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Teoria Polit. Moderna Resumo -Gerardo Strada Saenz - Estado e Mercado

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Teoria Política Moderna| Texto 1: Estado e Mercado
por Gerardo Strada Saenz.
Relação entre Estado e Mercado 
Introdução:
Os contratualistas como Hobbes, Locke , Rousseau, não falavam propriamente(em especial Hobbes e Locke) da relação Estado e Mercado, mas sim de Estado e Sociedade.
Significa dizer que o mercado não era uma questão muito considerada quando se falava da relação entre Estado e Sociedade. Com o passar do tempo a discussão sobre o mercado acabou ganhando espaço a ponto de quando discutimos assuntos como liberalismo/neoliberalismo, quando remete-se ao Estado e Sociedade, remetemos também o mercado pensando em esfera econômica, como uma separação mais tradicional: esfera política (que é o Estado), esfera social (que é a sociedade) e a esfera econômica (como todos os agentes econômica = empresários, bancos, consumidor, etc..).
Quando Hobbes pensou na ideia de Contrato Social, ele não pensava na esfera econômica e nem em seus agentes, sua preocupação era meramente política. Para os contratualistas as prioridades e preocupações eram políticas, que com o passar do tempo sofreu ampliações para o lado mercadológico e demais questões relacionadas a economia, porém isso são preocupações mais tardias (em torno dos séculos XVIII / XIX), onde coloca-se muito menos a relação Estado/Sociedade e atenta-se mais a relação Estado/Mercado.
Utilizando o cenário atual do país como exemplo: Atualmente o país está em crise políticamas que tem um reflexo na economia. Existe uma série de sinalizações que o governo precisa dar para demonstrar que é confiável para acalmar os mercados. A sociedade continua existindo, mas o mercado ganha uma centralidade muito maior, onde há uma grande preocupação com os agentes econômicos e com os investimentos. Em uma discussão mais contemporãnea é o espaço que a sociedade tem no campo social em que o mercado passa a ser uma esfera de prioridade.
Pós-democracia. (Utilizando a referência dada pelo professor para dar um exemplo mais amplo). Embora tenha o avanço em todas as instituições, princípios da democracia no país, a relação entre Estado e Sociedade (direito de voto, a funcionalidade das instituições) é fato que quem manda não são as pessoas comuns e sim os mercados. Então a ideia de pós-democracia defende o princípio de que grandes ministros da economia, grandes bancos, grandes agentes econômicos é que na verdade comandam. São as empresas privadas que por vezes classificam um país em grau especulativo, e quem dá o dinamismo de um país são o mercado e seus agentes. O Ministro da Fazenda, por exemplo, geralmente puxa para o lado do mercador.
Hobbes:
Para os contratualistas o ser humano vive no momento de partida, momento zero, em que ele está em condição natural. A ausência de Estado, de sociedade e qualquer coisa que estipule uma ordem, denomina o que chamamos de Estado de Natureza (termo que varia de explicação de acordo com cada autor).
Em Hobbes, o Estado de Natureza era violento, pois os homens são plenamente livres, não há limites e utilizam total de sua liberdade a ponto de poder tirar a vida do próximo por sentir-se ameaçado pois este também poderia matá-lo. Devido a essa desconfiança mútuas e liberdade plena, criava-se um estado de natureza caracterizado por guerra permanente e uma luta de todos contra todos.
Era preciso existir uma ordem, alguma coisa que pudesse mesmo de forma mínima garantir a segurança e estipular essa ordem, cria-se então o Contrato Social. Nele cada um atribuí parte do seu poder a uma outra entidade (o Estado). Individualmente, todos permanecem iguais e possuem os mesmos poderes, entretanto quem recebeu parte do poder dado por todos, faz uma somatória maior que todos e este deve arbitrar sob todos da sociedade a maneira que irão viver. Deixa-se de viver sob o Estado de Natureza e passa a viver sob um Estado Social, uma sociedade civil, deixa-se de viver a própria sorte para viver sob a regência de um soberano, que é denominado por Hobbes como Leviatã.
Até aqui, a preocupação é eminentemente e unicamente política, não há questões econômicas. A questão é estabelecer uma ordem social em um cenário marcado pelo Estado de Natureza. Aqui tudo é público, não existem instituições privadas, as pessoas não remetem a áreas privadas e quem o Estado não pode ‘tocar’. Não existe divisão entre público e privado (direitos civis, sociais, políticos). A medida que isso passa acontecer, abre-se espaço para pensar em mercado, pois ele é formado por agentes econômicos particulares/privados, onde existe uma ou mais pessoas com esses interesses que não convêm ao Estado. E para Hobbes, isso não existe pois todos são submissos ao soberano, ao Leviatã.
