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Artigo Politicas Públicas; Inclusão e Acessibilidade

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POLITICAS PÚBLICAS: INCLUSÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA FISICA NA ESCOLA
Wcleverson Batista Silva [2: Graduado em Filosofia pela UCDB e mestrando em Literatura pela UEMS.]
Resumo
Neste artigo buscamos realizar uma reflexão acerca das políticas públicas existentes para ressaltar o que as escolas ainda precisam para atender as crianças com deficiência física no processo de inclusão escolar. Tendo por objetivo defender que toda criança deficiente tem direito de frequentar escola, garantir a acessibilidade no espaço escolar, levar em conta a necessidade de conscientização e combate ao preconceito e esclarecer que a criança com deficiência pode desenvolver atividades diversas, valorizando a sua capacidade, e a forma de atuação dos pais e professores. Através de pesquisa bibliográfica, percebemos que algumas adaptações ainda precisam ser feitas para favorecer a educação e desenvolvimento das crianças com deficiência física no seu processo de ensino, pois a realidade é que muitas escolas brasileiras e parte das famílias não estão preparados para garantir o desenvolvimento pleno e escolar destas crianças.
Palavras chave: Educação Inclusiva, Deficiência Física, Políticas Publicas.
1. INTRODUÇÃO
Não serão matriculados, e portanto não entrarão no sorteio: a) As crianças com idade inferior a 6 anos incompletos (...); c) os que sofrem de moléstia contagiosa e repugnante (...) e) os imbecis e os que por defeito orgânico forem incapazes de receber educação. (Decreto-lei 1.212 de 1904 do Estado de São Paulo, apoud JANNUZZI, 1985.)
Por muito tempo os deficientes físicos foram mantidos e tratados de forma excludente pela sociedade de até então. O que podemos perceber, é que nos últimos anos esta situação vem se modificando e se discutindo sobre a inclusão dessas crianças e adolescentes na comunidade escolar. Mesmo com as diversas Políticas Publicas existentes, ainda não demos saltos significativos rumo a este trabalho, estamos patinando com as belas teorias e a caótica estrutura escolar.
É importe ressaltar que essas crianças passaram a ser vistos como sujeitos de direitos que devem atuar e participar ativamente na sociedade apesar de suas singularidades. Deste modo, todos os indivíduos, independente de sua condição, devem ter acesso à cultura, lazer, habitação, transporte, serviços sociais e de saúde, oportunidades de trabalho e educação.
A discussão elaborada aqui é de grande relevância para o mundo contemporâneo, pois o que podemos perceber foi que o ambiente escolar ainda demonstra não estar preparado para atender alunos com deficiência física, sendo necessários adaptações e recursos pedagógicos adequados, para que de maneira inclusiva estes alunos possam se desenvolver integralmente.
Mesmo com todos os estudos já realizados e legislações que entraram em vigor, o conceito de deficiência física ainda é considerado muito amplo e complexo. Se fizermos uma analise a partir da sociologia, perceberemos que, o que nos caracteriza como seres humanos é a diferença existente entre cada um. Conceito que passa também ser principalmente relativo e subjetivo ao mesmo tempo. Diferente de fatores como sexo e raça, em que nos encontramos biologicamente classificados, as definições de normalidade passa a ser uma concepção sociocultural e histórica, ou seja, o ser humano é incompleto, não é igual ou homogêneo em qualquer aspecto considerado. 
Aqui, a ideia de inclusão social está relacionada à edificação de uma sociedade que preza pela democracia, na qual as diferenças são respeitadas, reconhecendo as peculiaridades de cada individuo, propiciando a estes oportunidades e direito a sua cidadania. Obtendo fundamentações nestes princípios, a sociedade contemporânea busca anular padrões em relação às diferenças entre os humanos e fazer com que todos possam desfrutar do bem democrático. Deste modo, a inclusão social proporciona a conquista de um espaço na sociedade, e é neste cenário que a escola entra como importante ferramenta na concretização da inclusão, sendo que esta vem se adaptando as necessidades de seus alunos.
Para chegarmos ao objetivo proposto, partiu-se de levantamentos bibliográficos e discussões teóricas, para melhor compreender a extensão e complexidade que o tema apresenta. O presente trabalho foi dividido em três tópicos sendo eles: Politicas Públicas direcionadas à inclusão de crianças com deficiência física, A deficiência física através da história: o cuidado com o corpo, Inclusão e Acessibilidade da criança com deficiência física na escola, além das considerações finais.
2. A DEFICIÊNCIA FISICA ATRAVÉS DA HISTÓRIA: O CUIDADO COM O CORPO 
No livro VII de A Republica, Platão nos lembra que a educação tem que haver com a prática do bem e o engajamento do individuo na polis. Deste modo o ideal de educação para este filosofo não é formar o individuo cidadão participante e atuante em uma comunidade. O mais importante é o ideal de sociedade, de Estado, e, a partir desse ideal, formar-se-á o individuo como tal. (TEIXEIRA 2006)
Na antiga civilização grega, a educação pelo corpo físico obtinha um caráter fundamental na vida desses povos. Encontra-se ai uma nítida preocupação e exploração do corpo saudável, forte e perfeito como um modo do ser humano sobreviver e defender sua pátria.
