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CAMPOS e SORTE. cidade portuaria e vida urbana

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Cidade portuária e vida urbana: sobre conflitos entre projetos e lugares
1
 
 
Martha Machado Campos (1) Nathalia Spala Sorte (2) 
(1) Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo, UFES, Brasil. E-mail: 
marthamcampos@hotmail.com 
(2) Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo, UFES, Brasil. E-mail: 
nathaliaspala@yahoo.com.br 
Resumo: Este artigo aborda as relações entre a cidade contemporânea e sua frente de água e os 
conflitos oriundos desta interação, tendo como pressuposto que todo tipo de intervenção urbanística deve 
explorar as dinâmicas socioculturais existentes e se pautar necessariamente em estudos urbanos cujo 
campo temático seja multidisciplinar. O objetivo consiste em compreender a problemática acerca das 
intervenções urbanas em áreas portuárias desativadas situadas no centro das cidades, denominadas 
projetos de waterfronts, com ênfase nos conflitos relativos ao morador e a memória de cada localidade. 
O artigo discute a cidade portuária a partir de modelos de evolução da relação cidade e porto; perpassa 
questões do planejamento urbano na cidade contemporânea, com ênfase nas reconfigurações de antigas 
áreas portuárias por meio de intervenções urbanas; aborda os conflitos gerados por essas intervenções, 
relacionando-os ao processo de museificação das cidades, ao turismo e ao papel do morador; apresenta 
experiências paradigmáticas de reestruturação de áreas portuárias em âmbito internacional, explorando 
suas limitações. Conclui que os projetos de revitalização realizados no Brasil vêm se multiplicando e 
repetindo o mesmo modelo de patrimonialização, espetacularização e padronização dos espaços, 
resultando na gentrificação. 
Palavras-chave: Cidade Portuária; Vazio Urbano; Área Central; Memória; Intervenção Urbana. 
Abstract: This article discusses the relationship between the contemporary city and its waterfront and the 
conflicts arising from this interaction, it being understood that any type of urban intervention should 
exploit existing socio-cultural dynamics and not necessarily guided in urban studies whose subject field is 
multidisciplinary. The goal is to understand the problem about urban interventions in disabled port areas 
located in city centers, called waterfronts projects, with emphasis on conflicts regarding the resident and 
the memory of each locality. The article discusses the port city from evolution models of the relationship 
between town and port; permeates issues of urban planning in the contemporary city, emphasizing the old 
port areas reconfigurations through urban interventions; It addresses the conflicts generated by these 
interventions, linking them to the process of museification of cities, tourism and the role of the resident; 
presents paradigmatic experiences of restructuring port areas internationally, exploring its limitations. It 
concludes that the revitalization projects conducted in Brazil have been multiplying and repeating the 
same model of patrimony, spectacle and standardization of space, resulting in gentrification. 
Key-words: Port City; Urban Empty; Heartland; Memory; Urban Intervention. 
1. INTRODUÇÃO 
Peter Hall (1993) afirma que a partir do final do século XX, a cidade se volta efetivamente para o 
mercado, passando a ser vista como "máquina de produzir riquezas", tornando-se lugar privilegiado para 
 
1
 Este artigo resulta de estudos desenvolvidos no âmbito da pesquisa Cidade portuária na Vitória 
Metropolitana (ES), com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - 
CNPq, coordenação da Profª Drª Martha Machado Campos e participação de Nathália Spala Sorte, ambas 
autoras deste artigo; bem como da dissertação de mestrado de Nathália Spala Sorte, em desenvolvimento 
no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Espírito Santo, 
Brasil. 
 
