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Nutrição Animal Prática – Avaliação de Alimentos

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Nutrição Animal Prática – Aula 9 (19/05/16)
Avaliação de Alimentos
	A análise química é o ponto de partida para se determinar o valor nutritivo do alimento. Entretanto, a utilização dos nutrientes ingeridos pelo animal depende, realmente, do uso que o organismo esteja capacitado a fazer deles.
Avaliação direta: Coleta total de fezes (o mais importante!)
Avaliação indireta: sacos móveis; in vitro; indicadores.
	O conteúdo energético do alimento é obtido por: 
EB oxidação total dos nutrientes;
O primeiro passo para entender o quanto o animal aproveita do alimento, calculamos a energia bruta. A energia bruta quantifica toda a energia que pode ser oxidada, mas o animal não vai digerir 100% dessa energia.
Coeficiente de digestibilidade aparente;
Ele me diz o quanto do nutriente o animal efetivamente utilizou. 
Extrativo não nitrogenado (ENN);
É outra forma de avaliação.
Equações de predição (cães e gatos).
Utilização de equação matemática que prediz o valor energético dos alimentos e isso poupa o trabalho, mas é necessário conhecer o alimento.
Avaliação Direta: Coleta total de fezes
Análise química dos nutrientes do alimento ou dieta. No caso da energia? Qual a primeira análise de ser feita?
Num ensaio de coleta total de fezes busca-se o coeficiente de digestibilidade aparente (CDA) dos nutrientes. (CDAPB = proteína bruta; CDAEB = energia bruta etc). 
O princípio da técnica é medir tudo o que entra e tudo o que sai. Então tem que se medir o consumo de matéria seca, estabelecer uma dieta ou um alimento que será fornecido para o animal, analisar composição química do alimento antes de oferecer para o indivíduo, espécie animal e, por último, escolher qual o nutriente que será calculado no coeficiente de digestibilidade = isso é tudo o que entra.
Coletam-se as fezes (TOTAL), pois se precisa saber a produção fecal na matéria seca, realizar análise química das fezes. É necessário ter um período de adaptação à dieta que dura, geralmente, 14 dias, para que os microrganismos e as secreções endógenas se estabilizem ao novo substrato.
Após a adaptação, durante 5 dias se controlará tudo o que será ingerido pelo animal e toda a sua produção fecal será pesada para que assim as informações sejam representativas e assim diminua a margem de erro.
Energia Bruta combustão total de seus nutrientes. O valor de EB do milho é o mesmo, pois se refere unicamente ao alimento. Pouco valor prático na formulação de dietas. 
Para cães e gatos a energia que devemos usar na formulação da dieta é a energia metabolizável. 
Coeficiente de Digestibilidade Aparente
É o valor relativo (%) do total do nutriente consumido pelo que foi digerido.
Equação válida para qualquer nutriente.
Exemplo: 
Alimento: Milho; Espécie: Suíno; Nutriente: Energia; Consumo de MS: 4kg de milho (média por DIA na matéria seca)
1 – Determinar o total do nutriente que foi consumido na MS; Qual o total do nutriente na dieta; Quantidade de dieta consumida em kg.
O valor de energia bruta do milho é o mesmo para todas as espécies pois se refere unicamente ao alimento. Pouco valor prático.
Combustão total de seus nutrientes (Bomba): 4463 Kcal/Kg ou 4.463 Mcal/kg.
Saiu o que não foi digerido, logo: CDAEB% = 17,8-4,0/17,8 x 100 = 77,5%
EB		%
4463		100
X		77,5
X = 3458 Kcal de Energia Digestível/KG de MS do Milho.
O quanto do total de energia bruta contida no milho que será digerida, dependerá da espécie animal.
Calcule o CDA da PB
Um cão da ração Beagle de 10,2 Kg PV, consome diariamente 2,22% do PV em MS. 
Consumo diário de concentrado: 226g (10,2x2,22)
Teor de PB do concentrado: 23,86% de PB na MS.
Produção fecal: 216g/dia
Matéria seca das fezes: 38,3%
Teor de PB das fezes = 38,7%
Calculem o coeficiente de digestibilidade aparente da proteína.
EB		%
216		100
X		38,3
X = 82,2
Métodos Indiretos
Sacos Móveis: os alimentos ficam dentro de sacos com peso conhecido e são colocados dentro do animal, sofrem digestão e o que sobrou das fezes, pressupõe-se que é aquilo que não pode ser usado pelo animal.
In Vitro
Indicadores: substâncias que o organismo não consegue digerir. É rapidamente misturada no trato digestível e é facilmente recuperada nas fezes do animal.
Ex: 20g por 10kg de alimento consumido, nas fezes vão ter a proporção de 20g da substância inerte por x gramas de alimento (aquilo que não foi digerido). 
Avaliação dos Alimentos – ENN (Extrativo Não Nitrogenado)
ENN = 100 – (PB, MM, FB, EE)
Uma das formas mais práticas de descobrir qual o consumo de amido feito pelo animal.
Exemplos:
Concentrado Pedigree Cão: 100 – (27,48+9,82+1,64+6,09) = 54,97% 
Alimento Úmido Gato: 100 – (55,04+16,10+0,96+25,16) = 2,74%
Na dieta do cão há maior quantidade de amido porque os cães conseguem digerir um pouco melhor os carboidratos do que os gatos. 
Avaliação dos Alimentos (cão e gato)
São chamadas de equações de predição, pois estimam os valores energéticos dos alimentos que serão oferecidos para cães e gatos. 
Cães:
CDE% = 91,2 – (1,43 X % FB na MS)
ED (Kcal/Kg) = EB x CDE%
EM (Kcal/Kg) = ED – (1,04 x PB gramas)
Quanto maior a inclusão de fibra na dieta do cão, menor será o aproveitamento de energia dessa dieta.
CDE% = 91,2 – (1,43 x 1,64) = 88,85%
ED = 4567 X 88,85 = 4057,7 Kcal de ED/ Kg de MS. (SEMPRE QUE MULTIPLICA O PERCENTUAL, SE DIVIDE POR 100 O RESULTADO FINAL.)
EM = 4057,7 – (1,04 x 274,8) = 3771 Kcal de EM/kg de MS.
Gatos:
CDE% = 87,9 – (0,88 X % FB na MS)
ED (Kcal/kg) = EB – CDE%
EM (Kcal/Kg) = ED – (0,77 x PB gramas)

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