Na sociedade espartana se estabelecia um paradigma de vida que propunha o desenvolvimento do corpo forte, esteticamente definido através da prática da ginástica, da dança, de lutas e jogos, como se fosse um adestramento físico, necessários para a proteção da pátria. 
ARANHA (1989, p. 38) destaca que no paradigma espartano de vida praticava-se uma eugenia radical, isto é, as crianças que apresentavam qualquer tipo de deficiência eram simplesmente eliminadas. Os cuidados começam com a política de eugenia que recomenda abandonar as crianças nascidas com defeitos, frágeis demais, bem como procurar fortalecer o corpo das mulheres para que gerem filhos robustos e sadios.
Ainda no mundo antigo, porém no período do domínio romano, informações obtidas de leituras baseadas no filosofo Sêneca, nos apontam para a existência de atitudes semelhantes com os corpos deficientes, seja relacionado ao infanticídio, seja à falta de vitalidade do ser humano;
Não se sente ira contra um membro gangrenado que se manda amputar; não o cortamos por ressentimento, pois trata-se de um rigor salutar. Matam-se cães quando estão com raiva (...) Matam-se os fetos e os recém nascidos monstruosos; se nascerem defeituosos e monstruosos, afogamo-los; não devido ao ódio, mas pela razão, para distinguirmos as coisas inúteis das saudáveis. (GAIO. 2009, p. 151).
O moralismo cristão ocidental que associa a deficiência ao pecado vem desde a Antiguidade e alcançou a Idade Média. Daí então a morte, antes praticada com os deficientes, foi substituída pela segregação. Com isso as pessoas com deficiências passaram a ser confinados em casas, porões ou até mesmo em vales. Segundo alguns relatos que os deficientes mentais eram embarcados em porões de navios.
Na Bíblia cristã, nos livros dos Evangelhos, os deficientes são fortemente relacionados a castigos ou penitencias para pagamento de faltas ou pecados. Neste período havia uma crença arraigada no povo de que estes males eram consequência da interferência de maus espíritos, ou como um castigo para pagamentos de pecados antigos.
Com o advento do cristianismo, houve uma apatia pelas questões corporais, pois o os preceitos religiosos e o bem da alma eram colocados em oposição ao corpo. “A doutrina religiosa preconizava o abandono do corpo para a conquista do reino celeste.” RUSSO, 1997: Apoud GAIO, 2009;. Fato este que possibilitou uma nova concepção de corpo, isto é, o afastamento provocado entre o físico e o intelectual conduziu a sociedade da época a negar a importância e a vivencia do corpo, lutando inclusive contra as paixões da carne. Pois, neste período a alma passou a ter mais importância do que o corpo na sua materialidade.
Martinho Lutero líder religioso,principal responsável pela reforma protestante, defendia a ideia de que pessoas com deficiência mental eram seres diabólicos que mereciam castigos para serem purificados.
Data-se que no século XIII, surge à primeira instituição para pessoas com deficiência, precursora de atendimento sistemático. Era uma colônia agrícola, na Bélgica, que propunha o tratamento com base na alimentação, exercícios e ar puro para minimizar os efeitos da deficiência. E no século XIV, nasce a primeira legislação sobre os cuidados com os bens das pessoas com deficiência mental (Da praerogativa regis, baixada por Eduardo II, da Inglaterra). O rei era responsável por esses cuidados e recebia a herança como pagamento. Nessa lei surge a distinção entre a pessoa com deficiência mental e com doença mental; a primeira, “loucura natural”, pessoas que sofriam de idiotia permanente e, a segunda, “lunática”, aquelas que sofriam de alterações psiquiátricas transitórias. O doente mental tinha direito aos cuidados sem perder os bens. A lei não deixou de marcar a diferença entre eles.
No século XVI, dois grandes nomes passaram a fazer parte deste contexto: Celso, médico e, Cardano, filósofo. Para Celso, no seu livro “Sobre as doenças que privam o homem da razão”, foi o primeiro a considerar a deficiência mental um problema médico, digno de tratamento e complacência. Cardano, além de comungar das mesma ideia que a deficiência era um problema médico, se preocupava com a educação das pessoas que apresentavam este tipo de deficiência.
Em meados do século XVII, o empirista John Locke revoluciona as doutrinas vigentes sobre a mente humana e suas funções. Ele definiu o recém-nascido e o idiota como “tabula rasa” isto é, o comportamento como produto do ambiente, que possibilita as experiências. Este filosofo empírico via, então, a deficiência como a carência de experiências. Acreditava que o ensino vindo a partir da experiência deveria suprir essa carência.