 
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investimento e se consolidando como mercadoria, tendo a parceria público-privada cada vez mais 
presente na sua gestão e inserção econômica na rede global. Para Yurgel (2012), a ênfase dos negócios na 
produção das cidades está arraigada no pensamento contemporâneo, assim como também a ausência de 
um objetivo social e político que reverta na melhoria de qualidade de vida para a totalidade dos cidadãos. 
No limite, para Arantes (2000), o pensamento único está contribuindo para que a função dos arquitetos e 
urbanistas seja restrita a viabilizar a cidade para o grande capital, que a trata como mercadoria a ser 
comercializada. Arantes (2000) reafirma ainda, em consonância aos autores supramencionados, que essa 
ênfase nos negócios traz consigo uma contradição, uma inversão de papéis, no qual o Estado deixa de 
frear a especulação imobiliária mediante regulamentação dos espaços públicos e passa a trabalhar no 
intuito de desregulamentar e até mesmo oferecer incentivos ao livre desenvolvimento do mercado 
especulativo. 
É constantemente defendido pelo discurso do dito planejamento estratégico
2
, que para sobrevivência de 
uma cidade no mundo global de extrema competitividade, é preciso coalizões entre as elites fundiárias e 
os empreendedores, utilizando-se as “possibilidades econômicas dos lugares” (ARANTES, 2000). Neste 
sentido, projetos como os das cidades portuárias de Londres, Barcelona, Cidade do Cabo, Bilbao, Nova 
Iorque, e mais recentemente no Brasil, por meio de tentativa do Rio de Janeiro, entre tantos outros, se 
tornaram exemplos mundiais, com função de projetar as cidades em que estão inseridos a níveis mundiais, 
tornando-as atraentes ao grande capital. Em síntese, o pressuposto de tais iniciativas é a criação de 
espaços que são identificados em cartões postais atraentes aos turistas e investimentos do mundo todo. 
Contudo, empreendimentos como esses quase sempre trazem dificuldades para os moradores do local ou 
de áreas vizinhas, devido ao aumento da valorização imobiliária, estando sujeitos à rupturas no âmbito 
espacial e social, a desconfiguração do entorno e, consequentemente, conduzindo a um processo de 
gentrificação
3
. 
A história recente do urbanismo e do planejamento urbano, sobretudo no Brasil, revela que a cidade vem 
sendo tratada como lugar da produção de desigualdades sociais (VAINER, 2000). Nesse contexto que se 
insere a problemática a ser investigada neste artigo, relativa aos projetos de waterfronts
4
. 
Os projetos de requalificação do tipo waterfronts propostos e executados no Brasil desde os anos 2000, se 
caracterizam pela utilização de áreas ditas abandonadas de parte da cidade, onde quase sempre estão 
situados o seu patrimônio fundiário, imobiliário e infraestrutural mais remoto. Cabe portanto, de antemão, 
indicar que este estudo detém sua abordagem na esfera dos processos e projetos de intervenções urbanas, 
em particular, aqueles situados em faixas litorâneas e caracterizados pela reutilização de áreas portuárias 
ociosas. 
2. INTERVENÇÕES URBANAS EM ÁREAS DE FRENTE DE ÁGUA 
 
Tem-se como pressuposto que, afim de não ser nefasta a população local, todo tipo de intervenção 
urbanística deve explorar as dinâmicas socioculturais existentes e se pautar necessariamente em estudos 
urbanos cujo campo temático seja multidisciplinar. Deste modo, uma questão se antepõe: como estudos 
de enfoque multidisciplinar podem contribuir para a minimização dos riscos das cidades serem capturadas 
pelas dinâmicas de mercado, em atendimento exclusivo às expectativas do turismo, suprimindo o morador 
 
2
 O termo planejamento estratégico tem inspiração em conceitos e técnicas que advém do planejamento 
empresarial, originalmente sistematizados na Harvard Business School e, para seus defensores, uma vez 
queas cidades estão submetidas às mesmas condições e desafios que os de uma empresa, os seus 
princípios podem ser aplicados à ela (VAINER, 2000). 
3
 Gentrificação é o termo que designa a expulsão dos moradores mais pobres das áreas que passaram por 
intervenções, recebendo moradores mais abastados ou novas funções elitizadas (JACQUES, 2005). 
4 O termo refere-se às áreas com uma unidade territorial morfológica dentro da organização geral das 
respectivas cidades, que correspondem ao corredor de contato com a linha de separação entre a terra e a 
água (OCHOA, 2013). 
 
