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Motivação "As pessoas costumam dizer que a motivação não dura sempre. Bem, nem o efeito do banho, por isso recomenda-se diariamente.” Zig Ziglar Motivação é um termo amplamente usado e, por este motivo, tem vários significados na Psicologia e em muitas outras ciências. Ela às vezes é entendida como uma força, outras vezes como uma experiência interna. Segundo Todorov e Moreira (2012): “Motivação, assim como aprendizagem, é um termo largamente usado em compêndios de Psicologia e, como aprendizagem, é usado em diferentes contextos com diferentes significados. O mesmo autor pode empregar o termo de maneira diversa num mesmo parágrafo.” http://pepsic.bvsalud.org/ No contexto desta disciplina entendemos motivo como algo que incita o organismo à ação ou que sustenta ou dá direção à ação quando o organismo foi ativado. A propriedade básica dos motivos é, portanto, a energização do comportamento. Podemos perceber facilmente a importância do estudo da motivação na compreensão do ser humano e de seu comportamento. Nesta aula, conheceremos grandes estudiosos do tema que desenvolveram importantes reflexões sobre motivação, entendimento e análise do comportamento humano. Instinto ( Em 1908, McDougall publicou uma lista de instintos composta por curiosidade, repulsa, agressão, autoafirmação, fuga, criação de filho, reprodução, fome, sociabilidade, aquisição e construtivismo. O conceito de instinto de McDougall tem como perspectiva o indivíduo. O sentido social, segundo ele, viria da própria natureza biológica do ser humano e, portanto, comportamentos sociais seriam fortemente influenciados pela personalidade de seus atores. Esta é uma perspectiva que desloca para as características pessoais os fatores que influenciam a formação e transformação das sociedades. A abordagem de McDougall não teve um número significativo de investigadores. Havia poucos trabalhos experimentais ou de observação controlada para confirmá-la. Faltavam também critérios de aprovação geral para classificação de uma ação como instintiva. Adicionalmente, os cientistas pesquisadores recebem críticas dos antropólogos culturais que, já neste momento, faziam pesquisas sobre o comportamento humano em diversas culturas e verificavam diferenças entre elas. ) Como o comportamento seria motivado pelo instinto se o comportamento era tão diverso nas diversas culturas? Se algo é instintivo no ser humano, deve apresentar-se da mesma forma em diversas culturas, comunidades e países. Os estudos sobre o instinto tiveram, no entanto, muita repercussão no início do século XX. Chegamos a ter uma lista de milhares de instintos. “Cada autor acrescentava mais alguns, até que, por volta de 1920, a lista já totalizava cerca de 6000 instintos, incluindo um “instinto de evitar comer maçãs no próprio pomar””. (Murray, 1978) Impulso Somente por volta da metade do século XX foi apresentada uma nova perspectiva sobre o estudo do comportamento humano pelo viés da motivação. Clark L. Hull (1943) apresentou o conceito de motivação como um estado único de impulso mais geral, ao qual contribuíram quaisquer ou todos os estados de privação e que seria capaz de energizar quaisquer comportamentos. Assim como McDougall, a teoria de Hull teve bastante repercussão, mas foi severamente criticada. Foram apresentadas interpretações alternativas ao conceito de desequilíbrio interno do organismo além de comportamentos que são aprendidos sem qualquer desequilíbrio aparente. Além disso, há fatores considerados não homeostáticos como o sexo, por exemplo, que consome energia e não a restaura. (Hull apresentou uma concepção homeostática: o estado de privação do organismo induziria a um desequilíbrio (o impulso) que motivaria então o comportamento geral ou específico. O comportamento aprendido não era considerado funcional e deveria persistir até que resultasse no comportamento consumatório que fosse necessário para atenuar as necessidades do organismo. O impulso era, portanto, uma fonte de energia agrupada e composta de todos os déficits experimentados momentaneamente pelo corpo. O impulso instiga de dentro para fora. É a manifestação psicológica de uma privação biológica que tem propriedades motivacionais. Uma vez ativada, prepara o indivíduo para uma série de comportamentos dirigidos a uma meta. A fome, por exemplo, gera um desequilíbrio no organismo que impulsiona a procurar comida. Assim que a comida for consumida, o desequilíbrio termina e o equilíbrio é restaurado.) Incentivo e reforço Como alternativa aos impulsos são apresentados os incentivos, que agem de fora para dentro. Incentivos são objetos, condições ou estímulos externos ao organismo. Podem ser positivos – dos quais o organismo tende a se aproximar ou negativos – aqueles que o organismo tende a evitar. Para os Behavioristas (Behaviorismo é o conjunto das teorias psicológicas que teve início em 1913, nos EUA, com o psicólogo John Watson e postula que o objeto de estudo da Psicologia deve ser o comportamento humano observável.), que surgem por volta de 1950, a motivação está relacionada ao reforço. E reforço é