Já o período do século XIX foi marcado pelo trabalho de vários autores sobre o assunto, como Itard. Ele apresentou o primeiro programa sistemático de Educação Especial em 1800 criando uma metodologia que usou com Victor, o selvagem de Aveyron.
Por influência da concepção dos autores deste período, começam a surgir às escolas para crianças com deficiência mental. É nessa época que surge Johann Heinrich Pestallozzi, grande adepto da educação pública, defendendo a tese de que a educação era o direito absoluto de toda criança, inclusive daquelas provenientes das classes populares. Para ele, a escola deveria ser como um lar, pois essa era a melhor instituição de educação, base para a formação moral, política e religiosa. Segundo Pestallozzi, todo homem deveria adquirir autonomia intelectual para poder desenvolver uma atividade produtiva autônoma. 
O pensador Froebel, visitando uma escola de Pestallozzi seu mestre, aprofunda seus estudos e cria um sistema de Educação Especial com materiais e jogos específicos, simples e eficazes, que tornam o ensino mais produtivo, ganhando um aspecto lúdico e concreto. Os princípios da metodologia de Froebel são: “cada criança tem sua individualidade, é mais executiva do que receptiva e a educação formal deve começar antes dos seis anos.” (FROEBEL 2011)
E já na primeira década do século XX, surgem então as escolas montessorianas, ou seja, o método criado por Maria Montessori, para crianças com deficiências, partindo do concreto rumo ao abstrato. Teoria que se baseia na observação de que meninos e meninas aprendem melhor pela experiência direta de procura e descoberta.
Entretanto, esse avanço pedagógico voltado para a educação destas crianças, que começou com Itard e Séguin, ficou confinado à margem do processo científico, prevalecendo o organicismo como campo exclusivo da ciência médica.
Com o surgimento da modernidade nota-se um acento educacional que prioriza o individuo, já como sendo um ser de autonomia e liberdade, deixando de lado um pouco a super influencia da sociedade e da coletividade.
Vale aqui ressaltar o seguinte aspecto estabelecido na Comissão sobre a Educação no século XXI, instalado por Federico Mayor no ano de 1991 na Unesco, no qual é proposto quatro grande pilares para a educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a viver juntos.
Art. 208. O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de:
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de 0 a 6 anos de idade.
A instituição escolar responde no dia a dia pela aprendizagem sistematizada dos indivíduos, de acordo com a necessidade da sociedade. A sociedade contemporânea deposita sobre a criança uma imensa carga ideológica, composta por ideais, fantasias, crenças, mitos e valores. O desafio que se impõe a escola na pessoa do gestor tem sido o de reconstruir simultaneamente às grandes transformações que a revolução tecnológica vem impondo nos últimos anos.
Para os professores, a dificuldade proposta pela escola era automaticamente transformada em “problema de aprendizagem”, desconsiderando-se o fato de que nenhum ser que aprende o faz porque é determinado biologicamente. 
Na década de 70, Jean Piaget, torna-se uma das figuras mais conceituada entre os educadores, com sua teoria de desenvolvimento, podendo deste modo oferecer aos professores e gestores, um tipo de conhecimento sobre o aluno, que até o momento dava se como oculto neste contexto, conhecimento que os ajudem a trabalhar com tantas situações que fogem ao receituário docente.
O pensador Michael Faucault põe em xeque os modelos de controle, circulam as leituras marxistas, e a divisão social do trabalho começa a incomodar. Contudo, o sentido fundador da escola continua sendo hegemônico. Ensinar ainda é transmissão de conteúdos, e aprender é demonstração que estes foram dominados. (FAUCAULT, 1979.)
2.1 O QUE SÃO POLITICAS PÚBLICAS
Em um âmbito geral, Política pública é uma expressão que visa definir uma situação específica da política. A melhor forma de compreendermos essa definição na sua totalidade é partirmos da etimologia de cada palavra, separadamente. Política é uma palavra de origem grega, politikó, que exprime a condição de participação da pessoa que é livre nas decisões sobre os rumos da cidade, isto é, a pólis. Já a palavra pública é de origem latina, publica, e significa povo, do povo.
Deste modo, política pública, refere-se à participação do povo nas decisões da cidade, do território. Porém, historicamente essa participação assumiu aspectos distintos, no tempo e no lugar, podendo ter acontecido de forma direta ou indireta (por representação). De todo modo, sempre foi fundamental um agente para o acontecimento da política pública: o Estado. Vejamos então qual é o sentido contemporâneo para o termo Política Pública.