 
3 | 9 
 
e o modo como esse se apropria e se reconhece nela, podendo gerar o fenômeno de museificação
5
 desses 
espaços? 
Este artigo prossegue na tentativa de explorar a questão exposta, sem contudo respondê-la integralmente. 
Não sendo esse o propósito deste trabalho, prossegue-se por meio de investigação que relaciona o debate 
sobre cidade portuária a partir de modelos de evolução da relação cidade e porto. 
2.1. Os modelos de evolução da relação da cidade com o porto 
 
Analisar a relação e a evolução entre as dinâmicas de produção do espaço urbano nas cidades portuárias 
exige um esforço de interpretação das particularidades tanto da cidade quanto da evolução do transporte 
marítimo, perpassando as peculiaridades do mercado global e sua influência nas formas de articulação do 
planejamento das cidades. 
O crescimento das áreas sem uso ou em obsolescência das frentes de água está diretamente ligado às 
modificações em que passaram as instalações portuárias. Trata-se de processo que vem ocorrendo desde 
meados do século XX, tendo seu início nos anos de 1950, nos Estados Unidos, e entre as décadas de 1960 
e 1970, no resto do mundo (HALL, 1993). Esse processo está ligado à crise econômica que ocorreu na 
década de 1970, acarretando falência do modelo 'fordista'
6
 e o surgimento do Estado neoliberal, iniciando 
assim um processo de globalização que rompe as barreiras geográficas e tecnológicas (PORTAS, 1998). 
Além das mudanças econômicas e do rearranjo dos espaços produtivos, os avanços tecnológicos também 
contribuíram para a modificação dos portos, assim como novos métodos de movimentação de carga e de 
meios de transporte e a containerização, que modificou tanto a maneira como a carga é movimentada 
quanto o modo como esta é armazenada. 
Para Meyer (1999) a cidade moderna do contexto europeu surgiu da economia moderna, entretanto, o 
termo 'tempos modernos' não denota um tempo contínuo, mas sim uma sucessão de fases. Para o mesmo 
autor, a teoria desenvolvida pelo economista Kondratieff, conhecida como "long wave theory" faz o 
paralelo entre as atividades portuárias e a economia mundial, demonstrando esse desenrolar temporal que 
se inicia no século XIX e finaliza no século XXI. Elencam-se a seguir as cinco fases (MEYER, 1999): 
 1782 - 1845 - revolução energética: surgem novas cidades e com elas a liberalização das funções 
econômicas. 
 1846 - 1892 - era infraestrutural: estruturas urbanas em desenvolvimento e evolução são 
absorvidas dentro de sistemas urbanos na escala regional e nacional. 
 1893 - 1948 - aumento da mobilidade, uso do automóvel: o reforço e a concentração das 
atividades econômicas funcionam como base para a formação dos grandes distritos metropolitanos. 
 1949 - 1998 - globalização e internacionalização da indústria: aumento do setor terciário. 
 1999 - 2048 - aumento da qualidade e entrelaçamento de redes: maior importância das estruturas 
em rede na era da informação. 
Para Meyer (1999), as fases elaboradas por Kondratieff tem ligação direta com a relação cidade-porto e 
podem ser verificadas por meio da associação das fases com o desenvolvimento dos portos. Na segunda 
fase, com o surgimento dos portos de trânsito, o porto passou a ser um elo na cadeia de transporte, o que 
trouxe como consequência a necessidade de uma organização mais linear do espaço portuário, deslocando 
assim o porto para fora da cidade e não mais dentro da cidade (MEYER, 1999). No terceiro período, o 
autor afirma que o aumento da mobilidade foi fator determinante para a evolução de portos de trânsito 
para complexos industriais. Com isso as escalas de produção e processamento aumentaram, os complexos 
 
5
 Ressalta-se que o termo museificação deve ser distinguido da palavra musealização, uma vez que o 
termo musealização refere-se ao aumento massivo da quantidade de museus em uma cidade, não se 
aplicando nesse caso. Utiliza-se neste trabalho o termo museificação que denota a transformação de uma 
cidade em museu (ESTEVES JUNIOR et al, 2014). 
6
 Esse modelo econômico se caracterizava pela produção e consumo massificado (PORTAS, 1998). 
 
