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20.Registro de nascimento inexistente

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20 
REGISTRO DE NASCIMENTO 
INEXISTENTE 
_____________________________ 
 
20.1 CONCEITO, OBJETIVIDADE JURÍDICA E SUJEITOS DO 
 CRIME 
O tipo penal está contido no art. 241 do Código Penal: “promover no registro civil a 
inscrição de nascimento inexistente”. A pena: reclusão de dois a seis anos. 
A norma protege o estado de filiação e a normalidade das relações familiares. 
Estende, ainda, sua tutela à fé pública e à pessoa que vier a ser prejudicada pelo registro de 
nascimento inexistente. 
Sujeito ativo é qualquer pessoa que realizar a conduta. Sujeito passivo é o Estado e, 
caso haja prejuízo para alguém, também este. 
 
20.2 TIPICIDADE 
20.2.1 Conduta e elementos do tipo 
O núcleo do tipo é o verbo promover, alcançando as ações consistentes na busca da 
realização da inscrição do nascimento, como o requerimento, a declaração formal, a 
assinatura de documentos ou simplesmente o comparecimento perante o Cartório do 
Registro Civil para dar causa à inscrição de nascimento que não aconteceu. 
Significa dar causa à inscrição, no registro civil, de um nascimento inexistente, seja 
porque nenhum nascimento houve, criando, portanto, uma ficção de pessoa, seja de um ser 
nascido morto, que nunca existiu como pessoa. Com a inscrição no registro civil, há, 
porém, juridicamente, a pessoa a que se refere o registro que, é óbvio, não existe. 
2 – Direito Penal III – Ney Moura Teles 
 
O agente pode realizar o crime falsificando a declaração do médico dando notícia do 
nascimento, ficando a falsidade absorvida pelo crime-fim, que é o registro de nascimento 
inexistente. 
Trata-se de crime doloso. O agente tem consciência de que não houve nascimento 
algum, mas promove o registro voluntariamente, sem qualquer outra finalidade, como a de 
criar, extinguir ou modificar direitos. Se o agente não tem consciência de que o nascimento 
não ocorreu, tendo sido ludibriado por alguém, por exemplo, pela suposta mãe, o fato será 
atípico. 
 
20.2.2 Consumação e tentativa 
A consumação ocorre com a lavratura do ato de inscrição no registro civil do 
nascimento não existente. A tentativa é, portanto, possível se, por razões alheias à vontade 
do agente, não chega a ser feita a inscrição. 
 
20.3 AÇÃO PENAL 
A ação penal é de iniciativa pública incondicionada. A prescrição da pretensão 
punitiva começa a correr da data em que o fato se torna conhecido, conforme prescreve o 
art. 111, inciso IV, do Código Penal.

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