2.1.1 Conceito de Políticas Públicas
As discussões e debates acerca das políticas públicas nas últimas décadas têm ganhado uma dimensão muito ampla, basta vermos avanço das condições democráticas em todos os recantos do mundo e a gama de arranjos institucionais de governos, que tem se tornado necessário para se fazer a governabilidade. Souza (2003) nos traz um interessante paralelo sobre algumas das principais definições de políticas públicas segundo alguns teóricos.[3: Entende-se por governabilidade as condições adequadas para que os governos se mantenham estáveis. São essas condições adequadas, enquanto atitudes de governos (sejam eles de âmbito nacional, regional/estadual ou municipal), que caracterizam as políticas públicas.]
Para Mead, apoud Souza (2013) é o campo dentro do estudo da política que analisa o governo à luz de grandes questões públicas. Para Lynn é um conjunto específico de ações do governo que irão produzir efeitos específicos. Para Peters, é a Soma das atividades dos governos, que agem diretamente ou através de delegação, e que influenciam a vidas dos cidadãos.Para Dye é o que o governo escolhe fazer ou não fazer. Para Laswell, é responder às seguintes questões: quem ganha o quê, por que e que diferença faz. (SOUZA 2013)
Para a autora Políticas Pública é;
Campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo, “colocar o governo em ação” e/ou analisar essa ação (variável independente) e, quando necessário, propor mudanças no rumo ou curso dessas ações e ou entender por que o como as ações tomaram certo rumo em lugar de outro (variável dependente). Em outras palavras, o processo de formulação de política pública é aquele através do qual os governos traduzem seus propósitos em programas e ações, que produzirão resultados ou as mudanças desejadas no mundo real (SOUZA, 2003, p. 13).
2.1.2 A distinção entre Política e Políticas Públicas
Embora com todo acréscimo intelectual e importante contribuição de Souza para a definição de políticas públicas, o que define melhor esse termo, até por conta de seu caráter didático, é o desenvolvido por Azevedo (2003) partindo de uma articulação entre as compreensões de Dye (1984) e Lowi (1966), o primeiro também citado por Souza. Sob essas influências intelectuais, Azevedo (2003, p. 38) definiu que “política pública é tudo o que um governo faz e deixa de fazer, com todos os impactos de suas ações e de suas omissões”.
A primeira ressalva e destaque a se fazer em relação à definição dada por Azevedo é de que política pública é coisa para o governo. Sua definição é bastante clara nesse sentido. Deste modo a sociedade civil, (o povo) não é responsável direto e nem agente implementador de políticas públicas. No entanto vale lembrar que a sociedade civil, o povo, faz política.
Partindo deste principio elaborado por Azevedo, é bem notável uma distinção entre política e política pública. O filósofo e historiador Michel Foucault (1979) afirmou que todas as pessoas fazem política, todos os dias, e até consigo mesmas! Isso seria possível na medida em que, diante de conflitos, as pessoas precisam decidir, sejam esses conflitos de caráter social ou pessoal, subjetivo. Socialmente, a política, ou seja, a decisão mediante o choque de interesses desenha as formas de organização dos grupos, sejam eles econômicos, étnicos, de gênero, culturais, religiosos, etc. A organização social é fundamental para que decisões coletivas sejam favoráveis aos interesses do grupo.
Por fim, é importante dizer que os grupos de interesse, organizados socialmente, traçam estratégias políticas para pressionarem o governo a fim de que políticas públicas sejam tomadas em seu favor.
2.1.3 Tipos de Políticas Públicas
Ampliando a leitura de LOWI (1966), AZEVEDO (2003) identificou a existência de três tipos de políticas públicas: as redistributivas, as distributivas e as regulatórias. 
As políticas públicas redistributivas segundo Azevedo consistem em redistribuição de “renda na forma de recursos e/ou de financiamento de equipamentos e serviços públicos” (AZEVEDO, 2003, p. 38). Neste caso os exemplos de políticas públicas redistributivas são os programas de bolsa-escola, bolsa-universitária, cesta básica, renda cidadã, isenção de IPTU e de taxas de energia e/ou água para famílias carentes, dentre outros.
Partindo do ponto de vista da justiça social o seu financiamento deveria ser feito pelos estratos sociais de maior poder aquisitivo, de modo que se pudesse ocorrer, portanto, a redução das desigualdades sociais. No entanto, por conta do poder de organização e pressão desses estratos sociais, o financiamento dessas políticas acaba sendo feito pelo orçamento geral do ente estatal (união, estado federado ou município). (AZEVEDO, 2003)
Já as políticas públicas distributivas estão diretamente ligadas nas ações cotidianas que todo e qualquer governo precisa executar. Estas dizem respeito à oferta de equipamentos e serviços públicos, e sempre feitos de forma pontual ou setorial, de acordo com a demanda social ou a pressão dos grupos de interesse. São exemplos de políticas públicas distributivas as podas de árvores, os reparos em uma creche, a implementação de um projeto de educação ambiental ou a limpeza de um córrego, dentre outros. O seu financiamento é feito pela sociedade como um todo através do orçamento geral de um estado. (AZEVEDO, 2003)
E por último, há as políticas públicas regulatórias consistem na elaboração das leis que autorizarão os governos a fazerem ou não determinada política pública redistributiva ou distributiva. Se estas duas implicam no campo de ação do poder executivo, a política pública regulatória é, essencialmente, campo de ação do poder legislativo. (AZEVEDO, 2003)
Esse tipo de política possui importância fundamental, pois é por ela que os recursos públicos são liberados para a implementação das outras políticas. Vale lembrar, contudo, o seu resultado não é imediato, pois enquanto lei ela não possui a materialidade dos equipamentos e serviços que atendem diariamente a população. E deste modo os grupos sociais tendem a ignorá-la e a não acompanhar o seu desenvolvimento, permitindo que os grupos econômicos, principalmente, mais organizados e articulados, façam pressão sobre os seus gestores (no caso do Brasil, vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores).