 
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foram se afastando cada vez mais e as cidades portuárias tiveram a função de armazenamento do porto 
nas áreas centrais reduzidas ou, em alguns casos, eliminada. As duas últimas fases trazem consigo uma 
forte hierarquização da rede portuária, o que acarretou no surgimento dos "mainports", que possuem 
importância em escala continental na distribuição de mercadorias. Com isso outra mudança territorial 
ocorre, saindo da forma linear presente nos portos em trânsito para a fragmentação das suas instalações, 
com vários núcleos especializados, que funcionam como uma rede. Assim, cidade e porto passam por 
uma forte mudança na sua forma, passando a ter núcleos centrais distintos e especializados (MEYER, 
1999). 
Nota-se que essa mudança nas necessidades territoriais das áreas portuárias impacta na cidade, 
modificando seu território e criando espaços vazios nas frentes de água. Estas áreas, antes ligadas 
diretamente ao centro urbano, possuem um passado industrial e uma localização estratégica na paisagem 
urbana, se configurando como espaços importantes nos projetos de revitalização desses locais 
(SÁNCHEZ, 2003), os mencionados projetos de tipo waterfronts. 
O movimento dos waterfronts sugere que zonas portuárias em áreas urbanas sejam reconvertidas em 
espaços que valorizem o patrimônio histórico-portuário, na forma de equipamentos de lazer em 
atendimento ao turismo recreativo cultural e para usufruto da cidade
7
, tal como abordado a seguir. 
 
2.2. As reconfigurações urbanas e os diferentes projetos de waterfronts 
 
Estudos indicam que com as crises econômicas que sucederam a globalização e o desenvolvimento da 
tecnologia, os portos passaram por modificações, consequentemente afetando a dinâmica da cidade e sua 
hinterlândia. Essas modificações passaram por altos e baixos, em alguns momentos da história da cidade 
o porto é visto como fator vital para a economia urbana, e em outros, sua localização se apresenta como 
entrave para a qualidade de vida e para a expansão da cidade. 
Durante muitos anos os portos demandaram uma vasta área central das cidades e ao seu redor foram 
crescendo infraestruturas urbanas, que continham elementos que atuavam como desconector do morador e 
do usuário desses locais com as frentes de água. Entretanto, a história da evolução das cidades e dos 
portos colocou esses locais em uma nova realidade, contrária à anterior, na qual os portos não ocupam 
mais as áreas centrais da cidade e estas surgem como espaços a serem reconvertidos e reabilitados
8
. 
No contexto de mudança das dinâmicas urbanas surge a necessidade de se promover a reintegração desses 
espaços vazios com a cidade, de resgatar o valor da frente de água para o cidadão e desse processo 
surgem projetos específicos do tipo waterfronts, que se iniciaram nos Estados Unidos em 1960, nas 
cidades de Boston e Baltimore, se espalhando posteriormente dentro do país e também pelos países da 
Europa. 
Diversos projetos de revitalizações
9
 de waterfronts foram realizados em todo o mundoe possuem 
inúmeros elementos em comum. Baseado nas classificações feitas por Norcliff (1996) e Breen e Rigby 
 
