidade Fiscal, no art. 40, permite, aos entes da federação, 
concederem garantia em operações de crédito internas ou externas. Entes da federação são 
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Operações de crédito são os 
compromissos financeiros assumidos em razão de mútuos, aberturas de crédito, emissões 
e aceites de títulos, aquisições financiadas de bens, recebimentos antecipados de valores 
provenientes de vendas a termo de bens de serviços, arrendamentos mercantis e outras 
2 – Direito Penal III – Ney Moura Teles 
 
operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros. 
Assim, a União poderá conceder, aos Estados e aos Municípios ou a suas empresas, o 
Estado aos Municípios ou a suas empresas, e os Municípios a suas empresas, garantia em 
operações de crédito. 
Garantia de uma operação de crédito é o direito vinculado ao contrato e colocado à 
disposição do credor como meio para o recebimento de seu crédito, na hipótese do não-
pagamento da dívida contraída pelo devedor, nos termos do ajuste. 
A garantia só poderá ser concedida se o ente da federação que contratar a operação de 
crédito constituir, previamente, em favor do concedente da garantia outra garantia, de 
valor igual ou superior, a fim de resguardar o concedente dos prejuízos que sofreria caso 
viesse a ser obrigado a pagar a dívida assumida. 
A contragarantia que a União exigirá dos Estados e Municípios ou a que o Estado 
exigirá do Município poderá ser a vinculação de receitas tributárias diretamente 
arrecadadas e também as provenientes das transferências constitucionais. 
O fato incriminado é o da prestação, pelo agente que representa o ente da federação, 
de garantia sem a constituição prévia da contragarantia ou com constituição de 
contragarantia insuficiente. No primeiro caso, ele presta a garantia sem nada exigir, e no 
segundo, feita a exigência, a contragarantia é de valor menor do que o valor da garantia 
prestada. 
É crime doloso. O agente deve estar consciente do dever legal de exigir a 
contragarantia como condição para prestar a sua e agir com vontade livre, sem qualquer 
outro fim especial, não se exigindo qualquer resultado. 
Basta a conduta positiva de prestar a garantia, sem contragarantia ou com 
contragarantia insuficiente. 
 
144.2.2 Consumação e tentativa 
Consuma-se no momento em que o agente presta, efetivamente, em operação de 
crédito, a garantia, deixando de exigir a contragarantia, ou seja, quando firma a obrigação 
em nome do ente que representa. A tentativa é possível, quando se verificar a vontade do 
agente em prestá-la, praticando atos antecedentes à firmatura do contrato, exarando ato 
administrativo, sem que, por circunstâncias alheias a sua vontade, conclua o 
Prestação de Garantia Graciosa - 3 
 
procedimento. 
 144.3 AÇÃO PENAL 
A ação penal é de iniciativa pública incondicionada, competente o juizado especial 
criminal, possível a suspensão condicional do processo penal.

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