Mas o que realmente é e significa políticas públicas educacionais, quais são as suas dinâmicas atuais e quais são os fenômenos que influenciam na sua decisão?
2.1.4 Políticas Públicas Educacionais
Se na sua totalidade políticas públicas é tudo aquilo que um governo faz ou deixa de fazer, neste caso políticas públicas educacionais é tudo aquilo que um governo faz ou deixa de fazer no âmbito educacional. Porém, educação é um conceito mais amplo para se tratar das políticas educacionais. Isso quer dizer que políticas educacionais é um foco mais específico do tratamento da educação, que em geral se aplica às questões escolares. Isto é, políticas públicas educacionais dizem respeito à educação escolar.
É importante fazer essa observação porque educação é algo que vai além do ambiente escolar. Tudo o que se aprende socialmente dentro ou fora das instituições – na família, na igreja, na escola, no trabalho, na rua, no teatro, etc. –, resultado do ensino, da observação, da repetição, reprodução, é educação. A educação, porém só é escolar quando ela for passível de delimitação por um sistema que é fruto de políticas públicas.
Nesse sistema, é imprescindível a existência de um ambiente próprio do fazer educacional, que é a escola, que funciona como uma comunidade, articulando partes distintas de um processo complexo: alunos, professores, servidores, pais, vizinhança e Estado (enquanto sociedade política que define o sistema através de políticas públicas). (AZEVEDO, 2003)
Deste modo, políticas públicas educacionais dizem respeito às decisões do governo que têm incidência no ambiente escolar enquanto ambiente de ensino-aprendizagem. Tais decisões envolvem questões como: construção do prédio, contratação de profissionais, formação docente, carreira, valorização profissional, matriz curricular, gestão escolar, etc 
2.2 POLITICAS PÚBLICAS DIRECIONADAS Á INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA 
“A inclusão deve acontecer de forma cuidadosa, cautelosa e racional, pois uma precipitação, uma atitude impensada, pode provocar mais frustração do que satisfação à pessoa que possui algum tipo de necessidade especial, que precisa ter condições mínimas para se adaptar a certas realidades;” (NETO, 2006). 
A escola que temos atualmente precisa passar por uma reestruturação, de forma que ela se torne apta a dar respostas às necessidades educacionais especiais de todos os seus alunos. Nenhuma escola pode de modo alguma fazer a exclusão de aluno possuidor de algum tipo de deficiência alegando não saber atuar ou não ter professores capacitados. Toda escola (regular ou especial) deve organizar-se para oferecer educação de qualidade para todos. 
Vivemos numa sociedade preconceituosa e discriminatória; muitos pais de alunos ditos normais acabamnão aceitando a ideia de inclusão, bem como alguns professores, coordenadores, diretores funcionários desinformados ou pouco esclarecidos, oferecem resistência a estas tentativas, mas mesmo assim, varias e com muito êxito, tem sido as experiências de inclusão de alunos com necessidades educativas especiais nas classes ou escolas regulares, dentre estes as crianças com deficiência física. 
A inclusão na sua totalidade é uma probabilidade que se abre para o aperfeiçoamento da educação escolar e para o benefício de alunos com e sem deficiência. E depende, contudo de uma disponibilidade interna para enfrentar as inovações e essa condição não é muito comum aos professores na atualidade. E então nos cabe a pergunta; Mas será que já foi um dia?
Todavia faz se necessário lembrar e ensinar à sociedade de uma maneira geral que as pessoas, antes de terem algum tipo de deficiência, alguma necessidade educativa especial, são seres humanos capazes e dotados de inúmeras possibilidades, com um grande potencial a ser trabalhado. Nada justifica o seu isolamento do convívio com outras pessoas, seja dentro ou fora da escola.
2.3 INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NA ESCOLA
Não obstante, a escola inclusiva adquiriu como característica, ao menos na teoria, a noção de igualdade e inclusão social (MENDES, 2002). Todavia, introjetar atitudes e conceitos numa sociedade que ainda mantém traços excludentes e de não aceitação ao diferente significam um desafio àqueles que lutam por esse movimento.