7
 O modelo do waterfront espetacular, que faz da memória marítima atributo de valor de intervenções 
urbanas, tornando antigas áreas portuárias em territórios segregados da cidade são atualmente objeto de 
critica intensiva, tendo contraponto o working waterfront. A principal premissa do modelo working 
waterfront é a não exclusão das atividades portuárias dos centros urbanos. Ver estudos de Arnaud Le 
Marchand e seu artigo De la requalificacion spectaculaire au "working waterfront" (Rives 
méditerranéennes, número 39, 2011). 
8
 Esses espaços que sofreram com atividade industrial pesada e com os impactos ambientes causados por 
ela, eram conhecidos como brownfield, termo cunhado nos Estados Unidos em 1992, oriundo de uma 
pesquisa feita pela Northeast Midwest Congressional Coalition, com o intuito de dar uso a este tipo de 
espaços (SÁNCHEZ, 2003). 
9
 Os termos reestruturação, recuperação, revitalização, reabilitação, reconversão, requalificação e 
refuncionalização são recorrentes nas políticas urbanas locais e empregados para tratar de áreas urbanas 
ditas degradadas, obsoletas ou ociosas. Em suma, são termos que designam o investimento do poder 
 
 
5 | 9 
 
(1996), esses projetos podem ser pautados em quatro diretrizes: Comércio e Serviços, Moradia, 
Entretenimento e Cultura e Patrimônio. Essas diretrizes não são excludentes, ao contrário, elas são 
complementares e se apresentam em quase todos os projetos de revitalizações de áreas de frente de água, 
tanto de forma direta, quando são contempladas nos planos e projetos, quanto de forma indireta, quando 
são atraídas por essas novas estruturas. 
A partir dessas categorias pode-se iniciar o questionamento acerca dos beneficiados das transformações 
sócio-espaciais deste tipo de empreendimento; seriam os habitantes e o sentimento de pertencimento ou o 
mercado imobiliário e a urbanalização? (ESTEVES JUNIOR ET AL, 2014). Como exemplo de projetos 
que fomentam essa discussão podemos citar dois projetos, que apesar de situados em continentes 
diferentes apresentam muitas semelhanças: o Canary Warf, situado nas Docklands em Londres e o 
Battery Park, em Manhattan, que incluem a criação de escritório, moradia, comércio, hotéis e outros 
serviços. 
A expansão dos serviços característica da era pós-fordista constitui em parte importante na configuração 
do novo waterfront (NORCLIFF et al, 1996) e a ocupação desses terrenos com prédios de escritórios e 
centros comerciais é tema recorrente nesses projetos. Para Norcliff et al (2011) , ao incluírem locais para 
escritórios nos projetos, uma nova demanda é criada, a demanda por serviços que atendam à necessidade 
diária dos trabalhadores desses locais, tais como: restaurantes, lojas de conveniência, bares, etc. Por outro 
lado, o suposto aumento da taxa de emprego e a melhora da qualidade de vida ocasionada pelos novos 
centros de negócio são discutidos por diversos autores. Nobre (2000) utiliza o exemplo das Docklands, de 
Londres, para suscitar o outro lado da questão, do ponto de vista do desemprego, da elitização do espaço e 
dos tipos de investimentos realizados no local. 
Entre outros motivos, a necessidade de criação de novos empregos foi apresentada pela iniciativa privada 
e pelo poder público como justificativa para necessidade de implantação do projeto de revitalização das 
Docklands londrina, todavia, para Nobre (2000), a realidade se apresentou de forma diferente. Para o 
autor a baixa qualificação da mão de obra local acarretou um aumento no desemprego, uma vez que os 
empregos disponíveis passaram a requerer mão de obra altamente especializada, não incorporando a 
população local. 
O mercado imobiliário exerce forte poder sobre o desenvolvimento ou não de uma determinada área e sua 
força na produção do espaço é capaz de criar ambientes propícios para novas atividades econômicas e 
classes sociais, ou a sua decadência, ocasionando declínio econômico e migração com o término dessas 
atividades (NOBRE, 2009). Segundo Nobre (2000) esse poder de produção de espaços deu um passo 
adiante e o mercado, a partir da década de 1980, necessitou de se expandir e para tal passou a criar 
demandas artificiais: 
"[...] a expansão do mercado imobiliário nessa década ocorreu através da 
criação artificial de demanda, pois os edifícios foram construídos por razões 
financeiras (maiores taxas de retorno), e não por necessidades reais do mercado, 
levando à desvalorização do estoque construído e ao crescimento das taxas de 
vacância de antigos edifícios." (NOBRE, 2000, p. 126) 
Para corroborar essa afirmação o autor utiliza como exemplo a variação das taxas de vacância dos 
edifícios comerciais de Londres e Nova Iorque, afirmando que durante o boom financeiro o mercado 
imobiliário das duas cidades apresentou taxa de vacância entre 5 e 10% do total do estoque (Gráfico 2). 
Gráfico 1: Evolução das taxas de vacância em imóveis de escritórios em Manhattan e Londres 
 