uma condição que fortalece e encoraja um comportamento que o precedeu. A recompensa tem o significado de aprovação e de encorajamento para que um ato ou ação se repita enquanto que a punição é reprovação e desencorajamento que desestimula sua repetição. Você sabe qual é a diferença entre reforço e incentivo? Segundo o Behaviorismo, a atribuição de fenômenos motivacionais ao reforço é uma teoria não motivacional. Quando, portanto, consideramos o reforço como fator motivador desconsideramos a motivação em si. Assim, quando estudamos as propriedades do comportamento, as explicamos em termos das condições existentes no momento do reforço. O comportamento é aprendido, não sendo necessários processos especiais como o impulso ou a excitação por incentivos. Perspectiva humanista #A Psicologia Humanista é um ramo da Psicologia em geral, e da psicoterapia em particular, considerada como a terceira via, ao lado da psicanálise e da terapia comportamental. Surgiu como uma reação ao determinismo dominante nas outras práticas psicoterapêuticas, ensinando que o ser humano possui em si uma força de autorrealização, que conduz o indivíduo ao desenvolvimento de uma personalidade criativa e saudável. A Psicologia Humanista enfatiza o homem e sua capacidade motivacional de experienciar o amor, a autoestima e a liberdade. Na perspectiva humanista da motivação o comportamento é, portanto, motivado pelas tentativas de tornar-se integralmente humano, isto é, ser competente, efetivo, criativo e imaginativo. Vamos conhecer a seguir as teorias humanistas. Hierarquia das necessidades Maslow, postula que em todo ser humano há um ativo desejo de saúde, um impulso para o crescimento ou para a atualização de potencialidades humanas. O homem para Maslow possui uma natureza essencialmente boa. foi o criador do conceito da hierarquia das necessidades e consequentemente da pirâmide das necessidades. (Para Maslow o ser humano tem uma hierarquia de necessidades, que tem como nível mais baixo as necessidades biológicas básicas e no mais alto as motivações psicológicas mais complexas. As motivações psicológicas complexas somente se tornam importantes depois que as necessidades básicas foram satisfeitas. Ele identificou as principais necessidades do ser humano e as classificou conforme uma escala ascendente de hierarquização. As contribuições de Maslow têm servido para fomentar o desenvolvimento de novos modelos teóricos. Suas formulações continuam sendo objeto de atenção por parte dos cientistas do comportamento (Herzberg, 1959; McGregor, 1960; McClelland, 1961; Alderfer, 1969; Steers & Porter, 1983, entre outros).) O aspecto fundamental desta teoria baseia-se na suposição de que cada tipo de necessidade deve ser satisfeitosuficientemente antes do que os outros, colocados nos níveis mais altos na escala proposta. Este conceito é muito usado em diversas ciências que estudam o comportamento humano, especialmente aquelas que estudam os grupos humanos, pois, segundo seu autor, você somente poderia exigir de alguém um comportamento criativo caso ele tivesse atendidas todas as suas necessidades básicas, fisiológicas e de segurança. Teorias X e Y Entre as principais formulações teóricas relacionadas com as contribuições de Maslow ao estudo do comportamento humano, destacam-se as apresentadas por McGregor (1960), em sua conhecida Teoria Y. McGregor propõe um conjunto de dois extremos opostos de suposições. Estes conjuntos foram denominados "X" e "Y". Por esse motivo, também é conhecida pelo nome de "Teoria X e Teoria Y". O pesquisador apresentou pela primeira vez este trabalho em 1960, no livro "The human side of enterprise"(o lado humano da empresa). Fatores de motivação e higiene Outra importante abordagem sobre motivação no comportamento humano é a proposta de Herzberg e seus colaboradores (1959): a Teoria Bifatorial de Motivação - Higiene. Fatores de Motivação : Herzberg parte do princípio de que os trabalhadores tendem a descrever suas experiências ocupacionais satisfatórias em termos de fatores intrínsecos( fatores de motivação) que estão relacionados com o conteúdo e a natureza do trabalho em si mesmo. Fatores de Higiene: Por outro lado, tendem também a citar experiências insatisfatórias em termos de fatores extrínsecos, por sua relação mais direta com determinadas características das condições do trabalho, mas não com seu conteúdo, ou seja, com a tarefa especificamente. Fatores de intrínsecos : Os fatores de ordem intrínseca, denominados "motivadores", incluem variáveis de caráter mais pessoal, como: - realização; - reconhecimento; - sentido de responsabilidade, atração e desafio do próprio trabalho; - possibilidade de progresso e crescimento psicológico. Fatores extrínsecos: Os fatores extrínsecos são chamados "de higiene" porque incluem aspectos de natureza preventiva e ambiental, não relacionados diretamente com a tarefa ou o trabalho em si mesmo. Eles são: - as normas administrativas, - os sistemas de salários, - o relacionamento entre os membros da organização, - os estilos de supervisão, entre outros. Criatividade
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