Locke:
Em Locke, a visão é oposta a hobbesiana.O Estado de Natureza não é tão violento, sendo relativamente passivo onde os homens teriam algumas propriedades, ex.: propriedade a vida. Mas ele também dá atenção á propriedade de bens, onde os homens teriam algumas posses e teriam propriedade privada. O Contrato serviria para assegurar esses bens,caso fossem ameaçados o Estado lhe garantiria segurança.Ele foi criado a partir de um consenso,por isso chamado de Contrato Consensual. O Estado surge para garantir a propriedade sobre a propriedade privada.
Na Inglaterra, séc. XVIII ocorre a Revolução Gloriosa /Revolução Burguesa, onde os burgueses se apropriam de Locke como seu pensador. Uma vez que desde o Séc.XVII a classe tornou-se emergente e passou a ser dominante. Nesse processo seu domínio passa pela propriedade privada sob determinadas posses uma vez que seu poder é fundado sob essas propriedades privadas.
Quando Locke escreve que cabe ao Estado garantir a propriedade sob determinadas posses, ele diz exatamente o que faz sentido e também desejado pela classe burguesa. Totalmente diferente de Hobbes, em que o sujeito está tolalmente submisso ao Estado, em Locke há um sujeito que por um consenso aceita como cidadão se relacionar com o Estado onde possuí obrigações e o governo tem a obrigação de lhe garantir seus bens. Uma vez que o Estado não faz a sua parte, ele abre uma brecha para que o cidadão se defenda, chamado de Direito de Resistência, por exemplo: conflito de disputas de terra, onde o proprietário pode se armar e combater a invasão quando o Estado não lhe garante o bem ou é ineficiente.
O que há de invidualizante na teoria de Lock é a ideia da propriedade privada, onde existe um bem que o outro não pode tomar. Em Hobbes o Leviatã manda em você e não pode haver resistência, em Locke pode haver a resistência sob o Estado. Ainda assim, não se fala de mercado, porém já aparece os primeiros elementos econômicos (a propriedade privada, bens e ideia de indivíduo dono dela garantida pelo Estado).
Para os economistas clássicos,o mercado é o espaço de atuação individual dos sujeitos e quem precisam ser respeitados como indivíduos nos seus empreendimentos,nele é cada um por si.
Neoliberalismo:
O mercado tem uma grande centralidade na política, no caso do neoliberalismo vemos as repercussões sociais de um govero/Estado que se estrutura com o apoio do mercado e não da sociedade.
O neoliberalismo significa a diminuição do tamanho do Estado, a trasferência de determinados serviços e de políticas sociais para a iniciativa privada, ou seja, para a mão do mercado significa que parte do trabalho que o Estado fazia é transferido a essas entidades ou por vezes o Estado acaba franqueando entidades privadas que também podem receber recursos estatais. Exemplo: Criança Esperança, APAE, Teleton, ONGs diversas... nesses casos as doações feitas não têm como ser monitoradas. Isso não passa por um controle democrático, ninguém vota, raramente não há acompanhamento dos cidadãos mesmo sendo uma privatização do serviço público.
Quando você impulsiona uma política comum com um viés neoliberal, mais mercadológica você privatiza a decisão e o controle sobre a formulação, implementação, a escolha de determinadas políticas. Perde a dimensão mais democrática.
O mercado nos contratualistas não estavam presentes, ele vaiganhando espaço ao longo do tempo tornando-se um ator central e hoje é possível falar de política, de sociedade a partir das perspectivas do mercado.
Ninguém investe, ’joga para perder’. O custo e benefício, o ator privado, não irá se arriscar quando não vê a possibilidade de lucro e nesse momento que o estado/política pública,vem intervir e toma atitutes que essas instituições privadas não fazem.Exemplo.: implementação de escolas,centro de ensinos técnicos,bibliotecas públicas em locais mais carentes e geralmente nas cidades do interior;oferece auxílio como Vale Cultura para acesso a livrarias,cinema;apoio com Bolsa Família para garantir recursos básicos para sobrevivencia de uma famíla,etc...

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