público em operações mobilizadas em parceria com o capital privado imobiliário e financeiro (CAMPOS, 
2004). 
 
 
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Gráfico 2: Evolução das taxas de vacância em imóveis de escritórios em Manhattan e Londres. Fonte: 
GORDON (1997 apud NOBRE, 2000). 
 Outra importante demanda decorrente dos escritórios é a moradia, não só para atender a nova elite de 
moradores e trabalhadores da área, mas também a um novo público que redescobre esses espaços, o que 
foi possível através da conversão e transformação dos armazéns e das construções históricas em locais de 
moradia. 
A valorização imobiliária, causada pela elitização dessas áreas é visível e os dados acerca da evolução dos 
preços dos imóveis na área das Docklands exemplificam essa visão: "entre 1984 e 1987, o valor de um 
apartamento de dois dormitórios no município de Tower Hamlets, historicamente de classe operária, 
valorizou-se cinco vezes, passando de £40.000 para £200.000" (NOBRE, 2000, p.124). 
Em se tratando de moradia, essa elitização é ainda mais visível, tendo em vista que uma característica 
importante da moradia para a cultura pós-moderna está ligada à exclusividade, ao caráter único de ocupar 
um nicho de consumo disponível para poucos (NORCLIFF et al, 1996) e esse requisito pode ser 
preenchido por essa dita "nova área" da cidade. É notório que esse tipo de moradia suscita importantes 
questões referentes à noção de público/privado, pois o desejo de morar próximo a água é antigo, mas 
enquanto a residência é particular, os rios, lagos, costas e canais são espaços públicos e essa dualidade 
causa enorme tensão, uma vez que o público deseja estar perto da água e os proprietários desejam 
privacidade e segurança (BREEN e RIGBY, 1996). Entretanto, uma tendência das revitalizações é a 
presença de projetos que incluem moradia para a classe mais alta da população, para atender à 
necessidade de exclusividade desse nicho de mercado, se fechando para o público em geral. Para criar 
essa separação são implantadas barreiras físicas, como muros e cercas, e psicológicas, embutindo na 
população uma noção de que os proprietários das residências são os donos desses espaços e que outras 
pessoas não são bem vindas (BREEN e RIGBY, 1996). 
Em alguns poucos casos há a inclusão de habitação social em projetos de waterfront (PINDER e HOYLE, 
1992 apud NORCLIFF et al, 1996), porém o mais usual prevê a exclusão dessa população nos projetos, 
que não só ignoram essa demanda como também contribuem para a gentrificação desses locais, conformeenfatiza citação a seguir: 
"Este processo implica na desindustrialização de áreas urbanas e zonas de docas 
que se tornam gentrificadas por membros da nova classe média e são 
desenvolvidas como locais de turismo e consumo cultural. Ao mesmo tempo a 
classe operária ou pobre que anteriormente residia nessas áreas são movidos 
para fora ou empurrados para outros enclaves." (FEATHERSTONE, 1991, p. 
107 apud NORCLIFF et al, 1996, p.131, tradução nossa). 
Nobre (2000) retoma o exemplo de Londres, informando que enquanto a demanda por oferta de habitação 
popular para locação era enorme, o projeto priorizou a construção de moradia para venda, chegando a 
85% do total. Como exemplo de projetos que incluem moradia cita-se: Harbor Place, em Baltimore, 
 