Estamos presenciando e convivendo com o movimento chamado Inclusão de pessoas com deficiência na rede regular de ensino. Contudo, nota-se que ainda é necessário algumas adaptações a serem feitas para favorecer as crianças com deficiência física na escola, onde a realidade é que uma grande parte dessas escolas brasileiras e as famílias não estão preparadas para garantir o desenvolvimento pleno e escolar dessas crianças. Mesmo o Brasil possuindo um sistema avançado para assegurar direitos e acesso às esses alunos com deficiência física, existe também um problema muito maior, a distância entre a teoria e a prática.
Infelizmente grande parte dessas crianças com deficiência física ainda deparam-se com as dificuldades e barreiras nas escolas, e muitas acabam não indo à mesma, impossibilitando assim inclusão.
É necessário que esses ambientes escolares se estruturem criando diferentes formas de suporte e apoio com trabalhos comprometidos e articulados atrelados à formação de uma equipe que planeja e avalie seus projetos com base nas diretrizes e legislações estabelecidas, e que talvez, seja o grande desafio das escolas atendê-los tanto de elaborar o projeto pedagógico bem como construir pensando no currículo do estudante com necessidades educativas especiais.
Para que esses fatores se sucedam é necessária total articulação e o trabalho cooperativo entre os professores do ensino regular, os consultores especialistas da educação especial, pais e alunos. Os resultados dessa formação são os enriquecimentos de toda comunidade e a criação de novos valores baseados na ética e no respeito à diversidade que é a base para uma sociedade mais igualitária e justa.
Entretanto, em vista estes posicionamentos se ressaltam a necessidade de mudança de atitude sociais que impedem não somente a inclusão de crianças, jovens e adultos nos espaços educativos, como desestimulam o trabalho de profissionais que necessitam estar comprometidos e totalmente crentes dessa possível e efetiva formação das pessoas com deficiência para melhor articularem os currículos a favor destas pessoas, compreender a questão sobre a atual função de uma escola de educação especial, e suas transições.
O ambiente dito escolar é para o acesso de qualquer criança, é um espaço por natureza de interação de uns com os outros. É nesse espaço que vemos estabelecer a comunicação e sentir a necessidade de se locomover.
Sabemos pela própria experiência que o aprendizado de habilidades ganha muito mais sentido quando a criança está imersa em um ambiente compartilhado que permite o convívio e a participação. Neste caso, a inclusão escolar é a oportunidade para que de fato a criança com deficiência física não esteja à parte, realizando atividades meramente condicionadas e sem sentido.
Lembramos aqui que, o aluno da educação especial é aquele que por apresentar necessidades diferentes dos demais alunos no domínio da aprendizagem requer recursos pedagógicos e metodológicos educacionais específicos.
No Brasil, o atendimento às pessoas com deficiência teve início na época do Império, com a criação de duas instituições: o Imperial Instituto dos Meninos Instituto dos Cegos, em 1854, atual Instituto Benjamin Constant – IBC, e os Surdos Mudos, em 1857, hoje denominados Instituto Nacional da Educação dos Surdos – INES, ambos no Rio de Janeiro. No início do século XX é fundado o Instituto Pestalozzi (1926), instituição especializada no atendimento às pessoas com deficiência mental; em 1954, é fundada a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE; e, em 1945, é criado o primeiro atendimento educacional especializado às pessoas com superdotação na Sociedade Pestalozzi, por Helena Antipoff . (MAZZOTTA, 1996, p. 75).
Segundo o Sociólogo Bobbio as mudanças mais significantes ocorreram a partir do século XX, quando as pessoas com deficiências passam a ser vistos como cidadãos com direitos e deveres de participação na sociedade, a primeira diretriz política aparece em 1948 com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, cujo primeiro artigo diz “todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e em direito”. (BOBBIO,1992,p.262).
No decreto nº 3.298 de 1999, da legislação brasileira encontra-se o conceito de deficiência física:
Art. 4ª – Deficiência Física – alteração completa ou parcial e uma ou mais segmentos do corpo humano acarretando o comprometimento da função física, apresentado sob forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência do membro, paralisia cerebral, membros com deformidades congênitas ou adquiridas, exceto as deformidades estéticas e que não produzam dificuldades para o desempenho de funções. (BRASIL, 1999, p.23).
Por deficiente físico, compreendemos aquele indivíduo que apresenta comprometimento da capacidade motora, nos padrões considerados normais para a espécie humana, pode ser definido como uma desvantagem, pois resulta de uma incapacidade, que limita ou impede o desempenho motor de uma determinada. 
Os tipos de deficiência física são: a hemiplegia, que é a paralisia da parte direita ou esquerda do corpo, a paraplegia, que é a paralisia dos membros inferiores, ou seja, das pernas, e a tetraplegia que é a paralisia dos quatro membros, sendo assim dos braços e perna.
