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medicalização da vida e da educação: implicações do ensino da dança

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MEDICALIZAÇÃO DA VIDA E DA 
EDUCAÇÃO: IMPLICAÇÕES DO ENSINO DA 
DANÇA
Lia Regina Costa de Miranda; Gessyca Renata de Lima Claudino - Discentes do 
curso de Licenciatura em Dança da Escola Superior de Artes e Turismo da 
Universidade do Estado do Amazonas, Manaus, Amazonas.
 André Luiz Machado das Neves, MSc.- Professor orientador do trabalho. Lotado 
na Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do 
Amazonas, Manaus, Amazonas.
O discurso social moderno medicamentoso tem submetido os sujeitos de nossa sociedade a um modelo de 
educação, priorizando o controle e a disciplina. A escola e a sua construção sócio-histórica carrega o discurso de 
um “corpo educado” em que aqueles que subvertem essa norma, tendem a serem visto como alunos 
indisciplinados e, atualmente, patologizados. Nesse sentido, tem como hipóteses de que a dança contribui para 
o processo de ponderância da medicalização na educação e que o ensino da dança, pode atuar como a primeira 
possibilidade de intervenção para alunos considerados “indisciplinados” sem que o mesmo seja submetido ao 
processo de patologização, assujeitamento e medicalização.
 CONCLUSÕES 
A medicalização não possui necessariamente uma implicação negativa, ela pode ter vantagens e desvantagens. 
Contudo, tem se visto na escola um crescente processo de patologização. Atualmente, vem sendo muito 
presente no contexto escolar o discurso rotineiro de “diagnósticos” de professores. A saber: “hipertativo”, “tem 
dislexia”, “possui TDAH” e até mesmo “desvio de personalidade”. Destaca-se, portanto, que cada pessoa tem seu 
processo de maturação de forma diferenciada. O ensino da dança, nesse aspecto, intervém no meio expressivo 
da figura humana, fomentando suas particularidades de forma positiva. Aquela criança que outrora fora 
“d iagnost icada-medical izada-patologizada” com alguma dificuldade de aprendizagem ou 
comportamento/disciplina, pode ser melhor compreendida em uma aula de expressão corporal, onde vão ser 
fomentados a liberdade de movimento, a fala e sua inquietação será direcionada para a problematização dos 
valores morais vivenciados e/ou impostos pela sociedade atual.
 REFRÊNCIAS 
COLLARES, C. L., & MOYSÉS, M. A. A. A transformação do espaço pedagógico em espaço clínico (A 
Patologização da Educação). Série Ideias (23), São Paulo, FDE, 25-31, 1994. 
MOYSÉS, M. A. A. A institucionalização invisível – crianças que não aprendem na escola. Campinas, 
SP: FAPESP/ Mercado de Letras, 2001. 
BARROS, J. M. de C. Considerações sobre o estágio na formação do profissional de educação física 
In: E.F. n. 8, Rio de Janeiro: Conselho, Ano II, 29, 2003.. 
OSSONA, Paulina. A educação pela dança. São Paulo, Summus, 1988..
CONRAD, Peter. The meaning of medications: another look at compliance. Soc Sci Med, 2007.
FOUCAULT, Michel. Os anormais. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
 REFERENCIAL TEÓRICO 
De acordo com Conrad (2007) a medicalização pode ser definida como “um processo pelo qual problemas não-
médicos passam a ser tratados como problemas médicos, frequentemente em termos de doenças ou 
transtornos”. Michel Foucault (2001) foi um dos autores que contribuiu para o debate em torno do tema da 
medicalização. A medicalização de que trata Foucault (2001) é um dispositivo central do exercício do que se 
chamaria de biopolítica – exercendo-se por meio da pedagogização do sexo da crianças, da histerização das 
mulheres, da psiquiatrização das perversões, conduzindo a uma medicalização minuciosa (e controle) dos 
corpos e da sexualidade.
Segundo ele, a dimensão da medicalização no século XX não encontrou limites, e incorporou uma função 
normatizante, pela qual se definiram os limites do normal e anormal. Neste sentido, a educaçã, vem 
acompanhando esses processos de “normatização” e construiu comportamentos adequados.
 INTRODUÇÃO 
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Disponível em: http://www.redehumanizasus.net/sites/default/files/166/10685350_847869398591701_8525490351129865878_n_0.png. Acesso em 20 de Maio de 2016 ás 01:17.
 Aqueles que subvertem essas normas tendem a conviver 
em situações de exclusão social ou até mesmo na condição 
de patologizados ou uma “bioidentidade” como é o caso das 
pessoas com diagnóstico de TDAH, Dislexia e outras 
construções sociais dos saberes “psis” no Brasil.
Nesse contexto, o ensino da dança na escola seria uma 
possibilidade além da medicação para ampliar e ela 
complementaria a visão de um sujeito que vive em 
transformação e que não é estanque. Um sujeito de “tornar-
se” e não de normartizar-se. De acordo com Ossona (1988, 
p. 25) “todo ser vivente manifesta-se no movimento”. As 
artes, e, por sua vez, a dança, vem contribuir positivamente 
no desenvolvimento biopsicossocial do ser humano. Pois, 
no momento do ensino da dança, seria um lugar legitimado 
para o movimento, para externalizar a energia e o imaginário 
do indivíduo de modo que,conforme afirma Barros (2003), o 
corpo através da dança permitirá a otimização das 
possibilidades para atingir os objetivos relacionados à 
educação indo além de padrões normatizadores que a 
escola/educação tenta impor.
 METODOLOGIA 
Trata-se de um estudo bibliográfico, de revisão da literatura sobre medicalização e como a dança pode intervir. A 
busca foi realizada no mês de outubro de 2015 em fontes de dados eletrônicas (PubMed) e Biblioteca Científica 
Eletrônica Online (SciELO). 
 OBJETIVOS 
GERAL: Compreender a partir da literatura, como o ensino da dança pode implicar no processo de intervenção 
frente a medicalização da vida e da educação.
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