 
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Estados Unidos; a reconversão das refinarias de açúcar em residências no projeto de Queens Quay, em 
Toronto, Canadá; Entrepot West, em Amsterdam, Holanda; entre outros. 
Tradicionalmente os waterfronts exercem fascínio por serem locais importantes, centrais e estratégicos da 
cidade, além disso, instalações portuárias trazem outra característica ainda mais relevante, a participação 
na história da cidade e a concentração de parte importante do patrimônio cultural e arquitetônico urbano. 
A recuperação ou não dessas estruturas existentes teve diferentes enfoques ao longo dos anos e dos 
diferentes processos de intervenção que as cidades passaram, entretanto a inclusão desses elementos nos 
projetos ocorre pela força que o patrimônio tem como indústria, tal é o seu grau de mercantilização desde 
os anos 1970. Visão reforçada por Breen e Rigby (1996), que suscita ainda questões como gentrificação e 
criação de uma falsa historicidade, causadas pela comercialização desses espaços. 
Elementos como memoriais, cenários para a arquitetura religiosa, arte pública e grandes instalações e 
construções culturais também são elementos vastamente utilizado nos projetos de waterfront (BREEN e 
RIGBY, 1996) e diversas vezes se apresentam de forma desconectada com o seu local de inserção e com 
custos de instalação altíssimos. Os custos dessas implantações são, em muitos casos, absorvidos pela 
iniciativa privada, pois uma vez que há intenção de comercializar esses espaços o mercado imobiliário e a 
indústria da cultura e do turismo entram como patrocinadores, objetivando a projeção da cidade e a 
circulação de visitantes, que trará o lucro pretendido (ESTEVES JUNIOR et al, 2014). 
Sendo assim, as instalações subutilizadas ou abandonadas são elementos presentes nos projetos de 
revitalização e ações de preservação, restauração e reconversão desses espaços em novos usos são 
reconhecidas em distintos projetos, a exemplo do Victoria & Alfred, na Cidade do Cabo, África do Sul e 
Puerto Madero, em Buenos Aires, Argentina, ambos exemplificam a reconversão de construções 
arquitetônicas em espaços de lazer, comércio e turismo. 
Outro ponto em comum e há tempos identificado entre as intervenções mencionadas é a presença de 
arquitetura de ateliês de renome internacional, tal como o master plan de Canary Wharf, projeto mostrado 
anteriormente, desenhado pelo escritório SOM; o master plan de Hafencity, projetado pelo escritório 
OMA; e as intervenções realizadas em Gênova pelo renomado arquiteto Renzo Piano (SÁNCHEZ, 2003). 
A denominada arquitetura de grife não se baseia somente nos projetos de master plan, esta é 
complementada também por projetos pontuais, que são parte da revitalização dos espaços e que cumprem 
sua função de capturar o expectador e surpreendê-lo, criando uma sensação de refinamento no ambiente 
capaz de atrair o turismo e projetar a cidade para o mundo, criando um novo símbolo representativo. 
Vários são os exemplos de projetos que cumprem essa função, tais como o museu Nemo de Amsterdam, 
de Renzo Piano; a Filarmônica de Hamburgo, de Herzog e de Meuron; e o Museu Guggenheim, obra de 
Frank Gehry para Bilbao (SÁNCHEZ, 2003). 
O cunho altamente mercadológico das intervenções urbanas resultou em projetos que beneficiam as 
classes de renda mais altas em detrimento das comunidades locais, muitas das verbas empenhadas nesses 
projetos advém da diminuição de verbas de áreas sociais com a justificativa de que traria melhoria, o que 
não ocorreu e resultou em manifestações populares na população de mais baixa renda (NOBRE, 2000). 
Nota-se, portanto, que as intervenções se apresentam como terreno fértil para a inserção e reprodução 
indiscriminado de elementos que atuam na comercialização das cidades, na criação do imaginário 
propulsor do turismo e no city marketing das cidades nas quais se insere, em detrimento da população, da 
sua ligação emocional, sua vivência urbana e suas manifestações culturais. 
3. CONCLUSÃO 
Pode-se afirmar que a cidade é um organismo vivo em contínua modificação. Campos (2004) indica que a 
maioria das experiências de intervenções urbanas atuais se concentra em áreas centrais históricas e áreas 
vazias, essas últimas ainda interiores, por estarem situadas no interior do tecido urbanizado. “A primeira, 
em função do potencial do patrimônio e infraestrutura urbana instalada, da acessibilidade e do simbolismo 
inerente a esse tipo de espacialidade”. Trata-se, prosseguindo com Campos (2004), “(...) do urbanismo de 
reparação da cidade análoga, o lugar do acervo monumental e patrimonial mais remoto das cidades, mas 
também o lugar do mito já instituído. A segunda, devido ao potencial dos vazios como novas 
centralidades – em especial os sítios industriais, zonas portuárias e ferroviárias obsoletas - situadas na 
 