Há uma variedade de causas da deficiência física sejam elas: pré- natais como problemas durante a gestação, perinatais ocasionadas por problemas respiratórios na hora do nascimento, pós-natais tais como: parada cardíaca, infecção hospitalar, doenças infectocontagiosa, traumatismo ocasionado por queda forte, assim melhor esclarecido:
Paralisia Cerebral: por prematuridade; anóxia perinatal; desnutrição materna; rubéola; toxoplasmose; trauma de parto; subnutrição; outras.
Hemiplegias: por acidente vascular cerebral; aneurisma cerebral; tumor cerebral e outras.
Lesão medular: por ferimento por arma de fogo; ferimento por arma branca; acidentes de trânsito; mergulho em águas rasas. Traumatismos diretos; quedas; processos infecciosos; processos degenerativos e outros.
Amputações: causas vasculares; traumas; malformações congênitas; causas metabólicas e outras.
Febre reumática – doença grave que pode afetar o coração;
Câncer;
Miastenias graves (consistem num grave enfraquecimento muscular sem atrofia). (BRASIL, 2006, p.22).
Vale lembrar aqui que; O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) Lei nº 8.069/90, no artigo55, reforça os dispositivos legais citados ao determinar que “os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino”. (BRASIL, 2001a, p.21).
A educação das pessoas com deficiência física precisa ser repensada a partir dessa contextualização como uma questão histórica, buscando superar uma leitura abstrata da mesma. É preciso que consideremos o conjunto de características físicas ao interagirmos com o indivíduo com deficiência física, que saibamos favorecer o seu desenvolvimento humano, caso contrário estaremos contribuindo para o desenvolvimento da deficiência.
Vygotsky (1984) considera que o desenvolvimento e aprendizagem estão interligados desde os primeiros dias de vida, sendo que a aprendizagem impulsiona e promove o desenvolvimento. Pois quanto mais cedo e estimulada a criança for, menos evidentes serão suas deficiências.
Um defeito ou problema físico, qualquer que seja sua natureza, desafia o organismo. Assim o resultado de um defeito é invariavelmente duplo e contraditório. Por um lado ele enfraquece o organismo, mina suas atividades e age como uma força negativa. Por outro lado, precisamente porque torna a atividade do organismo difícil, o defeito age como um incentivo para aumentar o desenvolvimento de outras funções no organismo; ele ativa, desperta o organismo para redobrar atividade, que compensará o defeito e superará a dificuldade. (VYGOTSKY, 1984, p.233).
A Educação Escolar proposta nos espaços de ensino na série regular, deve possibilitar que a criança com deficiência experimente aquilo que outros alunos da mesma idade vivenciam: brincadeiras corporais, sensoriais, músicas, estórias, cores, formas, tempo e espaço e afeto. Buscando construir bases e alicerces para o aprendizado, a criança pequena com deficiência também necessita experimentar, movimentar-se e deslocar-se mesmo do seu jeito diferente; necessita tocar, perceber e comparar; entrar, sair, compor e desfazer; necessita significar o que percebe com os sentidos, como qualquer outra criança de sua idade.
Mesmo diante de toda uma crise educacional que não é de hoje, porem essa crise é diferente das outras, pois trata das mudanças de valores, a sociedade contemporânea caminha cada vez mais rumo à construção de uma inclusão a estas pessoas com deficiência. Sinais desse processo de construção são visíveis nas escolas, na mídia e nos programas e serviços. Muitos países já adotaram a abordagem inclusiva, o Brasil já deu seus primeiros passos a caminho, mesmo com pouca ajuda técnica e financeira os resultados já são visíveis. As escolas brasileiras poderiam estar mais capacitadas para este trabalho, porém a realidade que enfrentamos é outra. Ou seja, há outras prioridades por partes dos governantes. Há sempre u, grande distanciamento da teoria e prática em nosso sistema educacional brasileiro.
Ao que diz respeito à condição das pessoas com deficiência física nas escolas, verificamos também as determinações do Ministério da Educação através da Portaria nº 1679 de 2 de dezembro de 1999 que estabelece as condições básicas de acesso nas instituição de ensino.
Art. 2º A Secretaria de Educação deste Mistério, com apoio técnico da Secretaria de Educação Especial estabelecera os requisitos, tendo como referência a Norma Brasil 9050, da Associação brasileira de Normas e Técnicas, que trata da Acessibilidade de pessoas com deficiências, edificações, espaço, mobiliário, equipamentos urbanos.
Parágrafo Único. Os requisitos estabelecidos na forma do caput deverão contemplar no mínimo:
-para alunos com deficiência física: eliminação de barreiras arquitetônicas para circulação do estudante, permitindo acesso nos espaços de uso coletivos, reserva de vagas nas em estacionamentos nas proximidades das unidades de serviço construção de rampas com corrimãos ou colocação de elevadores, facilitando a circulação de cadeiras de rodas, adaptação de portas e banheiros para permitir o acesso de cadeira de rodas; colocação de barras de apoio nas paredes dos banheiros; instalação de lavabos, bebedouros e telefones públicos em altura acessível aos usuários de cadeira de rodas. (BRASI, 1999, p.25).
Sabemos ainda que existam algumas adaptações a serem feitas para favorecer as crianças com deficiência física, com relação à acessibilidade, a realidade é que muitas escolas brasileiras infelizmente apresentam obstáculos a inclusão, são muitas barreiras encontradas dificultando o acesso e permanência destas crianças no espaço escolar.
O papel do professor aqui é de grande relevância. Ele deve ser capaz de identificar as necessidades da sala de aula e as peculiaridades de cada um do grupo. Esta é uma dificuldade real daqueles que trabalham com a inclusão, pois é um cuidado que se deve ter ao valorizar as diferenças como singularidade.
O professor deve possuir um conhecimento bem construído em sua área de atuação, além de se manter em permanente atualização, buscar informações e aprender a selecioná-las são novas habilidades que o professor não pode deixar de desenvolver, assim como aperfeiçoar o conhecimento especifico, conhecer teorias pedagógicas e técnicas didáticas bastante variadas é fundamental.
Mas atualmente é necessário ter mais do que isto, é preciso estar disposto a entrar em contato com o conhecimento em geral, com o que está acontecendo dentro e fora do meio, pressupondo uma atitude diferenciada. Todos sabem que a inclusão embora garantida por lei, não se concretiza por si só.
Para este trabalho se tornar uma prática real, a inclusão depende da disponibilidade interna dos que estão envolvidos, inclusive da família e que constitui uma instituição de extrema importância na formação e na educação dessas crianças, juntamente com a escola, onde é desenvolvida a educação e formação sistematizada das mesmas. Porém, vale lembrar, é no ambiente familiar que a criança tem seu primeiro contato com a sociedade.
Daí a importância da união dessas duas grandes instituições sociais na formação educacional das crianças possuidora da deficiência física. Embora a maioria dos sistemas educacionais defenda a posição de que a educação inicial é de responsabilidade da família, pelo fato de considerar esse ambiente familiar como ideal para o desenvolvimento e educação das crianças, porém os pais precisam conhecer e discutir os objetivos da proposta pedagógica e os meios organizados para atingi-los, além de trocar opiniões sobre como o cotidiano escolar e em casa.
A prática de reunir os pais periodicamente, para informá-los e discutir algumas mudanças a serem feitas no cotidiano das crianças, pode garantir que suas famílias apóiem os filhos de forma tranquila, assegurando o processo educacional dos filhos, uma vez que a educação, para ser integral precisa ser conduzida por essas duas instituições sociais essenciais ao desenvolvimento da criança – família e escola.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste artigo foi possível perceber as diversas possibilidades de promover acesso do aluno com deficiência física ao conhecimento e ao ambiente escolar. Mais do que nunca, hoje é preciso saber que os recursos e serviços apropriados a eles estão garantidos e amparados por lei e as dificuldades encontradas no cotidiano escolar não devem ser motivo de exclusão e pré-conceitos desses alunos.
Acessibilidade e inclusão dessas crianças constituem um fator muito importante para o exercício da cidadania, principalmente para essas crianças com deficiência física, que estão na fase inicial de sua formação e de sua vida, contribuindo para sua interação e inclusão dentro do espaço escolar. Existem vários dispositivos legais procurando garantir direitos, prevendo melhorias, adaptações em diversos ambientes. Embora exista no Brasil um sistema avançado para assegurar direitos às esses alunos com deficiência física, existe também um problema maior, a distância entre a teoria e a prática.
Nos dias atuais, há uma grande preocupação em desenvolver um trabalho significativo para as crianças com deficiência.Nossas escolas com certeza ainda precisa de modificações de uma estrutura melhor, de profissionais capacitados e de um maior comprometimento por parte das autoridades estatais. 
Deste modo, o poder público deve investir mais em estrutura física das escolas para atender a demanda. E com isso, os preconceitos devem ser derrubados, primeiramente pelas próprias escolas e até mesmos pelos pais que em algumas ocasiões escondem seus filhos achando que deixando eles em casa ou frequentando escolas especiais estarão fazendo um bem a eles. Compete a nós fazermos a nossa parte para derrubar preconceitos e permitir uma sociedade mais inclusiva.
Para que de fato tenhamos uma escola inclusiva consolidada, é preciso avançarmos um pouco mais neste âmbito educacional e ainda há muito para construir, pois foram dados apenas os primeiros passos na consciência e respeito à diversidade. Percebe-se que muitas adaptações precisam ser feitas para favorecer a educação e o desenvolvimento das crianças com deficiência física na educação escolar, pois muitas escolas brasileiras e as famílias não estão por completas preparadas para garantir o desenvolvimento pleno e escolar destas crianças.
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