 
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descontinuidade das periferias, ou nas orlas marítimas e fluviais urbanas, os chamados waterfronts das 
cidades”. Novamente baseada em Meier (1997), Campos (2004) demonstra que “(...) os vazios sob essa 
ótica configuram, em parte, o lugar da cidade banal - contraponto da cidade análoga, o lugar do acervo 
da memória já em ruínas, que se apresenta como o lugar do espetáculo, onde o mito é renovado pela 
estetização e sedução da memória do monumento residual banalizado”10. 
Para Jacques (2005), os projetos de revitalização urbana de caráter patrimonial realizados no Brasil vêm 
se multiplicando em diversas cidades, entretanto a maior parte desses projetos repete a mesma receita de 
patrimonialização, estetização, espetacularização, padronização dos espaços, passando pela gentrificação, 
sem fazer um questionamento crítico desses modelos. Tendo em vista a importância fundamental das 
pessoas na formação das cidades é necessário entender que ao preservar a cidade, a revalorização de 
monumentos não pode ser mais importante do que as pessoas que nela habitam. 
Para Jeudy (2005), na intenção de revitalizar o centro ocorre um processo contrário, o de morte, pois uma 
vez que os moradores são expulsos eles levam consigo o aspecto vivo do local. Segundo Bastos (2006), 
"o morador reconhece o patrimônio da cidade na medida em que este alcança o status de um lugar de 
memória, de pertença, compõe sua história e integra sua cultura: monumentos, edificações, logradouros 
que abrigam feiras, festas e encontros cotidianos". 
Prever novos usos locais, utilizando, revitalizando o patrimônio existente e inserindo ações pontuais 
voltadas para o turismo, quando feito de maneira cuidadosa, visando manter o morador e inserindo-o no 
processo, pode contribuir para a revitalização dos espaços, uma vez que suas memórias vão conferindo 
vida aos locais revitalizados. Com o morador inserido no contexto das intervenções ele se apropria do 
espaço e se percebe como parte do local e assim a inserção do turismo cultural poderá terá um impacto 
positivo e de atração de visibilidade e recursos para o local. Com o próprio morador como aliado nesse 
processo é possível fazer com que este tenha condição de mantersuas tradições e reafirmar a identidade 
local, conduzindo o processo de revitalização a um processo dinâmico, singular e não petrificado. 
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projetos, grandes eventos, turistificação do território: da produção cultural à mercantilização e 
espetacularização da cidade e da cultura urbana. In: Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, 
 
10
 Cabe destacar que o “O fenômeno ou enfoque histórico-cultural pautado no turismo recreativo vem 
sendo tratado como um dos cernes estratégicos do planejamento urbano no Brasil. O processo de 
reestruturação das cidades brasileiras – ações e projetos – atinge principalmente as áreas centrais 
históricas das cidades, e se encontra em fase orientada pela competição entre cidades por investimentos 
de tipos diversos (Documenta, BID, Caixa Econômica Federal, Projeto Monumenta, Programa Urbis, 
entre outros)” (CAMPOS, 2004). 
 
 
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